Trilogia dos Príncipes
Esta história nos apresenta Coral, um personagem secundário da trilogia: O Príncipe Corvo, O Príncipe Leopardo e O Príncipe Serpente.
Havia uma vez, em um reino muito, muito longínquo, uma princesa feita completamente de gelo... A princesa de gelo.
Capítulo Um
Londres, 1762.
A madame de um infame bordel tem que lutar com uma grande variedade de personalidades masculinas, refletiu Coral Smythe.
Lordes bêbados, mercadores arrogantes, imaturos jovenzinhos a borda do abismo de sua própria ruína e, simplesmente, muitos homens com mais dinheiro nos bolsos que sentido comum na cabeça.
Mas poucos homens eram tão irritantes, provocadores, desconcertantes ou broncos como um puritano capitão naval.
Um atraente capitão naval.
Coral tocou com um dedo a máscara dourada que ocultava seu rosto, revisando como sempre que estivesse em seu lugar.
Uma vez comprovado, desceu pelas escadas que fazia o adornado antro que era a Gruta de Afrodite. O local estava animado essa noite.
A grande escada se estendia para o saguão.
Ao outro lado do mesmo se encontravam as duas portas de entrada à Gruta; sobre sua cabeça Afrodite pulava entre nuvens pintadas de rosa com seus bem dotados amantes e debaixo...
Bom, debaixo era um alvoroço, naturalmente.
Damas (algumas da noite, algumas de verdade), rondavam com máscaras, cobrindo seus rostos muito melhor que seus corpos.
Os cavalheiros (aqui o termo tinha uma ampla fila de interpretações) pavoneavam-se, gritavam e chocavam uns com outros em farra bêbada.
Coral franziu os lábios debaixo da máscara.
Uns tolos, todos eles. Todos esses homens esperando para perder seu dinheiro.
E em troca do que? Uns seios suaves? Uma boca quente e úmida lhes mamando o membro? Um prazer insensato e efêmero, que desaparecia com as primeiras luzes da manhã.
Os homens eram tão idiotas, todos tão iguais em seus desejos e demandas.
Duques ou comerciantes de carvão, todos elevavam a vista e riam enquanto Afrodite lhes sorria de entre suas nuvens.
Todos menos um puritano capitão naval.
O capitão Isaac Wargate se encontrava como um pássaro de mau agouro a um lado do salão. Ainda vestia a longa capa de seu uniforme a pesar do calor no concorrido recinto e levava seu chapéu debaixo de um braço.
Observava tudo sem expressão alguma, mas Coral sabia que havia reprovação nesses olhos ardilosos que olhavam tudo debaixo de umas grossas sobrancelhas negras.
Que homem irritante.
Dirigiu-se lentamente para ele, de alguma forma consciente de que ele já sabia de sua presença, embora não se dignasse em olhá-la.
Dessa maneira, ela podia estudá-lo: seu longo nariz de perfil, seus grossos lábios um pouco apertados, seus longos cabelos penteados para trás e atado em uma tensa trança, as linhas ao redor de sua boca profundas e cínicas; podia sentir esse calor que se acumulava no seu ventre cada vez que o via. Maldito.
- Deus Santo, Capitão, faz mais ou menos meio ano que não o víamos por aqui - disse docemente quando esteve a uns passos de distância. - Já encontrou companhia para a noite?
- Sabe muito bem que não participo - respondeu com um grunhido.
Nem sequer se incomodou em olhá-la, a pesar do decote de seu brilhante vestido dourado e negro.
Seus mamilos estavam maquiados de vermelho e apareciam pela borda do decote quadrado, em alarmante contraste entre o tecido negro e sua pele branca.
Tinha o olhar de todos os homens na sala, menos o dele.
O que só a chateava mais.
- Mas, claro. Que tola por ter me esquecido - debaixo da máscara sorria ao mesmo tempo que tentava soar arrependida. Inclinou-se sobre ele a modo de confidência. - Mas sabe, também posso lhe conseguir moços, se isso lhe interessar.
Então girou seu rosto e o olhar de seus olhos azuis, os sentiu como um golpe.
- Não me interessa o comércio de nenhuma carne humana, senhora.
- Nesse caso, qualquer um se perguntaria o que faz em um bordel.
