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12 de agosto de 2010

O Príncipe Corvo

Trilogia dos Príncipes

Edward do Raaf, conde de Swartingham, precisava com urgência de um secretário que organizasse suas caóticas finanças.
O problema é que, com seu mau humor, espantava todos os candidatos.
Para Anna Wren esse emprego é a solução para seus problemas, depois de enviuvar de um marido infiel e ficar na ruína.
A atração entre ambos fica patente desde o primeiro momento, embora Edward não pareça muito disposto a se deixar levar por ela.
Quando Anna descobre que o conde frequenta um conhecido bordel de Londres, decide pôr em ação um plano ousado. Veste-se como uma prostituta mascarada para seduzir Edward. Porque, no jogo da sedução, não existem regras... Ou existem?

Capítulo Um

Era uma vez, em um país muito longínquo, um duque empobrecido que vivia com suas três filhas.
Do príncipe Corvo

Little Battleford, Inglaterra
Março de 1760

A combinação de um cavalo galopando a excessiva velocidade, um caminho enlameado justamente em uma curva e uma senhora caminhando por ele, não pode acabar em boa coisa. Inclusive nas melhores circunstâncias, as possibilidades de que a coisa acabe bem é deprimentemente raro.
Se a isso acrescentarmos um cão muito grande, — refletiu Anna Wren nesse mesmo momento, — o desastre é inevitável.
Ao ver Anna em seu caminho, o cavalo espantado deu um repentino salto para um lado; o cão, que ia correndo a seu lado, reagiu metendo-se debaixo de seu nariz, e o cavalo empinou, levantando no ar os cascos do tamanho de um prato.
Inevitavelmente, o enorme cavaleiro foi jogado da cela e aterrissou aos pés de Ana, como um falcão caindo do céu, embora com menos graça; com as longas extremidades estendidas, perdendo seu chicote e seu chapéu de três pontas, o homem aterrissou com um espetacular chapinhar em um atoleiro de barro, fazendo saltar uma muralha de água suja sobre ela, molhando-a.
Todos ficaram imóveis, inclusive o cão.
Idiota, pensou Anna, embora não falasse. As viúvas respeitáveis, de certa idade, trinta e um anos dentro de dois meses, não diziam insultos, por mais impertinentes que fossem os cavalheiros.
Não, de maneira nenhuma.
— Espero que não tenha sofrido nenhum dano com a queda — disse sorrindo entre dentes para o homem ensopado. — Permita-me ajudá-lo a levantar-se?
Ele não correspondeu a sua amabilidade.
— Que diabo fazia no meio do caminho, sua tola?
Dizendo isso o homem se levantou do atoleiro e se plantou na frente dela, muito aprumado, da maneira irritante que adotam os cavalheiros com o fim de parecer importante quando acabam de fazer um papel ridículo.
As gotas de água suja que lhe desciam pelo rosto branco e marcado pelos sinais da varíola, lhe davam um aspecto horroroso.
As pestanas longas que emolduravam seus olhos negros e brilhantes como absintos não compensavam o nariz nem o queixo grandes nem os lábios magros e pálidos.
— Sinto muito — disse Anna, mantendo o sorriso. — Ia caminhando para casa. Naturalmente, se soubesse que você precisava de toda a largura da estrada...


Trilogia dos Príncipes
1 - O Princípe Corvo
2 - Príncipe Leopardo
3 - O Príncipe Serpente
3.5 - A Princesa de Gelo
Trilogia Concluída