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19 de maio de 2020

Os Fios do Destino

Série Clã MacKenzie

Lady Suisan Harper não conseguia tirar os olhos do homem perigosamente atraente cuja presença enchia a sala iluminada por velas — Myles Cunningham. 

Ela esperava um fraco; ele era forte. Ela esperava uma indiferença fria; ele a atraiu para ele com um olhar quente e faminto. Mas é claro que ele acreditava que ela era apenas Maura, uma empregada perversa e feliz em compartilhar a cama de um homem rico.
Bonito ou não, Myles quase tinha arruinado o negócio de tecelagem de sua família. Ele até tinha roubado os padrões dos tartans de seu clã, símbolos da independência escocesa que foram tornados ilegais pelo rei inglês. Suisan tinha vindo a Londres disposta a arriscar sua honra e sua liberdade para recuperá-los. Mas agora, quando os lábios de Myles roçaram os seus com fogo, seu fio de mentiras cuidadosamente tecidos começou a se desfazer… e um fio sedoso de desejo começou a ligar seu destino a esse homem irresistível — seu inimigo e seu amado.

Capítulo Um

Londres, 1760
Nelly?
— Estou aqui, Lady Suisan — disse a criada baixinho, sua voz familiar cortando a noite de Londres.
— Você não deve me chamar assim. — Suisan sussurrou, apertando as mãos no peitoril alto da janela do porão, com evidente medo e ansiedade em sua voz.
A empregada cuspiu uma grosseria em gaélico.
— Nelly!
— Oh muito bem. — A empregada se agachou no pavimento acima de sua patroa. As tranças loiras de Nelly roçaram o parapeito da janela molhada. Quando seus rostos estavam no mesmo nível, ela disse — Maura. — Parece que o nome foi arrancado. — Mas não vejo por que temos que fingir quando não há mais ninguém por perto, exceto os ratos, os gatos e os bêbados de gim.
As mãos de Suisan começaram a tremer.
— Teremos que fingir na porta de Newgate, esperando pelo carrasco, se não tratarmos nosso assunto com cuidado.
Imediatamente Nelly ficou séria e perguntou:
— Então os encontrou?
— Sim, estavam escondidos em uma velha caixa frágil sob uma caixa de conhaque.
— Onde?
— Sob as escadas do porão.
— Maldito bandido ladrão. — Resmungou Nelly.
— Isso mesmo. — Suisan concordou, depois baixou a voz. — Estenda a mão e eu vou passar um, mas tenha cuidado agora, e não os arranhe com os tijolos. Isso arruinaria o desenho.
— Sim, milady.
— Nelly… — Suisan avisou.
A empregada fez o que lhe foi dito, mas mesmo com o brilho fraco da lâmpada próxima, seus dedos pareciam pequenos demais para a tarefa. Suisan sentiu que o peso da madeira deixava suas mãos tremendo.
— Este é um pouco difícil de lidar. — Nelly rosnou, respirando com dificuldade.
— Como o próprio Lochiel Cameron.
Nelly deu uma risadinha abafada, o som de um sussurro nervoso de sua jovialidade habitual.
— Silêncio.
— Eu peguei, e por todos os santos, é um presente de Deus tocá-lo novamente — disse Nelly. — Vai me passar o outro?
— Você pode lidar com mais de um? — Suisan perguntou, duvidoso.
— Bem, não, mas indo tão devagar quanto agora, levará meses para resgatar todos eles.
— Então que assim seja. Nós não voltaremos para a Escócia sem cada um deles.
— Sua Senhoria chegou?
— Ainda não, e os empregados estão em um estado de incerteza devido à sua ausência.
O suspiro de alívio de Nelly foi audível.
— Os santos estão conosco e talvez possamos tirá-los daqui antes que o maldito e ganancioso chegue em casa.
— Essa é precisamente minha intenção.
— Embora, eu lhe diga de novo — disse Nelly pensativamente — eu mudaria meu sonho de uma noite luxuriosa com Lachlan Mackenzie por ser um rato no seu bolso na primeira vez que vir aquele rato desprezível, Myles Cunningham.
— Espero que não seja tão ruim quanto diz o tio Rabby. — sussurrou Suisan.
— Você terá cuidado, milady? Ele conhece seu rosto por causa do retrato que seu tio lhe enviou.
— Claro que vou. Para dizer a verdade, eu tive uma temporada tranquila até agora. Ele não se incomodou em pendurar o retrato. Ninguém suspeita que eu seja nada além do que uma empregada, mas você deve cuidar de suas palavras.
— E o nosso tecido? Sabe por que nos pagam um preço tão miserável? — Perguntou Nelly.
A raiva ressurgiu em Suisan.
— Eu encontrei os livros de contas de Myles. Ele parece pagar mais ao tio Rabby pelo tecido de Strathclyde do que pelo nosso.
— Esse idiota cara de cachorro. É espantoso ele ter a riqueza que possui, já que nem consegue distinguir um tecido fino de um pano de chão. Esses infames Strath não têm o direito de se chamarem tecelões. Como podemos ver a cada primavera na feira de Glasgow.
— Eu vou me preocupar em encontrar um novo mercado para o tecido depois. Temos questões mais importantes para nos preocupar agora.
Nelly gemeu, depois olhou para a rua de Londres.
— Oh não!








