Trilogia Sinclair
Honrado, corajoso, galante...
Sebastian Sinclair espelhava-se em tudo no exemplo de seus irmãos, até quando chegou o momento de perseguir um amor intenso e quase impossível.
Certamente o sentimento em seu coração não poderia ser outro, pois levou-o a salvar uma linda e corajosa dama espanhola prisioneira dos desejos malévolos de outro homem!
Mi corazón, ela suspirou. Meu coração...
Ao pronunciar aquelas palavras, Pilar sentiu a doçura que continham e soube que Sebastian Sinclair as merecia, pelo pois o valente oficial inglês tivera a coragem de arrebatá-la das garras de um homem monstruoso e casara-se com ela para preservar sua honra!
Capítulo Um
Madri, 1814
— Desejo lembrá-los que estamos aqui como representantes do príncipe regente — disse o duque de Wellington, os olhos penetrantes examinando cada um dos oficiais. — Não preciso lhes dizer a honra e responsabilidade que isso representa. Como se fosse uma parada militar, sua equipe o seguiu pelas maciças portas de madeira, descendo a escada da residência que fizeram questão de oferecer para receber o ex-comandante das Forças Militares britânicas na Ibéria, e no momento enviado especial à corte espanhola.
No pátio, carruagens esperavam Wellington e sua comitiva para levá-los à festa que se realizaria no palácio real.
— Vai encontrar um bando de nobres espanhóis esta noite, determinados a voltar o relógio para cinco anos atrás — murmurou Wetherly.
— Diplomacia não é o seu forte, Harry — redargüiu Sebastian. — Deixe que Wellington cuide disso. Pelo menos sabe a mensagem que devemos entregar a Ferdinando e seus conselheiros. — Pelo menos que não deixem a Inquisição começar a queimar pessoas de novo. E razoável. Wellington fora enviado pelo governo inglês para aconselhar a corte espanhola que seria loucura tentar desfazer as reformas instituídas no país durante o exílio de seu rei. Entretanto, ninguém, muito menos o enviado especial, esperava que a missão tivesse êxito.
— De qualquer modo Wellington dará seu recado — continuou Wetherly —, e eles que decidam se obedecem ou não. Sabiam que Arthur Wellesley, no momento duque de Wellington, jamais suportara tolos. Tendo obtido enorme popularidade com a derrota de Napoleão, não mudaria de atitude agora. — Confesso que não estava com saudade de Madri. Não se compara à gloriosa Paris na primavera — falou Wetherly.
— As gloriosas dançarinas do Teatro Opera, quer dizer — replicou Sebastian em tom de zombaria. — Está com ciúme, meu caro. Não tenho culpa se a mais bonita de todas me preferiu. Era o tipo de brincadeira que faziam um com o outro ao longo de muitos anos de amizade. Cada qual proclamava a própria superioridade junto às mulheres, a capacidade de suportar a bebida e a perícia nas lutas. Dessa vez, entretanto, fez-se um pequeno silêncio após o comentário desajeitado do visconde, que tentou se desculpar. ]
— Sabe que não é verdade, Sin. Nenhuma mulher jamais me preferiu a você. Nem mesmo depois....
— ...que destruíram meu rosto? Sebastian riu e passou o braço pelo ombro do amigo, em um gesto de conciliação.
— Não quis dizer isso — tartamudeou Harry. — Só porque todos fingem não perceber, a realidade não muda. — Sinclair tocou a cicatriz avermelhada que atravessava sua face. — E bobagem tentar esconder o sol com a peneira. Sempre se referia ao ferimento em tom de zombaria, e ria em resposta a algum comentário. A maioria das pessoas pensava que o recebera em um ataque de bandidos, e apenas uns poucos amigos conheciam a verdade sobre o incidente no rio.
— Ainda é o oficial mais charmoso — disse Harry com generosidade.
— E você o maior mentiroso. Não consigo entender como Wellington o suporta.
— Continua me mantendo por perto porque sou muito divertido.
