Série Óregon
A vida da inocente Emma se encontra atormentada por dificuldades econômicas que a mantêm afastada das posições mais influentes da sociedade de Chicago.
Quando ela recebe uma herança inesperada acredita poder endireitar sua vida com ela, mas para isso deve percorrer uma longa distância para o desconhecido e chegar com segurança em Oregon.
Para o capitão do 9º de Cavalaria Craig Beckett, o cumprimento da lei e servir os outros são tarefas sagradas, embora isso dificulte a vida para ele. Sua viagem tem um propósito e não pretende se desviar dele por qualquer motivo. Que seus caminhos se cruzem será inevitável, bem como as decisões que ambos irão tomar. Centenas de quilômetros e um único propósito. Uma viagem na qual, quando tudo acabar, nenhum deles será o mesmo.
Capítulo Um
Janeiro de 1883.
Craig bateu repetidamente no piso de madeira desgastado com a ponta de sua bota em um claro sinal de impaciência. A única coisa que necessitava era reabastecer os suprimentos e colocá-los nos alforjes para continuar com a viagem que se lhe atribuíra.
Em troca, o vendedor do armazém estava muito ocupado para lhe prestar atenção, imerso nos infinitos rolos de tecidos que mostrava a uma senhora, vestida com tal elegância que parecia saída da missa de domingo.
Apoiou-se no balcão e observou os frascos bem alinhados nas estantes, enquanto que pelo rabo do olho não perdia Edgar de vista. O menino, com seu quente abrigo de pele e as mãos nas costas, havia percorrido todo o armazém de víveres e equipamentos, parando para xeretar em frente ao barril repleto de ferramentas de lavoura, onde se destacavam os forcados e as enxadas.
Sorriu baixinho. Deveria estar ouvindo seus lamentos por tê-lo obrigado a cavalgar durante horas e, sem dúvida, tudo eram bons modos. Ainda que também não lhe passasse por alto que a vida no campo parecesse tão estranha quanto fascinante, longe dos caros colégios e belas mansões de St. Louis. Porque o neto do velho Eugene Coleman, que comandava Fort Riley, era tímido, mas isso não impedia que durante todo o caminho fizesse perguntas sobre a vida militar, a vegetação ou as batalhas que ele lutara contra os índios.
A campainha da porta da rua tilintou enquanto uma rajada de ar gelado entrava no armazém, eriçando a pele de sua nuca. Tratava-se de uma nova cliente e Craig se ergueu rapidamente, em uma postura muito mais formal.
— Senhora… — saudou-a, tirando o chapéu em sinal de respeito.
Ela ergueu a vista e observou seu uniforme azul, o que lhe provocou um sorriso contido antes de se perder entre as estantes.
Era um dia frio de inverno em Missouri, com os campos e caminhos cobertos por uma capa de neve recém caída. O mais sensato seria permanecer em casa junto ao fogo, salvo se tivesse uma missão para completar, como era o seu caso. No entanto, aquelas duas mulheres deixavam a comodidade do lar para realizar algumas compras que não pareciam ser urgentes.
Mulheres! Pensou.
Cansado de esperar sua vez, se aproximou do balcão dos tecidos.
— Senhor, não há ninguém mais para atender? — perguntou em um tom tão profundo quanto exigente. — Preciso de pão de milho, compota de maçã e algumas coisas mais para continuar com nosso caminho.
O homem assentiu, acostumado às demandas da clientela.
— Não tema, soldado. Não me esqueci de você.
— Capitão Beckett. — Corrigiu-o em uma resposta involuntária.
Ia acrescentar mais quando se viu interrompido por dois disparos que pareciam muito perto, tão claros como o piar dos pássaros na primavera. Instintivamente levou a mão sobre sua arma, sacando-a, enquanto gritava ao menino:
— Ao chão!
Adoro os clássicos históricos, e essa sugestão é muito boa...Parabéns!!
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