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8 de outubro de 2016

Escândalo

Era a quarta temporada de Lady Annabelle Weymouth e ela não conseguiu encontrar um marido, mas a verdade era que não conseguia esquecer Robert Wilts, conde de Dain e, desta vez, a temporada seria radicalmente diferente porque ele estava procurando uma esposa. 

As pressões fizeram com que Robert tivesse que se casasse imediatamente e, apesar de preferir escolher uma mulher que apreciasse, não estava disposto a prolongar  a situação.
Annabelle sabia que Robert não gostaria de casar com ela, ainda mais se tivesse conhecimento de seus segredos, mas ela não tinha nada a perder, assim como provocar um escândalo? 
Seria o conde de Dain tão diferente dos outros homens?

Capítulo Um

Londres, finais de maio de 1851
O verão tinha chegado muito cedo. Um calor impróprio da época castigava Londres, convertendo as ruas em desertos no meio da tarde e os vendedores de gelo em homens afortunados.
Para desgraça de Annabelle Weymouth, o ritmo da temporada social não se viu reduzido nem um pouco. As aristocratas não iam deixar que algo tão vulgar como o clima interferisse em seus planos.
Incomodada, agitou-se de novo, fazendo que a delicada cadeira de salão rangesse sob seu peso. Como se sua feminilidade necessitasse outro insulto! 
Já suava como um camponês ao sol e o lenço que passava uma e outra vez pela fronte não conseguia aliviá-la absolutamente.
Desejou ter atendido a sua mãe por essa vez. A viscondessa viúva lhe tinha ordenado levar um leque e, em um estúpido ato de rebeldia, tinha-o esquecido de propósito em cima da cama.
Arrependia-se desde que tinha posto os pés no abarrotado salão de baile.
A orquestra, oculta por uma série de adornos florais bem dispostos, tocava naquele momento uma peça animada. Os assentos para as damas tinham sido colocados junto às paredes, do outro lado do salão.
O baile tinha sido anunciado sem jantar seguindo a moda francesa, mas apesar disso garçons uniformizados circulavam entre os convidados com bandejas de aperitivos e bebidas.
Sobre eles flutuavam centenas de velas acesas que outorgavam ao ambiente uma iluminação cálida. Ou, ao menos, essa devia ter sido a intenção da anfitriã. Certamente a boa mulher não tinha contado com que o calor das chamas, somado ao da multidão, converteria sua festa em um coquetel às portas do inferno.
Annabelle contemplava o animado salão com a mesma emoção a que assistiria a uma sessão do parlamento.
Levava várias horas naquele tedioso evento e o único bem que tinha conseguido, era perder de vista sua mãe. E, sem dúvida, a viscondessa não demoraria para voltar, arrastando atrás dela algum avoado jovem com a ideia de apresentar-lhe.
Como se após quatro fatídicas temporadas sociais Annabelle não conhecesse já todos e cada um dos filhos e filhas, primos, sobrinhos, cunhados e plantas de jardim de todas as famílias aristocráticas do país.
A ponto de completar vinte e quatro anos, não entendia como podia sua mãe manter viva a esperança. De verdade acreditava que encontraria marido? Era tão absurdo que, se fazê-lo não fosse arriscar-se a horas de recriminações maternas, riria.
Durante suas duas primeiras temporadas tinha sido convidada a muitos eventos, dançava com regularidade e tinha feito muitos amigos. Mas, depois da terceira, só algumas anfitriãs especialmente boas lhe conseguiam par.
Durante o mês que transcorria desde o início de sua quarta — e, esperava, última — temporada social, não tinha obtido nenhum convite para dançar.
De fato, se fosse sincera consigo mesma, nem sequer tinha sido olhada com interesse por algum cavalheiro, tornando-se invisível por vários momentos.
Depois de quatro anos exibindo-se como um cavalo bem treinado na
feira, sem conseguir uma só proposta de matrimônio, não entendia o que esperava sua mãe que acontecesse. Estavam gastando um dinheiro que não tinham, ao manter um nível de vida que não ia contribuir-lhes em nada.
Deteve seus pensamentos antes que estes deslizassem naquela direção. Uma dama jamais pensava em dinheiro. Claro que uma dama, supunha Annabelle, tinha tanto dinheiro que não sentia a necessidade de pensar nisso, além de um pai, um irmão ou um marido que se encarregasse de lutar com aquela questão tão mundana.
O que demonstrava que havia muito pouco de verdadeira dama nela. 


