29 de setembro de 2018

A Passageira Clandestina do Pirata

Série Duques da Guerra
O Capitão Blackheart leva uma vida simples ao percorrer os mares, pechinchando e caçando tesouros.

Ele evita envolvimentos românticos que poderiam prendê-lo à terra. Ele não deveria ter nenhuma dificuldade em manter as mãos longe da dama de estirpe que foi contratado para raptar, exceto que sua carga acaba por ser briguenta e apaixonada! 
Ela seria um prêmio que valeria a pena conservar, se tê-la a bordo não comprometesse tudo ...Clara Halton achou que a pior perda que poderia sofrer era ser despojada de sua família, acometida pela tuberculose, e deixada para morrer sozinha. Então ela conhece Blackheart. Sua atração é ruinosa ... e irresistível. Quando ele a entrega como se fosse mais uma pilhagem, sua missão acabou — mas a dela está apenas começando. Ela vai forçá-lo a reconhecer sua conexão, mesmo que ela precise invadir o navio dele para fazê-lo! 

Capítulo Um

Fevereiro de 1816, O Dark Crystal, Oceano Atlântico
O infame pirata Blackheart estava na proa do seu navio, sorrindo para a corrente de ar salgado, quando o primeiro sinal da América surgiu no horizonte.
Apesar do frio do inverno, o céu estava claro e azul, com o vento e o sol nas suas costas. Era mais do que um bom presságio. Era um dia perfeito para qualquer das atividades favoritas do Capitão Blackheart. Velejar. Fornicar. Beber. Correr a cavalo. Lutar com espadas. Enfrentar embarcações inimigas. Comandar uma fragata desafortunada.
Nada era melhor do que a liberdade dos mares.
— Terra à vista! — Veio o grito familiar do ninho do corvo.
O bom humor de Blackheart desvaneceu. Ele abandonou a supervisão da navegação ao contramestre sem uma palavra.
Não havia necessidade de gritar ordens. A maioria da tripulação fazia parte de sua família há tempo suficiente para reconhecer as nuvens de tempestade que se formavam nos olhos de Blackheart, e todos à bordo já tinham seus afazeres permanentes.
Sem brigas desnecessárias. Nada de beber em excesso. Fornicar era sempre permitido, mas somente se a tripulação se apressasse. O Dark Crystal só estaria ancorado no Porto da Filadélfia tempo suficiente para Blackheart cumprir a sua missão, e então eles navegariam pelo Rio Delaware e voltariam para o mar com a mesma rapidez.
O pagamento só seria entregue após o recebimento da encomenda. Nesse caso... uma velha doente chamada Sra. Halton.
Apesar de ser um pirata de aluguel, Blackheart não tinha o hábito de sequestrar inocentes. Antes do fim da guerra, oito curtos meses atrás, ele fora um corsário para a Marinha Real. Um pirata do governo. Um pirata legalizado. Agora que ele era um contratante independente, ele tentava defender o espírito (se não a letra precisa) da lei.
Era o caminho mais seguro para evitar a forca.
As solas das botas de Blackheart pisavam silenciosamente contra a madeira polida, enquanto ele se dirigia a passos largos para a escotilha da sala de armas. Ele desceu a escada até a cabine do capitão e entrou para reunir seus suprimentos.
O primeiro item: uma gravata recém-engomada. Essa missão exigiria charme. Segundo item: uma pistola recentemente limpa e com munição extra. Um pirata pode não esperar problemas, mas certamente pretendia terminá-lo. Terceiro item: uma pesada bolsa de moedas. Se tudo o mais falhasse, o ouro era muitas vezes mais forte que as balas. E ele planejava usar todas as armas à sua disposição.
No momento em que a escuna ancorou no porto, Blackheart estava barbeado, afetado e fresco como uma margarida. Oh, certamente, sua pele bronzeada pelo sol era de um marrom não aristocrático — e era generosamente adornada com uma quantidade verdadeiramente não cavalheira de cicatrizes — mas a maioria estava escondida debaixo de suas reluzentes botas Hessians, calções de camurça macios, colete castanho-amarelado, gravata branca ofuscante, e fraque azul-escuro com duas fileiras de botões dourados.
A pistola escondida em sua tipoia ajustada mal fazia uma protuberância sob tantas camadas de janotismo.
Ele dispensou a espada e a bengala de passeio, porque ele pretendia fazer o resto da viagem a cavalo, e considerou deixar seu chapéu para trás também. Era improvável que ficasse em sua cabeça em um galope, e seria esmagado no alforje...
Com um suspiro, Blackheart pegou o chapéu de castor e colocou-o na cabeça. Ele não tinha ideia de quão facilmente manipulável a Sra. Halton poderia ser, ou se ela seria uma daquelas matronas velhas e histriônicas que se recusavam a ser vistas em público ao lado de um cavalheiro com uma cabeça nua.
O Plano B era atirá-la sobre o ombro e resolver o assunto, mas Blackheart havia prometido ao Conde de Carlisle, que ele pelo menos tentaria persuadir o pacote a acompanhá-lo voluntariamente.