- Estou aqui para procurar a meus oficiais mais novos - respondeu cortante. Assinalou com a cabeça a um briguento, um de seus marinheiros. - Como tão bem sabe.
- Mmm, estou segura de que sei antes do que seu superior quando o Challenger ancora no porto. Todos esses oficiais com seus lindos uniformes vêm direto de seu navio a minhas portas.
Por sobre o ombro do capitão, cruzou olhares com Big Billy, um dos esbirros da Gruta. Os esbirros eram contratados para manter aos tipos perigosos fora e, quando fosse necessário, para apressar a partida dos habitantes que excediam a paciência do estabelecimento.
Ao ver Billy, um gigante cuja testa era quase inexistente, ninguém nunca pensaria que era bem preparado.
Ele roçou a ponta do nariz com o polegar, um gesto pré-acordado que significava "problemas a caminho".
Trilogia dos Príncipes
1 - O Princípe Corvo
2 - Príncipe Leopardo
3 - O Príncipe Serpente
3.5 - A Princesa de Gelo
Trilogia Concluída
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6 de outubro de 2010
14 de agosto de 2010
O Príncipe Serpente
Trilogia dos Príncipes
Lucy Craddock-Hayes, uma cândida donzela das cercanias de Kent, não esperava encontrar com um homem maltratado e completamente nu!
A poucos passos de sua casa. Tampouco supunha que este se apresentaria como Simon Iddesleigh, um importante visconde, um cavalheiro londrino não isento de humor e sedutoras maneiras, habituado à arte da conquista.
E muito menos suspeitava que este pícaro nobre cairia a seus pés, cativado por sua serena beleza e suas doces maneiras.
Mas, além das brincadeiras e hospedagens, Lucy intui uma alma atormentada, um espírito errante consumido por uma vingança do passado.
Pouco a pouco começa a sentir por ele um desejo irrefreável.
Entre bandagens e curas, os dois jovens beiram os limites de sua paixão, enquanto pouco a pouco descobrem o destino do “príncipe serpente”...
Capítulo Um
Maiden Hill, Inglaterra
Novembro de 1760.
O homem que jazia morto aos pés de Lucinda Craddock-Hayes parecia um deus caído.
O deus Apolo ou, mais provavelmente, Marte, o causador de guerras, tinha tomado forma humana e caído do céu para que o encontrasse uma jovem solteira no caminho a sua casa.
Embora claro, os deuses não sangram.
Nem morrem, se for por isso.
— Senhor Hedge — chamou Lucy, por cima do ombro.
Olhou a ambos os lados do caminho que levava do povoado de Maiden Hill à casa Craddock-Hayes, estava igual a antes que encontrasse o homem, estava deserto, além dela, do criado que vinha resfolegando atrás e do cadáver que jazia na sarjeta.
O céu invernal estava coberto por nuvens cinza.
Já começava a escurecer, embora ainda não eram as cinco da tarde.
As árvores sem folhas que bordeavam o caminho se viam silenciosas e frias.
Tiritando pelo frio e o vento, amassou mais a capa que tinha deslizado pelos ombros. O homem morto estava atirado na sarjeta, nu, tudo machucado e de barriga para baixo. Os largos contornos de suas costas estavam cobertos de sangue, que emanava do ombro direito; mais abaixo os magros quadris, as pernas musculosas e peludas, e os pés ossudos, curiosamente elegantes.
Pestanejou e voltou a olhar a face.
Até estando morto, era bonito; a cabeça girada para um lado deixava ver um perfil patrício, um nariz largo, maçãs do rosto altas e uma boca larga.
Uma sobrancelha sobre o olho fechado estava partida por uma cicatriz; o cabelo claro muito curto caía liso sobre o crânio nos lugares onde não estava emaranhado e condensado pelo sangue.
Tinha a mão esquerda sobre a cabeça e no indicador se via uma marca que indicava que aí devia levar um anel; seus assassinos teriam roubado junto com todo o resto.
Ao redor do corpo o barro estava revolto e perto do quadril se via um fundo rastro do salto de uma bota.
Além disso, não havia nenhum sinal que indicasse quem o deixou atirado aí como quem atira restos.
Sentiu a ardência de tolas lágrimas nos olhos.
Parecia um insulto terrível que seus assassinos o tivessem deixado aí dessa maneira: nu, degradado.
