Série Natal
Dezembro de 1890: onze dias antes do Natal, Clarice e seu marido o reverendos Dominic Corde, chegam à idílica aldeia de Cottisham para fazer-se encarregados dos paroquianos do reverendo Wynter, o qual está tomando umas merecidas férias.
Com suas lindas casas de telhados de palha, rodeadas de neve, Cottisham é justamente o contrário da lúgubre paróquia londrina que os Corde deixaram para trás.
Mas enquanto Dominic se dispõe a dar uma boa impressão a sua nova congregação, Clarice sente que algo não funciona, pressente que há algum fio solto nos sorrisos de boas-vindas dos aldeãos, que bem poderiam estar ocultando algum segredo obscuro.
Quando um descobrimento surpreendente confirma suas suspeitas, Clarice não pode resistir a ir até o fundo da questão.
É possível que o reverendo Wynter não seja o que parece? Há alguma ovelha negra no rebanho?
Uma coisa é certa: Clarice está resolvida a descobrir a verdade... embora isso implique pôr sua vida em perigo.
Capítulo Um
Clarice Corde se reclinou para trás em seu assento enquanto o trem saía da estação, envolvido em uma nuvem de vapor.
O cisco saía voando pelos ares em todas as direções e o motor rugia à medida que ganhava velocidade.
A chuva golpeava contra a janela e Clarice mal conseguia ver os reluzentes telhados de Londres. Era 14 de dezembro de 1890, faltavam dez dias para a Véspera do natal.
Estava casada pouco mais de um ano e não conseguia acostumar-se a ser a mulher de um pastor. Nem a obediência, nem o tato eram qualidades naturais nela, e as impunha com considerável esforço, mas o fazia por Dominic.
Olhou-o de esguelha e o viu imerso nas profundidades insondáveis de seus pensamentos.
Sabia que o preocupava estar à altura das circunstâncias que se apresentaram de maneira tão inesperada.
O velho reverendo Wynter tomou umas férias muito merecidas; de maneira que sua igreja, no pequeno povoado de Cottisham, necessitava alguém que o substitui-se no cuidado de seu rebanho durante o Natal.
Dominic tinha aproveitado a ocasião.
Depois de ficar viúvo tinha abandonado uma vida dada de presente e tinha abraçado o ministério um pouco tarde.
Talvez ninguém, exceto Clarice, adivinhasse as dúvidas que se ocultavam atrás de seu rosto atraente e suas maneiras agradáveis.
Amava-o ainda mais porque sabia que era consciente de suas próprias debilidades e também do poder de seus sonhos.
Dominic ergueu a vista e sorriu a sua esposa.
Clarice voltou a sentir uma vez mais a reconfortante sensação de que tivesse escolhido a ela: a irmã mais torpe, a que não demonstrava muito tato ao falar e tinha um desastroso senso de humor, e não a qualquer das mais confiáveis e mais convencionais belezas que desejavam suas atenções.
Aquela oportunidade para ir a Cottisham, no condado de Hertfordshire, representava o melhor presente de Natal que lhes podiam ter feito.
Permitia-lhes escapar do reverendo Spindlewood e da inóspita região industrial de Londres para onde Dominic tinham sido enviado como ajudante do pastor.
Série Natal
1 - Uma Viagem de Natal
2 - Uma Visita Natalina
3 - Uma Convidada de Natal
4 - Um Segredo de Natal
5 - A Christmas Beginning
6 - A Christmas Grace
7 - A Christmas Promise
8 - A Christmas Odissey
9 - A Christmas Homecoming
10 - A Christmas Garland
11 - A Christmas Hope
12 - A New York Christmas
13 - A Christmas Escape
14 - A Christmas Message
15 - A Christmas Return
16 - A Christmas Revelation
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18 de dezembro de 2011
16 de dezembro de 2011
Uma Convidada De Natal
Série Natal
Mariah Ellison, a irritável avó da série do inspetor Pitt, se vê forçada a passar o Natal em Romney Marshes com os Fielding.
Mas passar o Natal com eles era algo muito diferente do que estava acostumada.
