Uma ceia de delícias e malícias…
Rose Westerhill quase congela de medo quando se vê presa em uma casa de campo com o notório e perigoso sir Lawrence Daunton durante uma tempestade de neve!
Ao perceber que confundiu endereços, ela não tem alternativa senão aceitar a oferta de abrigo.
Entretanto, promete a si mesma que se manterá indiferente aos encantos de Lawrence.
À medida que a temperatura declina, Rose descobre que o melhor meio para se aquecer é se entregar à terrível e abrasadora sedução do libertino.
Por uma noite apenas,ela abandona seus princípios e seu corpo ao toque habilidoso de Daunton.
Passar o Natal com um farrista promete ser uma celebração inusitada.
Capítulo Um
A Sala de visitas de Knightscote Lodge era considerada por muitos o aposento ideal para uma fria noite de inverno. O teto com estruturas de madeira e lustrosos painéis de carvalho formavam o cenário perfeito para as mentes mais românticas. Sem dúvida, com uma chama vibrante na enorme lareira e o brilho dourado de velas, o aposento parecia quente e acolhedor.
Seu atual ocupante estava afundado na poltrona com os pés calçados em botas e em posição de descanso sobre o piso da lareira. Ele fitava sorumbaticamente o fogo com uma taça de vinho pela metade em sua mão de dedos magros e compridos.
A neve começara a cair um pouco mais cedo. Agora, impulsionada pelo vento uivante, chocava-se contra as vidraças reluzentes.
Sir Lawrence Daunton ergueu a cabeça quando uma rajada particularmente forte sacudiu os caixilhos. Ele considerou que, se a nevasca continuasse, seria impossível passar pela trilha por vários dias.
— Ótimo — murmurou ao esvaziar o copo.
Era véspera de Natal. Cavalgara até sua cabana de caça nos limites de Exmoor, alguns dias atrás, com duas ideias em mente. A primeira era evitar qualquer companhia durante a temporada de festas. A outra, ficar muito, muito bêbado. Pronto para atingir a segunda meta, estendeu o braço na direção da garrafa pousada na mesa ao seu lado. Vazia. Levantou-se e, quando se dirigia aos aposentos dos criados para buscar outra, escutou batidas vigorosas na porta.
Lawrence se deteve.
— Quem diabos será?
Com gestos controlados, colocou a garrafa na mesa e pegou o lampião. Seus passos ecoaram sobre o piso de pedra no caminho até a entrada. Perdeu um instante tentando destrancar. Por fim, abriu a porta.
Uma rajada de vento gelado o deixou sem fôlego.
Assim como a visão postada sob o abrigo da varanda.
Diante dele estava uma jovem envolta em uma capa de viagem de veludo azul-claro. As bordas de pelos brancos do capuz emolduravam um rosto pálido e delicado, com um nariz reto, lábios generosos e um par de olhos acinzentados adornados por cílios escuros.
Lawrence notou cada detalhe imediatamente. Quando piscou para se certificar de que a visão não desapareceria de sua frente, a mulher tratou de adentrar o chalé, comandando:
— Não me deixe parada na neve! Por favor, avise a sua patroa que a sra. Westerhill gostaria de vê-la. Imediatamente. — Esta última palavra foi pronunciada com certa ênfase, pois Lawrence ainda a fitava. Ela continuou: — Meu cavalariço encontra-se lá fora com os cavalos. Seria bom indicar para ele os estábulos antes de fechar a porta.
Lawrence tornou a piscar. Uma rajada de vento trouxe mais neve para dentro do vestíbulo, cada floco caindo sobre o piso escuro e se dissolvendo.
— Perfeitamente. Com licença. — Sem perder tempo, ele saiu da cabana, fechou a porta e correu até onde o infeliz cavalariço, prostrado, segurava as rédeas de dois cavalos.
Após algumas palavras de orientação, Lawrence correu de volta para dentro da casa. Encontrou o hall de entrada vazio, mas uma trilha de pegadas molhadas indicava a direção da sala de visitas. Lá, encontrou a dama aquecendo as mãos junto ao fogo.
Ela tirara a capa. Trajava um vestido de veludo azul-marinho de gola alta, apenas ornamentado nas bordas dos punhos e no pescoço com uma delicada renda branca. A seriedade da roupa era abrandada pela abundância do cabelo cor de mel que pendia em cachos suaves sobre os ombros.
