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6 de maio de 2020

Uma Promessa da Primavera

Série Teia



Grace Howard tem todos os motivos para ser dedicada ao Senhor Peregrine Lampman. 

 Afinal de contas, o valente cavalheiro resgatou-a da pobreza fazendo dela sua noiva. Ainda mais nobre, ele não retirou seu afeto depois que ela confessou uma loucura juvenil que comprometera sua virtude. Mas Grace não contou toda a verdade sobre o belo senhor que a enganou e agora a única coisa que ela esconde de Perry ameaça destruir a sua última chance de ter um amor verdadeiro.

Capítulo Um

Quando o reverendo Paul Howard, pastor da vila de Abbotsford em Hampshire, morreu com trinta e dois anos, sua morte causou consideravelmente mais agitação do que sua vida causara. Ele tinha sido um homem gentil, estudioso, reverenciado como um santo, homenageado como convidado, cobiçado como visitante para os doentes e amplamente ignorado como pregador.
Esse era o menor de seus problemas. 
A solteirona velha Srta. Stanhope tinha dito uma vez à Sra. Cartwright que não era obrigada a ouvir o sermão de uma hora cada domingo quando bastava olhar para o rosto do reverendo para saber que o Todo-Poderoso tinha enviado um de seus santos anjos disfarçados.
Na morte, o pastor foi levado de uma vez por todas para além do comum. 
A Sra. Cartwright disse a vários de seus conhecidos, com algum temor, que as palavras da Srta. Stanhope tinham sido proféticas. O reverendo Howard estava caminhando para casa depois de visitar uma das casas fora da aldeia, o nariz em um livro como de costume, quando os gritos das crianças tinham penetrado sua consciência e ele olhou para cima para ver uma criança pequena em um campo proibido, encurralada por um touro que alguém tinha obviamente irritado.
O reverendo lançou seu livro precioso para a poeira, rugiu com mais ferocidade do que ninguém teria imaginado que ele fosse capaz, saltou por cima da cerca de madeira com mais agilidade do que teriam pensado que fosse possível, pegou a criança e a fez passar lentamente sobre a cerca para juntar-se aos outros jovens gritando e se virou para enfrentar o touro para todo o mundo ver, como Davi prestes a enfrentar Golias, o Sr. Watson, o poeta agricultor, disse mais tarde, embora não estivesse presente para testemunhar o incidente. Apenas as crianças tinham.
Infelizmente, o reverendo Howard não possuía um estilingue como Davi. Ele acabou sendo morto, provavelmente antes mesmo das crianças aterrorizadas virarem e correrem gritando para a aldeia pedindo ajuda. Ele se tornou um mártir, um homem que tinha dado a sua vida por uma criança. O pobre touro sobreviveu a ele por apenas algumas horas.
Mas o povo de Abbotsford e dos arredores não foram autorizados a aproveitar a glória de uma tragédia tão sensacional. Eles foram confrontados com um problema muito prático. Seu reitor deixara para trás uma irmã solteira. Uma irmã desamparada, tanto quanto se sabia. Ela tinha ido morar com seu irmão cinco anos atrás para atuar como sua governanta. Nenhum dos dois falara de nenhum outro membro da família. Supunha-se que não havia nenhum. E o reverendo Howard não era um homem rico. 
Ele tinha o hábito de doar quase mais do que tinha, de modo que a Sra. Courtney e Sra. Cartwright concordaram que era uma maravilha que a Srta. Howard encontrasse algo na cozinha para cozinhar. Talvez os dois vivessem do ar como os anjos.
Nos dias seguintes a morte de seu irmão, Grace Howard parecia desconhecer a posição nada invejável em que seu heroísmo a tinha colocado. Sempre calma e respeitável, ela parecia agora completamente transformada em mármore. Paul tinha sido tudo que lhe restava. Agora ela não tinha nada. Ninguém. 
Ela não conseguia pensar em nada além do fato de que agora não tinha para onde ir e nenhum meio de vida.
Mas as pessoas ao seu redor não eram de nenhuma maneira tão inconscientes ou tão apáticas ao seu problema. O irmão da Srta. Howard tinha morrido, a fim de salvar um dos seus filhos. A Srta. Howard devia ser cuidada.
— Ela pode vir morar conosco. — A Srta. Stanhope disse a um pequeno grupo de senhoras em sua sala de estar um dia antes do funeral. — Leticia e eu estamos sozinhas aqui desde que meus pais morreram e o querido Bertie se afastou. Há muito espaço para nós três. Mas ela estará disposta a vir? Ou ela verá a nossa oferta como caridade?
A maioria das senhoras balançou a cabeça para indicar que sim, na verdade, a Srta. Howard podia ser orgulhosa demais para aceitar uma oferta tão generosa.
— Ela é uma dama estimada. — Acrescentou a Srta. Leticia Stanhope em apoio à sua irmã mais velha. — E não perturbaria a nossa rotina, tenho certeza. — O Sr. Courtney disse que eu poderia pedir-lhe para ser governanta da nossa Susan. — Disse a Sra Courtney. — Mas Susan já tem quinze anos e não ficará muito mais tempo na sala de aula. E o que vai acontecer com a Srta. Howard, então?
 