1 de dezembro de 2012

Escândalo



Para surpresa e escândalo de toda sociedade londrina, Charity Emmerson decidira pedir Simon Westport, o conde de Dure, mais conhecido como o Diabo Dure, em casamento.

Para Simon, Charity seria a última das opções.


Tudo o que ele queria era uma esposa madura, racional e calma, e não uma mulher tagarela, vaidosa, cheia de desejos.
Mas ambos acabaram caindo nas ciladas do amor...

Até que cartas misteriosas e o passado obscuro de Simon começaram a atrapalhar a felicidade de Charity, dando-lhe motivos para pensar que talvez tivesse se precipitado ao se oferecer como esposa de Simon. 
Pois se tornava cada vez mais evidente que alguém queria se vingar dela por um motivo absolutamente desconhecido... 

Capítulo Um 

Houve um momento de silêncio atordoado. 
O conde de Dure fitava Charity, boquiaberto. 
Ele se espantara quando seu mordomo, Chaney, anunciara que Charity Emerson estava à porta. 
Sabia que era a irmã de Serena, apesar de nunca a ter visto. Estivera intrigado, também, pois não podia imaginar que estranhas circunstâncias poderiam tê-la trazido até sua casa. 
Mesmo com os boatos que corriam nas últimas duas ou três semanas, de que ele estava a ponto de pedir Serena em casamento, ainda não havia nenhum tipo de relacionamento com os Emerson, e era um desastre social para uma jovem ir à casa de um homem que não lhe fosse aparentado. 
Quando Charity entrara na sala, ele se surpreendera novamente, pois esperava que a irmã de Serena fosse uma colegial, e não a jovem obviamente madura e florescente à sua frente. 
Era fácil, porém, compreender por que Charity fora deixada com as irmãs mais novas na sala de aula, em vez de ter sido apresentada com as outras, Serena e Elisabeth. 
A aparência excelente e a resplandecente beleza loura teriam ofuscado as duas. Ele se sentira imediatamente excitado ao olhar para ela. Sua pergunta o deixou sem fala. Finalmente, limpou a garganta e perguntou: 
— O que você disse? Charity enrubesceu, notando quão rudes suas palavras haviam saído. 
— Quero dizer... Isto é... O senhor está procurando uma esposa, não? As sobrancelhas do conde se ergueram devagar. 
Por maior que fosse sua surpresa, seu rosto frio e composto não a demonstrou. 
— Eu duvido que seja de sua conta, srta. Emerson, mas, sim, eu tenho a intenção de me casar logo. Desde a morte de meu avô, minha posição exige que eu tenha um herdeiro. — Bem, é por isto que eu estou aqui. 
— A senhorita está dizendo que tem a intenção de se colocar no mercado? O rubor de Charity se aprofundou em um vermelho intenso. 
Ela não dissera tudo que pretendia. Seu plano fora expor seu caso de maneira fria e lógica, mas de algum modo, como acontecia tanto com ela, as palavras só pareceram sair em enxurrada por sua boca. 
— Eu não estou — ela começara a responder, acaloradamente, depois parara
— Bem, sim, de certo modo, mas não como o senhor está insinuando. 
— Com certeza. — Os seus olhos escuros se tingiram de divertimento. 
— Será que poderia perguntar, se não for demais, para quê a senhorita está se oferecendo? Havia um tom obscuro e sutil em sua voz que fez com que um arrepio subisse pela espinha de Charity. Ela sabia que deveria se sentir insultada com estas palavras, que ele estava insinuando que não era uma dama, mas o timbre de sua voz a fez se sentir mais fraca do que indignada. 
Ergueu os ombros, lembrando-se do que estava em jogo ali, e disse: 
— Todos dizem que o senhor pretende pedir minha irmã em casamento. Até mesmo papai disse à mamãe ontem à noite que o senhor o faria logo. 
— É mesmo? — A boca do conde se retorceu. 
— Sim. Quando eu ouvi isto, soube que precisava fazer algo extremo. 
— A senhorita? E o que seria isto? 
— Pedir-lhe que se case comigo, em vez de com Serena. 
— A senhorita está tentando passar sua irmã para trás? Charity pareceu horrorizada. 
— Não! Não é isto. O senhor não deve pensar que eu jamais faria algo para prejudicar Serena. É exatamente o oposto. Eu a estou salvando. 
— Salvando? De se casar comigo? — Ergueu as sobrancelhas. — Eu não tinha me conscientizado de que era um destino tão cruel. 
Na verdade, eu pensei que a srta. Serena parecia perfeitamente... Ah... Resignada com ele.
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29 de outubro de 2012