Quando chega uma prima da família, Maude Barrington, a avó se vê no limite de sua resistência.
Maude parece uma pessoa um pouco fina, algo estranha e fascinante, embora se ocupe bem de não dizer a ninguém e manifestar em público um ligeiro desdém.
Mas quando ela aparece morta, a avó, tentando descobrir o que ocorreu, deverá enfrentar revelações surpreendentes sobre seu próprio passado.
Uma visita natalina em Romney Marshes tem a combinação perfeita de mistério e crime na ambígua sociedade vitoriana, sem esquecer uma ração generosa de alegria natalina.
Capítulo Um
— Nego-me! — disse indignada Mariah Ellison. Aquilo era intolerável.
— Temo que não haja alternativa — respondeu Emily. Emily vestia um lindo vestido de cor verde água marinha, com amplas mangas na moda e uma saia que chegava até o chão.
A delicada cor loira de seus cabelos a fazia parecer mais bonita do que era, e ter se casado com um homem rico dava certos ares de grande dama, acima de sua condição.
— Claro que há alternativa! — respondeu em tom brusco sua avó, levantando os olhos e olhando-a fixamente de sua poltrona da sala — Sempre há alternativa. Pelo amor de Deus, por que quer ir à França? Só faltam oito dias para o Natal!
— Na realidade, nove — corrigiu-a Emily — Nos convidaram para passar o Natal no vale do Loire. — Dá no mesmo que lugar da França seja. Em todo caso não é a Inglaterra. Teremos que cruzar o canal. A travessia será dura e nos poremos todos doentes.
— Sei que será pesado para você — admitiu Emily— E a viagem de trem a Paris poderia ser aborrecida, e talvez fria nesta época do ano.
— O que quer dizer com "talvez"? — replicou sua avó — Não cabe a menor duvida de que o será.
— Então possivelmente seja melhor que não a tenham convidado — Emily esboçou um leve sorriso — Assim não terá que se incomodar em pensar como declinar com elegância o convite.
A avó tinha a clara suspeita de que aquilo era um sarcasmo de Emily.
Também era consciente de algo desagradável e doloroso.
— Devo deduzir que me deixará sozinha nesta casa durante o Natal, enquanto visita quem demônios sejam na França? — Tentou pôr voz zangada para não demonstrar que de repente se sentia abandonada.
—Claro que não, avó — disse Emily com bom humor— Seria muito deprimente para você. De qualquer maneira, não pode ficar aqui porque não haverá ninguém para cuidar de você.
— Não seja ridícula! — A sua avó voltou a mostrar o gênio — Esta casa está cheia de criados.
Série Natal
1 - Uma Viagem de Natal
2 - Uma Visita Natalina
3 - Uma Convidada de Natal
4 - Um Segredo de Natal
5 - A Christmas Beginning
6 - A Christmas Grace
7 - A Christmas Promise
8 - A Christmas Odissey
9 - A Christmas Homecoming
10 - A Christmas Garland
11 - A Christmas Hope
12 - A New York Christmas
13 - A Christmas Escape
14 - A Christmas Message
15 - A Christmas Return
16 - A Christmas Revelation
Mariah Ellison, a irritável avó da série do inspetor Pitt, se vê forçada a passar o Natal em Romney Marshes com os Fielding.
Mas passar o Natal com eles era algo muito diferente do que estava acostumada.
Quando chega uma prima da família, Maude Barrington, a avó se vê no limite de sua resistência.
Maude parece uma pessoa um pouco fina, algo estranha e fascinante, embora se ocupe bem de não dizer a ninguém e manifestar em público um ligeiro desdém.
Mas quando ela aparece morta, a avó, tentando descobrir o que ocorreu, deverá enfrentar revelações surpreendentes sobre seu próprio passado.
Uma visita natalina em Romney Marshes tem a combinação perfeita de mistério e crime na ambígua sociedade vitoriana, sem esquecer uma ração generosa de alegria natalina.
Capítulo Um
— Nego-me! — disse indignada Mariah Ellison. Aquilo era intolerável.
