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29 de agosto de 2015

O Italiano

Série Crônicas Italianas
Duas pessoas que se apaixonaram na hora errada, mas pelas razões certas...

Com a queda de Napoleão o Império Austro-Húngaro toma poder sobre o continente europeu.
Em 1820, em todos os cantos da Italia haviam revolucionários, traidores e espiões. 
Angelo Bartolini era um homem com muitas faces: bom filho e irmão, amigo fiel e um patriota incondicional.
Como membro dos carbonários, uma sociedade secreta dedicada a libertar a Itália do poder austríaco, Angelo é um homem muito procurado por seus feitos, apesar de sua fama e temido por ela, mostra seu lado sensível e desperta o desejo da tímida pintora inglesa Beatrice FairWeather.

Capítulo Um

As ruas de Turim estavam as escuras, a cidade ainda não havia despertado. Além do Rio Pó, um dos rios mais inportante da Italia, o ponto alto das montanhas mal podia ser visto com o céu nebuloso pela penumbra. Acima, as estrelas continuaram brilhando, o sol não tinha derramado a bênção de sua luz na terra úmida de orvalho.
Ângelo percorria a rua que na Roma antiga era chamavam Decumanus Maximus. O longo casaco negro parecia abafar o ruído de suas botas sobre as velhas calçadas. Passando por junto às fachadas dos edifícios que se abriam à Praça do Palazzo di Cittá, onde antes eram o fórum romano e o mercado medieval. Deteve-se repentinamente quando um som chegou a seus ouvidos, parado junto à esquina onde se elevava a base inacabada da torre do relógio, cujas obras, paradas sob as ordens de Napoleão, não haviam sido retomadas.
O súbito repicar dos cascos de um cavalo rompeu o silêncio da noite. A primeira coisa que pensou foi que o tinham seguido. Permaneceu quieto aguçando os ouvidos. Novamente ouviu o ruído e escondeu-se no vão de uma porta, escurecido por um telhado baixo. Apertou-se contra ela, engolido pela escuridão e pelo casaco. A boca estava seca e seu coração pulsava furiosamente. Angelo inspirou o ar e o reteve, deixando sua pulsação voltar normalmente.
O ruído dos cascos estava mais próximo, uma carroça puxada por um cavalo apareceu lentamente ante sua vista. Ouviu um ruído metálico e viu as leiteiras. Respirou aliviado, mas não ousou sair de entre as densas sombras. As coisas não eram sempre o que pareciam. Um movimento em falso podia lhe custar à vida.
A tensão e o nervosismo tomaram conta de seu estômago travando suas pernas. O suor lhe emanava da testa. Ficou imóvel. Somente seus olhos se moviam, seguindo o avanço da carroça, que dobrou uma esquina e desapareceu por uma viela. Ângelo não se moveu. Nem quando perdeu a carroça de vista, nem quando o rítmico repicar dos cascos se fez mais fraco. Aguardou, como mármore maciço, até que tudo ficou em silêncio. Lentamente, abandonou o refúgio das sombras e prosseguiu seu caminho rua acima. Mantinha-se próximo aos edifícios, aguçando o ouvido, atento aos sons de passos ou ao tamborilar dos cascos de algum outro cavalo.

Série Crônicas Italianas
1 - A Filha Abandonada
2 - O Italiano
Série Concluída

8 de fevereiro de 2014

A Filha Abandonada

Série Crônicas Italianas

Maresa Fairweather era a quinta filha de um homem que a abandonou ao ficar viúvo.
Mas era muito afortunada por ter Percy Bronwell para protegê-la.
Mas este, consciente de que seu amor por Maresa não era correspondido, decidiu alistar-se na marinha. Sempre tinha se sentido atraída pelo homem equivocado... Até que as fofocas dos vizinhos a obrigaram a empreender viagem e partir para a Itália.
Embora ali tampouco conseguisse trocar de costumes e, quando teve que romper um compromisso urgentemente, decidiu voltar a recorrer à ajuda de Percy.
E ele voltou a salvá-la da única maneira que lhe ocorreu: Oferecer-lhe um matrimônio de conveniência.
Depois de uma só noite juntos, Percy teve que retornar à marinha... e Maresa se converteu na mulher que estava destinada a ser, uma mulher capaz de arriscar sua própria vida para dar ao seu marido o que sempre ele tinha dado a ela, amor incondicional.
Seria muito tarde?

Capítulo Um

O senhor Samuel Livingston Bronwell era feliz por muitas razões, mas nunca havia se sentido tão contente como quando retornou para casa com sua família. Uma semana em Londres visitando os parentes de sua querida esposa era um suplício.
Samuel e sua esposa estavam falando tranquilamente quando de repente o chofer diminuiu o passo. Ao olhar pelo guichê, Samuel e Olympia sua mulher, viram o que estavam acontecendo junto ao cemitério. Afastaram rapidamente a vista ao passar junto a um pequeno grupo de pessoas reunido em torno de uma tumba aberta frente à qual o reverendo Charles Constable anunciava um funeral.
Entretanto, Stephen, o filho mais velho dos Bronwell, pressionou o nariz contra o cristal.
Um enterro! – exclamou - Quem morreu papai?
Não sei filho. Possivelmente saberemos ao chegar a casa.
A senhora Bronwell, sentada do outro lado do assento da carruagem, puxou Stephen pela manga.
- Saia da janela. Não deve olhar. Terá que mostrar respeito pelos mortos.
Percy Bronwell, o pequeno de três anos que tinha permanecido silenciosamente sentado junto a sua mãe, decidiu passar por cima dela para olhar pelo guichê.
Vê? - a senhora Bronwell repreendeu a Stephen - Agora seu irmão também quer olhar.
A senhora Bronwell sentou Percy sobre seus joelhos e baixou a cortina da janela mais próxima a Stephen. A carruagem deixou atrás o pequeno grupo de parentes e começou a descer pelo caminho sinuoso.

Série Crônicas Italianas
1 - A Filha Abandonada
2 - O Italiano
Série Concluída