— E a mim por causa da grande beleza — replicou Sebastian, zombando de si mesmo.
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1 - Uma Mulher de Coragem
2 - Sonhos Secretos
3 - Uma Dama Espanhola
Trilogia Concluída
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18 de outubro de 2011
17 de outubro de 2011
Sonhos Secretos
Trilogia Sinclair
Uma mudança no destino…
O major Edward Sinclair sabia, por experiência própria, que a guerra fazia com que os homens agissem de maneira estranha. Mas ser nomeado tutor da filha do homem responsável pelo fim de sua carreira – e quase de sua vida – ultrapassa todos os limites.
Agora Annelise Darlington estava sob sua responsabilidade, ele se viu imaginando um futuro com o qual fazia muito tempo deixara de sonhar...
Isolada em um internato longínquo, Annelise Darlington crescera sem conhecer outro tipo de vida.
Até o destino jogá-la nos braços fortes de Edward Sinclair, um nobre torturado, cujo passado ameaçava o sonho secreto de Annelise de que algum dia ele correspondesse ao seu amor e se tornasse o marido perfeito.
Capítulo Um
— Como disse? — perguntou Annelise Darlignton, olhando para cima.
Estava ajoelhada no chão de pedras diante de Sally Eddington, segurando a barra da saia da garota.
Tentava diminuir a barra do vestido para que não arrastasse no chão enquanto a menina caminhava. E realizava a tarefa com a garota vestida, o que era bem mais difícil. Sendo assim, sua concentração a impediu de escutar a primeira parte da mensagem que a diretora lhe mandara.
— E seu tutor — disse Margaret Rhodes, com toda importância. — Veio buscá-la para passar o Natal com ele.
— Que ótima notícia, Sally — disse Annelise, dando o último ponto no tecido. Depois enfiou a agulha pela última vez, dando um nó. E arrebentou a linha com os dentes. — Eu não imaginei que você fosse embora hoje.
Para ser bem sincera, ela nem sabia que Sally tinha um tutor. No ano anterior, a menina passara as férias na escola.
Havia poucas alunas que o faziam, e como a própria Annelise sempre fora uma delas, conhecia a história de quase todas as colegas.
A perda da mãe, normalmente por complicações no parto. Um novo casamento do pai, talvez. Ou o desinteresse dele.
Annelise acreditava enquadrar-se na última categoria, mas já parara de pensar na falta de interesse do pai havia muito tempo. Na verdade, era grata pela educação que ele lhe proporcionara, mesmo não sendo presente.
E naquela semana a sra. Kemp tinha lhe oferecido um cargo de professora para o próximo ano letivo.
Nesse caso, jamais teria de deixar aquela escola que tanto adorava, pensou, ajeitando a saia da pequena Sally. Depois beijou-lhe o rosto sardento.
— Eu não vou embora — falou Sally, não entendendo nada.
— Não estou falando da menina, Annelise — disse Margaret. — Ele veio buscar você.
Incrédula, Annelise virou-se para a jovem.
— Eu?
— E a Sra. Kemp falou para você ir logo e não o deixar esperando.
Annelise abriu a boca para protestar, mas logo a fechou. Afinal de contas, qualquer coisa que acontecesse seria diferente da rotina de suas tardes, quando assistia algumas aulas e limpava o nariz das meninas menores. Ou elas estavam brincando ou alguém tinha se enganado. Entretanto, em ambos os casos, seria uma grande novidade. Se fosse uma travessura, as outras se divertiriam à sua custa, o que não a incomodava. E caso não fosse, o engano de certo já teria sido desfeito quando chegasse na diretoria. Até lá...
— E claro — disse ela, alegre. — Não pretendo deixá-lo esperando. Ele deve ter vindo de Londres.
— Não sei — confidenciou Margaret —, mas chegou em uma linda carruagem com os cavalos mais maravilhosos que já vi.— A Sra. Kemp não aprovaria escutá-la falando assim, Margaret.