— Temo que não haja alternativa — respondeu Emily. Emily vestia um lindo vestido de cor verde água marinha, com amplas mangas na moda e uma saia que chegava até o chão.
A delicada cor loira de seus cabelos a fazia parecer mais bonita do que era, e ter se casado com um homem rico dava certos ares de grande dama, acima de sua condição.
— Claro que há alternativa! — respondeu em tom brusco sua avó, levantando os olhos e olhando-a fixamente de sua poltrona da sala — Sempre há alternativa. Pelo amor de Deus, por que quer ir à França? Só faltam oito dias para o Natal!
— Na realidade, nove — corrigiu-a Emily — Nos convidaram para passar o Natal no vale do Loire. — Dá no mesmo que lugar da França seja. Em todo caso não é a Inglaterra. Teremos que cruzar o canal. A travessia será dura e nos poremos todos doentes.
— Sei que será pesado para você — admitiu Emily— E a viagem de trem a Paris poderia ser aborrecida, e talvez fria nesta época do ano.
— O que quer dizer com "talvez"? — replicou sua avó — Não cabe a menor duvida de que o será.
— Então possivelmente seja melhor que não a tenham convidado — Emily esboçou um leve sorriso — Assim não terá que se incomodar em pensar como declinar com elegância o convite.
A avó tinha a clara suspeita de que aquilo era um sarcasmo de Emily.
Também era consciente de algo desagradável e doloroso.
— Devo deduzir que me deixará sozinha nesta casa durante o Natal, enquanto visita quem demônios sejam na França? — Tentou pôr voz zangada para não demonstrar que de repente se sentia abandonada.
—Claro que não, avó — disse Emily com bom humor— Seria muito deprimente para você. De qualquer maneira, não pode ficar aqui porque não haverá ninguém para cuidar de você.
— Não seja ridícula! — A sua avó voltou a mostrar o gênio — Esta casa está cheia de criados.
Série Natal
1 - Uma Viagem de Natal
2 - Uma Visita Natalina
3 - Uma Convidada de Natal
4 - Um Segredo de Natal
5 - A Christmas Beginning
6 - A Christmas Grace
7 - A Christmas Promise
8 - A Christmas Odissey
9 - A Christmas Homecoming
10 - A Christmas Garland
11 - A Christmas Hope
12 - A New York Christmas
13 - A Christmas Escape
14 - A Christmas Message
15 - A Christmas Return
16 - A Christmas Revelation
11 de dezembro de 2011
Uma Visita Natalina
Série Natal
Na Inglaterra vitoriana, as vésperas do Natal, a morte do irrepreensível juiz Dreghorn emociona o condado de Lake.
A versão oficial indica que morreu afogado ao tratar de cruzar um arroio no meio da noite.
Mas a viúva, que vê sua dor incrementada pelas difamações que um mal intencionado verte sobre seu marido, trata de esclarecer os fatos com a ajuda de Henry Rathbone, um amigo da família.
Tudo aponta que a morte do juiz e as calúnias de Gower — condenado por um caso de falsificação de documentos, estão inexplicavelmente unidas...
Capítulo Um
— Irá bem assim, senhor Rathbone? — perguntou solícito, o ancião.
Uma vez acomodado no cabriolé com a bagagem ao seu lado, Henry Rathbone recolocou a manta sob as pernas.
—Sim, obrigado, Wiggins — respondeu agradecido.
O vento era cortante já ali, na estação da ferrovia de Penrith, e sem dúvida aumentaria, ao longo dos dez quilômetros de trajeto, entre montanhas nevadas até o Ullswater.
Estavam aproximadamente em meados de dezembro e exatamente na metade do século.
Wiggins subiu na boleia e tocou o cavalo.
Aquelas alturas já sabia de cor o caminho, que tinha transitado quase diariamente em vida com Judah Dreghorn.
Essa era a desventurada razão pela qual Henry retornava a aquela rústica e maravilhosa terra que tanto amava e que tantas vezes tinha percorrido com Judah em outros tempos.
As mesmas cidades evocavam longas caminhadas pelas colinas, a relva hirsuta sob os pés, a brisa no rosto, e as paisagens que se estendiam até o infinito.
