Mostrando postagens com marcador Jimen.C. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jimen.C. Mostrar todas as postagens

26 de fevereiro de 2019

A Promessa

Série Os Cavaleiros do Tempo
Um amor capaz de transpassar a linha do tempo e uma promessa que nunca será esquecida.

«Agora posso senti-la... Volte para mim!» Mónica soube desde o primeiro momento que não havia sido um sonho. Ele aparecera em sua vida de repente, sem prévio aviso, para protegê-la e ajudá-la a cumprir uma missão. Uma pitonisa, uma promessa feita há muitos séculos e uma carta de um cavaleiro de outra época, irromperão em sua vida até chegar a obcecá-la e forçá-la a procurar respostas para todas as incógnitas. Aldan Macrae resiste a realizar a tarefa encomendada por seu pai: acompanhar um rapaz inglês até à abadia de Kinloss. Aquele jovem representa a esperança das Highlands, mas o guerreiro não considera que seja uma responsabilidade para o chefe do clã Macrae. Sua atitude muda quando descobre que debaixo da aparência de menino se esconde uma bela dama, Katherine Dunnottar, uma jovem misteriosa que guarda um grande segredo. Mónica ou Katherine? Passado ou Presente? Ela precisará escolher, mas antes deverá vencer seus medos e os perigos do século XI que a perseguem.

Capítulo Um

― Não entendo por que teve que fazer essa promessa, pai! Não estou disposto a aceitá-la! 
― Aldan, não resta mais remédio do que cumprir com nosso dever. Você sabe muito bem que são tempos difíceis, eles querem guerra. Você tem consciência de que o jovem rei tem muitos inimigos, entre eles o conde de Leicester, Simón de Monfort, um maldito inglês, ambicioso e com muito poder. Ele quer o trono e fará o que for preciso para consegui-lo. ― Meu ódio para o conde do Leicester é indiscutível. 
― Monfort quer acabar com todos nós e está disposto a semear a discórdia entre os escoceses e centrar a atenção do rei inglês contra nós. Está planejando um perverso plano para tomar nossas posses. 
― Isso eu sei, pai, mas eu devo estar com meus homens, lutando pela defesa de nossas terras. 
― Olhei nos olhos de meu progenitor. ― Os ingleses violam nossas mulheres e se apropriam de nosso gado e colheita. Não quero acompanhar um rapaz até Kinloss, enquanto sei que meu braço e espada podem fazer falta a qualquer momento. ― Golpeei com meu punho a mesa de madeira que me afastava dele. ― Os Mackenzies nos apoiam e seus homens se somarão aos nossos para proteger nossos interesses. Eu quero e devo estar lá. 
― Aldan, não é um assunto que preciso debater, é uma ordem. Como chefe do clã e seu pai você deve me obedecer ― ele respondeu energicamente. ― Deverá somente se assegurar que o menino chegue são e salvo até a abadia que está na borda dos escarpados, um dos frades que habitam lá os estará esperando e se encarregará dele. ― Guardou silêncio e baixou seu rosto.
― Murdor o acompanhará. ― Sentou-se, estava fraco e muito doente. ― Estou morrendo e não quero ir à tumba com esta amargura. 
― Não diga isso, pai!
 


Série Os Cavaleiros do Tempo
1- A Escolhida
2- Prisioneira
3- A Promessa
Série concluída


7 de maio de 2018

A Escolhida

Os Cavaleiros do Tempo
Kimball, conde de Essex, acaba de regressar das cruzadas com o rei Ricardo. 

O precipitado casamento de sua irmã antecipa seu retorno. Acaminho para as terras saxãs encontra uma mulher ferida e inconsciente... uma mulher que mudará sua existência para sempre. 
Uma série de acontecimentos inesperados surgirão na vida de Elizabeth abalando seu destino. Sem nenhuma explicação lógica acorda em um castelo, em território saxão, na época de Ricardo Coração de Leão. Desconhece que tem uma importante missão a cumprir, uma incumbência na qual um homem será o encarregado de velar para que o plano estabelecido chegue a seu fim.
Do bosque do Sherwood até às Terras Altas, entre torneios, batalhas, ameaças, incógnitas e o mistério por resolver da vida da Elizabeth, ela e Kimball viverão uma apaixonada e trepidante aventura.
divertida.