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Trilogia Concluída
Uma mudança no destino…
O major Edward Sinclair sabia, por experiência própria, que a guerra fazia com que os homens agissem de maneira estranha. Mas ser nomeado tutor da filha do homem responsável pelo fim de sua carreira – e quase de sua vida – ultrapassa todos os limites.
Agora Annelise Darlington estava sob sua responsabilidade, ele se viu imaginando um futuro com o qual fazia muito tempo deixara de sonhar...
Isolada em um internato longínquo, Annelise Darlington crescera sem conhecer outro tipo de vida.
Até o destino jogá-la nos braços fortes de Edward Sinclair, um nobre torturado, cujo passado ameaçava o sonho secreto de Annelise de que algum dia ele correspondesse ao seu amor e se tornasse o marido perfeito.
Capítulo Um
— Como disse? — perguntou Annelise Darlignton, olhando para cima.
Estava ajoelhada no chão de pedras diante de Sally Eddington, segurando a barra da saia da garota.
Tentava diminuir a barra do vestido para que não arrastasse no chão enquanto a menina caminhava. E realizava a tarefa com a garota vestida, o que era bem mais difícil. Sendo assim, sua concentração a impediu de escutar a primeira parte da mensagem que a diretora lhe mandara.
— E seu tutor — disse Margaret Rhodes, com toda importância. — Veio buscá-la para passar o Natal com ele.
— Que ótima notícia, Sally — disse Annelise, dando o último ponto no tecido. Depois enfiou a agulha pela última vez, dando um nó. E arrebentou a linha com os dentes. — Eu não imaginei que você fosse embora hoje.
Para ser bem sincera, ela nem sabia que Sally tinha um tutor. No ano anterior, a menina passara as férias na escola.
Havia poucas alunas que o faziam, e como a própria Annelise sempre fora uma delas, conhecia a história de quase todas as colegas.
A perda da mãe, normalmente por complicações no parto. Um novo casamento do pai, talvez. Ou o desinteresse dele.
Annelise acreditava enquadrar-se na última categoria, mas já parara de pensar na falta de interesse do pai havia muito tempo. Na verdade, era grata pela educação que ele lhe proporcionara, mesmo não sendo presente.
E naquela semana a sra. Kemp tinha lhe oferecido um cargo de professora para o próximo ano letivo.
Nesse caso, jamais teria de deixar aquela escola que tanto adorava, pensou, ajeitando a saia da pequena Sally. Depois beijou-lhe o rosto sardento.
— Eu não vou embora — falou Sally, não entendendo nada.
— Não estou falando da menina, Annelise — disse Margaret. — Ele veio buscar você.
Incrédula, Annelise virou-se para a jovem.
— Eu?
— E a Sra. Kemp falou para você ir logo e não o deixar esperando.
Annelise abriu a boca para protestar, mas logo a fechou. Afinal de contas, qualquer coisa que acontecesse seria diferente da rotina de suas tardes, quando assistia algumas aulas e limpava o nariz das meninas menores. Ou elas estavam brincando ou alguém tinha se enganado. Entretanto, em ambos os casos, seria uma grande novidade. Se fosse uma travessura, as outras se divertiriam à sua custa, o que não a incomodava. E caso não fosse, o engano de certo já teria sido desfeito quando chegasse na diretoria. Até lá...
— E claro — disse ela, alegre. — Não pretendo deixá-lo esperando. Ele deve ter vindo de Londres.
— Não sei — confidenciou Margaret —, mas chegou em uma linda carruagem com os cavalos mais maravilhosos que já vi.— A Sra. Kemp não aprovaria escutá-la falando assim, Margaret.
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Trilogia Concluída
16 de outubro de 2011
Uma Mulher de Coragem
Trilogia Sinclair
Paris, 1913
Dessa vez o conde de Dare foi longe demais!
Stephen Sinclair, o conde de Dare, era um enigma, mesmo para aqueles que julgavam conhecê-lo bem.
Pois embora sua moral parecesse suspeita e sua busca pelo prazer tão incansável quanto a de suas parceiras, havia algo sob a fachada de beleza, perspicácia e charme que ele, muito habilmente mantinha escondido.
