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18 de abril de 2009

O Campeão

Série Cavaleiros da Rosa Negra

Se deliciem com as fascinantes histórias escritas por autores diferentes: Suzanne Barclay; Ana Seymour; Shari Anton.


ENQUANTO O MISTÉRIO SE REVELAVA, O AMOR DELES TAMBÉM...

Recém-chegado das Cruzadas, Simon de Blackstone tinha pensado em confrontar seu passado, não se achar o principal suspeito de um assassinato que não cometeu. No entanto, para descobrir o verdadeiro assassino, ele não tinha escolha a não ser unir forças com Linnet Especer, uma mulher que ele tinha todos os motivos para desprezar.

Mas a dama estava se provando difícil de odiar. E enquanto os dois chegavam perigosamente perto de descobrir a verdade por trás do mal que ameaçava os dois, Simon começou a perceber que faria qualquer coisa para proteger Linnet do mal... e lutaria até a morte por sua honra e amor.


Prólogo

Inglaterra,  10 de maio, 1222
Seguiam no rumo norte, pela estrada entre York e Durleigh, seis cavaleiros das Cruzadas em surrados tabardos cinza com uma rosa negra costurada sobre o coração, um bebê com cerca de um ano e Odetta, uma cabra mais encrenqueira do que os sarracenos que haviam enfrentado no Oriente.
Densas nuvens escuras obscureciam o sol do meio-dia. A brisa fria que lhes fustigava as costas anunciava chuva, desencorajando a permanência na trilha.
Não que Simon de Blackstone quisesse permanecer. Estabelecera um ritmo acelerado desde o momento em que arrancara os companheiros do saco de dormir na escuridão que antecedia a aurora, com intenção de estar em Durleigh no meio da tarde.
Ignorando o desconforto, a exemplo de muitas outras provações que a vida lhe atirara, concentrou-se no caminho enlameado à frente. Seus pensamentos, todo o seu ser tinha como objetivo alcançar a cidade a meio dia de jornada na direção norte.
Seu destino era Durleigh, onde se criara e se sagrara cavaleiro, na casa do lorde Edmund de Meresden. Durleigh, sede da grande catedral presidida pelo bispo Thurstan de Lyndhurst.
O homem que o gerara...
Simon endureceu o queixo, o calor da raiva combatendo o frio úmido. Esperara três longos anos para confrontar-se com o padre que lhe dera vida mas nunca se incomodara em assumi-lo. Três anos amargando o conhecimento de que toda sua vida fora uma mentira!
—Vamos ter que parar murmurou Guy de Meresden, que cavalgava à direita de Simon.
—Parem vocês. Eu, não. Não enquanto não tiver visto o poderoso bispo e arrancado uma penitência por seus pecados.
As palavras entalaram-se na garganta de Simon.
Quatro anos antes, duzentos homens haviam partido de Durleigh rumo ao Oriente. Apenas seis voltaram vivos, e Simon considerava os cinco camaradas tão preciosos quanto a família que jamais tivera.
Suspirando, Simon olhou por sobre o ombro para o resto da tropa.
Hugh, Bernard, Gervase e Nicholas eram veteranos de longas marchas e rações escassas, mas suas montarias começavam a fraquejar e Odetta também cambaleava. Se a maldita cabra desmaiasse agora, a pequenina Maudie não teria leite no jantar.
— Tinha esperança de chegar hoje a Durleigh - resmungou Simon.
— Eu também, meu amigo. - Guy sorriu, os dentes brancos em contraste com a pele morena que denunciava sua herança mestiça. Segundo sua mãe sarracena, era filho legítimo de lorde Edmund de Meresden, nascido depois que este trocara Acre pela Inglaterra.
