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27 de abril de 2019

O Presente

Série Crônicas do Relógio de Bolso
Tavish Ranald, herdeiro de Laird Ranald deve se casar. 

É seu dever. Mas ele não está pronto. Ele ama alguém que ele nunca pode ter. Como ele pode se casar com a escolha de seu pai, Claire Morrison, quando outra mulher mantém seu coração e sempre será?
Cassandra Wren Calloway é uma rica herdeira americana que prefere ser a estudante universitária de espírito livre Cassie Wren. Mas quando ela perde sua alma gêmea , seu espírito e coração ficam alquebrados, ela não tem certeza de como pode seguir em frente. Então Gertrude, um espírito imortal, oferece a Cassie a oportunidade, passando sessenta dias em outro tempo, como outra pessoa. Cassie salta para a chance. Ela acorda como Claire Morrison, na Escócia do século XIV, e embarca na maior aventura da sua vida.O único problema é Tavish Ranald ...

Capítulo Um

O apartamento acima do Hooked Restaurante e Bar, 
Baltimore, Maryland, Domingo, 11 de agosto, 2013
Cassie Calloway ficou olhando para o smartphone na mão. Era o aniversário de sua irmã mais nova, Sloan. Não é que não quisesse chamar sua irmã; ela amava Sloan, mas temia que a chamada não fosse uma boa ideia, pois a última vez que estiveram juntas, trocaram duras palavras. Sloan, junto com a maioria do resto da família, tinha deixado muito claro que Cassie não era mais bem-vinda em suas vidas.
Ainda assim, ela não podia ignorar o aniversário de sua irmã.
Cassie digitou o número de Sloan, se perguntando se ela sequer iria responder. Depois de um momento a ligação foi estabelecida, mas houve silêncio na outra extremidade. Cassie decidiu que teria de falar primeiro.
— Oi, Sloan. Eu só estava ligando para desejar feliz aniversário.
— Cassandra. — Sua família se recusava a chamá-la de Cassie e Sloan conseguia fazer com que seu verdadeiro nome soasse como um palavrão. — Você não tem que ligar. Eu recebi o seu cartão.
— De qualquer maneira, eu queria ligar.
— Não consigo entender o porquê.
— Você é minha irmã. Eu te amo.
— Você tem um jeito engraçado de mostrar isso.
— Sloan, você nunca me deixou explicar.
— Não há explicação possível. Você chegou em casa no fim de semana da minha festa de debutante… careca. Não há desculpa. Primeiro você partiu o coração de mamãe quando você se recusou a ter a sua própria, mas você não poderia deixar por isso mesmo, não é? Tinha que estragar a minha. Foi algo impensado, imaturo e egoísta. Tenho é vergonha de você.
Tinha um pouco de exagero em dizer que ela tinha arruinado a festa de Sloan, pois ela não tinha estado completamente careca. Parecia mais um corte raspado porque já estava começando a crescer. Mas, quando seus pais viram o cabelo tosquiado de Cassie, assim como Sloan, se recusaram a ouvir suas razões e proibiram-na de ir ao evento. Desculpas foram inventadas… Cassie estava desesperadamente doente com uma gripe e a festa continuou como planejado.
Francamente, quando raspou a cabeça, ela não tinha pensado na festa de Sloan, que estava a cinco semanas de distância. Ainda assim, mesmo que lembrasse, não teria mudado nada.
— Sinto muito, Sloan. — Depois de uma pausa longa, ela perguntou: — Então, como você está? Você está animada para voltar a Valsar em um par de semanas? Há alguma aula que você está querendo ter?
— Estou bem. Eu não sou como você, não fico animada com a perspectiva de novos cadernos e lápis recentemente apontados e essa conversa acabou. Não ligue de novo, Cassandra. Você não é mais minha irmã.
Sloan desligou.
Não foi pior do que Cassie esperava. Ainda assim, doeu.
Ela suspirou profundamente, olhando a hora antes de colocar o telefone de lado. Trabalhava no andar de baixo como garçonete do Hooked e precisava se vestir. Seu turno começaria em breve.
Michael Roberts, o proprietário do Hooked, tinha renovado o velho edifício para parecer como o interior de um antigo navio a velas, com um tema de pirata. Por essa razão era muito popular entre os turistas. Mas os moradores também oo frequentavam. Hooked servia uma grande variedade de cervejas artesanais produzidas no local, e alguns dos melhores bolos e sopa de caranguejo Maryland, da área.
Claro que a equipe de garçons usava fantasias para combinar com o tema. Os homens ficavam com a parte mais fácil – calças pretas até o joelho, meias brancas, camisas brancas soltas, que se atavam ao pescoço e faixas de pirata vermelha. Por outro lado, o uniforme das mulheres era mais envolvente e destinava-se a atrair os clientes do sexo masculino. Elas usavam blusas camponesas de corte baixo, corpetes apertados destinadas a criar um pouco de busto, mesmo nos mais planos, saias vermelhas curtas, botas pretas, e uma bandana de pirata colorida em torno de suas cabeças.
Cassie se vestiu rapidamente e foi ao banheiro aplicar um pouco de maquiagem e ajustar sua bandana. Olhou para seu reflexo por um momento.
Ela mal tinha 1,58 de altura e era muito magra. Muito magra. Tinha perdido peso nos últimos meses. Seu cabelo castanho claro tinha crescido um par de polegadas agora e com seu tamanho diminuto e delicado fazia seus amigos dizerem que ela parecia uma fada.
Fofa.Sloan era bonita.
Sua mãe era a imagem da elegância.
Cassie era fofa.
Ela tocou o cabelo, lembrando-se do momento em que decidiu cortá-lo.
Depois de duas remissões e recaídas, os médicos de Tom acreditavam que teria mais chance de uma remissão a longo prazo com um transplante de medula óssea. A quimioterapia antes do transplante tinha sido áspera. Os efeitos colaterais duraram dias. Cassie o visitava todos os dias, ficando tanto quanto podia. As aulas tinham terminado bem antes que ele fosse para o hospital e ela tinha cortado seus turnos em Hooked para dois por semana.
Um dia ela foi visitá-lo, apenas alguns dias depois de ter recebido a medula óssea e ele estava miserável. Sua boca estava cheia de feridas, tinha dores de estômago terríveis, e estava exausto.
Pensando sobre isso e decidiu apenas perguntar-lhe.
— Então, o que você pensaria se eu raspasse minha cabeça?
— Eu acho que você está tentando roubar o meu novo look fantástico.
— Não, é sério.
— Eu acho que depende. Por que você quer?