Série Perigueux
Desejo proibido!
Nicole de St. Clair se casou unicamente para gerar o filho que lhe possibilitaria receber sua herança.
Por isso ela partiu o próprio coração e o de Alex de Perigueux, o jovem cavaleiro por quem estava apaixonada.
Agora, dez anos depois, Nicole ainda não engravidou, e o marido está gravemente enfermo.Alex retorna à França como herói, porém sua alma ainda está destroçada. A honra deveria impedi-lo de aceitar a proposta do marido de Nicole para seduzi-la, conceber um filho e depois desaparecer para sempre.
É uma proposta indecente, porém irresistível. No entanto, poderá desencadear uma tempestade de desejo que condenará Alex e Nicole à perdição, ou os arrebatará num amor tão puro e poderoso... que fará estremecer céus e terra...
Capítulo Um
Normandia, 1073, Julho
Palácio de Rouen, de William, o Conquistador, duque da Normandia e rei da Inglaterra
— Quem é aquela mulher, Alex? Não tira os olhos de você.
— Qual delas, Faithe? É bonita? — Alexandre de Périgeaux protegeu os olhos contra os fortes raios do sol da manhã e esquadrinhou a multidão que se aglomerava no pátio da Torre de Rouen. Um pouco de diversão bem que viria a calhar, depois da longa espera sob o sol abrasador, pensou.
Faithe de Hauekleah, cunhada de Alex, acomodou o bebê, a pequena Edlyn, passando-a de um ombro para outro.
— Ora, ora. Pensei que todas as mulheres fossem bonitas para Alexandre. Afinal, é o que vive apregoando.
— Está querendo me provocar, cunhada? Pois o que disse é a mais pura verdade: para mim, todas as mulheres, sem exceção, são belas. — Alex tornou a examinar a multidão.
Lordes e ladies, a fina flor da aristocracia normanda, estavam ali reunidos. Conversavam animadamente, vestidos com elegância e até mesmo com certa ostentação.
As mulheres abanavam-se com luxuosos leques de renda, adornados por pedras preciosas e ouro em pó, enquanto aguardavam o início da cerimônia.
Outras pessoas entretinham-se com a bela canção interpretada por um grupo de menestréis, que falava de valentes cavaleiros que haviam partido em busca do Santo Graal, em tempos remotos.
Aqui e ali, homens do clero conversavam em pequenos grupos, assemelhando-se a bandos de aves de cores variadas, dentre as quais se destacavam o vermelho e o negro.
— A mulher de quem lhe falei está trajando uma belíssima túnica de seda branca — Faithe informou.
— Não vejo mulher alguma vestida de branco, olhando para cá — Alex retrucou, enquanto admitia para si mesmo que um flerte não lhe faria nada mal, talvez até mais que um simples flerte, se a sorte ajudasse.
É disso que andava precisando para estabilizar os humores de seu corpo, alterados pela longa e exaustiva travessia do Canal Inglês. Era bom estar de volta à França, terra onde havia nascido e crescido, depois de tantos anos de ausência.
A família de seu irmão e melhor amigo, Luke, também viera da Inglaterra, a fim de participar daquela ocasião festiva.
Mas Alex não podia negar a saudade que sentia da Bretanha, desde o momento em que o navio se afastara da costa daquele país.
Quem sabe não teria sido melhor ter permanecido por lá?
Pouco afeito à vida da corte e menos ainda a multidões e longas esperas, ele se perguntava onde encontraria forças para enfrentar a semana inteira de celebrações reais que tinha pela frente.
— A tal mulher deve ter dado meia-volta — comentou Faithe, enquanto estudava a multidão com olhos curiosos. — O traje agora é azul!
— Isso não ajuda muito. — Alex riu. — A multidão mais parece um mar de vestes azuis.
— Estou lhe dizendo, ela olhava para você como se o conhecesse.
— Ah, aí está você, irmãozinho — Luke saudou Alex com um tapa nas costas. — Nunca se cansa de flertar com minha mulher, não é?
— Jamais. Se fosse você, não ficaria tanto tempo longe dela.
Vou acabar roubando-a de você. Faithe revirou os olhos, fingindo-se envaidecida diante da pretensa disputa entre os dois irmãos, fazendo o marido dar boas risadas.
Série Perigueux
1 - Dragão Negro
2 - Lobo Solitário
Série Concluída
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12 de janeiro de 2010
Série Família Fairfax
1 - O AMOR TEM SEU PREÇO
Inglaterra, 1159
Enfeitiçados pela paixão!
Bela e impulsiva, Martine jura nunca se apaixonar depois que sua mãe morreu com o coração partido.
Apesar disso, ela cede aos apelos do irmão e concorda em deixar Paris para ir ao encontro de um homem desconhecido... um possível pretendente... na enevoada costa da Inglaterra.
Forte e bonito, Thorne Falconer também jurou nunca se apaixonar.
Nascido na pobreza, a única coisa que lhe interessa é o que separa os ricos dos pobres: terras. Ao arranjar a união de Martine com um nobre inglês, ele receberá uma propriedade como recompensa.