A imaginação lhe permitia ver as águas azuis pálido da lacuna de Stickle ante a cúpula de Pavey Ark, ou as colinas coroadas de neve do passo de Honister.
Quantas vezes tinham escalado o pico de Scafell, até o teto do mundo para depois sentar-se com as costas apoiada na cálida rocha, comer pão e queijo e beber vinho tinto, saboreando tudo, como se fosse alimento dos deuses?
Dois dias antes tinha recebido carta de Antonia, cuja letra era quase ilegível, dizendo que Judah havia falecido em um estúpido acidente.
Nem sequer se tinha produzido no lago ou durante uma das tempestades de neve que açoitavam o vale, mas nas pedras dispostas para atravessar o rio.
Henry contemplou o panorama que se abriu diante seus olhos ao sair do povoado e se dirigir pelo tortuoso caminho até o poente.
A cativante beleza da paisagem casava com sua disposição de ânimo.
As colinas se levantavam contra um céu limpo, a neve emitia brilhos deslumbrantes, branca nos picos, escurecida nos vales e enganosamente negra onde as rochas e as árvores apareciam por entre o vale.
Fazia dez anos que os quatro irmãos Dreghorn não estavam juntos em casa.
Série Natal
1 - Uma Viagem de Natal
2 - Uma Visita Natalina
3 - Uma Convidada de Natal
4 - Um Segredo de Natal
5 - A Christmas Beginning
6 - A Christmas Grace
7 - A Christmas Promise
8 - A Christmas Odissey
9 - A Christmas Homecoming
10 - A Christmas Garland
11 - A Christmas Hope
12 - A New York Christmas
13 - A Christmas Escape
14 - A Christmas Message
15 - A Christmas Return
16 - A Christmas Revelation
Na Inglaterra vitoriana, as vésperas do Natal, a morte do irrepreensível juiz Dreghorn emociona o condado de Lake.
A versão oficial indica que morreu afogado ao tratar de cruzar um arroio no meio da noite.
Mas a viúva, que vê sua dor incrementada pelas difamações que um mal intencionado verte sobre seu marido, trata de esclarecer os fatos com a ajuda de Henry Rathbone, um amigo da família.
Tudo aponta que a morte do juiz e as calúnias de Gower — condenado por um caso de falsificação de documentos, estão inexplicavelmente unidas...
Capítulo Um
— Irá bem assim, senhor Rathbone? — perguntou solícito, o ancião.
Uma vez acomodado no cabriolé com a bagagem ao seu lado, Henry Rathbone recolocou a manta sob as pernas.
—Sim, obrigado, Wiggins — respondeu agradecido.
O vento era cortante já ali, na estação da ferrovia de Penrith, e sem dúvida aumentaria, ao longo dos dez quilômetros de trajeto, entre montanhas nevadas até o Ullswater.
Estavam aproximadamente em meados de dezembro e exatamente na metade do século.
Wiggins subiu na boleia e tocou o cavalo.
Aquelas alturas já sabia de cor o caminho, que tinha transitado quase diariamente em vida com Judah Dreghorn.
Essa era a desventurada razão pela qual Henry retornava a aquela rústica e maravilhosa terra que tanto amava e que tantas vezes tinha percorrido com Judah em outros tempos.
As mesmas cidades evocavam longas caminhadas pelas colinas, a relva hirsuta sob os pés, a brisa no rosto, e as paisagens que se estendiam até o infinito.
A imaginação lhe permitia ver as águas azuis pálido da lacuna de Stickle ante a cúpula de Pavey Ark, ou as colinas coroadas de neve do passo de Honister.
Quantas vezes tinham escalado o pico de Scafell, até o teto do mundo para depois sentar-se com as costas apoiada na cálida rocha, comer pão e queijo e beber vinho tinto, saboreando tudo, como se fosse alimento dos deuses?
Dois dias antes tinha recebido carta de Antonia, cuja letra era quase ilegível, dizendo que Judah havia falecido em um estúpido acidente.
Nem sequer se tinha produzido no lago ou durante uma das tempestades de neve que açoitavam o vale, mas nas pedras dispostas para atravessar o rio.