Série Clã MacKenzie
1. Os Fios do Destino 
2 - O Duque das Highlands
3 - Traída
4 - Seduzida
5 - Coração Fiel
Série concluída


3 de março de 2013

Coração Fiel

Série Clã MacKenzie
 






Virgínia MacKenzie desapareceu há dez anos. Cameron, seu noivo, teve de viajar para a França e Virgínia não iria permitir que se separasse dela.

Comprou uma passagem de navio que a levasse para junto de seu amado, mas o capitão decidiu que seria mais vantajoso para ele levá-la até as colônias americanas e vendê-la ao dono de uma plantação.
Durante todo esse tempo, Cameron continuou procurando pelo seu verdadeiro amor, inclusive quando o resto da família de Virgínia já tinha desistido devido ao tempo e ao desânimo.
Justo agora, no momento em que começa a perder a esperança de encontrá-la, é quando Cameron acha um indício que pode levar até ela.
Entretanto, Virgínia já não é mais a menina doce e inocente de quando desapareceu.
Converteu-se em uma jovem formosa e com muitas lembranças dolorosas, muitas das quais deseja esconder, quando descobre que, enfim, poderá retornar junto das pessoas que ama. Cameron terá que derrubar a parede de segredos se deseja fazê-la feliz

Comentário revisora Cléria Janice: Uma boa história, com personagens interessantes e sem enrolação.
A protagonista é sofrida, mas não se torna chata por isso. 
O mocinho é um fofo.Gostei bastante das irmãs e fiquei com vontade de ler os outros livros.Só achei uma pena não ser mais hot. No fim, é um bom livro, embora não seja especialmente o meu tipo preferido.