Ou, pelo menos, assim parecia, até a noite em que Dare apostou uma pequena fortuna pela amante inglesa de um jogador francês... e ganhou!
Agora, com a bela viúva instalada em sua casa, até as mamães casamenteiras da alta sociedade estavam começando a duvidar que o conde de Dare seria capaz de recuperar o bom nome, pois tinha-se a impressão de que a mal-afamada sra. Carstairs estava destinada a se tornar a próxima noiva da família Sinclair...
Capítulo Um
Londres.
Se tudo ocorrer de acordo com o planejado, minha querida, teremos um convidado muito especial esta noite — disse Henri Bonnet, sorrindo com indisfarçável satisfação. — Alguém a quem você deve tratar com redobrada cortesia.
Elizabeth Carstairs ergueu a cabeça e, durante breves segundos, fitou o reflexo do patrão no espelho sobre a penteadeira. Sem nada responder, retomou a tarefa de maquiar os belos e tristes olhos azuis. Irritado com a indiferença daquela inglesa altiva, apesar da posição subalterna que ocupava em sua casa, o francês atravessou o quarto com passadas rápidas e segurou-a pelo queixo rudemente, obrigando-a a encará-lo.
— Um convidado muito especial — tornou a dizer, pronunciando cada palavra com propositada lentidão. — Você está me entendendo, mulher?
— Claro — ela retrucou, não deixando transparecer a angústia que lhe ia no peito. Nos últimos dois anos, Elizabeth Carstairs pouco controle tivera sobre qualquer aspecto da própria vida, exceto quanto ao comportamento pessoal. E, desde o início, jurara a si mesma que Henri Bonnet, jogador profissional, jamais saberia o que ela estava pensando. Ou sentindo.
Ainda segurando-a firme pelo queixo, Bonnet virou-a em direção à luz. Depois de examiná-la criticamente, mergulhou um dedo num pote de rouge e acrescentou mais cor aos lábios e às faces pálidas.
Então afastou-se alguns centímetros e contemplou o resultado. Todavia o vestido azul, de corpete alto e mangas compridas, não o agradava.
— Prefiro vê-la usando o vestido vermelho, em vez deste aqui. Portanto, troque-se. Estaremos recebendo alguém importante. Alguém muito importante. E conto com seu empenho.
Sem se dar ao trabalho de aguardar até que sua ordem fosse cumprida, pois sabia que seria, o jogador retirou-se, deixando-a só no quarto. Elizabeth olhou-se no espelho, odiando a própria imagem.
Num misto de raiva e frustração, tentou remover o rouge das faces. Porém, após alguns instantes, desistiu, resignada. Impossível lutar contra o destino. Já não podia ser quem um dia fora. Com o olhar fixo no espelho, levantou-se e começou a desabotoar o vestido azul, preparando-se para cumprir a determinação do patrão.
Orgulhosa e serena, embora com a alma dilacerada, saiu do quarto após trocar-se, sem voltar a se olhar no espelho.
— Tão gentil de sua parte nos honrar com sua companhia, meu lorde Dare — Henri Bonnet falou inclinando-se servilmente, a mão esquerda, enfeitada por um enorme anel de esmeralda, apontando para a mesa de mogno, que dominava parte do cenário daquela elegante casa de jogos, no coração de Londres. Havia duas cadeiras vagas à mesa, as outras quatro já ocupadas por cavalheiros que costumavam freqüentar o mesmo círculo social do conde.
O olhar arrogante de Dare mal se deteve sobre seu anfitrião, preferindo passear rapidamente sobre o rosto de cada um dos presentes.
— Creio que você conhece todos aqui reunidos — o francês acrescentou, não se permitindo revelar o quanto a indiferença do conde às suas palavras efusivas de boas-vindas o tinha desagradado.
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Paris, 1913
Dessa vez o conde de Dare foi longe demais!
Stephen Sinclair, o conde de Dare, era um enigma, mesmo para aqueles que julgavam conhecê-lo bem.