Ele, porém, não contava com a irresistível atração que sentiria por Martine e com a fascinação dela por ele.
E enquanto ambos lutam para negar o desejo mútuo, acabam sendo arrebatados por uma paixão tão avassaladora que passa por cima de tudo, menos do imenso amor que os consome.
Capítulo Um
Agosto de 1159, Costa da Normandia
Martine de Rouen observava uma gaivota sobrevoar o alvorecer através do canal.
A ave passou por sobre diversos navios no porto de Fécamp como se tentasse escolher o melhor local para pousar.
Por fim, escolha feita, desceu num gracioso espiral e pousou no gradil do Lady's Slipper bem ao seu lado enquanto trinta remadores moviam lentamente a embarcação mercante para longe da doca.
— É um bom presságio, milady — o capitão do barco disse e sorriu. — Uma bênção para seu casamento com o filho do barão Godfrey. — O inglês imenso, praticamente desdentado, tinha o rosto coberto de furúnculos, e se comunicava em francês, num sotaque gutural desagradável.
Martine deixara de acreditar em augúrios aos dez anos, especialmente os bons.
Por que tentar se enganar esperando pelo melhor quando a lógica predizia o pior? Estava indo à Inglaterra, para se casar com Edmond de Harford, um homem que nunca tinha visto.
O fato a enchia com tamanho terror que nenhum presságio seria capaz de atenuar.
Sentindo a presença reconfortante do irmão às costas, virou-se e o encarou.
Rainulf a fitou e em seguida voltou-se para o inglês, retribuindo o sorriso.
— Um bom presságio? Por que diz isso?
O homem apontou para a pequena visitante na grade ao lado de Martine.
— Essa é uma ave inglesa, padre... milorde. — Ele franziu o cenho, desconcertado.
Martine sabia que o homem devia estar pesando a situação e tentando decidir qual a melhor forma de se dirigir a um padre que era filho de um barão normando, e parente da própria rainha Eleanor.
— Pode me chamar de padre — Rainulf prontificou. — Minha devoção a Deus suplanta até mesmo a que tenho por minha prima. — Fez um gesto para a ave. — Então acredita que nossa amiguinha aqui, tenha voado desde a Inglaterra só por nossa causa?
— Sim, senhor... padre. É um bom sinal. — Ele sorriu para Martine.— A pobrezinha voou desde a Inglaterra para encontrá-la, milady, a fim de acompanhá-la até sir Edmond. Se a senhora oferecer migalhas de pão, é possível que ela fique conosco até chegarmos ao porto amanhã. Isso fará com que seu casamento seja uma união de amor e garantirá muitos herdeiros.
União de amor? Martine estremeceu ante tal conceito.
Quando criança testemunhara uma união de amor reivindicar a vontade, a razão e, por fim, a vida da mãe.
Tendo de escolher entre o convento e o casamento, optara pelo último, mas não consentiria o amor. Jamais cederia, não importando quantos presságios houvessem.
O capitão a observava à espera de uma reação.
Todos os ingleses partilham de suas idéias primitivas. Se sir Edmond for assim, não vejo necessidade de uma gaivota me dizer que esse casamento está fadado ao fracasso.
2 - AMOR PAGÃO
Inglaterra, 1160
O invencível poder do amor...
A jovem Constance era praticamente uma escrava, à espera de ser possuída pelo implacável sir Roger Foliot, lorde de um vilarejo inglês.
Ele, porém, não contava com a capacidade de Constance de escapar ao seu jugo, sob a proteção de Rainulf Fairfax, padre e catedrático de Oxford.Apesar de levar a sério seu voto de celibato e castidade, Rainulf não ficou indiferente à beleza e à inteligência de Constance, desde o primeiro instante em que a viu.
Antigo soldado das Cruzadas, ele tinha experiência com lutas e batalhas, mas não estava preparado para o intenso conflito de paixão prestes a eclodir entre ambos.
Arrebatada por um amor proibido, Constance desejava o honrado e íntegro Rainulf bem mais do que apenas como seu professor.
E então, os dois se depararam com uma nova lição sobre o sentimento do amor: sua força... suas consequências... e o indescritível e precioso êxtase de compartilhar um futuro... juntos!
Capítulo Um
Oxford, março de 1161.
— Como tem passado, padre? Rainulf de Rouen, também conhecido como Rainulf Fairfax, doutor em Lógica e Teologia, mestre emérito na Universidade de Oxford e ordenado padre, levantou a cabeça e desviou-se de uma caneca de cer¬veja arremessada em sua direção.
— Mas... o que se passa?
— É Victor, padre — disse Thomas.
O estudante de cabelos claros apontou o fundo da taverna, onde Victor de Aeskirche subia ao tampo de uma mesa, incentivado por amigos desordeiros.
— Ele não pretendia atingi-lo. Está discutindo com Burnell, o proprietário.