Trilogia dos Príncipes
1 - O Princípe Corvo
2 - Príncipe Leopardo
3 - O Príncipe Serpente
3.5 - A Princesa de Gelo
Trilogia Concluída
Lucy Craddock-Hayes, uma cândida donzela das cercanias de Kent, não esperava encontrar com um homem maltratado e completamente nu!
A poucos passos de sua casa. Tampouco supunha que este se apresentaria como Simon Iddesleigh, um importante visconde, um cavalheiro londrino não isento de humor e sedutoras maneiras, habituado à arte da conquista.
E muito menos suspeitava que este pícaro nobre cairia a seus pés, cativado por sua serena beleza e suas doces maneiras.
Mas, além das brincadeiras e hospedagens, Lucy intui uma alma atormentada, um espírito errante consumido por uma vingança do passado.
Pouco a pouco começa a sentir por ele um desejo irrefreável.
Entre bandagens e curas, os dois jovens beiram os limites de sua paixão, enquanto pouco a pouco descobrem o destino do “príncipe serpente”...
Capítulo Um
Maiden Hill, Inglaterra
Novembro de 1760.
O homem que jazia morto aos pés de Lucinda Craddock-Hayes parecia um deus caído.
O deus Apolo ou, mais provavelmente, Marte, o causador de guerras, tinha tomado forma humana e caído do céu para que o encontrasse uma jovem solteira no caminho a sua casa.
Embora claro, os deuses não sangram.
Nem morrem, se for por isso.
— Senhor Hedge — chamou Lucy, por cima do ombro.
Olhou a ambos os lados do caminho que levava do povoado de Maiden Hill à casa Craddock-Hayes, estava igual a antes que encontrasse o homem, estava deserto, além dela, do criado que vinha resfolegando atrás e do cadáver que jazia na sarjeta.
O céu invernal estava coberto por nuvens cinza.
Já começava a escurecer, embora ainda não eram as cinco da tarde.
As árvores sem folhas que bordeavam o caminho se viam silenciosas e frias.
Tiritando pelo frio e o vento, amassou mais a capa que tinha deslizado pelos ombros. O homem morto estava atirado na sarjeta, nu, tudo machucado e de barriga para baixo. Os largos contornos de suas costas estavam cobertos de sangue, que emanava do ombro direito; mais abaixo os magros quadris, as pernas musculosas e peludas, e os pés ossudos, curiosamente elegantes.
Pestanejou e voltou a olhar a face.
Até estando morto, era bonito; a cabeça girada para um lado deixava ver um perfil patrício, um nariz largo, maçãs do rosto altas e uma boca larga.
Uma sobrancelha sobre o olho fechado estava partida por uma cicatriz; o cabelo claro muito curto caía liso sobre o crânio nos lugares onde não estava emaranhado e condensado pelo sangue.
Tinha a mão esquerda sobre a cabeça e no indicador se via uma marca que indicava que aí devia levar um anel; seus assassinos teriam roubado junto com todo o resto.
Ao redor do corpo o barro estava revolto e perto do quadril se via um fundo rastro do salto de uma bota.
Além disso, não havia nenhum sinal que indicasse quem o deixou atirado aí como quem atira restos.
Sentiu a ardência de tolas lágrimas nos olhos.
Parecia um insulto terrível que seus assassinos o tivessem deixado aí dessa maneira: nu, degradado.
Trilogia dos Príncipes
1 - O Princípe Corvo
2 - Príncipe Leopardo
3 - O Príncipe Serpente
3.5 - A Princesa de Gelo
Trilogia Concluída
13 de agosto de 2010
O Príncipe Leopardo
Trilogia dos Príncipes
Enriquecida, Lady Georgina Maitland não quer um marido, embora não lhe seria nada mal um administrador que cuide de suas propriedades.
Ao pôr a vista em cima de Harry Pye, e Georgina sabe que não só está tratando com um servente, mas também com um homem
Harry conheceu muitos aristocratas... incluindo um em particular que é seu inimigo jurado.
Mas Harry jamais conheceu uma formosa dama tão independente, desinibida e ansiosa por estar em seus braços.
Contudo, é impossível manter uma aventura discreta quando o envenenamento de ovelhas, assassinato de aldeãos e um magistrado raivoso têm alvoroçado o condado inteiro. Os aldeãos culpam Harry de tudo. Georgina não demorará em fazer algo para poder manter a ela mesma salva e salvar Harry da forca... sem perder-se noutra noite de amor.
