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27 de novembro de 2016

A Inocente e o Canalha

Série Prêmio de Cavaleiro

Ela jurou resistir à tentação!

Celeste D’Orleau viajou para Dunborough a fim de investigar o assassinato da irmã.
Ao reencontrar Gerrard, o herói de sua infância, ela começa a ter fantasias proibidas. 
Gerrard usa toda a sua força de vontade para resistir ao desejo que sente pela bela e inocente Celeste. Depois de tanto lutar para restaurar sua reputação, ele não seduziria uma freira! 
Porém, conforme a missão de Celeste os deixa mais próximos, fica claro que essa paixão é mais forte do que qualquer voto!

Capítulo Um

Inglaterra, 1214
Caía a noite fria de novembro, mas dentro do salão de sir Melvin, o calor e a luz afastavam a baixa temperatura, proporcionando abrigo para a moça vestida num hábito de freira. Celeste viajara durante dias e agora aproveitava o conforto.
Havia uma lareira central e vários tocheiros alinhados nas paredes de pedra. A mesa principal, no tablado num dos cantos do salão, estava coberta por uma toalha e em cima dois candelabros ostentavam velas de cera de abelha. Celeste e o rechonchudo e próspero sir Melvin estava sentados à mesa. Atrás dele, havia uma tapeçaria de cavaleiros e damas bem-vestidos passeando no campo. 
A esposa, a calma e eficiente lady Viola, estava sentada do lado esquerdo dele. Criados, homens e mulheres circulavam por entre as mesas do salão, onde estavam o mordomo, o sacerdote, serventes, chefes dos criados e guardas da casa, servindo a refeição da noite.
O sacerdote tinha certa idade e, para Celeste, lembrava o Matusalém. Assim que ele terminou as orações, as criadas trouxeram as bandejas com grossos bifes de carne. Cestas de pão estavam espalhadas na mesa e os cálices de bronze refletiam a luz das velas.
— O senhor foi muito gentil ao me oferecer pousada e uma refeição tão farta — agradeceu Celeste ao anfitrião com toda a sinceridade.
— Estamos encantados com a sua presença aqui, irmã — disse sir Melvin com um sorriso largo. — Encantados!
— Vamos providenciar uma escolta para acompanhá-la pelo resto da viagem — ofereceu lady Viola.
— Sou muito grata a vocês, mas a viagem não será longa — respondeu Celeste. — Devo chegar em Dunborough amanhã.
— Você vai a Dunborough? — Sir Melvin ficou tão surpreso quanto se ela tivesse anunciado que estava feliz a caminho do inferno. — Mas o que você… — Ele olhou para a esposa, deu uma tossidela e continuou: — Ah, Dunborough? Conheço sir Roland. Ele e lady DeLac, noiva dele, hospedaram-se aqui vindos do castelo DeLac a caminho de Yorkshire.
Celeste alcançou uma cesta de pão e se serviu de um pedaço.
— Sir Roland é o lorde de Dunborough e está casado? — perguntou ela, esforçando-se para esconder o espanto.
— O pai e o irmão dele morreram há pouco tempo e ele se casou recentemente — explicou lady Viola.
Celeste não tinha motivos para não acreditar, mas mesmo assim não conseguia imaginar.
— Ele é um homem extraordinário… extraordinário — comentou sir Melvin, pegando uma faca para cortar um pedaço de carne, que uma criada bem-vestida havia colocado diante dele. — Mas um pouco sério demais para meu gosto, no entanto eu não sou a noiva. Nosso estábulo pegou fogo quando eles estavam aqui e ela perdeu todos os bens de seu dote. Ele nunca pediu remuneração pela perda.
— Foi ele que liderou o grupo que apagou o fogo — observou lady Viola.
— Ele não está em Dunborough agora — prosseguiu sir Melvin, sem saber o quanto deixava Celeste aliviada com a informação. — Ele está em DeLac porque…
Lady Viola tocou no braço do marido, balançando a cabeça.
— Bem, este não é um assunto adequado quando temos visita.
Celeste ficou curiosa para saber onde Roland teria ido e por que, mas não devia se importar com aquilo. O assunto que ela precisava tratar não era com o lorde de Dunborough.
— Você já esteve em Dunborough antes? — perguntou sir Melvin.
— Eu morava lá até entrar para o convento — admitiu ela.
— Ah! 

Série Prêmio de Cavaleiro
1 - O Castelo do Lobo
2 - A Noiva do Cavaleiro
2.5 - Kind Eyes and a Lion Heart
3 - A Inocente e o Canalha
Série Concluída

3 de outubro de 2016

A Noiva do Cavaleiro

Série Prêmio de Cavaleiro
Promessa de felicidade...

Ao ver o lado sensível do severo sir Roland de Dunborough, Mavis de DeLac se enche de esperança de que seu casamento arranjado será bem-sucedido. 
Quando a noite de núpcias é incendiada pelo desejo que sentem, ela ousa sonhar que a alegria durará para sempre. 
Contudo, Roland está convencido de que não poderia fazê-la feliz. E volta a ser o homem frio e distante de sempre. 
Porém, Mavis está determinada a provar que o marido não é uma pessoa amarga. E durante a viagem para proteger a herança de Roland, ela irá libertar o amor que esse nobre cavaleiro enterrou tão profundamente dentro de si.