 





Série Teia
4- Uma Promessa da Primavera
Série concluída

29 de abril de 2020

A Esposa Temporária

Série Teia
Miss Charity Duncan não tem ilusões sobre a proposta de lorde Anthony Earheart. 

O aristocrata arrogante deixou dolorosamente claro o que ele quer: uma esposa que enfurecerá o pai que ele despreza e depois desaparece de sua vida. Em troca, a família de Charity receberá o dinheiro de que precisa desesperadamente. Mas depois que Charity concorda com essa zombaria do matrimônio, ela logo descobre um fato surpreendente: ela se apaixonou por Anthony, e quebrar os votos de casamento também pode partir seu coração.

Capítulo Um


Não sendo o bastante a coisa de anunciar nos jornais londrinos o pedido de uma esposa, Anthony Earheart, marquês de Staunton, filho mais velho e herdeiro do duque de Withingsby, anunciou em lugar o pedido de uma governanta.
Anunciou em seu próprio nome, com a omissão de seu título e conexões, para a decidida diversão de seus amigos e conhecidos, que se elevaram à ocasião com uma maravilhosa perspicácia.
— Quantos filhos você tem, Staunton? Perguntou Harold Price no White’s na manhã da primeira aparição do anúncio. — Não seria mais apropriado contratar um professor da escola? Um capaz de gerenciar uma sala de aula completa?
— O que você deveria fazer Staunton, acrescentou Cuthbert Pyne, — é contratar uma equipe completa. Uma escola inteira quero dizer. Uma que não se desejasse colocar em risco a educação dos estudiosos em formação, colocando muitos deles em uma sala de aula.
— As mães deles vão buscá-los todas as tardes, Tony? — perguntou Lorde Rowling antes de inalar a pitada de rapé que ele colocara nas costas de uma das mãos. — Você tem um salão grande o suficiente para segurá-los enquanto esperam? E eles vão esperar amigavelmente em companhia uns dos outros?
— Tem certeza de que deseja educar todos eles, Staunton? — perguntou o coronel Forsythe. — Você tem propriedades suficientes
A Esposa temporária – Mary Balogh
precisando de mordomos e gerentes, meu velho? A Inglaterra tem propriedades suficientes?
— Você se esqueceu de Wales, Forsythe —, disse o Sr. Pyne. — E a Escócia.—
— Mas não é justo com todos os outros fracassados, se todos os cargos são preenchidos pelos Staunton’s — disse o coronel, falando com um gemido exagerado de reclamação.
— Acredito que Tony não esteja em busca de uma governanta —, disse Sir Bernard Shields. — Ele está em busca de uma nova amante. Ouvi dizer que você dispensou a deliciosa Anna na semana passada, Tony - com rubis. Você decidiu procurar por uma substituta em outro lugar além das salas verdes de Londres

 





Série Teia
3- A Teia do Diabo
3.5- A Esposa Temporária

21 de abril de 2020

A Teia do Diabo

 Série Teia
Quando James Purnell entra na sala de estar em Londres e vê Lady Madeline Raine, o tempo para. 

