A mulher cuja vida ele acabou de salvar em sua mesa…
A vida de Honoria como Viscondessa não tinha sido nada além de miséria que ela trouxe sobre si mesma por sua própria covardia. Presa durante anos em um casamento sem amor com um libertino cruel, ela ficou viúva pelas consequências da vilania dele. Agora, ela precisava enfrentar o homem com os olhos dourados e brilhantes, que fora o garoto que ela uma vez adorou, e o passado sombrio que ambos compartilharam.
À medida que a paixão deles reacende com o mesmo fervor da juventude, Honoria não pode deixar de começar a se perguntar… Ele permitirá a segunda chance que ela não merece?
Capítulo Um
Londres, novembro de 1865
Titus Conleith muitas vezes fantasiava ver Honoria Goode nua.
Ele sentia um amor insuportável por ela desde que tinha dez anos. Agora que ele era, sem dúvida, um homem aos quatorze e seu amor havia mudado.
Amadurecido, ele ousava apostar.
O que ele sentia por ela era uma espécie de reverência suave, uma espécie de incredulidade assombrada ao vê-la todos os dias. Era simplesmente difícil acreditar que uma criatura como ela existisse. Que ela se movia nesta terra. Na casa em que ele vivia.
O fato de ela ser três anos mais velha que ele, aos dezessete anos, era irrelevante, assim como o fato de ela ter três centímetros a mais que ele, ainda mais com suas botas de renda e saltos delicados. Não importava que não existisse nenhuma realidade na qual ele pudesse se aproximar dela. Que ele poderia ousar dirigir-se a ela.
A ideia de estar com ela em qualquer função estava tão além da compreensão que não merecia consideração. Ele era o ajudante da família de seu pai, Clarence Goode, o Barão de Cresthaven. Mais baixo, até, que a camareira. Ele limpava chaminés e buscava coisas, limpava estábulos e limpava cachorros que comiam melhor do que ele.
Quando ele e Honoria dividiam um quarto, ele ficava sob seus pés, às vezes literalmente.
Uma de suas lembranças favoritas talvez fosse a de um ano antes, quando ela havia marcado um passeio a cavalo no campo e não encontrou nenhum bloco usado para subir no cavalo. Titus foi chamado para unir as mãos para que Honoria pudesse usá-las como um degrau para subir na sela.
Ele tinha visto a parte superior da bota dela naquele dia, e um vislumbre da meia branca sobre a panturrilha quando presumiu ajudá-la a colocar o pé no estribo.
Foi a primeira vez que ela realmente olhou para ele. Na primeira vez, seus olhares se encontraram, enquanto o sol formava um halo em torno de seus cachos negros, como uma daquelas pinturas caras e lascadas da Madona que estavam penduradas na galeria do Barão.
Naquele momento, suas feições estavam igualmente cheias de graça.
— Você está sangrando — ela comentou, olhando para um ferimento raso na palma da mão dele, onde uma lasca no cabo de uma pá havia perfurado fundo o suficiente para tirar sangue. Sua bota havia deixado um pouco de sujeira no ferimento.
E ele mal sentiu a dor.
Titus cerrou o punho e o escondeu atrás das costas, baixando o olhar.
— Não é nada, senhorita.
Enfiando a mão no bolso, ela tirou um lenço branco passado e o pendurou na frente dele.
— Eu não vi, ou não teria…
— Honoria!
Titus Conleith muitas vezes fantasiava ver Honoria Goode nua.
Ele sentia um amor insuportável por ela desde que tinha dez anos. Agora que ele era, sem dúvida, um homem aos quatorze e seu amor havia mudado.
Amadurecido, ele ousava apostar.
O que ele sentia por ela era uma espécie de reverência suave, uma espécie de incredulidade assombrada ao vê-la todos os dias. Era simplesmente difícil acreditar que uma criatura como ela existisse. Que ela se movia nesta terra. Na casa em que ele vivia.
O fato de ela ser três anos mais velha que ele, aos dezessete anos, era irrelevante, assim como o fato de ela ter três centímetros a mais que ele, ainda mais com suas botas de renda e saltos delicados. Não importava que não existisse nenhuma realidade na qual ele pudesse se aproximar dela. Que ele poderia ousar dirigir-se a ela.
A ideia de estar com ela em qualquer função estava tão além da compreensão que não merecia consideração. Ele era o ajudante da família de seu pai, Clarence Goode, o Barão de Cresthaven. Mais baixo, até, que a camareira. Ele limpava chaminés e buscava coisas, limpava estábulos e limpava cachorros que comiam melhor do que ele.
Quando ele e Honoria dividiam um quarto, ele ficava sob seus pés, às vezes literalmente.
Uma de suas lembranças favoritas talvez fosse a de um ano antes, quando ela havia marcado um passeio a cavalo no campo e não encontrou nenhum bloco usado para subir no cavalo. Titus foi chamado para unir as mãos para que Honoria pudesse usá-las como um degrau para subir na sela.
Ele tinha visto a parte superior da bota dela naquele dia, e um vislumbre da meia branca sobre a panturrilha quando presumiu ajudá-la a colocar o pé no estribo.
Foi a primeira vez que ela realmente olhou para ele. Na primeira vez, seus olhares se encontraram, enquanto o sol formava um halo em torno de seus cachos negros, como uma daquelas pinturas caras e lascadas da Madona que estavam penduradas na galeria do Barão.
Naquele momento, suas feições estavam igualmente cheias de graça.
— Você está sangrando — ela comentou, olhando para um ferimento raso na palma da mão dele, onde uma lasca no cabo de uma pá havia perfurado fundo o suficiente para tirar sangue. Sua bota havia deixado um pouco de sujeira no ferimento.
E ele mal sentiu a dor.
Titus cerrou o punho e o escondeu atrás das costas, baixando o olhar.
— Não é nada, senhorita.
Enfiando a mão no bolso, ela tirou um lenço branco passado e o pendurou na frente dele.
— Eu não vi, ou não teria…
— Honoria!
2-Problemas de Cortejo