Rainulf voltou-se para o dono do bar, um brutamontes que no balcão, trajando um avental engordurado, servia bebidas e bolinhos de carne, e agora erguia na mão um grande porrete de madeira.
Ele não se envolveria numa altercação, ainda mais quando Burnell tinha a fama de ser uma pessoa cruel.
Havia batido selvagemente em diversos estudantes, desde que se instalara em Oxford, alguns anos antes. Corriam rumores de que era ele o responsável pela morte de um aluno, encontrado agonizante numa viela.
Apesar de seus defeitos, Victor não merecia igual destino.
— Abaixe isso, Burnell — pediu Rainulf amável -mente.
— Não é de sua conta, padre — o taverneiro grunhiu. — Já disse àquele rapaz para não vir mais aqui, mas ele me desafiou, junto com seus amigos beberrões. — Agora o homem segurava o bastão com ambas as mãos. — E só assim que vão me obedecer.
— Ele tem medo de nós — declarou Victor aos de¬mais ocupantes da mesa. — E sabem por quê?
Rainulf cocou a cabeça, admitindo que Victor, com seu temperamento explosivo, exercia enorme influência sobre os outros jovens. Melhor seria usá-la para aplainar a discórdia entre os estudantes de Oxford e o dono do bar, mas optara por enfrentar o homem.
Série Família Fairfax
1 - O Amor tem seu Preço
2 - Amor Pagão
Série Concluída
Inglaterra, 1159
Enfeitiçados pela paixão!
Bela e impulsiva, Martine jura nunca se apaixonar depois que sua mãe morreu com o coração partido.
Apesar disso, ela cede aos apelos do irmão e concorda em deixar Paris para ir ao encontro de um homem desconhecido... um possível pretendente... na enevoada costa da Inglaterra.
Forte e bonito, Thorne Falconer também jurou nunca se apaixonar.
Nascido na pobreza, a única coisa que lhe interessa é o que separa os ricos dos pobres: terras. Ao arranjar a união de Martine com um nobre inglês, ele receberá uma propriedade como recompensa.
Ele, porém, não contava com a irresistível atração que sentiria por Martine e com a fascinação dela por ele.
E enquanto ambos lutam para negar o desejo mútuo, acabam sendo arrebatados por uma paixão tão avassaladora que passa por cima de tudo, menos do imenso amor que os consome.
Capítulo Um
Agosto de 1159, Costa da Normandia
Martine de Rouen observava uma gaivota sobrevoar o alvorecer através do canal.
A ave passou por sobre diversos navios no porto de Fécamp como se tentasse escolher o melhor local para pousar.
Por fim, escolha feita, desceu num gracioso espiral e pousou no gradil do Lady's Slipper bem ao seu lado enquanto trinta remadores moviam lentamente a embarcação mercante para longe da doca.
— É um bom presságio, milady — o capitão do barco disse e sorriu. — Uma bênção para seu casamento com o filho do barão Godfrey. — O inglês imenso, praticamente desdentado, tinha o rosto coberto de furúnculos, e se comunicava em francês, num sotaque gutural desagradável.
Martine deixara de acreditar em augúrios aos dez anos, especialmente os bons.
Por que tentar se enganar esperando pelo melhor quando a lógica predizia o pior? Estava indo à Inglaterra, para se casar com Edmond de Harford, um homem que nunca tinha visto.
O fato a enchia com tamanho terror que nenhum presságio seria capaz de atenuar.
Sentindo a presença reconfortante do irmão às costas, virou-se e o encarou.
Rainulf a fitou e em seguida voltou-se para o inglês, retribuindo o sorriso.
— Um bom presságio? Por que diz isso?
O homem apontou para a pequena visitante na grade ao lado de Martine.
— Essa é uma ave inglesa, padre... milorde. — Ele franziu o cenho, desconcertado.
Martine sabia que o homem devia estar pesando a situação e tentando decidir qual a melhor forma de se dirigir a um padre que era filho de um barão normando, e parente da própria rainha Eleanor.
— Pode me chamar de padre — Rainulf prontificou. — Minha devoção a Deus suplanta até mesmo a que tenho por minha prima. — Fez um gesto para a ave. — Então acredita que nossa amiguinha aqui, tenha voado desde a Inglaterra só por nossa causa?
— Sim, senhor... padre. É um bom sinal. — Ele sorriu para Martine.— A pobrezinha voou desde a Inglaterra para encontrá-la, milady, a fim de acompanhá-la até sir Edmond. Se a senhora oferecer migalhas de pão, é possível que ela fique conosco até chegarmos ao porto amanhã. Isso fará com que seu casamento seja uma união de amor e garantirá muitos herdeiros.
União de amor? Martine estremeceu ante tal conceito.
Quando criança testemunhara uma união de amor reivindicar a vontade, a razão e, por fim, a vida da mãe.
Tendo de escolher entre o convento e o casamento, optara pelo último, mas não consentiria o amor. Jamais cederia, não importando quantos presságios houvessem.
O capitão a observava à espera de uma reação.