Capítulo Um
Yorkshire, Inglaterra
Setembro de 1760
Depois do acidente da carruagem e um pouco antes que os cavalos fugissem, Lady Georgina Maitland reparou que o administrador de suas terras era um homem.
Bom, quer dizer, naturalmente que sabia que Harry Pye era um homem.
Não tinha a falsa ilusão de que fosse um leão ou um elefante, nenhuma baleia, nem certamente nenhum outro membro do reino animal (se podia chamar-se animal a uma baleia e não simplesmente um peixe muito grande). O que queria ela dizer era que sua masculinidade se tornara de repente muito evidente.
George enrugou a testa enquanto estava em pé na deserta estrada que conduzia a East Riding, em Yorkshire.
A seu redor, as colinas cobertas de plantas se estendiam até o horizonte cinza. Estava anoitecendo rapidamente cedo devido à tormenta.
Poderiam ter estado nos limites da Terra.
—Você acredita que a baleia é um animal ou um peixe muito grande, senhor Pye? —gritou ela ao vento.
Harry Pye encolheu os ombros.
Uns ombros cobertos unicamente por uma empapada camisa de linho que tinha grudada a ele de um modo esteticamente agradável.
Tirou previamente o casaco e o colete para ajudar ao John, o cocheiro, a desemparelhar os cavalos da carruagem quebrada.
—Um animal, minha Lady. —A voz do Senhor Pye era, como sempre, uniforme e profunda, com uma espécie de tom grave no final.
George não o tinha ouvido elevar a voz nem manifestar nenhum tipo de paixão.
Nem quando tinha insistido em acompanhá-lo a seu imóvel em Yorkshire; nem quando tinha começado a chover, reduzindo a velocidade de sua viagem a um lento arrasto; nem quando a carruagem tinha quebrado fazia vinte minutos.
«Que irritante era!»
—Acredita que poderá concertar a carruagem? —George puxou a sua capa empapada até cobrir o queixo enquanto contemplava os restos de seu veículo.
A porta pendurava de uma dobradiça, que batia por causa do vento; duas rodas estavam esmagadas, e o eixo traseiro tinha ficado em um estranho ângulo.
Era uma pergunta totalmente estúpida.
O Senhor Pye não indicou nem por ação nem por palavras que estivesse a par da estupidez de sua pergunta.
—Não, Milady.
George suspirou.
Em realidade, era quase um milagre que nem eles nem o cocheiro tivessem ficados feridos nem tivessem morrido.
Trilogia dos Príncipes
1 - O Príncipe Corvo
2 - Príncipe Leopardo
3 - O Príncipe Serpente
3.5 - A Princesa de Gelo
Trilogia Concluída
Enriquecida, Lady Georgina Maitland não quer um marido, embora não lhe seria nada mal um administrador que cuide de suas propriedades.
Ao pôr a vista em cima de Harry Pye, e Georgina sabe que não só está tratando com um servente, mas também com um homem
Harry conheceu muitos aristocratas... incluindo um em particular que é seu inimigo jurado.
Mas Harry jamais conheceu uma formosa dama tão independente, desinibida e ansiosa por estar em seus braços.
Contudo, é impossível manter uma aventura discreta quando o envenenamento de ovelhas, assassinato de aldeãos e um magistrado raivoso têm alvoroçado o condado inteiro. Os aldeãos culpam Harry de tudo. Georgina não demorará em fazer algo para poder manter a ela mesma salva e salvar Harry da forca... sem perder-se noutra noite de amor.
Capítulo Um
Yorkshire, Inglaterra
Setembro de 1760
Depois do acidente da carruagem e um pouco antes que os cavalos fugissem, Lady Georgina Maitland reparou que o administrador de suas terras era um homem.
Bom, quer dizer, naturalmente que sabia que Harry Pye era um homem.
Não tinha a falsa ilusão de que fosse um leão ou um elefante, nenhuma baleia, nem certamente nenhum outro membro do reino animal (se podia chamar-se animal a uma baleia e não simplesmente um peixe muito grande). O que queria ela dizer era que sua masculinidade se tornara de repente muito evidente.
George enrugou a testa enquanto estava em pé na deserta estrada que conduzia a East Riding, em Yorkshire.