Uma vez ela foi sua para ser tomada. Agora ela é uma distante, bela desconhecida, determinada a evitar que o nobre diabolicamente bonito a seduza novamente. Mas depois de quatro anos separados, o desejo reacende – rápido, quente, irresistível – culminando em uma imprudente noite de amor. De repente, Madeline é confrontada com uma escolha insuportável: se casar sem esperança de amor ou arriscar a ruína certa. Sua decisão terá consequências que ela nunca imaginou, enquanto ela faz uma chocante descoberta sobre o homem que ela secretamente ama. O que ela não sabe é até que ponto James irá para corrigir os erros do passado, e o quanto ele está disposto a arriscar pela mulher que já o possui... corpo, coração e alma.

Capítulo Um

As falésias da costa sul da Inglaterra eram visíveis a bombordo, a névoa da manhã havia se levantado, embora as nuvens ainda estivessem baixas e pesadas e o mar cinza escuro e agitado. O Adeona, um dos navios pertencentes à Companhia Noroeste do Canadá, estava trazendo peles para os mercados de leilões de Londres.
As falésias da Inglaterra. De casa.
Um funcionário da empresa, um daqueles cuja tarefa era acompanhar as peles através do Atlântico e para realizar os negócios da empresa em Londres, estava na amurada do navio, um braço apoiado contra ela, outro agarrado a uma corda esticada ligado ao apresto, os pés firmemente plantados separados para melhor equilíbrio, e testando o pensamento em sua mente.
Casa.
Logo ele iria colocar seus pés novamente em sua terra natal, o mesmo solo que havia sacudido abaixo dele quatro anos antes, sem um momento de hesitação. Como ele havia dito uma vez para alguém na Inglaterra, embora ele não se importava de lembrar quem, ele tinha gostado da visão do mar porque representava sua fuga da Inglaterra. E ele escapou.
Mas ela disse que talvez fosse dele mesmo que ele desejava escapar e que não isso poderia ser feito. Para onde quer que ele fosse, por mais que ele corresse, ele deveria inevitavelmente levar a si mesmo junto também.
Ela tinha razão. Ele havia se levado para o Canadá – para o sul do Canadá, para ser mais preciso, para Montreal. E desde que fora longe o suficiente de qualquer maneira, ele se tornou um funcionário da North West Company, um grupo de mercadores e comerciantes de peles, e tinha se retirado com uma brigada de canoeiros para além do sul do Canadá, até mesmo além dos limites do norte do Canadá, além dos limites da civilização.
Três mil milhas (4828 km) além de Montreal ele havia viajado. Ele passou três anos lá, no interior do país de Athabasca, com apenas alguns outros comerciantes de peles e os habitantes nativos do país como companhia.
Parecia que ele não poderia ter ido mais longe sem cair completamente fora do fim do mundo, embora alguns homens tivessem cruzado a barreira das montanhas e alcançado o Oceano Pacífico. E, é claro, era verdade que ele tinha levado a si mesmo cada polegada do caminho. A única diferença era que ele veio a gostar um pouco melhor de si mesmo, enquanto estava longe de casa. Embora muito longe de suas memórias.
Mas é claro que ele não poderia escapar das memórias de forma tão eficaz como ele havia escapado de uma ilha. Elas continuavam a incomodar. Elas estavam tão longe quanto sua mente. E então ele estava voltando para casa por alguns meses. Ele poderia ter ficado no interior durante anos, a maioria dos funcionários da empresa faziam, ganhando parceria em graus lentos e trabalho duro. Mas ele havia solicitado e lhe foi concedido uma posição em Montreal por um ano. E porque mesmo ali ele não poderia se libertar de seu passado, ele havia solicitado e lhe foi concedido a tarefa de trazer as peles para leilão.
E agora ele estava quase de volta onde ele tinha começado.
