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11 de dezembro de 2018

Em Uma Noite de Inverno

Série Guerreiros MacKinnon
Finalmente, depois de cinco longos anos, a guerra entre a Inglaterra e a França está chegando ao fim e os MacKinnons estão ansiosos para celebrar o seu primeiro Natal em tempos de paz. 

Entretanto, enquanto Iain e Annie descobrem que os prazeres do casamento ficam mais profundos com o tempo, Morgan e Amalie vivenciam um período de turbulência e Connor e Sarah têm um filho recém-nascido para cuidar.
Os preparativos para as festas em família são interrompidos quando Iain descobre que a Grã-Bretanha não pagou aos Guerreiros pelas campanhas vitoriosas do verão. Recusando-se a deixar, que os homens que lutaram sob o nome de MacKinnon sofressem privações na época do Natal, Iain, Morgan e Connor deixam o calor da sua fronteira e dirigem-se para Albany. Lá, eles se encontram em risco de perder o seu feliz Natal e até mesmo a sua liberdade, nas mãos de um implacável oficial britânico que lhes guarda rancor.
Com os homens fora, Annie, Amalie e Sarah fazem o melhor que podem para preparar as festividades, apesar das diferentes tradições e o temor de que os seus maridos não cheguem a casa a tempo do Yule. Os eventos começam no dia seguinte ao epílogo de Rebelde acabar. A história inclui Joseph, Killy e revelações sobre o destino de lorde William Wentworth.

Capítulo Um 

18 de dezembro de 1760, Norte de Albany
Colônia de Sua Majestade de Nova Iorque

Connor MacKinnon caminhou em direção ao celeiro, a neve rangendo sob os seus mocassins, o ar gelado mordendo o seu nariz, o nascer do sol, um vislumbre de dourado a este.
— Madainn mhath. — ele disse para o seu irmão Morgan, que estava ocupado cortando madeira perto do monte de lenha. Bom Dia.
Com o machado na mão, Morgan olhou ameaçadoramente para ele e chutou um pedaço de lenha para o monte.
— O que há de tão malditamente bom nisso?
Oh, inferno!
Então era assim que as coisas estavam?
Connor não levou em consideração as palavras do seu irmão, pois, de acordo com o seu ponto de vista, havia muito sobre este dia que era bom e certo. A guerra tinha acabado. A fazenda MacKinnon estava a prosperar, rendendo uma colheita abundante que os manteria durante o frio e a escuridão do inverno. Acima de tudo, ele e os seus irmãos tinham cada um, tomado uma formosa moça como esposa e tinham cinco fortes crianças entre eles, quatro meninos e uma menina.
Sim, Deus tinha sido bom para eles.
Se no ano passado alguém lhe tivesse dito que neste momento, ele estaria felizmente casado com a sobrinha do seu maior inimigo, Connor teria pensado que eles eram doidos. Mas era verdade, e ele não poderia estar se sentido mais abençoado.
Você é um bastardo sortudo, MacKinnon.
Ele entrou no calor escuro do celeiro. As vacas mugiam, ansiosas para ser ordenhadas, o ar tinha um cheiro pungente de feno, couro e estrume. Ele passou pelos bem ordenados e oleados equipamentos de cavalos e ferramentas de cultivo e caminhou até à parte traseira, onde Iain já estava medindo a porção de aveia matinal para os cavalos.
Iain olhou para cima.
— Mhath Madainn.
— Dia dhuit. — Deus esteja com você.
Connor acariciou o focinho aveludado de Fríthe, a sua égua favorita.
— Morgan está zangado novamente.
— Sim. Eu notei. — Iain entregou a Connor um saco cheio. — Annie disse que Amalie abandonou completamente a cama dele.
Oh, isso seria suficiente para azedar o temperamento de qualquer homem.
Connor colocou o saco na cabeça de Fríthe, e a égua começou a se alimentar.
— Falta apenas uma semana para o Yule. Não é apropriado que ele e Amalie se encontrem ainda em conflito. Fale com ele, Iain. Você é o mais velho. Ele vai ouvir o seu conselho.
Iain entregou a Connor outro saco de aveia.
— Eu tentei falar com ele, mas ele não ouve. Está se deixando levar pela preocupação. Não tenho palavras para amenizar tais temores.
Nem tinha Connor.
Estes não eram medos infundados, mas medos nascidos da dura realidade. Mulheres morriam no parto todos os dias, morriam enquanto lutavam para trazer uma nova vida ao mundo. Apenas duas semanas se passaram desde que Sarah dera à luz ao pequeno William, e Connor nunca esqueceria as suas longas horas de sofrimento, o som arrepiante dos seus gritos ou o medo que o tinha corroído enquanto ele se perguntava se ela e a criança sobreviveriam.
E mesmo assim, era difícil ouvir Iain e Morgan falar que o parto de Sarah fora abençoadamente breve e fácil em comparação com o que Amalie tinha suportado. Em março passado, Amalie dera a Morgan filhos gêmeos e certamente teria perecido se Rebecca, uma parteira habilidosa, e irmã do moicano Joseph Aupauteunk, irmão de sangue deles, não estivesse aqui para ajudar com o nascimento.
Sim, Connor conseguia entender porque Morgan tinha se recusado a se deitar com a sua esposa da maneira habitual. Morgan não queria vê-la sofrer novamente nem queria arriscar perdê-la. Mas nove meses haviam se passado desde o nascimento dos gêmeos e a paciência de Amalie parecia estar chegando ao fim. Se Amalie tinha abandonado a cama de Morgan completamente, como Annie havia dito, não haveria como viver com qualquer um deles.
Connor levou o saco até à baia de Fiona, pendurando-o gentilmente sobre a cabeça da égua.
— Algo deve ser feito. Eu não quero ver Amalie chorando no Natal, e eu já estou cansado da língua afiada de Morgan.
— Assim como eu. — Iain começou a encher mais dois sacos.
Uma ideia veio à mente de Connor, mas a manteve para si.
— E Sarah, como está? — perguntou Iain, quebrando o silêncio momentâneo. — A noite passada não deve ter sido fácil pra ela.
Na noite passada, o lorde inglês que Connor uma vez jurou matar, tinha voltado dos mortos para visitá-los. Lord William Wentworth, o tio de Sarah, tinha se esgueirado até à porta deles no escuro da noite, deixando nos degraus da cabana deles, uma carta de Inglaterra e uma única peça, rachada de xadrez — um rei feito de mármore preto. Alertados da presença dele pelos cães, Connor e os seus irmãos tinham tentado, pelo bem de Sarah, encontrá-lo e convidá-lo a sair do frio. Mas o bastardo virara a cabeça do cavalo em direção a Albany e montara como se o próprio Satanás estivesse em seus calcanhares, recusando-se a vê-los ou se deixar ser visto por eles. Embora aliviada ao saber que o seu tio, que no verão passado, fora capturado pelos índios Wyandot, estava vivo, Sarah ficara arrasada pela sua recusa em vê-la.
— Ela está guardando a peça de xadrez no bolso do avental. Eu já a vi tirá-la e fechar a mão em torno dela. Mas não disse uma palavra sobre o tio hoje.
— E a carta?
Connor, realmente não desejava falar sobre isso, mas sabia que Iain iria pressioná-lo mais se ele não respondesse.
— Encontra-se em cima do cravo dela.
Maldita fosse aquela carta!










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