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30 de dezembro de 2018

Amanhecer em Óregon

Série Óregon
Derek Herring ama seu lar, a granja e as terras férteis onde vive em pleno coração do Óregon, onde nunca sentiu falta de nada, nem do amor de uma mulher.

Escapando de seu passado em São Francisco e sem ninguém que lhe estenda uma mão, Faith Leiner está no limite de suas forças.
Em uma virada do destino ambos se encontram e Derek decide que não pode abandoná-la a sua sorte.
Ela busca uma nova oportunidade. Ele não tem nada para oferecer, salvo o fruto de seu trabalho duro, mas, pouco a pouco entre os dois vai se forjando um sentimento que mudará suas vidas.

Comentário Sil: Muito delicada e emocionante esta história do Derek e da Faith. Uma gravidez naquela época sendo solteira deveria ser assustador. Me apaixonei pelo casal, a historia em si é simples, mais foi contada de forma maravilhosa, e todas as mulheres deveriam ter a chance de encontrar um homem incrível como o Derek em suas vidas. Observei a utilização de tantas palavras que não se usam mais, mas que no contexto da obra e no período em que foi citada foi perfeito.
Capítulo Um

São Francisco, 1888
Não é boa ideia. Não é boa ideia, repetiu.
Porém, Faith Leiner não podia fazer outra coisa, sem ainda ter uma boa explicação preparada se chegasse a ser encontrada no primeiro andar. Entrou no corredor e deu uma olhada parcial no vestíbulo da casa. Atenta, aguçou o ouvido para notar se alguém se aproximava. Temia menos aos seus patrões que a qualquer membro do serviço da família Gleason, em especial a senhora Bingham — a governanta — que não duvidaria em informar sobre aquela transgressão e recomendar que fosse jogada à rua.
Quando esteve segura de não ser vista, segurou firme a caixa de aparelhos que levava sob o braço e fechou a porta, dirigindo-se silenciosamente para o vestíbulo.
Tinha decidido enquanto limpava a prata. A dúvida e o nervosismo tinham abalado fortemente uma segurança que ela considerava indestrutível, mas apenas alguns comentários maliciosos de seus colegas foram necessários e ela já estava hesitante.
Amaldiçoava-se por sua fraqueza, mas se recordava do último ano e lhe aquecia o coração enquanto formava um meio sorriso. Tudo valera a pena. Tudo. A segurança, o prazer, o amor, a surpresa...
Por eles, sua atual determinação e ousadia eram, talvez, produto do desespero, mas também do querer saber, de ter uma confirmação que mitigasse as aborrecidas dúvidas que agora ressoavam em seu estômago em forma de pontadas de apreensão.
Sem ninguém à vista, e com as escadas limpas, apressou o passo e subiu rapidamente, sem se permitir olhar para trás, chegando ao piso superior com o coração acelerado.
Em um ato reflexo, se escondeu atrás de um busto que repousava em cima de um largo pé de mármore. No princípio — antes dela chegar a casa — era de madeira, mas após umas férias da família na Europa, a senhora Gleason convenceu todos que o mais acertado e elegante seria tê-lo sobre uma base de mármore e assim o fizeram.
Até agora estava com sorte, mas ainda deveria percorrer o longo corredor até o último aposento do fundo, seu destino. Talvez fosse mais fácil chegar a ele pelas escadas de serviço, bem ao lado, mas seria muito mais arriscado. Ao contrário daquelas que acabava de subir, as quais ela costumava utilizar diariamente, que eram muito mais utilizadas. Se as escolhesse seria provável ter que dar algumas explicações que pretendia evitar. Naquela casa — e pensava que nas demais também — se desviar do trabalho encarregado, teria como punição ficar sem o meio dia livre de que dispunha. Isso se tivesse sorte.
Tomando coragem saiu de seu precário esconderijo e correu pelo corredor. Uma vez diante da porta olhou para ambos os lados e, com toda a suavidade que foi capaz, abriu e entrou.
No aposento tudo era escuridão e silêncio. O suave ruído da porta ao se fechar ecoou no quarto, embora não tenha percebido resposta por ele. Faith só era capaz de ouvir as loucas batidas de seu coração e a sua respiração acelerada, que foram diminuindo quando percebeu aquilo.
Pronto. E agora o que?
Aquele era um dos problemas de sua impulsiva decisão. Reagia antes de pensar. 