 Às vezes a névoa e a água se encontravam de forma que ele não podia mais ver as falésias do sul da Inglaterra, mas ele sabia que elas estavam lá. E o Adeona o estava levando com toda certeza para Londres.
Ele não queria estar lá. Ou em qualquer outra parte da Inglaterra. Muito menos em Yorkshire, onde viveu a maior parte de sua vida. Mas ele não iria lá. Ele estaria trabalhando em Londres. Não haveria tempo para fazer a viagem final para casa. E não havia nenhum motivo. Não havia nada a ganhar voltando para lá.
Esse episódio especial em sua vida estava há muito tempo no passado. Há muito tempo na sua juventude, quando era esperado que alguém cometesse erros. Ele tinha feito um - mais de um, talvez - e ele tentou corrigir isso. Tentou até que tinha pensado que estava ficando louco. E falhou. Não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso agora.
Seria melhor ficar longe de lá. Ele estava voltando para a Inglaterra. Certamente isso era suficiente. Não havia necessidade de cutucar a ferida até que ela estivesse em carne viva novamente.
E, no entanto, era esse mesmo episódio de sua juventude que ele às vezes pensava que sempre o impediria de ser inteiramente livre.
Ele não pensaria nisso. O mar estava agitado. Olhou para baixo em suas profundezas cinzentas conforme o navio sob seus pés mergulhava e subia. E ele tirou o chapéu de castor, que tinha sido puxado para baixo da testa, a fim de deixar o vento úmido soprar em seu cabelo escuro e longo.
Ele provavelmente não teria que ir para casa, para Yorkshire, a fim de ver seus pais. Eles, sem dúvida, estariam em Londres para vê-lo, e provavelmente estavam com Alex. Alex! Sim, por anos antes de partir para o Canadá sua irmã tinha sido a pessoa mais importante em seu mundo. Ela havia se casado com o Conde de Amberley depois de sua partida e agora tinha um filho e uma filha. Ele ansiava vê-los e a ela, é claro. Certamente valia a pena voltar para casa só para ver Alex e descobrir se ela tinha encontrado a felicidade que nunca conheceu quando criança.
Ela nunca tinha sido autorizada a ser feliz então. Nem ele. Eles tinham tido a infelicidade de ter um pai cuja as crenças religiosas veemente mantidas levaram-no a eliminar todo o prazer da vida, tanto para si como para sua família. E, claro, houve a briga terrível entre ele e seu pai, não resolvida antes de ele partir e certamente sem solução agora.
James Purnell suspirou e olhou novamente para as falésias vagamente visíveis da Inglaterra. Por que era que seria possível odiar e amar os dois ao mesmo tempo? Como era possível que ele odiasse seu pai e rejeitasse tudo o que ele defendia e se ressentisse com o que seu pai havia feito a sua vida e a de Alex e ainda, ao mesmo tempo, amá-lo e desejar sua compreensão e sua aprovação? Ele era um homem de trinta anos, e ainda assim ele parecia ter a necessidade de uma criança pelo afeto dos pais.
— James?
Uma voz leve e bem-vinda interrompeu seus pensamentos, e ele virou-se para observar a abordagem cuidadosa e um pouco instável de uma menina pequena e magra, cujo cabelo castanho estava bem preso sob a touca e cuja forma bem definida estava escondida por trás das dobras de um manto pesado. Seus lábios sorriram e suas bochechas já estavam rosadas pelo frescor do vento. Seus olhos estavam brilhando.
— Duncan bateu na minha porta para dizer a senhorita Hendricks e a mim que a costa da Inglaterra estava visível — disse ela, enquanto ele tomava seu cotovelo em um aperto firme e a guiava para o parapeito, onde ela teria algo firme e seguro para se agarrar. — E vi imediatamente através da escotilha que era verdade. Eu simplesmente tinha que subir no convés para ver melhor. Inglaterra, James!
 