Todos os ingleses partilham de suas idéias primitivas. Se sir Edmond for assim, não vejo necessidade de uma gaivota me dizer que esse casamento está fadado ao fracasso.
2 - AMOR PAGÃO
Inglaterra, 1160
O invencível poder do amor...
A jovem Constance era praticamente uma escrava, à espera de ser possuída pelo implacável sir Roger Foliot, lorde de um vilarejo inglês.
Ele, porém, não contava com a capacidade de Constance de escapar ao seu jugo, sob a proteção de Rainulf Fairfax, padre e catedrático de Oxford.Apesar de levar a sério seu voto de celibato e castidade, Rainulf não ficou indiferente à beleza e à inteligência de Constance, desde o primeiro instante em que a viu.
Antigo soldado das Cruzadas, ele tinha experiência com lutas e batalhas, mas não estava preparado para o intenso conflito de paixão prestes a eclodir entre ambos.
Arrebatada por um amor proibido, Constance desejava o honrado e íntegro Rainulf bem mais do que apenas como seu professor.
E então, os dois se depararam com uma nova lição sobre o sentimento do amor: sua força... suas consequências... e o indescritível e precioso êxtase de compartilhar um futuro... juntos!
Capítulo Um
Oxford, março de 1161.
— Como tem passado, padre? Rainulf de Rouen, também conhecido como Rainulf Fairfax, doutor em Lógica e Teologia, mestre emérito na Universidade de Oxford e ordenado padre, levantou a cabeça e desviou-se de uma caneca de cer¬veja arremessada em sua direção.
— Mas... o que se passa?
— É Victor, padre — disse Thomas.
O estudante de cabelos claros apontou o fundo da taverna, onde Victor de Aeskirche subia ao tampo de uma mesa, incentivado por amigos desordeiros.
— Ele não pretendia atingi-lo. Está discutindo com Burnell, o proprietário.
Rainulf voltou-se para o dono do bar, um brutamontes que no balcão, trajando um avental engordurado, servia bebidas e bolinhos de carne, e agora erguia na mão um grande porrete de madeira.
Ele não se envolveria numa altercação, ainda mais quando Burnell tinha a fama de ser uma pessoa cruel.
Havia batido selvagemente em diversos estudantes, desde que se instalara em Oxford, alguns anos antes. Corriam rumores de que era ele o responsável pela morte de um aluno, encontrado agonizante numa viela.
Apesar de seus defeitos, Victor não merecia igual destino.
— Abaixe isso, Burnell — pediu Rainulf amável -mente.
— Não é de sua conta, padre — o taverneiro grunhiu. — Já disse àquele rapaz para não vir mais aqui, mas ele me desafiou, junto com seus amigos beberrões. — Agora o homem segurava o bastão com ambas as mãos. — E só assim que vão me obedecer.
— Ele tem medo de nós — declarou Victor aos de¬mais ocupantes da mesa. — E sabem por quê?
Rainulf cocou a cabeça, admitindo que Victor, com seu temperamento explosivo, exercia enorme influência sobre os outros jovens. Melhor seria usá-la para aplainar a discórdia entre os estudantes de Oxford e o dono do bar, mas optara por enfrentar o homem.
Série Família Fairfax
1 - O Amor tem seu Preço
2 - Amor Pagão
Série Concluída
Dragão Negro
Série Perigueux
Inglaterra, 1776
A Bela...
Assim como seus ancestrais saxões, Faithe de Hauekleah faria qualquer coisa para preservar seu lar e seu modo de vida, até mesmo aceitar casar-se com um guerreiro de reputação feroz, embora jurasse para si mesma que jamais entregaria o coração!
Contudo, ela não imaginava o que viria a sentir nos braços de Luke.
Nunca pensou que um homem pudesse ser tão forte a ao mesmo tempo tão gentil, tampouco que pudesse guardar um segredo capaz de separá-los...
A Fera...
Conhecido como o Dragão Negro, tanto pelos amigos quanto pelos inimigos, o notório Luke de Périgeaux encontra a redenção nos braços de Faithe, porém guarda um segredo monstruoso, que jamais poderá revelar a ela...
Capítulo Um
Março de 1067, aldeia de Cottwyk, em Cambridgeshire, Inglaterra— Não parece um prostíbulo. — Luke de Périgueux puxou as rédeas, fazendo o cavalo parar ao lado do que seu irmão montava, na clareira.
Mal conseguia ver o chalé dentro da mata, logo adiante. As florestas inglesas eram negras como breu à noite.
— Pelo menos, é um abrigo — Alexandre comentou, bocejando. — Vai chover logo e prefiro estar lá dentro quando começar.
Um arrepio percorreu o corpo de Luke. Esfregou os braços, por baixo do manto. Alex viu e socou-o de leve no ombro.
— Ah, então meu irmão sente frio como o restante dos mortais...
Luke assentiu, embora não fosse o ar úmido da noite que o fizesse arrepiar-se, mas uma amaldiçoada fraqueza de corpo e alma, vergonhosa demais para ser revelada. Cerrou os punhos e contraiu os dentes.