- Estamos igualmente ansiosos para nos confrontar com nossos pais, ainda que por motivos diferentes. De qualquer forma, os cavalos precisam de água e descanso.
Relutante, Simon concordou com um grunhido e olhou de novo por sobre o ombro.
— Vamos parar um pouco naquele prado.
Nicholas de Hendry sorriu.
— Sabe, conheço uma estalagem mais adiante onde servem uma cerveja...
E onde há muitas garotas - completou Símon, rabugento.
Nicholas apagou o sorriso fácil com que tentava seduzir todas as mulheres que encontrava.
— Já não sou o selvagem que era na juventude.
— Perdoe minha língua afiada — pediu Simon, embora pensasse: uma vez tratante, sempre um tratante.
Quatro anos de convivência forjaram um vínculo entre ambos, mas o fato era que não apreciava a conduta licenciosa de Nicholas. Quem imaginava quantos bastardos Nick gerara e abandonara pelo país? Assim como o bispo Thurstan o abandonara.
— Leve-nos a essa estalagem, então.
— Eu mudei - replicou Nicholas, ríspido, antes de assumir o lugar de Simon à frente da coluna..
— Ele entende porque você se sente assim - afirmou Guy.
— Não, não creio que alguém entenda, nem mesmo você.— Simon voltou três anos no tempo, quando irmão Martin, confessor do grupo deles nas Cruzadas, adoecera. Na hora da morte, o padre lhe revelara um segredo surpreendente: era filho do bispo Thurstan.
— Pelo menos, seu pai se casou com sua mãe.
— E, mas lorde Edmund jurou nunca voltar para ela - retrucou Guy.— E nunca voltou. Talvez quisesse esquecer que desposara uma mulher infiel.., apesar de ela ter-se tornado cristã.
— Você conheceu sua mãe. Ela o criou, amou, e você cuidou dela quando ficou adulto. Eu não tenho idéia do que aconteceu com minha mãe. — A dor cortava as entranhas de Simon. — Ele a abandonou e me ignorou, embora vivêssemos na mesma cidade.
— Pode ter tido um bom motivo...
— Que nada! Queria preservar a reputação, o bispo Thurstan - grunhiu Simon. — Mas eu o confrontarei com seu mau ato e conseguirei o nome de minha mãe,
para encontrá-la. — Pensar nela, sozinha e provavelmente desamparada, era quase insuportável.
— A estalagem — anunciou Nicholas, ao dobrar uma curva na estrada e avistar um vilarejo.
O rebuliço foi grande enquanto desmontavam no pátio do estabelecimento, os cavalos relinchando e agitando as cabeças, Odetta balindo alto. A pequena Maud acordara sobressaltada e lamuriava-se. — Calma, já vamos lhe dar seu leite...
Hugh de Halewell embalava o bebê. Não combinava nada com seus braços maciços a pequena criatura de cabelos negros, mas ali ela viajara de Acre à Inglaterra, embora não fosse sua filha. Maud era filha de uma prisioneira do mesmo campo do qual os cavaleiros haviam resgatado Hugh. Em seu último suspiro, a mulher implorara a ele que lhe salvasse a filha. E o cavaleiro assumira o encargo com a maior seriedade.
— Acho que precisa trocar-lhe as fraldas de novo - murmurou Simon.
Hugh olhou desgostoso para a mancha molhada em seu tabardo.
— Não é de admirar que minha cota de malha esteja sempre enferrujada... — divertiu-se, os olhos azuis cintilantes.
Simon contemplou a fralda que Hugh pendurara na ponta da lança para secar.
— E temos mais roupa para lavar do que todo um acampamento de Cruzada.
A porta da estalagem se abriu e um homem troncudo espiou para fora.
— Ei, o que é que... — Arregalou os olhos. — Sir Nicholas?
— Eu mesmo. Que bom que se lembra de mim, mestre...