Capítulo Um

Kimball se voltou para olhar para mim. Não pude resistir: fui correndo para onde ele estava. Precisava abraçá- lo, embora fosse a última vez. Os seus braços rodearam a minha cintura; amava-o. Por que o destino era tão cruel? Por que me afastava dele? As lágrimas rolavam por minhas bochechas. Ele me afastou com delicadeza. Conhecia-o muito bem: não conseguia me ver chorar; a tristeza se refletia em seu rosto. ― Amo você. Voltaremos a estar juntos. Encontrarei uma maneira de que você volte para mim. ― Não quero me separar de você! ― Deve ir! Corre perigo e não estou disposto a perder você. ― Levantou o meu queixo. ― Confia em mim? ― Sabe que sim. ― Dou-lhe a minha palavra, eu procurarei por você. Não descansarei até que voltemos a estar juntos. Baixou o seu rosto e me beijou. Eu sentia a suavidade de seus lábios sobre os meus. Afastava-se de mim. A sua imagem desvanecia. Deixei de senti-lo, de vê-lo… Estava me afogando. ― Kimball! ― eu gritei. Não obtive resposta.  Acordei agitada, suando, outra vez o mesmo sonho. Olhei para o relógio; marcava a mesma hora de todas as noites: três. Estava tremendo. Recordava-me muito bem, durante todo um ano se repetia o mesmo pesadelo: um bosque. Corria com medo; algo ou alguém, que eu não conseguia ver, perseguia-me. Depois aparecia outra sequência de imagens: uma anciã, camponesa, vestida de outra época. Só me lembrava de seus intensos olhos azuis e de suas palavras: “Você é essa mulher”. Nesse momento eu gritava: “O que quer dizer? Não a entendo!”. Então aparecia junto à beira de uma escarpa. Não estava sozinha. Voltava-me, e ali estava ele. Não conseguia ver o seu rosto, mas havia algo que sempre ficava impresso em minha mente: o punho de sua espada. Possuía um símbolo, duas espadas de cor negra sobre fundo branco, que se cruzavam. Levantei-me. Precisava lavar o rosto. Olhei-me no espelho: estava suando, pálida. Ainda continuava impressionada por aquela visão. Todas as noites acontecia a mesma coisa; era demasiado real, como se as cenas estivessem gravadas em meu subconsciente por algum motivo. “Foi só um sonho, Isabel”, disse a mim mesma. 



Série Os Cavaleiros do Tempo
1- A Escolhida

2- Prisioneira
3- A Promessa
Série concluída



2 de março de 2018

O Cavaleiro da Peregrina

Depois de lutar nas cruzadas, Henric, pertencente ao clã MacCarthy, decide retornar a suas terras no Cork, mas antes tem uma dívida pendente: vingar-se de Eurico, líder na campanha contra os infieis e muito próximo à Coroa.

Seu ódio lhe levará ao castelo de seu inimigo onde conhecerá sua filha, María, por quem sentirá uma grande atração desde o primeiro momento e a quem decidirá sequestrar e fazê-la sua para acalmar assim sua ânsia de vingança. 
Quando se dispõe a levar a jovem, ela já não está no castelo. Henric iniciará então sua partida entrando na rota de peregrinação para Compostela com um único objetivo: encontrar a filha de Eurico. 
No caminho conhecerá uma moça que esconde sua verdadeira identidade. 
Uma jovem que resultará ser María, a qual leva uma relíquia sagrada que deve proteger com sua vida. 
Ela acabará conquistando o coração do guerreiro, o qual, em seu empenho por protegê-la, a levará até seu castelo no Cork, sem ser consciente de que com essa decisão colocará em perigo a vida de sua amada.