Série Óregon
1 - Viagem ao Óregon
2 - Amanhecer em Óregon
Série Concluída

24 de dezembro de 2018

Viagem ao Óregon

Série Óregon
A vida da inocente Emma se encontra atormentada por dificuldades econômicas que a mantêm afastada das posições mais influentes da sociedade de Chicago.

Quando ela recebe uma herança inesperada acredita poder endireitar sua vida com ela, mas para isso deve percorrer uma longa distância para o desconhecido e chegar com segurança em Oregon.
Para o capitão do 9º de Cavalaria Craig Beckett, o cumprimento da lei e servir os outros são tarefas sagradas, embora isso dificulte a vida para ele. Sua viagem tem um propósito e não pretende se desviar dele por qualquer motivo. Que seus caminhos se cruzem será inevitável, bem como as decisões que ambos irão tomar. Centenas de quilômetros e um único propósito. Uma viagem na qual, quando tudo acabar, nenhum deles será o mesmo.

Capítulo Um

Janeiro de 1883.
Craig bateu repetidamente no piso de madeira desgastado com a ponta de sua bota em um claro sinal de impaciência. A única coisa que necessitava era reabastecer os suprimentos e colocá-los nos alforjes para continuar com a viagem que se lhe atribuíra.
Em troca, o vendedor do armazém estava muito ocupado para lhe prestar atenção, imerso nos infinitos rolos de tecidos que mostrava a uma senhora, vestida com tal elegância que parecia saída da missa de domingo.
Apoiou-se no balcão e observou os frascos bem alinhados nas estantes, enquanto que pelo rabo do olho não perdia Edgar de vista. O menino, com seu quente abrigo de pele e as mãos nas costas, havia percorrido todo o armazém de víveres e equipamentos, parando para xeretar em frente ao barril repleto de ferramentas de lavoura, onde se destacavam os forcados e as enxadas.
Sorriu baixinho. Deveria estar ouvindo seus lamentos por tê-lo obrigado a cavalgar durante horas e, sem dúvida, tudo eram bons modos. Ainda que também não lhe passasse por alto que a vida no campo parecesse tão estranha quanto fascinante, longe dos caros colégios e belas mansões de St. Louis. Porque o neto do velho Eugene Coleman, que comandava Fort Riley, era tímido, mas isso não impedia que durante todo o caminho fizesse perguntas sobre a vida militar, a vegetação ou as batalhas que ele lutara contra os índios.
A campainha da porta da rua tilintou enquanto uma rajada de ar gelado entrava no armazém, eriçando a pele de sua nuca. Tratava-se de uma nova cliente e Craig se ergueu rapidamente, em uma postura muito mais formal.
— Senhora… — saudou-a, tirando o chapéu em sinal de respeito.
Ela ergueu a vista e observou seu uniforme azul, o que lhe provocou um sorriso contido antes de se perder entre as estantes.
Era um dia frio de inverno em Missouri, com os campos e caminhos cobertos por uma capa de neve recém caída. O mais sensato seria permanecer em casa junto ao fogo, salvo se tivesse uma missão para completar, como era o seu caso. No entanto, aquelas duas mulheres deixavam a comodidade do lar para realizar algumas compras que não pareciam ser urgentes.
Mulheres! Pensou.
Cansado de esperar sua vez, se aproximou do balcão dos tecidos.
— Senhor, não há ninguém mais para atender? — perguntou em um tom tão profundo quanto exigente. — Preciso de pão de milho, compota de maçã e algumas coisas mais para continuar com nosso caminho.
O homem assentiu, acostumado às demandas da clientela.
— Não tema, soldado. Não me esqueci de você.
— Capitão Beckett. — Corrigiu-o em uma resposta involuntária.
Ia acrescentar mais quando se viu interrompido por dois disparos que pareciam muito perto, tão claros como o piar dos pássaros na primavera. Instintivamente levou a mão sobre sua arma, sacando-a, enquanto gritava ao menino:
— Ao chão!








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Série Concluída