Capítulo Um

Inglaterra, 1214
Duas moças estavam no quarto que já haviam compartilhado um dia, cercadas por baús de madeira com artigos de enxoval. Uma delas tinha cabelos escuros e estava com um vestido de lã marrom. A outra era mais clara e bonita, e vestia um fino vestido de seda verde. Era o dia do casamento dela.
— Você não precisa se casar com ele, Mavis — disse Tamsin à prima querida. — Seu pai pode ter dito alguma coisa, ou até ameaçado, mas você tem o direito de recusar. Nem ele, nem a Igreja, nem a lei podem forçar você a se casar contra a vontade. Rheged e eu adoraríamos lhe dar refúgio ou levá-la para onde quiser ir.
— Não, por favor, não precisa — Mavis interrompeu, sorrindo e balançando a cabeça.
Tamsin não estava no solário quando o pai dela havia proposto o casamento entre a filha e sir Roland de Dunborough. Mas ela estava e emendou, confiante: — Dei meu consentimento, vou casar por vontade própria, Tamsin, e estou feliz. Acho que você está enganada sobre sir Roland. Sei como eram o irmão e o pai, mas ele é diferente…
— Como você pode ter tanta certeza? — Tamsin perguntou. — Você acabou de conhecê-lo.
— Quando estávamos no solário com meu pai, sir Roland me pediu em casamento. Ele me deu a chance de recusar, Tamsin. Tenho certeza de que independentemente do acordo que fez com o meu pai, ele me liberaria se eu pedisse. E, tem mais, ele não estava me encarando como uma mercadoria, imaginando se tinha feito um bom negócio, nem como um troféu. Acho que ele estava até… Ansioso.
— Ansioso? — Tamsin repetiu sem acreditar. — Sir Roland?
— Não me importo de como ele é chamado. Vi alguma coisa nele que o diferencia de qualquer outro homem que já conheci e acho que podemos ser felizes. Ah, Tamsin, sei que para muitas pessoas ele pode parecer duro, frio e arrogante, mas, quando estávamos no solário com meu pai, ele não foi nada disso. Ao contrário, ele foi educado e gentil… Bem diferente do jeito como se comporta no salão nobre diante de outras pessoas e muito diferente do pai e do irmão.
— Você já ficou sozinha com ele?
Mavis não conseguiu encarar o olhar resoluto da prima.
— Não, nunca ficamos sozinhos.
Aquilo não era bem verdade, mas a única vez em que ficara sozinha no mesmo ambiente que Roland, ele não a tinha visto. Ela estava escondida no estábulo, enquanto ele conversava em voz baixa e carinhosa com o cavalo dele.
Mavis nunca tinha dito a ninguém que estava ali naquela manhã preparando-se para fugir em vez de obedecer à ordem do pai e se casar. Vê-lo daquele jeito com o animal era uma lembrança boa, um segredo que só ela sabia e que não queria dividir com ninguém. Mesmo porque sir Roland não ficaria muito feliz se soubesse que ela contara a alguém sobre sua conversa com um cavalo.
Tamsin segurou com firmeza as mãos da prima enquanto a encarava.
— Você se encontrou com o pai de Roland duas vezes e uma vez com o irmão mais velho, e agora quando eles estavam se esforçando para se comportar bem. Meu marido já passou alguns dias no castelo deles. Ele os conhece bem, Mavis, e me contou como sir Blane era cruel com todo mundo, incluindo os filhos. Ele riu a valer quando Broderick e Gerrard zombaram de Roland, e o xingou dos maiores impropérios quando o filho não reagiu.
— Ele não reagiu mesmo.
— É por isso que Rheged acha que ele é o melhor da família. Não que ele não saiba lutar. Rheged o viu numa disputa. Enquanto o irmão lutava com ousadia, até mesmo divertindo-se, Roland lutava para vencer.
— Não vejo nada errado nisso.
— Imagino que não seja ruim numa batalha, mas há muito o que se considerar. Não era segredo para ninguém que sir Blane estimulava a disputa e a hostilidade entre os filhos. Ele não diz nem mesmo qual dos dois, Roland ou Gerrard, nasceu primeiro. Sendo assim, nunca ninguém saberá qual dos dois será o herdeiro, caso alguma coisa acontecesse com Broderick.

Série Prêmio de Cavaleiro
1 - O Castelo do Lobo
2 - A Noiva do Cavaleiro

O Castelo do Lobo

Série Prêmio de Cavaleiro      

Apaixonada por seu protetor.

Obrigada a se casar com um homem a quem abomina, Thomasina terá que se valer de toda a sua virtude e coragem para colocar os deveres de família acima da própria felicidade. Até que sua vida muda de rumo ao ser raptada durante uma terrível invasão! 
Cativa do lendário Lobo de Gales, não tarda para Thomasina sentir uma irresistível atração pelo homem protegido pela pesada armadura. 
Embora tenha abduzido Tamsin em nome da vingança, Rheged não consegue abafar a voz de seus instintos de proteção. Mas amá-la poderia tornar ainda maior a ira dos inimigos do Lobo!