Capítulo Um

Porto do Glasgow 1789
Cameron jogou a bolsa de lona ao ombro e entrou no cais do porto de Glasgow. Não havia ninguém esperando por ele, só uma casa elegante com uns criados leais. 
Quando comparava a realidade de sua vida com as expectativas de sua juventude, encontrava-a vazia e o entristecia dar-se conta disso.
A lembrança de Virgínia já não lhe causava dor, a não ser só um profundo sentimento de perda. Virgínia desaparecera sem deixar rastro, umas horas depois de que ele empreendeu aquela primeira viagem a China, fazia quase dez anos. 
Pensando que poderia haver-se metido no navio de Cameron, seu pai enviou um navio em perseguição ao Highland Dream. Cameron, ao inteirar-se de seu desaparecimento, quis retornar e procurá-la, mas o duque de Ross proibiu-lhe cancelar a custosa viagem. 
O duque estava seguro de que poderia encontrar a sua filha perdida.
Equivocaram-se, é obvio, e Cameron aprendeu a viver com a alma cheia de remorsos.
— Aposto uma libra que Agnes tem outro filho — disse MacAdoo, seu companheiro, referindo-se à filha mais velha de Lachlan MacKenzie, que casara há cinco anos com o conde de Cathcart.
Caminharam ombro a ombro como faziam em todos os portos do mundo. 
MacAdoo Dundas, seis anos mais velho que Cameron, era seu melhor amigo e confidente. Cresceram juntos no castelo de Roward, que era lar ancestral do clã Cameron de sua mãe, os Cameron de Lochiel. Ambos passaram um ano na corte inglesa. 
Juntos fizeram farra e viveram muitas aventuras. Ambos choraram o desaparecimento de Virgínia. Apostando em quase tudo.
Cameron aumentou a aposta.
— Minha libra diz que desta vez vai dar uma filha a Cathcart.
MacAdoo levantou seu saco de marinheiro que levava sua mais preciosa posse: uma gaita de fole. 
Com ela, era capaz de conquistar à moça mais reticente ou fazer que os olhos do mais curtido dos marinheiros se enchessem de lágrimas com uma habilidade que inclusive os highlanders de mais idade invejavam.
— Por isso, deixou que aquela vendedora atraente em Calais lhe vendesse uma bonita boneca, em vez de um jogo de soldados — disse MacAdoo, com um largo sorriso.
O presente estava guardado na bolsa de Cameron junto com uma lembrança que tinha um significado especial para ele: o cachecol de seda que Virgínia lhe entregou tantos anos atrás. Além de uma constante tristeza, isso era a única coisa que restara dela. 
O tecido já estava amarelado e gasto pelo tempo, mas a lembrança que Cameron tinha da jovem seguia viva em sua memória.
A imagem do símbolo de Virgínia apareceu em sua mente com a mesma intensidade de quando viu pela primeira vez o delicado círculo de corações atravessado por uma flecha.
Cameron parou em seco e piscou. A imagem tinha sido real. 
Diante dele havia uma muralha de barris. Gravado a fogo na madeira de um deles se via o símbolo desenhado por Virgínia MacKenzie por quase uma década.
O coração disparou, e a cerveja que bebera com sua tripulação poucos minutos antes queimou no estômago. 
Ninguém mais viu esse símbolo, antes que Virgínia desaparecesse. 
Disse-lhe que era um presente secreto por ocasião do casamento. 
Bordou esse cachecol para ele à luz de velas. Depois de seu desaparecimento, quando Cameron contou ao duque de Ross todos os detalhes daquele último encontro nos estábulos de Rosshaven, este confessou que estava no mezanino de onde ouviu sem querer a discussão entre ambos, mas que não chegou a ver o desenho de Virgínia.
Cameron pensou que nunca voltaria a ver esse símbolo.
— O que aconteceu? —perguntou MacAdoo.
Cameron assinalou o desenho com a mão tremula.
— Por são Ninian bendito!


Série Clã MacKenzie
1. Os Fios do Destino 
2 - O Duque das Highlands
3 - Traída
4 - Seduzida
5 - Coração Fiel
Série concluída

12 de julho de 2011

Traída

Série Clã MacKenzie



Uma filha ilegítima…

Sarah MacKenzie acreditava ser a filha, fruto do amor, de Lachlan Mackenzie, duque de Ross.
Mas descobrir que por suas veias não corria uma só gota de sangue nobre a deixou destroçada, e incapaz de confiar no amor de Mackenzie.
Sarah fugiu das Highlands rumo a Edimburgo, e abriu seu coração aos órfãos da cidade… para enterrar sua dor e começar uma nova vida.

Um segundo filho esquecido…

Separado de sua mãe, cujo afeto se centrou no filho mais velho, o formoso Michael Elliot se uniu à Companhia das Índias Orientais.
Mas anos mais tarde, uma crise familiar o traz de volta para casa a fim de colaborar no plano de sua mãe: seduzir Sarah e levar o seu generoso dote, que resolverá os problemas da empobrecida família Elliot.
Unidos pelo engano e o desejo…
Impulsionado pelo sentido da honra, Michael se propõe ganhar o coração de Sarah.
Ela, longe da família que a quer, rende-se pouco a pouco a seus encantos.
Apesar de ser funesta em um princípio, sua aliança floresce em uma apaixonada união… e juntos começa a desvelar o poder curador do amor…

Comentário da Revisora Regina: Gostei bastante do livro.
Os personagens são ótimos, inclusive os coadjuvantes como o Notch, gostaria que tivesse um livro só para ele, mas não tem.
Os personagens principais são teimosos e os dois tem um humor peculiar.
Gosto da combinação de honra e humor.

