Série Willomere
Mary Bascombe sabia que deveria tomar medidas drásticas quando, após a morte de sua mãe, seu padrasto tentou vender ela e suas três irmãs pelo maior lance.
No passado, sua mãe cortou todos os laços com sua família inglesa. Mas mesmo assim, ela decidiu que as quatro deveriam fugir para Londres para ocupar seus lugares na alta sociedade, como netas legítimas do Conde de Stewkesbury.
O belo Sir Royce Winslow não sabia se devia confiar nelas, porque mesmo sendo encantadoras, tinha a impressão que escondiam algo; mas a atração que sentia por Mary era muito real, de modo que, quando as quatro partiram para Willowmere, o imóvel rural do conde, para aprenderem a serem damas refinadas, não hesitou em acompanhá-las.
Quando um desconhecido tentou sequestrar uma delas, Royce e Mary tiveram que unir forças para enfrentar o perigo...
E foi então que ele descobriu que, por mais que a alta sociedade valorizasse posses e o decoro, uma americana das mais inapropriadas era quem estava se apossando do seu coração.
Comentário da Revisora Ana Paula G: Eu, como disse no grupo, admito publicamente: me rendo aos luvinhas... ao menos, aos desta autora!! Ri horrores...
Super-romântico, sensual, com trehos hilários.
O coitado do herói tem uma certa ‘dificuldade’ em conseguir pronunciar um pedido decente o que faz com que o pobre seja rejeitado várias vezes..huahahah...Leitura excelente!!
Capítulo Um
Londres, 1824
Mary Bascombe estava assustada.
Sabia o que era o medo… afinal, crescendo em uma terra nova e perigosa, mais cedo ou mais tarde teria que enfrentar algo capaz de acelerar seu coração… mas o que sentia nesse momento não era nada parecido como quando viu um urso rondando o varal de sua mãe, nem como daquela vez que seu coração se sobressaltou quando seu padrasto a agarrou pelo braço e tentou abraçá-la.
Nessas ocasiões soube exatamente o que deveria fazer: no primeiro caso retrocedeu pouco a pouco e com cuidado até a casa e carregou a pistola, e no segundo deu um forte pisão no peito do pé de Cosmo, que gritou tanto de dor que a soltou imediatamente.
Não, a sensação que a envolvia nesse momento era totalmente nova.
Estava em uma cidade estrangeira na qual não conhecia ninguém, e não tinha nem ideia de qual era o seguinte passo que iria dar.
Sentia-se… perdida. Percorreu novamente o porto com o olhar. Jamais vira tanto burburinho e atividade, nem tantas pessoas num mesmo lugar.
O porto da Filadélfia lhe parecia um enxame de pessoas, mas isso era nada em comparação com o de Londres. Havia estivadores carregando e descarregando caixas de mercadorias que se amontoavam por toda parte, e todo mundo parecia ter pressa para chegar a seu lugar de destino.
Não havia nenhuma só mulher, já que as poucas que viu desembarcar partiram imediatamente em carruagens junto com seus acompanhantes do sexo masculino; de fato, todos os passageiros de seu navio já tinham partido. Suas irmãs e ela eram as únicas que ficaram, e deviam ter uma aparência bastante patética ali plantadas junto a seus escassos pertences.
As sombras começavam a se formar, e a noite não demoraria a cair.
Apesar de que poderia ser considerarada como uma ingênua americana à deriva em Londres, era bastante esperta para saber que não era prudente que quatro jovenzinhas estivessem sozinhas no porto londrino de noite.
O problema era que não sabia o que fazer.
Acreditou que haveria alguma estalagem próxima ao lugar de desembarque, mas assim que pisaram em terra firme, percebeu que nos arredores do porto não havia nenhum lugar adequado para hospedar um grupo de jovens respeitáveis.
A verdade era que nem sequer se atrevia a percorrer as estreitas ruas que avistava a sua frente.
Tentou parar várias carruagens de aluguel que passaram por ali, mas os condutores a tinham ignorado… certos que, ao ver a escassa bagagem que dispunham, imaginaram que eram pobretonas que não poderiam pagar a corrida.
Não podiam ficar ali. Se não aparecesse uma carruagem o quanto antes, seriam obrigadas a carregar seus pertences e a embrenharem-se nas lúgubres ruelas próximas.
Olhou vacilante ao seu redor, consciente de que vários homens que estavam carregando a mercadoria nos navios as olhavam de soslaio, e se irritou quando um deles lançou um sorriso cheio de insolência.
Depois de responder com um olhar frio, deu-lhe as costas pouco a pouco e de forma deliberada.
Olhou suas irmãs em silêncio durante alguns segundos… Rose era a que lhe seguia em idade, e era considerava a mais bela de todas, graças a seus claros olhos azuis e a sua espessa cabeleira negra; por sua vez, Camellia tinha olhos cinza que nesse momento refletiam a sensatez e a atitude alerta que a caracterizavam, e seu cabelo loiro dourado estava trançado e preso num coque na nuca.
E por último estava Lily, a mais nova de todas, que era a mais parecida com seu pai.
O sol clareou seu cabelo castanho claro com mechas douradas, e tinha olhos cinza esverdeados.
Ao constatar a confiança cega com que as três a olhavam, sentiu que o nó gelado que apertava seu estômago se tornava ainda pior.
Contavam com ela para que as protegesse…
Série Willomere
1 - Segredos de uma Dama
2 - Segredos de um Cavalheiro
3 - Um Caso sem Fim
Série Concluída