Pois embora sua moral parecesse suspeita e sua busca pelo prazer tão incansável quanto a de suas parceiras, havia algo sob a fachada de beleza, perspicácia e charme que ele, muito habilmente mantinha escondido.
Ou, pelo menos, assim parecia, até a noite em que Dare apostou uma pequena fortuna pela amante inglesa de um jogador francês... e ganhou!
Agora, com a bela viúva instalada em sua casa, até as mamães casamenteiras da alta sociedade estavam começando a duvidar que o conde de Dare seria capaz de recuperar o bom nome, pois tinha-se a impressão de que a mal-afamada sra. Carstairs estava destinada a se tornar a próxima noiva da família Sinclair...
Capítulo Um
Londres.
Se tudo ocorrer de acordo com o planejado, minha querida, teremos um convidado muito especial esta noite — disse Henri Bonnet, sorrindo com indisfarçável satisfação. — Alguém a quem você deve tratar com redobrada cortesia.
Elizabeth Carstairs ergueu a cabeça e, durante breves segundos, fitou o reflexo do patrão no espelho sobre a penteadeira. Sem nada responder, retomou a tarefa de maquiar os belos e tristes olhos azuis. Irritado com a indiferença daquela inglesa altiva, apesar da posição subalterna que ocupava em sua casa, o francês atravessou o quarto com passadas rápidas e segurou-a pelo queixo rudemente, obrigando-a a encará-lo.
— Um convidado muito especial — tornou a dizer, pronunciando cada palavra com propositada lentidão. — Você está me entendendo, mulher?
— Claro — ela retrucou, não deixando transparecer a angústia que lhe ia no peito. Nos últimos dois anos, Elizabeth Carstairs pouco controle tivera sobre qualquer aspecto da própria vida, exceto quanto ao comportamento pessoal. E, desde o início, jurara a si mesma que Henri Bonnet, jogador profissional, jamais saberia o que ela estava pensando. Ou sentindo.
Ainda segurando-a firme pelo queixo, Bonnet virou-a em direção à luz. Depois de examiná-la criticamente, mergulhou um dedo num pote de rouge e acrescentou mais cor aos lábios e às faces pálidas.
Então afastou-se alguns centímetros e contemplou o resultado. Todavia o vestido azul, de corpete alto e mangas compridas, não o agradava.
— Prefiro vê-la usando o vestido vermelho, em vez deste aqui. Portanto, troque-se. Estaremos recebendo alguém importante. Alguém muito importante. E conto com seu empenho.
Sem se dar ao trabalho de aguardar até que sua ordem fosse cumprida, pois sabia que seria, o jogador retirou-se, deixando-a só no quarto. Elizabeth olhou-se no espelho, odiando a própria imagem.
Num misto de raiva e frustração, tentou remover o rouge das faces. Porém, após alguns instantes, desistiu, resignada. Impossível lutar contra o destino. Já não podia ser quem um dia fora. Com o olhar fixo no espelho, levantou-se e começou a desabotoar o vestido azul, preparando-se para cumprir a determinação do patrão.
Orgulhosa e serena, embora com a alma dilacerada, saiu do quarto após trocar-se, sem voltar a se olhar no espelho.
— Tão gentil de sua parte nos honrar com sua companhia, meu lorde Dare — Henri Bonnet falou inclinando-se servilmente, a mão esquerda, enfeitada por um enorme anel de esmeralda, apontando para a mesa de mogno, que dominava parte do cenário daquela elegante casa de jogos, no coração de Londres. Havia duas cadeiras vagas à mesa, as outras quatro já ocupadas por cavalheiros que costumavam freqüentar o mesmo círculo social do conde.
O olhar arrogante de Dare mal se deteve sobre seu anfitrião, preferindo passear rapidamente sobre o rosto de cada um dos presentes.
— Creio que você conhece todos aqui reunidos — o francês acrescentou, não se permitindo revelar o quanto a indiferença do conde às suas palavras efusivas de boas-vindas o tinha desagradado.
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