7 de abril de 2020

A Teia do Amor

Série Teia
Serviu com seu marido no campo de batalha e secretamente a desejara por anos.

No entanto, para Dominic, tenente Lorde Eden, Ellen Simpson permaneceu tentadoramente fora de alcance até que se tornou viúva pela guerra.
De repente perseguido pelo nobre perigosamente bonito, Ellen fica atônita com a profunda atração que desperta nela. Logo sua amizade se transforma em algo mais profundo e à medida que o escândalo se inflama, o casamento parece a única solução.
Mas Ellen tem um segredo que ela não pode compartilhar com ninguém, que a impede de abrir totalmente seu coração a Dominic. Até que ele conceba seu próprio plano para a consumação final de sua paixão e a mulher que ele está determinado a possuir a qualquer custo.

Capítulo Um

― Alcançaremos Bruxelas em breve, Ellen? Devo dizer, a Bélgica é uma decepção até agora. É assim plana e desinteressante. Será Bruxelas mais emocionante? Sonhei com isso durante todo o inverno aborrecido na escola. É tão mágico o lugar, como dizem? ― Senhorita Jennifer Simpson sentada com seu nariz quase tocando o vidro da carruagem em que ela viajava com sua madrasta. Ela não tinha claramente a intenção de esperar por respostas a suas perguntas. Ela tinha repetido as mesmas uma dúzia de vezes desde que tinham deixado a Antuérpia.
― É apenas uma cidade comum. ― disse Ellen Simpson
― Feita extraordinária pela presença de tantas tropas aliadas em fardas presentes e tantas diferentes. Nós estaremos lá em breve. Você vai se sentir melhor depois de ter visto seu pai novamente. Eu sei que ele mal pode esperar para vê-la.
― Oh! ― disse Jennifer, retirando seu olhar por um momento a partir do cenário de passagem. ― Eu ainda não consigo acreditar que estou terminando a escola para todo o sempre, Ellen. Eu tenho dezoito anos, e desta vez vou ficar com você e Papa, e não serei despachada novamente para a escola antes de começar a me divertir.
Ellen sorriu.
― Eu sei que seu pai está um pouco preocupado em trazê-la aqui. ― disse ela ― Foi realmente muito ruim que Bonaparte tenha escapado de Elba e que o rei da França fugiu para Ghent. Eu esperava que as guerras acabassem. Mas, parece que não. Você não pode estar aqui por muito tempo depois de tudo, Jennifer. Mas sei que seu pai quer você com ele por um tempo.
― Oh, mas o Duque de Wellington está aqui agora. ― disse Jennifer ― Você me disse isso, e a irmã de Helen West escreveu-lhe que tudo ficaria seguro uma vez que o duque chegou. E ela também escreveu que há tantos entretenimentos em Bruxelas que às vezes é difícil escolher entre eles. Isso é verdade, não é verdade, Ellen? E você me ajudou a comprar todas aquelas roupas lindas. E a cidade está cheia de oficiais e uniformes escarlates. É uma pena que o uniforme de papai seja verde. Não é de perto tão arrojado como os uniformes da Guarda.
― Tenho certeza que você vai estar aqui tempo suficiente para se divertir. ― disse Ellen ― Espero que sim. Eu sei que seu pai quer passar algum tempo com você antes que tenha que ir para a batalha novamente.
― Acho que ele pensa que pode morrer. ― A menina disse, indignada ― Ele não deve ser tão sombrio. papai sempre vive de forma segura.
― Mas há sempre um grande perigo que ele possa correr ― Ellen disse calmamente. ― Você não sabe, Jennifer. Seu pai sempre a manteve longe do exército, o que estava bem. Você nunca foi para a Espanha e não viu os campos de batalha. ― Ela estremeceu. ― Se você tivesse visto, teria se admirado de que alguém tivesse sobrevivido. Seu pai viveu tantas batalhas. Não parece justo que ele deva enfrentar ainda outra.
― Eu esqueci. ― Jennifer pôs a mão no braço de sua madrasta, seu lindo rosto contrito. ― Seu próprio pai foi morto em uma dessas batalhas. E você estava lá com ele. Deve ter sido terrível.
― Sim. ― Ellen acariciou a mão da menina. ― Isso foi. Mas pelo menos ele foi morto instantaneamente. Isso é uma bênção, se aprende a ser grato para quando se vive perto da batalha.
Jennifer apertou o braço de sua madrasta antes de retirar sua mão.
― E você e papai casaram-se ― disse ela. ― Ele gosta de você, não é 








Série Teia
1- A Teia Dourada
2- A Teia do Amor
3- A Teia do diabo

25 de março de 2020

A Teia Dourada

Série Teia
Tudo que ela queria era escapar do salão de baile quente e lotado de Londres.

Porém, momentos depois de sair para a noite amargamente fria, ela foi agarrada por um par de mãos fortes e firmes.
Esperando ser violada e maltratada, Alexandra Purnell encontra-se à mercê do homem que a salvou de um terrivel escândalo. Edmund, conde de Amberley é corajoso e sensual, e está tentando fazer Alexandra ser imprudente pela primeira vez em sua vida.
Mas, à medida que a paixão se acende, a oferta de casamento de Edmund deixa Alexandra completamente surpresa. Agora uma mulher que anseia por sua liberdade acima de tudo, está prestes a descobrir o quão longe um homem vai para proteger e possuir a mulher que ele ama...