Capítulo Um

Edimburgo, Escócia
Junho de 1785

— Lady Sarah!
Dois dos tutelados de Sarah, William Picardy e o menino ao que todos chamavam Notch, irromperam no sala-de-aula.
Notch tirou de um puxão o gorro de lã. A eletricidade estática fez que seu espesso arbusto de cabelo castanho ficasse de ponta.
— O rei morreu!
Ela tinha estado olhando fixamente o quadro negro vazio pensando no estranho giro que tinha dado sua vida desde sua chegada a Edimburgo.
O terrível anúncio de Notch a distraiu de seus próprios problemas.
— Quem disse que o rei morreu?
Notch separou o pequeno William de no meio do caminho, e avançou um passo.
— Acaba de chegar a Guarda, em um navio de guerra. Todo mundo sabe que a Guarda não viria à Escócia sem uma boa razão. —Sua voz de adolescente se quebrou e clareou a garganta. — Eu digo que os velhos hannoverianos gravaram seu epitáfio e o jovem Pitt enviou a Guarda para que nos dê a boa notícia.
A Guarda do rei era uma tropa de elite de soldados de cavalaria, todos eles pertencentes à nobreza.
Estavam servindo com grande pompa aos monarcas ingleses desde os tempos do Enrique VIII.
Com a chegada do Jorge I, os reis da dinastia Hannover relegaram a este corpo de cavalaria às cerimônias e ao serviço no estrangeiro, já que preferiam um guarda do Hesse, alemães como eles.
A chegada da Guarda em Edimburgo certamente anunciava uma mudança, mas não necessariamente a morte do rei.
O mais provável era que a razão para tal rumor estivesse na transbordante imaginação de Notch, unida à sua necessidade de deslumbrar e controlar aos órfãos mais jovens.
Sarah estava decidida a averiguar a verdade do assunto.
— Escutou dizer que o rei morreu?



Série Clã MacKenzie
1. Os Fios do Destino 
2 - O Duque das Highlands
3 - Traída
4 - Seduzida
5 - Coração Fiel
Série concluída

11 de abril de 2011

O Duque Das Highlands

Série Clã Mackenzie

Uma mulher de princípios...

Um homem de paixões!
Juliet White, nascida nas Colônias Americanas, viaja até a Escócia para encontrar a sua sobrinha, filha de sua falecida irmã. Em sua busca, chegará até o castelo do descarado e mulherengo Lachlan MacKenzie, duque de Ross.
Ali se converterá na mentora das quatro filhas ilegítimas do sensual escocês, todas concebidas em uma curta e desenfreada temporada na Corte.
Juliet suspeita que sua sobrinha seja uma delas, mas não sabe exatamente qual.
Assim, entrará no passado familiar do duque para encontrar a resposta a este mistério... Enquanto, as meninas vão ganhando espaço em seu coração.
Mas Lachlan não é um homem capaz de deixar que uma jovem e bela mulher conserve a inocência sob seu teto, e quando seus jogos de sedução se convertem em profundo desejo, tentará por todos os meios conquistar Juliet.
Esta, apesar de suas reticências iniciais se verá incapaz de resistir aos prazeres proibidos do homem que seduziu a sua irmã. Não podendo opor-se ao selvagem desejo, mergulhará na paixão, cujas águas possivelmente sejam muito turbulentas para conduzi-la a uma margem segura.
É um libertino empenhado em seduzi-la… ou o nobre que ganhará seu coração?

