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10 de setembro de 2009

Um Lorde Irresístível

Série Lyonsbridge

Inglaterra, 1130.
Ele era irresistível... Ela era tentadora!

Incumbida de organizar a parte social do castelo, Ellen Wakelin levou a sério seu trabalho.
Mas não pôde evitar a companhia de Connor Brand, pois era somente com o misterioso chefe dos cavalariços que conseguia ser ela mesma.
No instante em que descobriu que Ellen estava em seu quarto, Connor percebeu que a nova senhora de Lyonsbridge iria lhe causar problemas. E como antigo governador daquele condado, o senhor de Lyonsbridge, o atual chefe dos cavalariços tinha agora um problema a mais par recuperar sua herança... porque a beldade de cabelos castanhos o distraía de seu objetivo.

Capítulo Um

Inglaterra, 1130
Era um dia diferente. Em volta do pátio da estrebaria uma geada cristalina delineava as árvores e cercas com um galão branco.
O hálito de Connor escapava de seus lábios em nuvens enquanto ele tentava se desvencilhar dos braços fortes do irmão que o segurava com força.
— Acho que você aumentou um quilo da última semana para cá, Martin — Connor falou, arquejante.
Padre Martin, frade da congregação de St. John, empurrou com o ombro o rapaz e ambos rolaram pelo solo gelado.
— Você é que ficou mais fraco, meu irmão. É melhor que ponha de lado seu alaúde e se dedique mais aos exercícios físicos.
Connor afastou o corpo volumoso de Martin a fim de poder se levantar, e depois sentou-se.
— Não estou tão fraco a ponto de não conseguir atirá-lo longe, Martin.
— Tente isso, tente, e verá — Padre Martin desafiou-o.
Connor sorriu e respondeu:
— Não faço tal coisa porque tenho muito respeito pela Santa Madre Igreja.
— Agora uma pergunta — o padre sussurrou, resfolegando. — Há quanto tempo você não comparece às preces vespertinas? E há quanto tempo não se confessa?
Connor levantou-se do chão, ofereceu a mão a Martin para ajudá-lo, e comentou:
— Tenho motivos para evitar o confessionário.
— Como seu assistente espiritual, gostaria de saber que motivos são esses — Padre Martin falava solenemente, porém havia uma sombra de sorriso em seus lábios.
— Você é meu irmão de sangue, mas não meu pai. Não há leis na igreja que possam mudar isso.
— Bem, mas quero ouvir a razão de qualquer forma. Por que tem negligenciado tanto os sacramentos?
— Juro por todos os santos, Martin, que se eu fizesse uma confissão verdadeira, arruinaria a reputação da metade das moças de Lyonsbridge. O cavalheirismo não é, por acaso, uma virtude aos olhos da igreja?
Connor acreditou ter visto um ligeiro tom rosado no rosto do irmão.
Não pela primeira vez, ele se perguntava o que seria se ele, Connor, fosse o terceiro filho, em vez de ser o primeiro, destinado portanto a dar sua vida à igreja. Sentiu um tremor percorrer-lhe a espinha. Mas claro, sendo os boatos verdadeiros, o voto de castidade dos padres não era seguido por vários membros das santas ordens. Embora Connor soubesse que Martin, apesar da natureza jovial, levava sua vocação a sério.
Como para confirmar o pensamento do irmão, padre Martin franziu a testa.
— Você devia se confessar, Connor. Mas, considerando-se a quantidade de seus pecados, ficará por certo muito tempo no confessionário, garanto.
Connor começou a andar de um lado para o outro pela estrebaria.
Era tarde e passara já a hora de alimentar os animais.
— Seria bem mais seguro e prudente se a relação dos pecados que cometi jamais saísse de meus lábios, Martin. Mas diga-me, você tem tempo de me ajudar com os animais?
Padre Martin tentou acompanhar o irmão, embora a batina lhe atrasasse os passos.
— Tenho tempo, sim. Irmão Augustine foi designado para fazer as preces esta noite.
— Talvez algum dia eu satisfaça seu desejo, Martin, e confesse meus pecados.
O padre riu muito e disse:
— Desista, irmão. Aposto que o único exercício que você tem feito ultimamente foi na cama com uma mulher.
Connor examinou o irmão. O rosto estava rosado devido ao frio, o que deixava os olhos dele ainda mais azuis.
Os cabelos que restavam em volta da tonsura eram louros, idênticos aos de Connor. Antes de Martin fazer os votos, ele e Connor pareciam gêmeos, embora houvesse quatro anos de diferença de idade entre os dois.
Atraentes e fortes, os três irmãos Brand começaram a virar a cabeça das mulheres da cidade desde muito jovens. Suas aventuras provocaram ultraje e admiração em igual medida.