Série Cavaleiros da Rosa Negra
1 - O Campeão
2 - O Cavaleiro da Cruzadas
3 - O Conquistador
Série Concluída

O Cavaleiro das Cruzadas

Série Cavaleiros da Rosa Negra


ELE JUROU QUE ERA UM HOMEM MUDADO.

Quando Nicholas Hendry voltou a salvo das Cruzadas, jurou que não cortejaria mais qualquer mulher no condado. Mas ele não contava com os encantos flamejantes da filha do estalajadeiro, Beatrice Thibault. Uma jovem senhorita sem espaço em sua vida ou seu coração para ele!
Se Beatrice Thibault tivesse as coisas do seu jeito, Nicholas Hendry nunca saberia sobre o filho que ele havia gerado. De fato, o homem era mais patife do que cavaleiro aos seus olhos não importando o quão atraentes fossem suas maneiras ou caloroso seu sorriso, ela nunca sucumbiria aos seus encantos.

Capítulo Um

— Será impossível permanecer sentado no cavalo se continuar bebendo assim
— disse Gervase de Palgrave, afastando a garrafa que a garçonete sorridente lhe oferecia.
O outro cavaleiro esparramado na cadeira a sua frente, franziu as sobrancelhas, piscou de modo exagerado e impediu que a jovem a seu lado se afastasse, segurando seu braço com mão firme.
A garrafa de bebida espatifou-se no chão.
— Em nome de todos os santos, Nick, você está bêbado como um gambá!
— exclamou Gervase, dando um pulo da banqueta na qual se sentava e passando as mãos nas pernas, onde o líquido respingara nas roupas. — Vou ficar cheirando como uma adega.
O companheiro permaneceu sentado, mas lançou um olhar de remorso para a jovem que os servira, murmurando com delicadeza, e temperando as desculpas com um sorriso:
— Lamento muito pelo estrago, minha querida. Não foi de propósito.
Como por encanto, toda a zanga que a moça sentia desapareceu do rosto redondo.
— Foi um acidente, meu senhor — respondeu, o olhar fixo no belo cavaleiro.
Mesmo após o cansaço de muitas semanas de viagem, as feições másculas de Nicholas de Hendry faziam com que todos o olhassem com admiração.
Enquanto a moça retirava a jarra molhada às pressas, e limpava o liquido derramado com a própria saia, Gervase voltou a sentar-se, resmungando com desagrado.
— O que há com você, meu amigo? Falta pouco para chegarmos a Hendry Hall, entretanto insiste em ficar aqui, nesta estalagem, como um coelho assustado na toca. Não está ansioso para rever sua família?
Os dois cavaleiros eram os únicos clientes na pequena estalagem que, na realidade, não passava de uma cervejaria, em nada comparável com o estabelecimentos grandes e animados que haviam visitado na longa viagem de volta à casa.
Nicholas fincou os cotovelos sobre a mesa, e ficou olhando para o fundo do copo que tinha à frente. Depois de uma longa pausa, suspirou, murmurando, sem erguer o olhar:
— É verdade...
Gervase pareceu contente por convencer o companheiro.
— Então, vamos embora, homem! Garanto que devem existir algumas damas ansiosas para rever seu rosto feio quando voltar para casa. — Com o canto do olho observou a jovem que os atendera e que não parava de encarar Nicholas. — Aliás, não precisa nem voltar para encontrar as que o admiram.
Nicholas tornou a sorrir para a jovem que ficou vermelha como um pimentão. Mexendo-se sem parar, nervosa e desengonçada, ela ficou segurando com força a garrafa de bebida em uma das mãos e a barra do vestido ensopado na outra.
— Será que os cavalheiros.., meus senhores... gostariam de mais cerveja?
Nicholas deu um suspiro, arrastando um banco para longe da mesa, com um certo esforço.
— Não, minha querida. Meu amigo tem razão. Já é mais do que tempo de voltar para casa. — Levantou-se, encarando o companheiro.
— Aceitará a hospitalidade de Hendry Hall esta noite antes de prosseguir viagem, Gervase?
O outro rapaz inclinou a cabeça, concordando.
— Gostaria muito de conhecer seu pai. Vai se sentir orgulhoso de dar as boas-vindas para o filho herói.
Nicholas riu sem alegria.
— Quer dizer que o fato de termos sobrevivido na guerra nos transforma em heróis?
Gervase pegou as luvas que deixara sobre a mesa e levantou-se também, comentando:
— Todos os cruzados que retornam aos lares são heróis, Nick.


Série Cavaleiros da Rosa Negra
1 - O Campeão
2 - O Cavaleiro das Cruzadas
3 - O Conquistador
Série Concluída

O Conquistador

Série Cavaleiros da Rosa Negra

A DAMA SERIA SUA NOIVA!

A promessa de terra e casamento à bela Lady Claire, a filha mais nova de seu lorde, fora motivo suficiente para enviar Bernard Fitzgibbons para lutar nas Cruzadas durante quatro longos anos. Anos que transformaram o jovem inexperiente em um homem completo um guerreiro que viveu para o dia em que reivindicaria suas recompensas e se estabeleceria com uma esposa e família.
Mas o triunfo de seu retorno à Inglaterra transformara-se em cinzas, pois não apenas Lorde Setton lhe negara sua terra, como também comprometera Claire com outro. Agora Bernard tinha mais um inimigo para vencer, pois no fundo de seu coração, ele sabia que nunca poderia deixá-la ir!



Castelo de Dasset, 1222
-Bernard Fitzgíbbons?