Comentário Revisora Kelly: Amei o livro a historia é muito boa, envolvente divertida e sexy, muito sexy. Lachlan é lindo e sexy Juliet é forte e destemida. Os dois formam um lindo casal e protagonizam uma linda historia de amor. 


Capítulo Um

Janeiro de 1768.
O temor percorreu sua espinha dorsal. A sensação não podia se comparar com o entorpecimento das semanas anteriores, exposta ao vento cortante das Terras Altas.
Tremia tanto de frio como de medo, já que em questão de segundos, conheceria o aristocrata que tinha em suas mãos o destino de sua missão secreta.
Com seus passos ressoando no grande vestíbulo, Juliet White olhava fixamente o coque no cabelo negro, situado no topo da cabeça de sua guia, enquanto sua mente se concentrava em pôr um pé diante do outro. O fogo ardia sem chama na enorme lareira, alagando com o terroso aroma seu nariz e seduzindo aos seus congelados membros com a promessa de calor.
Os serventes iam de um lado pro outro pelo elegante corredor, e sua rústica vestimenta recordava aos trajes que tinha visto em Harvest Play, em Williamsburg. As melancólicas imagens trouxeram a ameaça da saudade. Juliet afastou a Virginia de sua mente com decisão e lançou uma olhada às antigas paredes do Castelo Kinbairn. Tinha cruzado um oceano e viajado pelas colinas da Escócia, por isso não estava disposta a perder a coragem agora, justo quando estava a ponto de conhecer duque de Ross.
Sua imaginação criou uma imagem deste rico senhor do reino inglês. É obvio, usaria uma peruca empoeirada, enfeitada com pássaros e laços, que se elevaria para os pilares do teto. Sua roupa seria, sem dúvida, de cetim e confeccionada a partir de um rolo de tecido de um desagradável tom pardo avermelhado ou narcisista, colocada e adaptada aqui, acolchoada e enfeitada com jóias lá, tudo para ocultar engenhosamente um corpo de sangue azul convertido em gordura e dissipação. Riu interiormente, mais animada. Faria uma cortês reverência.
Ele se permitiria lhe lançar um rápido olhar de passagem, depois lhe ofereceria uma mão enluvada, perfumada com aroma de sândalo e decorada com algum selo heráldico. Mas ela não o beijaria. Ou sim?




Série Clã MacKenzie
1. Os Fios do Destino 
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3 - Traída
4 - Seduzida
5 - Coração Fiel
Série concluída

3 de abril de 2011

Seduzida

Série Clã MacKenzie

Uma mulher de extraordinário valor. 

No casamento de sua irmã Sarah, Agnes MacKenzie se coloca no caminho de uma flecha, salvando a vida de Edward Napier.
Para Agnes foi questão de instinto e treinamento; sua fama era conhecida em toda Escócia, mas poucos sabiam a dor que impulsionava sua perigosa profissão. Um homem de ciência e mistério.
Apesar da cólera de Lachlan, duque de Ross e pai de Agnes, Edward Napier pôs em prática suas habilidades como médico para atendê-la.
Devia-lhe a vida, por isso aceitou o pedido para acompanhar a ele e seus filhos a Glasgow.
Entretanto, não tinha intenção de permitir que aquela formosa e temerária mulher procurasse o desconhecido que tinha tentado matá-la.
Uma apaixonada união entre iguais.
Agnes tinha renunciado ao amor até reparar o dano que tinha causado, mas a inteligência de Edward e sua aparência a atraíam como um ímã.
A audácia de Agnes fascinava Edward e, de vez em quando, enfurecia-lhe.
Agora ambos cederão a um amor tão repentino quanto impossível… um amor que devem proteger tão ferozmente como a própria vida…

Nota revisora Kelly: A História desse romance como a dos outros da série é envolvente, com uma trama muito bem elaborada e cativante.
Em certos pontos você chega a se apaixonar pelos personagens: Edward um Conde, médico e inventor entre outras coisas se envolve em uma trama de vida ou morte que o leva a se encontrar com a mocinha Agnes Mackenzie que lhe salva a vida e se torna sua guarda-costas.