Tentava controlar-se, para que a sensação passasse. Deitar-se com uma vagabunda ajudaria; sempre ajudava. Incitou o cavalo, e aproximou-se do chalé.
Alex seguiu-o, desconfiado da aparência do lugar. Podia ver luz por trás das janelas cobertas com tecidos grosseiros, e sentir o cheiro de madeira queimada, embora não ouvisse som algum.
— Talvez este não seja o lugar certo — observou.
— É claro que é.
Um dos arqueiros indicara o local. Em suas palavras rudes, havia apenas uma vadia ali, que abriria as pernas a qualquer um com duas moedas e uma boa arma no meio das pernas, mesmo que fosse normando. Afinal, a maioria das mulheres saxãs, vadias todas elas, fugia quando via um normando...
Todos os habitantes daquela ilha miserável e encharcada de chuva temiam e desprezavam os conquistadores normandos. E por que não o fariam?
Cinco meses tinham se passado desde que Luke e Alex cruzaram o Canal para auxiliar Guilherme, duque da Normandia, e agora rei da Inglaterra, a reclamar aquele país esquecido por Deus numa única e devastadora batalha.
Hastings deveria ser o fim de tudo, e teria sido, se aqueles ingleses bárbaros parassem com suas incursões inúteis e aceitassem o governo normando.
Durante todo o inverno, o exército de Guilherme, incluindo muitos cavaleiros sem terras, como Luke e Alex, sedentos de pertences ingleses, tinham confiscado propriedades e subjugado os habitantes locais sem compaixão,a intenção de acabar com qualquer tendência de rebelião.
Ainda assim, o povo parecia desafiá-los, agarrando-se com patética tenacidade a terras que estavam para sempre perdidas, desde a terrível data de quatorze de outubro de 1066.
Série Perigueux
1 - Dragão Negro
2 - Lobo Solitário
Série Concluída
Inglaterra, 1776
A Bela...
Assim como seus ancestrais saxões, Faithe de Hauekleah faria qualquer coisa para preservar seu lar e seu modo de vida, até mesmo aceitar casar-se com um guerreiro de reputação feroz, embora jurasse para si mesma que jamais entregaria o coração!
Contudo, ela não imaginava o que viria a sentir nos braços de Luke.
Nunca pensou que um homem pudesse ser tão forte a ao mesmo tempo tão gentil, tampouco que pudesse guardar um segredo capaz de separá-los...
A Fera...
Conhecido como o Dragão Negro, tanto pelos amigos quanto pelos inimigos, o notório Luke de Périgeaux encontra a redenção nos braços de Faithe, porém guarda um segredo monstruoso, que jamais poderá revelar a ela...
Capítulo Um
Março de 1067, aldeia de Cottwyk, em Cambridgeshire, Inglaterra— Não parece um prostíbulo. — Luke de Périgueux puxou as rédeas, fazendo o cavalo parar ao lado do que seu irmão montava, na clareira.
Mal conseguia ver o chalé dentro da mata, logo adiante. As florestas inglesas eram negras como breu à noite.
— Pelo menos, é um abrigo — Alexandre comentou, bocejando. — Vai chover logo e prefiro estar lá dentro quando começar.
Um arrepio percorreu o corpo de Luke. Esfregou os braços, por baixo do manto. Alex viu e socou-o de leve no ombro.
— Ah, então meu irmão sente frio como o restante dos mortais...
Luke assentiu, embora não fosse o ar úmido da noite que o fizesse arrepiar-se, mas uma amaldiçoada fraqueza de corpo e alma, vergonhosa demais para ser revelada. Cerrou os punhos e contraiu os dentes.
Tentava controlar-se, para que a sensação passasse. Deitar-se com uma vagabunda ajudaria; sempre ajudava. Incitou o cavalo, e aproximou-se do chalé.
Alex seguiu-o, desconfiado da aparência do lugar. Podia ver luz por trás das janelas cobertas com tecidos grosseiros, e sentir o cheiro de madeira queimada, embora não ouvisse som algum.
— Talvez este não seja o lugar certo — observou.
— É claro que é.
Um dos arqueiros indicara o local. Em suas palavras rudes, havia apenas uma vadia ali, que abriria as pernas a qualquer um com duas moedas e uma boa arma no meio das pernas, mesmo que fosse normando. Afinal, a maioria das mulheres saxãs, vadias todas elas, fugia quando via um normando...
Todos os habitantes daquela ilha miserável e encharcada de chuva temiam e desprezavam os conquistadores normandos. E por que não o fariam?
Cinco meses tinham se passado desde que Luke e Alex cruzaram o Canal para auxiliar Guilherme, duque da Normandia, e agora rei da Inglaterra, a reclamar aquele país esquecido por Deus numa única e devastadora batalha.
Hastings deveria ser o fim de tudo, e teria sido, se aqueles ingleses bárbaros parassem com suas incursões inúteis e aceitassem o governo normando.