Escândalo


Lorde Edward Westley, conde de Suderlay, é o nobre perfeito: educado, correto e esnobe. 

Nunca protagonizou um escândalo e suas maneiras são impecáveis... Até que comete o erro de se apaixonar por Lucinda Mancroft, uma simples balconista, totalmente inadequada para um nobre como ele. 
Lorde Westley deverá decidir se continua com uma relação que causará um escândalo ou deixa passar o que, sem dúvida, é o amor de sua vida. 
Quando finalmente se decide, já é muito tarde... Lucy seguiu seu próprio caminho e nele, não parece existir lugar para Edward. 

Comentário revisora Marilda: É uma história de amor muito sofrida. O mocinho é um nobre que, pelas circunstâncias de sua infância, tornou-se um modelo exemplar da perfeição e ausência de emoções. 
Quando se apaixona por uma moça humilde, vê seu mundo desabar, e incapaz de assumir seus sentimentos, que desconhecia até então, tenta, de todas as maneiras, conseguir seus objetivos, sem lembrar-se que o alvo de seu interesse, é outro ser humano. 
Algumas passagens são revoltantes e lamentáveis, mas nada diferente do que costumamos ver no mundo real. O grande protagonista desse livro, decididamente, é o mocinho. 
Não posso dizer que a leitura será agradável para a maioria, porém, posso afirmar, com certeza, que um livro que suscita tantas emoções, merece ser lido. 
Divirtam-se! 

Capítulo Um 

Edward Westley, conde de Suderlay, olhava distraidamente pela janela da carruagem que tentava chegar o mais rápido possível a Suderlay Manor. 
A paisagem diante de seus olhos era uma mistura confusa de cores, que se sucediam de forma vertiginosa sem perturbar seu olhar fixo. 
Edward não prestava a menor atenção ao que via e todos os seus pensamentos estavam concentrados na notícia que havia recebido há poucas horas atrás, enquanto lia o jornal tranquilamente em Pall Mall, o clube exclusivo para cavalheiros ao qual pertencia. 
Sua mãe estava morrendo. Ele tentava se concentrar no fato que provavelmente nunca mais a veria, porém, essa certeza não provocava nele os sentimentos que provocaria em qualquer outro filho que tivesse passado pelas mesmas circunstâncias, e isso o fazia sentir-se pouco menos que um monstro. 
Lorde Westley era um homem frio e racional que encarnava o protótipo do cavalheiro inglês, e seu comportamento era sempre impecável. 
Em qualquer reunião, baile ou jantar formal, era admirado por sua elegância, pela pertinência de sua conversa e sua postura; não era conhecido por affaires escandalosos nem explosões de gênio sob nenhuma circunstância; era politicamente correto, e quando escutava a notícia de algum tumulto causado pela paixão ou outro sentimento visceral, não podia evitar um sorriso sarcástico em seus lábios e um levantar de sobrancelhas com aristocrático desdém. 

Deixar-se levar pelas paixões era mais apropriado para as bestas do que para as pessoas cultas, e ele não entendia como determinadas emoções podiam conduzir os homens bem-nascidos a fazerem coisas tão execráveis como bater-se em duelo ou converterem-se em cachorrinhos patéticos por causa de uma mulher. Ele gostava das mulheres, é claro, porém, apenas como um meio de satisfazer uma necessidade impossível de ser ignorada por muito tempo.
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