Série Lyonsbridge
1 - Um Lorde Irresístível
2 - O Amor Não se Compra
3 - Dama da Meia-noite
Série Concluída

O Amor não se Compra

Série Lyonsbridge



Inglaterra, 1200

O Lorde de Lyonsbridge estava aprendendo que as mulheres podiam ser perigosas...


Nem o contrato de casamento forçado convenceu lady Alyce de Sherborne a ser subserviente.
Ela queria conduzir sua própria vida e somente se entregar ao homem a quem amasse de verdade. 

Mas, se lhe fosse dada liberdade de escolha, ela aceitaria o sedutor sir Thomas Brand?
O galante cavaleiro que havia garantido o resgate do rei levaria também o seu coração?
Ninguém melhor do que Lady Alyce, com sua docura enganosa e beleza pertubadora, para ensinar a sir Thomas uma lição sobre as mulheres.
Na verdade, era impossível deixar de render-se aos encantos da linda donzela... e para Thomas Brand não era sacrifício algum tomar conta dela... para sempre!


Capítulo Um

De que lado eles estão chegando? Pode vê-los, Lettie? Será que dessa vez, o barão virá também? — Inquieta, Alyce Rose inclinou-se demais sobre o parapeito largo da janela de seu quarto, que ficava no pavimento superior do Castelo de Sherborne.
Apavorada, a serva idosa puxou a gola dura do vestido de Alyce para trás, com uma força inacreditável para uma mulher de estatura tão baixa.
— Eles chegarão logo, milady. E poderá então satisfazer sua curiosidade.
—Não adiantará nada despencar da janela e cair aos pés deles.
Alyce torceu os lábios, com ar de pouco-caso.
— Também, tudo o que faço está errado!
Apesar de seu aborrecimento, ela saiu da janela e voltou com Lettie para o interior do pequeno dormitório. Mesmo depois da morte do pai, havia onze meses, ela não se mudara para o espaçoso aposento principal.
Achava que os quartos ensolarados do lado oposto do hall ainda estavam impregnados com a presença dele. Gostava de lembrar-se dele, ativo e sempre a tratando com uma certa severidade, como se quisesse impregná-la com a própria energia.
Não o imaginava morto e enterrado na Igreja de Saint Anne, ao lado da esposa a quem tanto amava.
Lettie observou-a, com as mãos nos quadris amplos.
— Não é bom que fique tão deprimida, Allie querida. Os homens do barão podem pensar que a senhora castelã de Sherborne vive de mau humor.
— Não me importo com o que eles podem pensar. Seria bom mesmo que me achassem parecida com uma bruxa horrorosa, e melhor ainda que contem isso a meu futuro noivo!
Lettie deu uma rísadinha abafada..
— E provável que o barão de Dunstan tenha sido informado de sua aparência antes de convencer o príncipe João a permitir oficialmente o casamento. Dizem por aí que ele salvou a vida do príncipe e teria, por isso, direito a uma recompensa.
Desanimada, Alyce sentou-se no catre estreito.
— Lettie, ele é mais velho que meu pai seria, se estivesse vivo.
— Eu sei. — A velha ama suspirou. — Não posso deixar de pensar que nosso verdadeiro rei jamais forçaria esse enlace.
— Se o rei Ricardo I, Coração de Leão, estivesse na Inglaterra, não permitiria que isso acontecesse. Pelo menos teria escolhido outro que não fosse tão horripilante. Que mundo é esse onde uma mu¬lher pode ser arrematada pelo maior lance, como se fosse um cavalo de raça?
Elas ouviram o portão do castelo ranger para subir e, em seguida, o barulho de uma confusão de homens e cavalos.
— Vamos descer para saudá-los, milady? — Lettie usou o tom formal que empregava desde a morte de lorde Sherborne.
O título também parecia absurdo para Alyce, pronunciado por uma mulher que cuidara dela desde o primeiro minuto de seus vinte anos de vida.
— Não, deixe que Alfred os acomode. Não vou cair nas garras deles como um coelho esperando para ser assado!
— Mas, Allie, e se o barão estiver com eles...
— Se for assim, terei ainda menos vontade de cooperar — Alyce interrompeu. — Quem sabe, se ele achar que a futura esposa é mal-educada e de temperamento difícil, poderá mudar de ideia e pedir ao príncipe outra noiva.
— Allie... — Lettie ponderou preocupada.— Todos dizem que o barão Philip de Dunstan tem um temperamento terrível. Chegou mesmo a espancar um jovem cavalariço, só porque o pobre não trouxe o cavalo com a rapidez suficiente.
Alyce deu de ombros e levantou o queixo.
— Não tenho medo dele, Lettie. Meu pai não teve filhos, mas sempre dizia que seu consolo era saber que tinha uma filha com o espírito de meia dúzia de cavaleiros.
A serva balançou a cabeça. •
— Milady passou a infância tentando provar a si mesma que sabia agir como menino. Já é tempo de enxergar que é uma mulher, que vai casar-se e que terá filhos fortes.
— Não darei à luz nenhum filho da linhagem Dunstan! — Alyce reclamou exasperada e fitou o céu pela janela.
— Bem, se é assim — Lettie suspirou —, descerei sozinha e direi ao barão que milady está adoentada. Mas aposto que será um motivo para ele ficar ainda mais ansioso por vê-la.
— Não, não quero que vá. Não deixe que ninguém saiba do meu paradeiro, vamos fazer um pouco de mistério. Uma recepção fria talvez faça com que os visitantes não se demorem. Se Dunstan perceber que há muitos transtornos em minha família, será um verdadeiro tolo se ainda me quiser como esposa.
— Desafiar o demónio sempre fez parte de seu modo de vida. Desde a morte de seu pai, milady, já enxotou três emissários do barão. Eu não me arriscaria a irritar ainda mais o homem que deverá ser seu marido.