Capítulo Um

Edimburgo, Escócia Verão de 1785
Um movimento furtivo rompeu a solenidade do momento.
Pela extremidade do olho, Agnes MacKenzie viu uma sombra que avançava rapidamente na penumbra do corredor lateral da capela, entre as colunas e as vidraças coloridas. Junto a ela, sua irmã recém casada, Sarah, escrevia seus votos no livro dos MacKenzie, a crônica da família.
O som da pluma nova ao arranhar o antigo pergaminho ressonava contra as paredes de pedra da igreja de Saint Margaret.
A sombra passou ante os confessionários e se aproximou do coro. Agnes se esticou. A pluma passou ao marido de Sarah, lorde Michael Elliot.
Atrás de Agnes a congregação murmurou sua aprovação.
Quem avançava com sigilo entre as sombras?
Todos os clérigos, seus ajudantes e seus coroinhas estavam no altar, diante de Agnes.
A cerimônia perdeu importância.
Seu instinto de amparo, nascido da culpa e alimentado por anos de prática, permaneceu pendente do avanço do intruso.
Seu pai, Lachlan MacKenzie, duque de Ross, começou a entoar uma prece, rogando a Deus que velasse por Sarah e Michael, e benzesse aos netos que estes fossem lhe dar. Agnes pensou na única ovelha perdida do rebanho MacKenzie.
A tristeza e a angústia por sua participação na tragédia pesavam sobre sua alma. Fez um esforço por superar a pena por sua irmã menor e centrou sua atenção no perigo que se deslizava ao longo da parede oposta.
Porque Agnes sentia no mais profundo de seu ser que efetivamente se tratava de uma ameaça.
Para ela os problemas tinham uma espécie de aroma, uma pestilência que anunciava a presença de um inimigo, outro adversário real ao que perseguir e vencer.
Quem espreitava na periferia daquele feliz acontecimento, e era muito covarde para mostrar o rosto?
Detrás dela se ouviu um ofego.
Agnes jogou uma olhada por cima do ombro e percorreu com o olhar aos congregados na Igreja; membros da família, velhos amigos, e gente a que acabava de conhecer.



Série Clã MacKenzie
1. Os Fios do Destino
2 - O Duque das Highlands
3 - Traída
4 - Seduzida
5 - Coração Fiel
Série concluída

22 de maio de 2009

Segredo Conjugal

Série Border
Em um mundo lúgubre e violento da Escócia medieval, Johanna e Clare, irmãs gêmeas, lutam para salvaguardar sua honra e seus direitos.

Descendentes, sem saber, da família real escocesa, suas vidas se vêem outra vez acudidas pela ira do implacável rei inglês.
Nesta guerra, sem trégua, vale tudo, até o ponto de que quando Clare morre acidentalmente, Johanna a substitui para conservar as terras e o castelo de sua irmã.
A princípio, o estratagema surte efeito, mas um um dia reaparece Drummond, o marido de Clare, a quem todos davam por morto. Johanna recorre a todas as suas artes para manter o segredo, mas enganar Drummond no leito conjugal não será fácil, ainda mais considerando que ela é virgem

