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20 de outubro de 2018

Tudo que Eu Quero

Série Duques da Guerra
Ele ensinou-a a confiar. Ele ensinou-a a amar. 

E então ele a deixou sem uma palavra. Hoje à noite ele está de volta. 
Se por um momento ou para sempre, dependerá da virada de uma carta. Vinte e um para ganhar - ou perder tudo. 
O futuro deles dependerá de jogar a carta certa ... 



Capítulo Um 

Outro sarau elegante, outra proposta rastejante de um pretendente faminto de dinheiro com idade suficiente para ser o pai de Matilda. Apesar de seus sapatos de salto alto, Lady Matilda Kingsley correu para o salão de jogos. 
Ela não queria nada mais do que correr para casa e esquecer seus problemas no conforto de um bom livro. Mas para chegar lá, ela precisava do primo Egbert. Ele tinha sido seu acompanhante durante a maior parte de sua vida. 
Ele era um perdulário para todos os seus. Era um elemento fixo em todas as mesas de apostas e jogos de azar em toda a cidade. O pior de tudo, ele tinha a sorte do diabo. Ele não deixava uma mesa até que a moeda de todos os outros tilintasse dentro de seus bolsos, o que às vezes ia muito além do amanhecer. 
Os passos de Matilda diminuíram. Aquele era o primo Egbert, envolto em fumaça de charuto e roupa enrugada, com um pé dentro do salão de jogos e um pé fora? Ele estava gesticulando para ela? Ela parou de andar. 
Normalmente, ela que era encontrada pairando em uma porta, tentando em vão sinalizar a ele que estava pronta para sair, sem deixar os dedos dos pés atravessarem o limiar fino da infame sala de jogos. Fazer isso seria cortejar o escândalo. E, no entanto, ele estava ali, acenando-lhe para se juntar a ele. 
Algo estava muito estranho. Seu pescoço formigou. Todos os seus sentidos ficaram em alerta máximo. Ela arriscou apenas na medida do batente da porta, e pôs a mão no braço de seu primo. 
─ Eu quero ir para casa, ─ ela murmurou. ─ Por favor, primo. Foi uma noite longa. O arranjo tácito deles era que se conseguisse chamar sua atenção, ele seria obrigado a levá-la de volta à casa. Mas desta vez ele sacudiu a cabeça. Seus olhos estavam frios e duros, seu sorriso fácil distorcido e mesquinho. 
Seu estômago se contorceu. Ela não tinha visto essa expressão em seu rosto em anos, mas ela sabia muito bem o que significava: não haveria como falar com ele sobre qualquer problema que estivesse criando. E ele pretendia envolvê-la no meio disso. 
─ Por favor, ─ ela repetiu, embora soubesse que era inútil. Seus olhos estavam muito vidrados. Mas ela tinha que tentar. ─ A música acabou. Não podemos ir para casa? 
─ É claro, ─ disse ele, mas seu sorriso severo só aumentou. ─ Eu estou terminando um jogo de azar. Se você jogar minha última mão, podemos estar a caminho. Seu batimento cardíaco falhou, então acelerou a novas alturas. O que ele queria dizer? Se cruzar o limiar era escandaloso, jogar seria sua ruína. Só podia ser um truque. Mas por quê? E de quem? 
─ Você ... deseja que eu aposte? ─ Sua garganta estava seca demais para engolir corretamente. Ele sorriu. ─ Basta jogar uma mão. Então eu vou te levar para casa. Eu prometo. ─ Ele agarrou-a pelo pulso e puxou-a para a sala iluminada por velas. 
Seus músculos se trancaram. Ela não deveria estar em qualquer lugar perto desta sala. Ou desses homens. Tudo que Eu quero – Erica Ridley Fumaça subia dos dedos e bocas de todos os cavalheiros presentes, tornando o ar espesso e doce demais da fumaça de seus charutos. 
Um bando de dândis cercava o que ela assumiu ser uma mesa de jogo. Duas dúzias de espectadores embriagados em linho extrafino e calças de camurça a rodeava. Eles se separaram para deixá-la passar. 
A mesa era pequena, redonda e vazia, salvo por um pedaço de papel dobrado e um conjunto de cartas de jogar empilhadas de um lado. Um soldado estava sentado em uma das duas cadeiras de madeira, de costas para Matilda. Seus ombros largos e músculos definidos preenchiam seu casaco vermelho imaculado. Dragonas douradas e as estrelas correspondentes marcavam-no como um oficial. 
Ela voltou seu olhar em direção a seu primo. Seu sorriso cruel gravou mais fundo em seu rosto, quando ele a puxou à vista do rosto do soldado. Owen Turner. 
A agitação em seu estômago borbulhava em náusea. 
Ela estendeu a mão para firmar-se. Alguém empurrou-a para a cadeira vazia. Ela tentou não olhar, não encarar, mas seus olhos tinham fome de um mero vislumbre dele por muito, muito tempo ... Ele era lindo. O primeiro amigo que ela já fez. O único garoto que ela sempre amou.