Será mesmo você? Continua vivo?
Do alto da montaria, Bernard sorriu para o velho Peter. Compreendia bem a surpresa do encarregado do estábulo. Poucos, inclusive ele mesmo, tinham esperado que Bernard Fitzgibbons voltasse das Cruzadas.
- Sim, Peter, eu sobrevivi. Difícil de acreditar, não é?
- Bernard perguntou enquanto desmontava.
- Muito. Cerca de um ano atrás, ouvimos falar que você tinha morrido na Terra Santa.
E, há poucas semanas, chegou um mensageiro, de uma abadia perto de York, trazendo a notícia que você estava lá com a perna quebrada. Não sabíamos em que acreditar!
A falsa notícia de sua morte viera com um comandante inglês que havia voltado da Terra Santa no outono anterior. Ele chegara à conclusão errada com alguma razão. Quando Bernard e outros cinco cavaleiros não apareceram a fim de embarcar no navio para a viagem do outono, o comandante deduzira que os seis tinham perecido ao lado dos companheiros de armas.
Não haviam morrido, e sim ido libertar um cavaleiro de uma prisão sarracena. Tinham obtido êxito, mas também perdido a viagem do outono, o que os obrigara a esperar pela da primavera.
- Obviamente, não morri, mas na verdade, quebrei a perna após chegar à Inglaterra. Os monges foram muito bondosos ao me acolher e cuidar de mim até que eu pudesse andar novamente - disse ele, preferindo não contar a Peter tudo sobre o acidente embaraçoso.
Bernard ainda achava inacreditável ter sobrevivido às Cruzadas com apenas uns arranhões e sofrer um ferimento maior ao voltar delas. Intrigado, Peter observou a montaria.
- Este não é o cavalo que você levou daqui ao partir
- comentou.
Bernard deu uns tapinhas no pescoço do garanhão que o tinha servido tão bem durante quatro anos.
- O pangaré que lorde Setton me deu agüentou só dois dias. Morreu na estrada para Londres. Para sorte minha, o bolso do bispo Thurstan era grande e caritativo.
Que Deus o tenha!
Peter curvou a cabeça e persignou-se ao ouvir a menção ao bispo Thurstan de Durleigh que arregimentava homens de sua diocese inteira para formar “OS Cavaleiros da Rosa Negra”. Da grande e gloriosa companhia, que havia partido de Durleigh a fim de lutar contra os infiéis na Terra Santa, apenas seis tinham sobrevivido.
Simon, paladino ímpar cuja liderança os havia salvado várias vezes;
Nicholas, malandro que podia seduzir uma mulher e brandir a espada com a mesma facilidade;
Hugh, guerreiro intrépido que salvara a vida de Bernard várias vezes;
Gervase, barão cuja habilidade de curandeiro lhe dava muito trabalho;
Guy, forasteiro, de dupla descendência, em busca de uma única identidade.
Eram cavaleiros da mais alta fidalguia que tinham tomado Bernard, camponês incompetente, sob sua proteção até que ele assimila-se as duras lições da guerra e se igualasse a eles.
Amigos excelentes que socorriam Bernard em ocasiões de perigo bem como podiam contar com ele em qualquer momento.
Nicholas já requisitara a ajuda de Bernard e os dois haviam se divertido muito salvando a adorável Beatrice Thibault de um indivíduo inescrupuloso. A aventura tinha permitido que Bernard experimentasse bem a recuperação da perna fraturada, mas também atrasado seu retorno a Dasset.
Nesse dia, finalmente, ia cobrar a recompensa prometida.
Riqueza na forma de terras em seu nome. Casamento com Claire Setton.
Quantas vezes apenas a promessa desses prêmios o ajudara a suportar o calor do deserto e a imundície dos acampamentos.
Ansioso para cuidar do assunto, perguntou:
- Você tem uma baia para meu garanhão, Peter?
- Tenho, sim. Lorde Odo vendeu os piores cavalos e...
Surpreso, Bernard o interrompeu:
- Odo?! Ele estava à morte quando parti.
- Tem razão, mas ficou bom. Odo sempre contrariou as expectativas. E continua fazendo isso.
Bernard tirou as luvas e as enfiou na sacola grande, acomodada na garupa da montaria. Pensava que o velho lorde tinha morrido anos atrás.
A morte iminente de lorde Odo Setton tinha trazido o bispo Thurstan a Dasset para ouvir-lhe a última confissão. Desesperado para cumprir a penitência exigida pelo sacerdote, Setton implorara a Bernard para empunhar a cruz e aderir à companhia do bispo, saldando-lhe a dívida religiosa e a contribuição de Dasset às Cruzadas.
Aflito ao ver Bernard hesitar, prometera-lhe uma recompensa: uma propriedade e o casamento com Claire, sua filha caçula, quando ele voltasse das Cruzadas.
Só um perfeito idiota recusaria a oferta, mesmo não tendo esperança de voltar vivo para cobrá-la.
Ele havia sobrevivido. E até adquirido ótima aparência. Durante esses anos, tivera certeza de que receberia a recompensa das mãos de Julius, o filho mais velho e, portanto, o herdeiro de Dasset.
Sempre fora mais fácil tratar com o filho do que com o pai.


Série Cavaleiros da Rosa Negra
1 - O Campeão
2 - O Cavaleiro das Cruzadas
3 - O Conquistador
Série Concluída