Henry contemplou o panorama que se abriu diante seus olhos ao sair do povoado e se dirigir pelo tortuoso caminho até o poente.
A cativante beleza da paisagem casava com sua disposição de ânimo.
As colinas se levantavam contra um céu limpo, a neve emitia brilhos deslumbrantes, branca nos picos, escurecida nos vales e enganosamente negra onde as rochas e as árvores apareciam por entre o vale.
Fazia dez anos que os quatro irmãos Dreghorn não estavam juntos em casa.
Série Natal
1 - Uma Viagem de Natal
2 - Uma Visita Natalina
3 - Uma Convidada de Natal
4 - Um Segredo de Natal
5 - A Christmas Beginning
6 - A Christmas Grace
7 - A Christmas Promise
8 - A Christmas Odissey
9 - A Christmas Homecoming
10 - A Christmas Garland
11 - A Christmas Hope
12 - A New York Christmas
13 - A Christmas Escape
14 - A Christmas Message
15 - A Christmas Return
16 - A Christmas Revelation
Uma Viagem de Natal
Série Natal
Desponta o inverno e em uma esplêndida casa rural inglesa se celebra uma festa ao abrigo do frio, entre candelabros, ramalhetes de azevinho e bom vinho.
É o pior cenário para o infortúnio, e ninguém, nem sequer a intuitiva aristocrata Vespasia Cumming-Gould, poderia ter previsto uma tragédia que mergulha em brumas o ambiente festivo.
A jovem Gwendolen Kilmuir se suicida e a outra, Isobel Alvie, se culpa dos fatos: de sua boca saiu um comentário amargo sobre o compromisso da falecida com um rico herdeiro.
O mistério, entretanto, envolve a carta que Gwendolen escreveu antes de dar fim a sua vida.
É Isobel quem, sentindo-se culpada, parte para Escócia em companhia de sua amiga Vespasia para entregar o documento à mãe de Gwendolen e assim procurar o perdão e poder emendar sua funesta conduta.
Mas durante a longa viagem, Vespasia irá descobrindo alguns segredos sobre a vítima que a levarão a compreender a escura verdade que se escondia atrás da tragédia.
Capítulo Um
Lady Vespasia Cumming-Gould vacilou um momento ao final da escada.
Applecross, em Berkshire, era uma dessas magníficas casas de campo em que se descia por uma longa escada curva de mármore até desembocar em um imenso vestíbulo, onde naquele momento se agrupava os convidados, a espera que anunciassem à hora do jantar.
Um após o outro, os reunidos foram levantando a vista.
Esperar todos teria sido uma amostra de presunção.
Vespasia ia vestida de seda cinza pérola, um tom que nem a todo mundo assentava bem, mas o próprio príncipe Albert tinha afirmado que ela era a mulher mais bonita da Europa, com seu glorioso cabelo e os ossos deliciosos.
Um comentário que não tinha feito a menor graça à rainha, provavelmente porque era verdade.
Mas não se tratava de uma festa da realeza, mas de uma simples reunião de fim de semana a princípios de dezembro.
A temporada londrina, com sua agitada vida social, tinha terminado, e os proprietários de casas de campo tinham voltado para elas com a vista posta no Natal.
Corriam rumores de uma possível guerra na Crimeia, mas, além disso, a segunda metade do século só era testemunha de grandes progressos e prosperidade, no seio de um império que abrangia todo o globo.
Omegus Jones se aproximou do pé da escada para receber a sua convidada.
Não só era o anfitrião perfeito, mas também um amigo há vários anos, embora já estivesse entrado nos cinquenta, e Vespasia mal acabava de completar os trinta. Seu marido, mais velho que ela, foi o primeiro dos dois a quem tinha conhecido. Seus filhos estavam na casa de Londres, bem seguros.
― Minha querida Vespasia, está muito bela, ―disse Omegus com um sorriso de desculpa― do qual é muito consciente, assim faça-me o favor de não insultar a minha inteligência fingindo surpresa ou, pior ainda, negando a realidade.