Série Lyonsbridge
1 - Um Lorde Irresístível
2 - O Amor Não se Compra
3 - A Dama da Meia-noite
Série Concluída

9 de setembro de 2009

A Dama da Meia-noite

Série Lyonsbridge

Bridger chamara o mosteiro de São Gabriel de sua casa, desde o seu misterioso aparecimento há anos atrás. Mantida longe de olhares curioso, entre os gentis monges, a donzela estava feliz por cuidar dos seus protetores. Mas depois de ler os contos fantásticos de Arthur e Guinevere, Bridget ansiava por um belo cavaleiro para ela própria...
Numa busca para encontrar o seu irmão desaparecido, Sir Ranulf Brand vasculhava o campo normando. Atacado por bandidos e deixado para morrer, ele acordou em São Gabriel para as visões de um anjo de cabelos dourados, cuidando das suas feridas à luz de velas. Mas os monges lhe asseguraram que nada mais era do que um fantasma causado pelos seus ferimentos. No entanto, o toque suave como uma pétala dos seus lábios permanecia ainda em sua boca...

Capítulo Um

Castelo de Coverly, Inglaterra maio de 1140
—Devia ter adivinhado que a encontraria aqui fora, Claire. Junto com os filhos dos servos...
Devido ao tom irritado, lady Claire percebeu que o irmão não estava nada satisfeito com aquela descoberta, mas isso não a surpreendia.
Neville nunca escondera o ódio e o desprezo que sentia pelos ingleses que os serviam. De fato, não era exagero dizer que ele demonstrava mais afeto por seu falcão e cães de caça.
—Desculpem-me, crianças. Agora preciso me retirar - murmurou em inglês, à pequena dupla de cabelos loiros feito palha que a fitava com verdadeira adoração.
Depois, lançando um olhar significativo na direção de Neville, completou: - Há uma tempestade formando-se no horizonte.
Bran e Elga também fitaram lorde Neville com o canto dos olhos, tampando as bocas para não rirem.
—Pare de falar essa língua de bárbaros, Claire! - ordenou, ainda mais ríspido do que antes. —Se deseja perder seu tempo com os servos, seria melhor que os ensinassem a falar francês. Assim eles poderiam se comunicar conosco, seus mestres!
Decepcionada, Claire tornou a olhar para o irmão. O corpo alto e forte de Neville bloqueava o sol, lançando uma sombra gigantesca sobre ela e as crianças, que estavam sentadas na grama do pátio de Coverly.
—Na verdade, antes que se aproximasse, estava ensinando-lhes francês, milorde. - Esforçou-se para suprimir da voz qualquer sinal de reprovação. Não queria deixá-lo ainda mais zangado na presença das crianças.
A pobre Elga já estava toda encolhida, tremendo de medo, diante do semblante irado do lorde normando. Bran não reagia de forma diferente... Embora ainda fossem pequenos, os dois já tinham aprendido a cultivar o medo e a obediência ao senhor daquelas terras.
—Posso lhe assegurar que, muito antes do que imagina, estarão falando francês como se tivessem nascido nos arredores de Paris - Sorriu-lhe, tentando conquistar sua simpatia. - Não é isso o que deseja, milorde?
Neville recusou-se a responder, olhando ao redor, como se as crianças não existissem.
—Bem, pelo visto, acho que nossa conversa não poderá esperar até o fim de minha aula, não é? - Claire comentou, procurando adivinhar o que o irmão teria a lhe dizer com tanta urgência.
—É óbvio que não! - Seus olhos pareciam lançar pequenas labaredas de fogo, tamanha era sua fúria. - Estou muito descontente com sua insolência, irmã!


Série Lyonsbridge
1 - Um Lord Irresistível
2 - O Amor não se Compra
3 - A Dama da Meia-noite
Série Concluída