A seu redor, as colinas cobertas de plantas se estendiam até o horizonte cinza. Estava anoitecendo rapidamente cedo devido à tormenta.
Poderiam ter estado nos limites da Terra.
—Você acredita que a baleia é um animal ou um peixe muito grande, senhor Pye? —gritou ela ao vento.
Harry Pye encolheu os ombros.
Uns ombros cobertos unicamente por uma empapada camisa de linho que tinha grudada a ele de um modo esteticamente agradável.
Tirou previamente o casaco e o colete para ajudar ao John, o cocheiro, a desemparelhar os cavalos da carruagem quebrada.
—Um animal, minha Lady. —A voz do Senhor Pye era, como sempre, uniforme e profunda, com uma espécie de tom grave no final.
George não o tinha ouvido elevar a voz nem manifestar nenhum tipo de paixão.
Nem quando tinha insistido em acompanhá-lo a seu imóvel em Yorkshire; nem quando tinha começado a chover, reduzindo a velocidade de sua viagem a um lento arrasto; nem quando a carruagem tinha quebrado fazia vinte minutos.
«Que irritante era!»
—Acredita que poderá concertar a carruagem? —George puxou a sua capa empapada até cobrir o queixo enquanto contemplava os restos de seu veículo.
A porta pendurava de uma dobradiça, que batia por causa do vento; duas rodas estavam esmagadas, e o eixo traseiro tinha ficado em um estranho ângulo.
Era uma pergunta totalmente estúpida.
O Senhor Pye não indicou nem por ação nem por palavras que estivesse a par da estupidez de sua pergunta.
—Não, Milady.
George suspirou.
Em realidade, era quase um milagre que nem eles nem o cocheiro tivessem ficados feridos nem tivessem morrido.
Trilogia dos Príncipes
1 - O Príncipe Corvo
2 - Príncipe Leopardo
3 - O Príncipe Serpente
3.5 - A Princesa de Gelo
Trilogia Concluída
12 de agosto de 2010
O Príncipe Corvo
Trilogia dos Príncipes
Edward do Raaf, conde de Swartingham, precisava com urgência de um secretário que organizasse suas caóticas finanças.
O problema é que, com seu mau humor, espantava todos os candidatos.
Para Anna Wren esse emprego é a solução para seus problemas, depois de enviuvar de um marido infiel e ficar na ruína.
A atração entre ambos fica patente desde o primeiro momento, embora Edward não pareça muito disposto a se deixar levar por ela.
Quando Anna descobre que o conde frequenta um conhecido bordel de Londres, decide pôr em ação um plano ousado. Veste-se como uma prostituta mascarada para seduzir Edward. Porque, no jogo da sedução, não existem regras... Ou existem?
Capítulo Um
Era uma vez, em um país muito longínquo, um duque empobrecido que vivia com suas três filhas.
Do príncipe Corvo
Little Battleford, Inglaterra
Março de 1760
A combinação de um cavalo galopando a excessiva velocidade, um caminho enlameado justamente em uma curva e uma senhora caminhando por ele, não pode acabar em boa coisa. Inclusive nas melhores circunstâncias, as possibilidades de que a coisa acabe bem é deprimentemente raro.
Se a isso acrescentarmos um cão muito grande, — refletiu Anna Wren nesse mesmo momento, — o desastre é inevitável.
Ao ver Anna em seu caminho, o cavalo espantado deu um repentino salto para um lado; o cão, que ia correndo a seu lado, reagiu metendo-se debaixo de seu nariz, e o cavalo empinou, levantando no ar os cascos do tamanho de um prato.
Inevitavelmente, o enorme cavaleiro foi jogado da cela e aterrissou aos pés de Ana, como um falcão caindo do céu, embora com menos graça; com as longas extremidades estendidas, perdendo seu chicote e seu chapéu de três pontas, o homem aterrissou com um espetacular chapinhar em um atoleiro de barro, fazendo saltar uma muralha de água suja sobre ela, molhando-a.
Todos ficaram imóveis, inclusive o cão.
Idiota, pensou Anna, embora não falasse. As viúvas respeitáveis, de certa idade, trinta e um anos dentro de dois meses, não diziam insultos, por mais impertinentes que fossem os cavalheiros.
Não, de maneira nenhuma.