E embora Blackheart nunca fosse admitir isso em voz alta, ele tinha uma opinião bastante alta de seu próprio charme e das vovós. Ele faria tudo ao seu alcance para fazer a viagem para a Inglaterra o mais agradável possível para a Sra. Halton, e já havia instruído sua equipe a tratá-la como se ela fosse a própria mãe deles. Com alguma sorte, ela seria do tipo que assava tortas e biscoitos. Ou, pelo menos, não vomitaria no Dark Crystal inteiro.
Levando nada mais do que um par de luvas e uma pequena mochila, ele desceu da prancha em busca do cavalo mais rápido para alugar — e quase tropeçou em um subnutrido garoto do jornal vendendo as manchetes de hoje por um centavo.
Em circunstâncias normais, Blackheart teria jogado ao menino uma moeda e o deixaria ficar com o jornal... mas a fonte preta estampada na parte superior parou o capitão onde estava.
Blackheart pegou o jornal e tentou ler sobre o ranger de seus dentes. Ele não tinha certeza do que mais odiava sobre o Corsário Carmesim: que o homem era um desonrado louco de sangue frio, ou que ele começara a receber mais atenção da imprensa do que o próprio Blackheart.
— Você vai pagar por isso, senhor? — Veio uma voz beligerante, de alta frequência abaixo de seu cotovelo.
Ele bateu com força o jornal de volta para a pilha, juntamente com uma brilhante moeda nova, e saiu da doca. Agora não era o momento de pensar sobre o Corsário Carmesim. Uma vez que a Sra. Halton fosse entregue com segurança, Blackheart e sua tripulação estariam livres para perseguir qualquer missão que quisessem — talvez um rápido procurar e destruir um navio corsário — mas para o momento, ele precisava manter o foco. Não só ele tinha dado a Carlisle sua palavra, como essa missão seria muito fácil. Agarrar a mulher, conseguir o dinheiro. As mais fáceis trezentas libras de sua vida.
A zona rural da Pensilvânia passou voando, o céu escurecendo enquanto cavalgava. Blackheart manteve-se nas estradas utilizadas pelas diligências postais, com a finalidade de trocar de cavalo nas casas de postagens... e também para não perder o caminho. Ele estava acostumado com a Inglaterra e com o mar aberto, não com essas escassamente povoadas trilhas americanas que serpenteavam sem parar entre cidades maiores. Ele nunca se sentia confortável quando estava fora de vista da água, e ele estava se afastando mais do oceano a cada passo.
Apesar do impressionante número de pequenas cidades que se cruzavam nas longas estradas poeirentas, ele sentia-se mais isolado com cada milha que passava. As refeições apressadas que ele fazia nas tavernas do interior não se pareciam com a camaradagem barulhenta a bordo de seu navio. Ele mal podia esperar para completar essa missão.
Felizmente, ele teve que passar a noite em uma pousada apenas uma vez, antes de finalmente chegar à cidade onde seu alvo residia.
O chalé desmazelado estava exatamente onde suas instruções diziam que estaria, mas o estado de abandono fez Blackheart parar. O jardim crescera tanto que era quase selvagem. O exterior estava sujo e coberto de teias de aranha. Nenhuma fumaça saía da chaminé. Nenhuma luz de vela brilhava nas janelas.
Alguém já havia raptado sua presa? Ela simplesmente se mudou? Ou, Deus me livre, morreu de velhice durante sua viagem da Inglaterra?
Em vez de marchar cegamente em território desconhecido, ele virou o cavalo em busca do chefe do correio local, a fim de determinar se o seu alvo ainda estava na mira — ou se as regras do jogo haviam mudado.
— Sra. Halton? — Repetiu o pálido chefe dos correios quando Blackheart interrompeu o seu almoço. — Sra. Clara Halton?
— Sim. — Blackheart respondeu calmamente, enquanto se erguia sobre a mesa de jantar. — Eu vim visitá-la.
— Mas você não deve, senhor. — O chefe dos correios continuou em frente, apesar da sobrancelha levantada do capitão. — Você não pode. Ela está doente...
— Estou ciente de que a Sra. Halton tem estado doente.
— ... com tuberculose. — O chefe dos correios terminou, os olhos arregalados com um mau pressentimento.
Embora o sorriso de Blackheart não vacilasse, seu sangue gelou. Tuberculose. O jogo tinha realmente mudado.
— Há quanto tempo ela está doente? — Ele perguntou em voz baixa.
— Eu não sei direito...




2 comentários:

  1. Olá meu nome é Fernanda e adoro o seu blog. Eu estou tentado achar um livro porém não acho, o nome dele é Meu querido guardião.Esse livro eu li já faz um tempo então acho que o nome é esse, se não achar vou escrever como é o inicio da historia. A historia começa com ela fugindo do seu noivo meio da floresta e ela bate em um cavalo no qual havia um homem bonito, elegante, e serio. O noivo a encontra, e ela se esconde atrás do cavalo. Os dois homens eram de reinos inimigos e o homem serio toma a moça como prisioneira e eles se apaixonam. É só ate ai o que me lembro. Muito obrigada belo seu tempo.

    ResponderExcluir
  2. Amei a série, quero aqui deixar meu agradecimento à equipe maravilhosa de tradutoras!!!! Vale a pena ler toda a série! LINDA!

    ResponderExcluir

Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!