Durante todo o inverno, o exército de Guilherme, incluindo muitos cavaleiros sem terras, como Luke e Alex, sedentos de pertences ingleses, tinham confiscado propriedades e subjugado os habitantes locais sem compaixão,a intenção de acabar com qualquer tendência de rebelião.
Ainda assim, o povo parecia desafiá-los, agarrando-se com patética tenacidade a terras que estavam para sempre perdidas, desde a terrível data de quatorze de outubro de 1066.
Série Perigueux
1 - Dragão Negro
2 - Lobo Solitário
Série Concluída
Série Wexford
1- Entre a Paixão e o Perigo
Inglaterra, 1172
Uma parceria perfeita
Hugh de Wexford gosta de vinho, de mulheres e, acima de tudo, de sua liberdade.
Traumatizado por uma criação desumana, ele jurou conquistar sua independência no mundo, livre de vínculos de qualquer tipo, especialmente os românticos...Phillipa de Paris é culta, instruída e completamente desprovida de malícia, o que fica claro quando Hugh a envolve numa intriga chocante ao recrutá-la para uma perigosa missão de espionagem...
Para desmascarar o corrupto clérigo Aldous Ewing e salvar a Inglaterra de mais uma guerra civil, o corajoso guerreiro e a inocente intelectual embarcam numa perigosa empreitada como marido e mulher, tentando encontrar provas de que Ewing está envolvido numa trama de traição.
Conseguirá Phillipa, com seu poder de sedução, convencer o traidor a fazer-lhe confidências?
Ou as mentiras de Hugh e Phillipa serão descobertas? Será que a irresistível paixão que existe entre eles irá pôr a vida de ambos em perigo?
Capítulo Um
Junho de 1172, Oxford, Inglaterra
A igreja, iluminada com velas, estava lotada naquela noite.
Estudantes, mestres e clérigos ouviam, atentos, o jovem orador que discorria sobre a correlação entre a razão e a fé.
— A mulher que você procura é aquela — sussurrou um rapaz, apontando para um dos bancos da última fileira.
— Qual delas? — perguntou Hugh de Wexford, oculto pelas sombras da nave, olhando na direção das moças.
Eram as únicas em meio ao mar de homens trajados com vestes pretas e idênticas, em sua maioria com tonsura, alguns com solidéu clerical.
— A mais bonita, sem véu — informou o estudante, muito pobre a julgar pela capa preta e surrada e pela ansiedade com que esperava os dois pence prometidos por Hugh.
Sete mulheres ocupavam o banco em questão.
Quatro usavam hábito negro e toucado, indicando que eram freiras. Duas vestiam trajes escuros e véu preto.
Eram, provavelmente, senhoras, que tiveram dos respectivos maridos permissão para assistir à palestra promovida pela Oxford Studium Generale, uma associação independente de alunos e mestres.
A organização ainda era nova, contudo, já famosa em toda a Europa por seus membros esclarecidos: humanistas, estudiosos e sábios.Restava a mulher sem véu.
— Aquela é Phillipa de Paris? — Hugh franziu a testa ao observar a moça.
Segundo lhe haviam informado, Phillipa tinha vinte e cinco anos; porém a moça delicada, de grandes olhos escuros, parecia muito mais jovem.
Na túnica azul simples mas elegante, e tendo os longos cabelos negros penteados em duas trancas caídas sobre o peito, parecia mais uma devota do que uma intelectual. Decididamente, Phillipa não correspondia à imagem que ele fazia de uma pensadora, ainda que aquele fosse seu primeiro encontro com esse tipo de pessoa.
Apenas a pasta para documentos de couro trabalhado, presa ao cinto de Phillipa, era uma indicação de que ela se interessava por assuntos acadêmicos.
— Sim, é ela mesma — confirmou o estudante. — Ela assiste a quase todas as palestras sobre aritmética, geometria, e a todos os debates sobre lógica. Às vezes levanta-se do banco e faz seus apartes. Eu mesmo a vi apresentando seus pontos de vista e discutindo com outros participantes.
— É mesmo? — Hugh esfregou o queixo áspero, coberto pela barba de quase uma semana, intrigado.
Esperava não apenas encontrar uma mulher mais velha, mas também uma sem graça. Talvez até masculinizada, dada sua imersão naquele universo acadêmico, domínio de homens.Além disso, Phillipa desafiava as convenções, optando por levar uma vida independente.
Mesmo em comunidades de mente aberta como Oxford, era incomum encontrar-se uma mulher, filha de um nobre, vivendo só, sem a orientação e a proteção do pai ou do marido.Hugh suspirou, discreto.
Aquela moça, tão pequenina e delicada, conseguira um feito extraordinário.
2- Tramas do Destino
Londres, 1165
Soldado da fortuna
Graeham Fox tem uma missão secreta: resgatar a filha ilegítima de seu lorde, libertando-a do domínio de um marido abusivo.
Como pagamento por seu serviço, ele receberá a mão da irmã gêmea dela em casamento, e uma vasta propriedade, muito mais do que um simples soldado poderia almejar...
