Ellie não tem escolha a não ser aceitar a vontade de seus pais e ir para outro país, onde se casará com um homem que não conhece. Assustada, mas cheia de esperança, ela enfrentará seu destino com incrível coragem e tentará forjar uma nova vida ao lado de seu novo marido, que desperta nela sentimentos que nunca imaginou ser possível. Aidan deixou para trás um passado duro para embarcar em uma nova aventura e assumir o controle de sua existência. Para isso, ele precisa de uma mulher forte e trabalhadora para ajudá-lo a construir seu futuro. O que ele não esperava era encontrar uma senhora refinada e delicada, que não tem nada a ver com ele. Mas Ellie não é tão recatada e fraca quanto parece, e esse desejo que desperta em cada poro de sua pele o desarma completamente, fazendo-o ansiar por descobrir todos os seus segredos
Capítulo Um
O céu amanheceu cheio de densas nuvens cinzentas que ameaçavam uma chuva iminente; Furiosas rajadas de vento balançavam as copas das árvores de um lado para o outro, como se de alguma forma antecipassem a dança macabra que aconteceria em poucos minutos. Parecia que o dia havia se juntado ao humor dos presentes na praça, que esperavam em silêncio expectante que os guardas trouxessem o réu enquanto se enrolavam em seus xales e casacos e expeliam baforadas de vapor, parecendo pequenas chaminés.
Capítulo Um
O céu amanheceu cheio de densas nuvens cinzentas que ameaçavam uma chuva iminente; Furiosas rajadas de vento balançavam as copas das árvores de um lado para o outro, como se de alguma forma antecipassem a dança macabra que aconteceria em poucos minutos. Parecia que o dia havia se juntado ao humor dos presentes na praça, que esperavam em silêncio expectante que os guardas trouxessem o réu enquanto se enrolavam em seus xales e casacos e expeliam baforadas de vapor, parecendo pequenas chaminés.
Um tanto afastada da multidão, uma carruagem negra estava parada ao lado da praça. Dentro dele, Ellie Lindbell tentou distrair sua mente do que estava para acontecer, mas a verdade é que as memórias a assaltavam em ondas fazendo com que tivesse que suprimir a vontade de vomitar que elas causavam. A presença imponente e rígida de seu pai, sentado ao lado dela, ajudou-a a manter um controle que de outra forma teria perdido há muito tempo.
Todos os Lindbells estavam naquela carruagem, e havia uma espécie de fervor justo em todos os seus rostos que ela não conseguia sentir, no entanto. Ela implorou para ser dispensada de assistir ao enforcamento, mas seus apelos foram em vão, pois seu pai foi inflexível.
— Precisamos estar presentes, somos a parte ofendida e devemos garantir que a justiça seja feita. — Ele sentenciou, indiferente às lágrimas de sua filha. Ellie queria lembrá-lo de que ela era a única parte ofendida e que não desejava, em hipótese alguma, assistir à execução.
Mas não era de sua natureza replicar às ordens ou desejos de seus pais, então, engolindo os soluços que lutavam por sair de sua garganta, assentiu silenciosamente aceitando a vontade do pai.
Agora ela tremia visivelmente, e não por causa do vento impiedoso que soprava pela janela da carruagem. A possibilidade de ver seu rosto novamente a deixou arrepiada e um estranho nó de terror estava se formando em sua garganta, tornando difícil para ela respirar normalmente. Pensou em fechar os olhos, de alguma forma se abstraindo do espetáculo macabro, mas sabia que seu pai não permitiria: eles tinham vindo ali para observar a morte por enforcamento de Geoffrey O'Rourke e não iriam embora até que ele tivesse exalado seu último suspiro.
Um rufar de tambores fez a multidão olhar para trás, para o prédio onde as celas estavam localizadas e, como se fosse uma coreografia, ouviu-se dezenas de gargantas prendendo a respiração. Na carruagem, Ellie, incapaz de evitá-lo, soltou um soluço enquanto escondia o rosto nas mãos. Só havia desejado nunca voltar a ver aquele homem novamente, mas seu pai não iria conceder-lhe essa graça.
— Ellie, comporte-se como uma Lindbell e não nos envergonhe mais.
— Mas Giles, querido, ninguém saberá se olhar ou não. — A voz de sua mãe soou suplicante.