Capítulo Um

Era uma noite sombria e fria para o início de maio. Na verdade, não estava chovendo, mas havia uma sombra escura de nuvens e o vento forte parecia mil facas para a moça com pouca roupa, que andava sozinha tremendo até os dentes. A capa fina e escura que usava sobre um vestido de baile ainda mais fino não parecia nenhuma proteção, embora ela a segurasse na frente com uma mão e se encolhesse dentro dela. A outra mão segurava os lados frouxos do capuz firmemente embaixo de seu queixo.
Alexandra Purnell estremeceu e abaixou a cabeça.
Mas, ela não voltou para o salão de baile que ficou para trás, apesar do brilho convidativo de centenas de velas que brilhavam através das longas janelas e da memória de dezenas de convidados alegres e bem vestidos. E apesar do fato de que o salão que ela tinha acabado de sair era quente, talvez quente até demais, por que as portas francesas que davam para o jardim tinham sido firmemente fechadas por causa do mau tempo.
Não, por mais tolo que fosse Alexandra preferia o desconforto de uma caminhada solitária e fria no jardim, do que os prazeres do salão de baile por um curto período de tempo. Na verdade, ela quase deu boas vindas ao tempo apenas como era. Se fosse mais quente ou menos ventoso, sem dúvida haveria um bom número de convidados passeando fora do salão e ela seria incapaz de encontrar qualquer paz na solidão que buscava.
Ela olhou por cima do ombro, mas não havia ninguém atrás dela. E não havia rostos acusadores nas janelas francesas para observar sua fuga temporária. Mesmo assim, ela se moveu instintivamente para longe das luzes da casa e mais perto da área escura atrás do bloco dos estábulos. Parecia que os moradores de Londres estavam condenados a viver retidos em suas próprias casas.
Alexandra estremeceu de novo e enterrou o queixo atrás da mão que segurava o capuz firmemente fechado. Ela soprou o ar quente em sua mão entrelaçada. Era sem sombra de dúvida uma tola por fugir assim. Seus sapatos provavelmente estavam manchados com grama. E seu penteado simples; apesar da alegação de Nanny Rey de que ela tentasse uma moda de penteado mais adequada para a ocasião festiva, seria achatado e desgrenhado pelo capuz fechado. E ela certamente não poderia escapar por muito tempo. Ela teria que retornar em breve.
Ela já tinha vinte e um anos de idade, pensou num monólogo interior que se tornara muito familiar em sua mente nas últimas semanas. Ela estava em sua primeira e talvez sua única temporada realmente ativa em Londres, que a envolveu em todas as diversões do Beau Monde. 
Seu pai tinha decidido, sem qualquer aviso, que ela deveria ser apresentada adequadamente à sociedade antes que seu noivado planejado com o Duque de Peterleigh se tornasse oficial. Tinham alugado uma casa na Rua Curzon, para passar a temporada. E eles tinham encontrado todas as pessoas certas e assistiram a todas as festividades e bailes no mês desde então.
Ela deveria se sentir feliz. A maioria das moças novas estaria estasiadas para estar em sua posição. Mas ela se sentia velha ao lado de todas as outras moças que estavam fazendo a sua primeira temporada. E não podia se sentir confortável com tal vida. Nada em seu passado a preparara para a vivacidade e frivolidade de Londres. Somente agora estava começando a perceber plenamente, como a educação que ela e James havia tido em Dunstable Hall fora limitada. 
Qualquer forma de entretenimento e prazer pessoal tinha sido desaprovada por seu pai. Qualquer pensamento, qualquer palavra ou qualquer ação girava em torno: da igreja, das escrituras e das noções firmes de virtude e moralidade do seu pai. E ao contrário de James, ela nem sequer tinha ido à escola para descobrir que havia outro mundo além de casa.
Tinha sido criada para casar com o duque de Peterleigh. Ela o tinha visto apenas em algumas ocasiões e depois de forma muito breve e formal. Ele não vinha freqüentemente em sua propriedade, que era vizinha a deles. Ele tinha vinte anos de idade na época e passou a maior parte de seu tempo em Londres em assunto do governo.
Alexandra nunca tinha questionado o fato de que ela se casaria com ele quando chegasse a hora. E ela ainda não o tinha feito.
 







Série Teia
1- A Teia Dourada
2- A Teia do Amor