PRÓLOGO

Abadía de Scarborough- Verão de 1301
A morte espreitava Clare Macqueen.
Seus olhos cor de mel se apagavam e sua pele adquiria o tom branco da cera. Inclusive seu vaporoso cabelo dourado tinha perdido o brilho da vida.
Alta e majestosa habitualmente, agora parecia frágil e engolida pela estreita cama.
Ocultando sua dor, a irmã Margaret passou um pano úmido pelos arranhões da face de Clare.
-Dói ?
-Não sinto as pernas. Estão quebradas ?
-Não,menina. – A meia verdade surgiu fácilmente, inclusive pora tratar-se de uma abadessa , em dois anos, o destino já havia infligido a essa menina ferida, desgraças para toda a vida
– Nem sequer machucou os joelhos..
Um sorriso agridoce curvou os lábios de Clare.
-Já curou suficientes. Cada vez que Johanna e eu subíamos ao carvalho da colheita... Onde está?
A irmã Margaret sentiu uma opressão no peito. Johanna, a forte e capaz Johanna.
O que faria quando visse sua irmã Clare?
Deixaria-se levar por seu caráter, porque Johanna sempre tinha sido a defensora de Clare.
-Foi levar os cavalos aos estábulos e acomodar a seus criados na cabana dos convidados.
Os olhos de Clare se nublaram.
-Um lobo assustou a minha montaria. Eu cai.
O cavalo tinha pisoteado sua coluna vertebral. Uma vez que se expandisse a inevitável infecção, a doce Clare morreria.
Quem dera Deus lhe proporcionasse uma morte doce.
A irmã Margaret conteve as lágrimas.
-Não podia saber que uma besta espreitava nas sombras.
Com quinze anos, Clare era ainda mais menina que mulher.
Nem o matrimônio nem a maternidade tinham apaziguado seu espírito inquieto.
-Onde está meu filho? -perguntou Clare.
-No quarto contigüo, com Meridene. Ela está lhe oferecendo leite de cabra.
-Meridene adora crianças. Seu marido deveria levá-la.
Não é justo que a tenham feito casar sendo uma menina e logo a jogarem aqui e a esquecerem.
-Certo, mas Meridene está a salvo, igual a você e Johanna.
As perguntas apressavam à irmã Margaret-. E seu marido?
Os olhos do Clare se encheram de lágrimas.
-Preso por ordem do rei.
Eduardo I. Sua mera lembrança reavivava a dor de uma ferida que levava quinze anos cicatrizando. A irmã Margaret apertou os dentes para conjurar a dor.
As paredes da enfermaria desapareceram e Margaret voltou a ser aquela moça das terras altas da Escócia que tinha provocado a paixão de Alejandro III, o rei da Escócia.
OH, Alejandro -lamentou-se-, sua alma misericordiosa permanece nestas meninas.
Tinha irradiado a complexidade de seu caráter a suas loiras filhas: Clare, com sua afeição ao jogo e a alegria; e Johanna, guiada por sua dedicação ao amor e a justiça.
Através de uma neblina de sofrimento, a irmã Margaret contemplou a uma de suas duas filhas, as quais se pareciam com um rei escocês falecido há muito tempo atrás.
-Ouviu, irmã Margaret? O rei ordenou que Drummond fosse levado a Torre de Londres.
De novo Eduardo. Agora que tinha derrotado Gales, o rei tinha dirigido seus exércitos e sua cólera contra o norte. Chamavam-lhe o martelo dos escoceses.
O marido de Clare, Drummond Macqueen, não era mais que sua última vítima.
A irmã Margaret se encolheu ao recordar a crueldade da que era capaz Eduardo Plantagenet. À morte de seu pai, Alejandro, um dos muitos espiões reais de Eduardo, tinha descoberto às gêmeas.
Só depois de tomar o véu e jurar que guardaria o segredo, lhe tinham permitido a Margaret acompanhar a suas filhas a esta remota abadia no norte de Yorkshire.
Johanna e Clare não sabiam nada de seus direitos de nascimento, nem sequer seu sobrenome. Uma pena, posto que seu sangue era tão azul e sua linhagem tão real como o de qualquer um que tivesse sido coroado na abadia de Westminster. Ao recordar essa ação tão cruel, temeu pelo filho de Clare, de tão somente três meses de idade.
-Virá o rei por seu filho?
-Não. -Clare conteve as lágrimas-. Como todos os outros, acredita que o pai de meu filho foi o príncipe Ned e não Drummond Macqueen.
-É certo isso?
Absorta na tapeçaria da parede oposta, Clare falou brandamente e com profunda tristeza:
-É certo que fui infiel, mas Drummond já tinha plantado sua semente no mês anterior. Em troca de meus favores, o príncipe me prometeu que apelaria a seu pai. Disse que o rei libertaria Drummond. -Fez uma careta de desdém-. O pervertido me enganou. Meu pecado não serviu de nada.
-Mesmo assim lhe permitiram conservar a seu filho.
-Sim. O rei me concedeu terras em Dumfries