— Espero que não tenha sofrido nenhum dano com a queda — disse sorrindo entre dentes para o homem ensopado. — Permita-me ajudá-lo a levantar-se?
Ele não correspondeu a sua amabilidade.
— Que diabo fazia no meio do caminho, sua tola?
Dizendo isso o homem se levantou do atoleiro e se plantou na frente dela, muito aprumado, da maneira irritante que adotam os cavalheiros com o fim de parecer importante quando acabam de fazer um papel ridículo.
As gotas de água suja que lhe desciam pelo rosto branco e marcado pelos sinais da varíola, lhe davam um aspecto horroroso.
As pestanas longas que emolduravam seus olhos negros e brilhantes como absintos não compensavam o nariz nem o queixo grandes nem os lábios magros e pálidos.
— Sinto muito — disse Anna, mantendo o sorriso. — Ia caminhando para casa. Naturalmente, se soubesse que você precisava de toda a largura da estrada...
Trilogia dos Príncipes
1 - O Princípe Corvo
2 - Príncipe Leopardo
3 - O Príncipe Serpente
3.5 - A Princesa de Gelo
Trilogia Concluída
Edward do Raaf, conde de Swartingham, precisava com urgência de um secretário que organizasse suas caóticas finanças.
O problema é que, com seu mau humor, espantava todos os candidatos.
Para Anna Wren esse emprego é a solução para seus problemas, depois de enviuvar de um marido infiel e ficar na ruína.
A atração entre ambos fica patente desde o primeiro momento, embora Edward não pareça muito disposto a se deixar levar por ela.
Quando Anna descobre que o conde frequenta um conhecido bordel de Londres, decide pôr em ação um plano ousado. Veste-se como uma prostituta mascarada para seduzir Edward. Porque, no jogo da sedução, não existem regras... Ou existem?
Capítulo Um
Era uma vez, em um país muito longínquo, um duque empobrecido que vivia com suas três filhas.
Do príncipe Corvo
Little Battleford, Inglaterra
Março de 1760
A combinação de um cavalo galopando a excessiva velocidade, um caminho enlameado justamente em uma curva e uma senhora caminhando por ele, não pode acabar em boa coisa. Inclusive nas melhores circunstâncias, as possibilidades de que a coisa acabe bem é deprimentemente raro.
Se a isso acrescentarmos um cão muito grande, — refletiu Anna Wren nesse mesmo momento, — o desastre é inevitável.
Ao ver Anna em seu caminho, o cavalo espantado deu um repentino salto para um lado; o cão, que ia correndo a seu lado, reagiu metendo-se debaixo de seu nariz, e o cavalo empinou, levantando no ar os cascos do tamanho de um prato.
Inevitavelmente, o enorme cavaleiro foi jogado da cela e aterrissou aos pés de Ana, como um falcão caindo do céu, embora com menos graça; com as longas extremidades estendidas, perdendo seu chicote e seu chapéu de três pontas, o homem aterrissou com um espetacular chapinhar em um atoleiro de barro, fazendo saltar uma muralha de água suja sobre ela, molhando-a.
Todos ficaram imóveis, inclusive o cão.
Idiota, pensou Anna, embora não falasse. As viúvas respeitáveis, de certa idade, trinta e um anos dentro de dois meses, não diziam insultos, por mais impertinentes que fossem os cavalheiros.
Não, de maneira nenhuma.
— Espero que não tenha sofrido nenhum dano com a queda — disse sorrindo entre dentes para o homem ensopado. — Permita-me ajudá-lo a levantar-se?
Ele não correspondeu a sua amabilidade.
— Que diabo fazia no meio do caminho, sua tola?
Dizendo isso o homem se levantou do atoleiro e se plantou na frente dela, muito aprumado, da maneira irritante que adotam os cavalheiros com o fim de parecer importante quando acabam de fazer um papel ridículo.
As gotas de água suja que lhe desciam pelo rosto branco e marcado pelos sinais da varíola, lhe davam um aspecto horroroso.
As pestanas longas que emolduravam seus olhos negros e brilhantes como absintos não compensavam o nariz nem o queixo grandes nem os lábios magros e pálidos.
— Sinto muito — disse Anna, mantendo o sorriso. — Ia caminhando para casa. Naturalmente, se soubesse que você precisava de toda a largura da estrada...
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