Era um homem magro de expressão irônica, com senso de humor, e uma elegância natural tão evidente em um caminho rural como em um salão de Londres.
― Obrigada.
Série Natal
1 - Uma Viagem de Natal
2 - Uma Visita Natalina
3 - Uma Convidada de Natal
4 - Um Segredo de Natal
5 - A Christmas Beginning
6 - A Christmas Grace
7 - A Christmas Promise
8 - A Christmas Odissey
9 - A Christmas Homecoming
10 - A Christmas Garland
11 - A Christmas Hope
12 - A New York Christmas
13 - A Christmas Escape
14 - A Christmas Message
15 - A Christmas Return
16 - A Christmas Revelation
Desponta o inverno e em uma esplêndida casa rural inglesa se celebra uma festa ao abrigo do frio, entre candelabros, ramalhetes de azevinho e bom vinho.
É o pior cenário para o infortúnio, e ninguém, nem sequer a intuitiva aristocrata Vespasia Cumming-Gould, poderia ter previsto uma tragédia que mergulha em brumas o ambiente festivo.
A jovem Gwendolen Kilmuir se suicida e a outra, Isobel Alvie, se culpa dos fatos: de sua boca saiu um comentário amargo sobre o compromisso da falecida com um rico herdeiro.
O mistério, entretanto, envolve a carta que Gwendolen escreveu antes de dar fim a sua vida.
É Isobel quem, sentindo-se culpada, parte para Escócia em companhia de sua amiga Vespasia para entregar o documento à mãe de Gwendolen e assim procurar o perdão e poder emendar sua funesta conduta.
Mas durante a longa viagem, Vespasia irá descobrindo alguns segredos sobre a vítima que a levarão a compreender a escura verdade que se escondia atrás da tragédia.
Capítulo Um
Lady Vespasia Cumming-Gould vacilou um momento ao final da escada.
Applecross, em Berkshire, era uma dessas magníficas casas de campo em que se descia por uma longa escada curva de mármore até desembocar em um imenso vestíbulo, onde naquele momento se agrupava os convidados, a espera que anunciassem à hora do jantar.
Um após o outro, os reunidos foram levantando a vista.
Esperar todos teria sido uma amostra de presunção.
Vespasia ia vestida de seda cinza pérola, um tom que nem a todo mundo assentava bem, mas o próprio príncipe Albert tinha afirmado que ela era a mulher mais bonita da Europa, com seu glorioso cabelo e os ossos deliciosos.
Um comentário que não tinha feito a menor graça à rainha, provavelmente porque era verdade.
Mas não se tratava de uma festa da realeza, mas de uma simples reunião de fim de semana a princípios de dezembro.
A temporada londrina, com sua agitada vida social, tinha terminado, e os proprietários de casas de campo tinham voltado para elas com a vista posta no Natal.
Corriam rumores de uma possível guerra na Crimeia, mas, além disso, a segunda metade do século só era testemunha de grandes progressos e prosperidade, no seio de um império que abrangia todo o globo.
Omegus Jones se aproximou do pé da escada para receber a sua convidada.
Não só era o anfitrião perfeito, mas também um amigo há vários anos, embora já estivesse entrado nos cinquenta, e Vespasia mal acabava de completar os trinta. Seu marido, mais velho que ela, foi o primeiro dos dois a quem tinha conhecido. Seus filhos estavam na casa de Londres, bem seguros.
― Minha querida Vespasia, está muito bela, ―disse Omegus com um sorriso de desculpa― do qual é muito consciente, assim faça-me o favor de não insultar a minha inteligência fingindo surpresa ou, pior ainda, negando a realidade.
Era um homem magro de expressão irônica, com senso de humor, e uma elegância natural tão evidente em um caminho rural como em um salão de Londres.
― Obrigada.
Série Natal
1 - Uma Viagem de Natal
2 - Uma Visita Natalina
3 - Uma Convidada de Natal
4 - Um Segredo de Natal
5 - A Christmas Beginning
6 - A Christmas Grace
7 - A Christmas Promise
8 - A Christmas Odissey
9 - A Christmas Homecoming
10 - A Christmas Garland
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