Atacado em Londres, Graeham escapa por pouco de ser morto, e tem a oportunidade de se recuperar na humilde moradia de Joanna Chapman, a encantadora viúva de um mercador de sedas.
As experiências do passado ensinaram Joanna a não confiar nos homens, muito menos em um atraente e misterioso como Graeham.
Mas o forte magnetismo dele e seu toque sedutor desencadeiam em Joanna uma paixão avassaladora. Dividido entre a ambição e o desejo, Graeham vê seu futuro por um fio, e somente o amor de Joanna poderá salvá-lo...
Capitulo um
Maio de 1165,
Distrito West Cheap, Londres
Como se diz a um homem que você está ali para levar a mulher dele embora?, Graeham se perguntou ao bater à porta pintada de vermelho da residência de Rolf Le Fever na rua Milk.
Tinha pensado naquilo durante todo o trajeto tempestuoso da travessia do canal da Mancha e nos dois dias de viagem de Dover a Londres.
Ainda assim, não encontrara uma resposta. A tarefa de levar uma mulher para longe do marido era uma questão delicada, uma que demandaria diplomacia... ou força bruta.
Automaticamente levou a mão à adaga presa ao cinto, esperando não ter de colocá-la em uso.Graeham ergueu a mão para segurar a argola de ferro presa à porta e voltar a bater quando ouviu passos se aproximando, acompanhados da voz de um homem.
— Onde diabos você se meteu, sua inútil? Não ouviu baterem?
A porta se abriu com um rangido de dobradiças enferrujadas.
O loiro que a abriu parecia ter sua idade, embora Graeham soubesse que o outro estava perto dos trinta e cinco, dez anos a mais do que ele. Era mais alto que a média, mas não o alcançava.
Pálido, de olhos azuis e estrutura delicada, vestido com uma túnica de seda verde amarrada por um cinto ornado de jóias, Rolf Le Fever estava mais para o retrato de um cortesão, ou o que ele imaginava que um cortesão deveria se parecer, do que de um mercador, por mais próspero que fosse.
Le Fever olhou Graeham de alto a baixo, com a expressão de um homem que contempla um inseto. Era de se esperar; sujo e barbado, com a túnica e as perneiras de couro imundas da viagem e o cabelo solto, Graeham parecia mais um criado que estava ali para limpar o urinol.
— Rolf Le Fever? — Graeham perguntou, embora não houvesse motivos para duvidar quem estava diante dele.
— Comerciantes devem se dirigir para a porta dos fundos. — Le Fever retrocedeu e estava para fechar a porta quando foi impedido pela mão de Graeham.
— Fui enviado por Gui de Beauvais.
A menção do nome do sogro, Le Fever voltou a abrir a porta lentamente.
— Lorde Gui enviou você?
Inglaterra, 1172
Uma parceria perfeita
Hugh de Wexford gosta de vinho, de mulheres e, acima de tudo, de sua liberdade.
Traumatizado por uma criação desumana, ele jurou conquistar sua independência no mundo, livre de vínculos de qualquer tipo, especialmente os românticos...Phillipa de Paris é culta, instruída e completamente desprovida de malícia, o que fica claro quando Hugh a envolve numa intriga chocante ao recrutá-la para uma perigosa missão de espionagem...
Para desmascarar o corrupto clérigo Aldous Ewing e salvar a Inglaterra de mais uma guerra civil, o corajoso guerreiro e a inocente intelectual embarcam numa perigosa empreitada como marido e mulher, tentando encontrar provas de que Ewing está envolvido numa trama de traição.
Conseguirá Phillipa, com seu poder de sedução, convencer o traidor a fazer-lhe confidências?
Ou as mentiras de Hugh e Phillipa serão descobertas? Será que a irresistível paixão que existe entre eles irá pôr a vida de ambos em perigo?
Capítulo Um
Junho de 1172, Oxford, Inglaterra
A igreja, iluminada com velas, estava lotada naquela noite.
Estudantes, mestres e clérigos ouviam, atentos, o jovem orador que discorria sobre a correlação entre a razão e a fé.
— A mulher que você procura é aquela — sussurrou um rapaz, apontando para um dos bancos da última fileira.
— Qual delas? — perguntou Hugh de Wexford, oculto pelas sombras da nave, olhando na direção das moças.
Eram as únicas em meio ao mar de homens trajados com vestes pretas e idênticas, em sua maioria com tonsura, alguns com solidéu clerical.
— A mais bonita, sem véu — informou o estudante, muito pobre a julgar pela capa preta e surrada e pela ansiedade com que esperava os dois pence prometidos por Hugh.
Sete mulheres ocupavam o banco em questão.
Quatro usavam hábito negro e toucado, indicando que eram freiras. Duas vestiam trajes escuros e véu preto.
Eram, provavelmente, senhoras, que tiveram dos respectivos maridos permissão para assistir à palestra promovida pela Oxford Studium Generale, uma associação independente de alunos e mestres.