Capítulo Um

Inglaterra, 1214
A luz tremeluzente dos tocheiros e das velas de cera de abelha no salão nobre do castelo DeLac sombreavam as tapeçarias com estampas de caçadas e guerras, penduradas à parede. A lareira estava acesa, aquecendo o salão do frio da tarde de setembro.
Dos dois lados da lareira, cavaleiros e damas sentavam-se às mesas perto do palanque, onde lorde DeLac, sua filha e os convidados mais importantes compartilhavam a refeição da noite.
Cachorros circulavam pelas mesas, procurando pedaços de comida que caíam no piso de pedra. Um menestrel franzino, vestido de azul, entoava uma canção com a voz trêmula, que versava sobre um cavaleiro que enfrentava uma batalha para salvar seu amor perdido.
Sir Rheged de Cwn Bron, não estava interessado na refeição, nem na canção ou nos outros convidados. Que os nobres passassem o resto da noite se divertindo com bebidas, danças e músicas, enquanto ele descansaria para o torneio do dia seguinte. 
Assim, levantou-se, ajeitou a sobreveste preta e seguiu para a porta de onde espiou aqueles que competiriam com ele no torneio, uma disputa que mais parecia uma batalha de verdade do que uma competição entre cavaleiros. Alguns deles, como o rapaz animado vestido de veludo verde brilhante, ou o velho cavaleiro que cochilava de tanto vinho, seriam fáceis de vencer, um por ser jovem demais e sem experiência, outro velho demais para se mover com agilidade. Havia outros que tinham vindo mais para se divertir nas competições do que para ganhar o prêmio.
O prêmio estava dentro de uma caixa de ouro, cravejada de pedras, uma das razões pelas quais Rheged estava ali, além do pagamento em armas e cavalos daqueles que derrotaria na disputa. Ele era um veterano de muitas batalhas, acostumado a participar de torneios, quando testava suas habilidades.
Conforme ele seguia pelo corredor, outros cavaleiros comentavam a seu respeito:
— Esse não é o Lobo de Gales? — perguntou um normando bêbado.
— Por Deus, é ele mesmo! — murmurou outro.
— Por que ele não corta o cabelo? — perguntou uma mulher. — Ele parece um selvagem.
— Minha querida, ele é um galês — respondeu outro nobre com desdém. — Todos eles são selvagens.
Houve uma época em que Rheged se incomodava com aqueles comentários e insultos. Mas agora o que importava era vencer nos campos. Se acreditassem que ele lutaria com a determinação de um selvagem por causa do cabelo, tanto melhor.
O céu não tinha nenhuma nuvem quando Rheged saiu para respirar ar puro. A lua cheia iluminava os campos como se fosse dia, embora o vento anunciasse chuva. Mas, não seria uma tempestade, nada que justificasse adiar o torneio.
Um facho de luz, saindo de uma porta semiaberta de uma construção baixa adjacente ao salão nobre, iluminou os pedregulhos do pátio. Era a porta da cozinha, de onde vinha o som de panelas se chocando e conversas dos criados.
Dali saiu uma mulher de vestido escuro com uma sobreveste mais clara por cima, carregando uma cesta grande e fechando a porta com os quadris. Rheged reconheceu lady Thomasina, a sobrinha do anfitrião, vestida como uma freira com uma longa trança descendo-lhe pelas costas. Quando a conheceu, Rheged tinha ficado impressionado pela inteligência que reluzia em seus olhos castanhos. A responsabilidade de gerenciar a casa devia ser da linda filha de lorde DeLac, Mavis, quando na verdade a tarefa ficava por conta de Thomasina.
Rheged a observou cruzar o pátio até um portão menor que antecedia o portão duplo. Nem mesmo o vestido simples escondia a altivez e elegância natural dela. Os guardas abriram o portão para ela passar. O burburinho de vozes dos pobres famintos, ansiosos pelos restos da festança, remeteu Rheged à infância.
— Obrigada, milady!
— Deus a abençoe, milady!
— Há comida suficiente para todos — disse ela. — Venha, Bob, leve um pouco para sua mãe.
Naquela noite ninguém se machucaria numa possível briga pelos restos da festa e ninguém ficaria com fome.
Houve uma época que Rheged também passara fome e desesperado por um pedaço de pão ou carne fizera parte dos pedintes. Naquela época, a comida era jogada no pátio como se aqueles pobres famintos não merecessem nem o olhar de uma pessoa. A tarefa era sempre executada por um homem, nunca por uma mulher.
Encostado à parede, Rheged fechou os olhos, tentando afastar a lembrança daqueles dias de fome, solidão e desespero. Já fazia longos anos. Agora ele era um cavaleiro, dono de propriedades. Não era rico, mas com o tempo e esforço... 

Série Prêmio de Cavaleiro
1 -  O Castelo do Lobo
2 - A Noiva do Cavaleiro