Série Border
1 - Border Lord
2 - A Noiva de Ultramar
3 - Segredo Conjugal
4 - Maiden of Inverness

21 de maio de 2009

A Noiva de Ultramar

Série Border
Alpin Mackay, uma órfã escocesa enviada a Barbados em tenra idade, sente-se plenamente identificada com a plantação açucareira em que cresceu. Conhece a tal ponto os mistérios da produção de açúcar que quando seu tutor, o proprietário das terras, começa a perder saúde, é ela quem administra o negócio com surpreendentes resultados.
Então aconteceu sua maior decepção quando o fazendeiro, ao morrer, deixa a plantação a Malcolm Kerr, um nobre escocês e parente longínquo de Alpin. A moça, disposta a qualquer coisa para recuperar a fazenda caribenha, retorna a Escócia, onde se encontra com a imprevista e misteriosa hostilidade de Malcolm. Mas Alpin não é uma mulher que se rende facilmente, e não medirá esforços para ver cumpridos seus desejos.

Capítulo Um

Castelo de Kildalton Verão de 1735

— E se me nego?
Alargando o pescoço, o soldado entrecerrou os olhos para olhar no escuro interior das jaulas dos falcões.
— Ela está preparada para uma negativa, senhor, e eu diria que está empregando de novo suas antigas artimanhas.
A mão de Malcolm ficou imóvel, sustentando com os dedos uma parte de carne sobre a boca aberta de uma coruja faminta. Sua mãe ferida observava a cena.
— Como sabe, Alexander?
— Lady Alpin disse que se não for recebê-la pessoalmente, arrancaria-lhe os olhos e os jogaria aos texugos.
Malcolm deixou cair a carne dentro daquele bucho ávido de comida ao mesmo tempo em que as lembranças da infância se amontoavam em sua mente: Alpin destroçando sua espada de brinquedo e lançando-a ao poço, Alpin rindo-se a gargalhadas enquanto o trancava na despensa, Alpin escondendo-se na quarto da torre e chorando até ficar com sono, Alpin lhe perseguindo com um pote cheio de vespas que zumbiam...
Um calafrio lhe percorreu o corpo. Fazia anos, aquela moça tinha feito estragos na vida de um pobre menino, mas agora este era um homem feito que ia lhe pagar com a mesma moeda.
— Pergunto-me como reagirá se colocar as cartas na mesa.
Alexander Lindsay, instrutor de arqueiros e professor de caça, avançou cautelosamente pelo corredor entre falcões silenciosos, cernícalos inquietos e um trio de águias douradas. As aves de rapina, encarapitadas em seus poleiros, agitavam suas asas no ar. Quando chegou até  Malcolm, Alexander tirou a boina escocesa, deixando ao descoberto um cocuruco tão nu como os pináculos do Storr. Com os olhos ainda entrecerrados, olhou em direção ao Malcolm.
— Eu só trago seu recado, senhor. Não sou quem vai interrogar a sua convidada.
— Convidada? -exclamou Malcolm rindo. A coruja de suave plumagem estirou o pescoço, com os olhos muito abertos, em busca de mais comida. Sorrindo, Malcolm arrancou outro pedaço de carne do animal morto e o deixou cair na boca ansiosa do pássaro.
— Diga a lady Alpin que estou ocupado, e me avise assim que Saladin chegue de Aberdeenshire.
Alexander observou à coruja com precavida curiosidade.
— Acredito que o sentinela dará um sinal logo que apareça o menino mouro. Mas lady Alpin também disse que se você não for mudaria de opinião sobre  lhe perdoar pelo que lhe fez faz anos na quarto da torre.
— Me perdoar ela? Por Deus bendito! Assim se escreve a história! Mande-a para  seus parentes do Sinclair.
— Sim, senhor. Inglaterra é o melhor lugar para essa classe de gente. — Alexander se dirigiu para a porta, fechando-a atrás de si.

Série Border
1 - Border Lord
2 - A Noiva de Ultramar
3 - Segredo Conjugal
4 - Maiden of Inverness