A organização ainda era nova, contudo, já famosa em toda a Europa por seus membros esclarecidos: humanistas, estudiosos e sábios.Restava a mulher sem véu.
— Aquela é Phillipa de Paris? — Hugh franziu a testa ao observar a moça.
Segundo lhe haviam informado, Phillipa tinha vinte e cinco anos; porém a moça delicada, de grandes olhos escuros, parecia muito mais jovem.
Na túnica azul simples mas elegante, e tendo os longos cabelos negros penteados em duas trancas caídas sobre o peito, parecia mais uma devota do que uma intelectual. Decididamente, Phillipa não correspondia à imagem que ele fazia de uma pensadora, ainda que aquele fosse seu primeiro encontro com esse tipo de pessoa.
Apenas a pasta para documentos de couro trabalhado, presa ao cinto de Phillipa, era uma indicação de que ela se interessava por assuntos acadêmicos.
— Sim, é ela mesma — confirmou o estudante. — Ela assiste a quase todas as palestras sobre aritmética, geometria, e a todos os debates sobre lógica. Às vezes levanta-se do banco e faz seus apartes. Eu mesmo a vi apresentando seus pontos de vista e discutindo com outros participantes.
— É mesmo? — Hugh esfregou o queixo áspero, coberto pela barba de quase uma semana, intrigado.
Esperava não apenas encontrar uma mulher mais velha, mas também uma sem graça. Talvez até masculinizada, dada sua imersão naquele universo acadêmico, domínio de homens.Além disso, Phillipa desafiava as convenções, optando por levar uma vida independente.
Mesmo em comunidades de mente aberta como Oxford, era incomum encontrar-se uma mulher, filha de um nobre, vivendo só, sem a orientação e a proteção do pai ou do marido.Hugh suspirou, discreto.
Aquela moça, tão pequenina e delicada, conseguira um feito extraordinário.
2- Tramas do Destino
Londres, 1165
Soldado da fortuna
Graeham Fox tem uma missão secreta: resgatar a filha ilegítima de seu lorde, libertando-a do domínio de um marido abusivo.
Como pagamento por seu serviço, ele receberá a mão da irmã gêmea dela em casamento, e uma vasta propriedade, muito mais do que um simples soldado poderia almejar...
Atacado em Londres, Graeham escapa por pouco de ser morto, e tem a oportunidade de se recuperar na humilde moradia de Joanna Chapman, a encantadora viúva de um mercador de sedas.
As experiências do passado ensinaram Joanna a não confiar nos homens, muito menos em um atraente e misterioso como Graeham.
Mas o forte magnetismo dele e seu toque sedutor desencadeiam em Joanna uma paixão avassaladora. Dividido entre a ambição e o desejo, Graeham vê seu futuro por um fio, e somente o amor de Joanna poderá salvá-lo...
Capitulo um
Maio de 1165,
Distrito West Cheap, Londres
Como se diz a um homem que você está ali para levar a mulher dele embora?, Graeham se perguntou ao bater à porta pintada de vermelho da residência de Rolf Le Fever na rua Milk.
Tinha pensado naquilo durante todo o trajeto tempestuoso da travessia do canal da Mancha e nos dois dias de viagem de Dover a Londres.
Ainda assim, não encontrara uma resposta. A tarefa de levar uma mulher para longe do marido era uma questão delicada, uma que demandaria diplomacia... ou força bruta.
Automaticamente levou a mão à adaga presa ao cinto, esperando não ter de colocá-la em uso.Graeham ergueu a mão para segurar a argola de ferro presa à porta e voltar a bater quando ouviu passos se aproximando, acompanhados da voz de um homem.
— Onde diabos você se meteu, sua inútil? Não ouviu baterem?
A porta se abriu com um rangido de dobradiças enferrujadas.
O loiro que a abriu parecia ter sua idade, embora Graeham soubesse que o outro estava perto dos trinta e cinco, dez anos a mais do que ele. Era mais alto que a média, mas não o alcançava.
Pálido, de olhos azuis e estrutura delicada, vestido com uma túnica de seda verde amarrada por um cinto ornado de jóias, Rolf Le Fever estava mais para o retrato de um cortesão, ou o que ele imaginava que um cortesão deveria se parecer, do que de um mercador, por mais próspero que fosse.
Le Fever olhou Graeham de alto a baixo, com a expressão de um homem que contempla um inseto. Era de se esperar; sujo e barbado, com a túnica e as perneiras de couro imundas da viagem e o cabelo solto, Graeham parecia mais um criado que estava ali para limpar o urinol.
— Rolf Le Fever? — Graeham perguntou, embora não houvesse motivos para duvidar quem estava diante dele.
— Comerciantes devem se dirigir para a porta dos fundos. — Le Fever retrocedeu e estava para fechar a porta quando foi impedido pela mão de Graeham.
— Fui enviado por Gui de Beauvais.
A menção do nome do sogro, Le Fever voltou a abrir a porta lentamente.
— Lorde Gui enviou você?
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