Capitulo Um

A fuga
Naquela manhã despertei muito cedo, era meu décimo nono aniversário e intuía que não seria o melhor dia de minha vida. Meu pai me tinha adiantado na tarde anterior suas intenções de anunciar, durante o baile que teria lugar essa noite, meu compromisso com o Almirante português Acurcio, grande amigo deste, companheiro inseparável de batalhas e possuidor de riquezas e prestígio frente à coroa da Castilla em Portugal. A notícia provocou que me revelasse contra ele.
— Não penso em me casar! — Disse-lhe zangada.
— Sim, María! Você vai casar com o homem que eu ordenar! —Olhou-me furioso.
— Mamãe nunca teria permitido! — Respondi-lhe enquanto me escorriam as lágrimas.
— Sua mãe sempre obedeceu ao seu pai, igual a você tem que fazê-lo. — Houve uma pausa. — Amanhã anunciarei seu compromisso no baile. O prometi. Devo-lhe um favor. Além disso, isso beneficia a sua família, fortalece-nos. — Dito isto partiu.
Não podia dar crédito a tudo o que estava me acontecendo, minha vida desmoronava da noite para o dia. Esse homem, com o que meu pai queria me casar, era seu fiel reflexo: mulherengo, agressivo, dominante e da mesma idade que ele, não podia suportar a ideia de ter que passar uma noite com aquele ser desprezível.
Meu pai nunca tinha sido um bom marido, eu tinha escutado muitas noites minha mãe chorar em silêncio por culpa dele, tinha-lhe visto agredi-la físicamente e verbalmente. 
Quando ela morreu, meu irmão Juan e eu sentimos um grande vazio em nossas vidas, meu pai nunca se interessou por nós, e mais, fomos um obstáculo para ele, já que cada vez que passava a noite em cama alheia tinha que nos olhar no dia seguinte e justificar sua ausência. Juan e eu nos refugiamos no carinho de nossa babá Ana, ela sempre tinha estado ao nosso lado e, nesses momentos tão tristes, deu-nos todo seu amor.
Ainda não tinha podido contar a Ana nem ao meu irmão, logo que tinha dormido aquela noite. Olhei-me no espelho e me assustei ao ver refletido neste um rosto gasto, com a presença marcada dos sinais do cansaço. As lágrimas começaram a percorrer minhas bochechas, “esse não pode ser meu destino”, pensei. 
Dirigi-me para a varanda e saí para tomar ar, afogava-me, respirei fundo e fixei meu olhar nos grandes canhões que protegiam o rio Lobos, apesar da lonjura, distinguia-se sua fortaleza e a imponência daquela natureza soriana. 
Numerosos peregrinos percorriam estas terras para chegar aos canhões e, assim, poder avançar para a Compostela, Fisterra, para posteriormente, muitos deles, embarcar às cruzadas em direção a Jerusalém.
Levantei minha vista ao céu e ali estava ela, a águia imperial que sulcava os vales, ladeiras, montes de minha terra, “assim quero ser eu, livre como você, proprietária de minha própria vida”, pensei. 
Naquele pequeno instante tomei uma decisão, fugiria, não estava disposta que forçassem meu próprio destino, minha mãe sempre me repetiu que nunca devia deixar que um homem tomasse as decisões por mim, e assim o faria. Recordei aquela noite antes que ela morresse, estava muito pálida, deitada na cama, apenas pode se erguer ao ver-me, levava algo na mão, guardava-o nesse momento em seu punho ante meu olhar curioso.
— María! — Disse com voz débil, — Me prometa que sempre protegerá sua honra, suas raízes.
— Por que me diz isso, mamãe? — A voz me entrecortava e as lágrimas começaram a percorrer meu rosto.
— Prometa-me isso — insistiu.
— Lhe prometo — respondi.
Sorriu. Seu olhar estava perdido, sabia que queria me dizer algo que para ela era de suma importância.
— Vem! Aproxime-se! — Assinalou-me com sua mão um oco em sua cama muito próximo a ela.
— O que te passa, mamãe? Está muito estranha — lhe perguntei.
— Você sabe que eu vivia em Leão, na casa onde reside tia Isabel. — Assenti. Muitos verões tínhamos ido, meu irmão e eu, com minha mãe ver minha tia e passar os três meses estivais com ela. — Você lembra quando viu, faz muito tempo, o vovô com uma capa branca e um estandarte que levavam impressos uma insígnia?
— Sim, recordo-o, primeiro vi o vovô e logo outros muitos cavalheiros que se reuniam ali, até você tinha uma capa igual. Eu queria ter uma, lembra como eu gostava. — Ambas rimos.
— Pois essa capa representa as origens de sua família. Essa insígnia é uma cruz, simula uma espada com forma de flor de lis no punho e nos braços. A flor representa a honra, a espada o caráter cavalheiresco do apóstolo Santiago, já que foi decapitado com uma adaga.
— O que está querendo me dizer, mamãe? Não entendo nada. —Não compreendia o porquê daquelas explicações.
— Seus antepassados estiveram no lugar e momento exato em que tirou o chapéuda tumba do apóstolo Santiago. Seu avô me contou que seu pai lhe relatou mil e uma vezes o momento em que nosso familiar, junto com outras pessoas, viu uma enorme estrela no bosque Libredón, que brilhava tanto que machucava os olhos. Tiveram muito medo. 
Dirigiram-se para aquele lugar, tinham curiosidade para ver o que produzia esse resplendor e, quando chegaram àquele lugar, observaram um ermitão chamado Pelayo prostrado ante uma tumba, chorava e dava graças à Deus. 
Eles notaram como uma força estranha lhes forçava a dobrar seus joelhos ante aqueles restos. Seu antepassado agarrou algo nesse momento, estava na mão do apóstolo, envolto em um pequeno pano de veludo vermelho, era um espinho que estava obscurecido em sua ponta. Conforme me disse meu pai, se tratava de um dos espinhos da coroa que puseram em Jesus Cristo durante sua paixão e, aquela mancha, era seu sangue.
— Não entendo nada, mamãe!