— E então? Informou à sra. Anstey que estou aqui?
— Hã… Não.
Ela se empertigou, franzindo a testa ao fitá-lo.
— Aqui é Knightshill Hall, não é?
— Na verdade, não — respondeu Lawrence. — Estamos em Knightscote Lodge. Knightshill fica em Stoke Pero.
— Ah, meu Deus! Quer dizer que esta não é a casa da sra. Anstey?
— Não. Deve ter perdido a entrada.
Lawrence observou quando os pequenos dentes brancos mordiscaram o lábio inferior, tão generoso e vermelho quanto uma cereja madura. O olhar dela percorreu o aposento, e, pela primeira vez, pareceu se dar conta de seu estado desmazelado.
— Há uma patroa nesta casa?
Lawrence meneou a cabeça.
— Não no momento.
— Nesse caso, talvez queira informar ao seu patrão…
Capítulo Um
A Sala de visitas de Knightscote Lodge era considerada por muitos o aposento ideal para uma fria noite de inverno. O teto com estruturas de madeira e lustrosos painéis de carvalho formavam o cenário perfeito para as mentes mais românticas. Sem dúvida, com uma chama vibrante na enorme lareira e o brilho dourado de velas, o aposento parecia quente e acolhedor.
Seu atual ocupante estava afundado na poltrona com os pés calçados em botas e em posição de descanso sobre o piso da lareira. Ele fitava sorumbaticamente o fogo com uma taça de vinho pela metade em sua mão de dedos magros e compridos.
A neve começara a cair um pouco mais cedo. Agora, impulsionada pelo vento uivante, chocava-se contra as vidraças reluzentes.
Sir Lawrence Daunton ergueu a cabeça quando uma rajada particularmente forte sacudiu os caixilhos. Ele considerou que, se a nevasca continuasse, seria impossível passar pela trilha por vários dias.
— Ótimo — murmurou ao esvaziar o copo.
Era véspera de Natal. Cavalgara até sua cabana de caça nos limites de Exmoor, alguns dias atrás, com duas ideias em mente. A primeira era evitar qualquer companhia durante a temporada de festas. A outra, ficar muito, muito bêbado. Pronto para atingir a segunda meta, estendeu o braço na direção da garrafa pousada na mesa ao seu lado. Vazia. Levantou-se e, quando se dirigia aos aposentos dos criados para buscar outra, escutou batidas vigorosas na porta.
Lawrence se deteve.
— Quem diabos será?
Com gestos controlados, colocou a garrafa na mesa e pegou o lampião. Seus passos ecoaram sobre o piso de pedra no caminho até a entrada. Perdeu um instante tentando destrancar. Por fim, abriu a porta.
Uma rajada de vento gelado o deixou sem fôlego.
Assim como a visão postada sob o abrigo da varanda.
Diante dele estava uma jovem envolta em uma capa de viagem de veludo azul-claro. As bordas de pelos brancos do capuz emolduravam um rosto pálido e delicado, com um nariz reto, lábios generosos e um par de olhos acinzentados adornados por cílios escuros.
Lawrence notou cada detalhe imediatamente. Quando piscou para se certificar de que a visão não desapareceria de sua frente, a mulher tratou de adentrar o chalé, comandando:
— Não me deixe parada na neve! Por favor, avise a sua patroa que a sra. Westerhill gostaria de vê-la. Imediatamente. — Esta última palavra foi pronunciada com certa ênfase, pois Lawrence ainda a fitava. Ela continuou: — Meu cavalariço encontra-se lá fora com os cavalos. Seria bom indicar para ele os estábulos antes de fechar a porta.
Lawrence tornou a piscar. Uma rajada de vento trouxe mais neve para dentro do vestíbulo, cada floco caindo sobre o piso escuro e se dissolvendo.
— Perfeitamente. Com licença. — Sem perder tempo, ele saiu da cabana, fechou a porta e correu até onde o infeliz cavalariço, prostrado, segurava as rédeas de dois cavalos.
Após algumas palavras de orientação, Lawrence correu de volta para dentro da casa. Encontrou o hall de entrada vazio, mas uma trilha de pegadas molhadas indicava a direção da sala de visitas. Lá, encontrou a dama aquecendo as mãos junto ao fogo.
Ela tirara a capa. Trajava um vestido de veludo azul-marinho de gola alta, apenas ornamentado nas bordas dos punhos e no pescoço com uma delicada renda branca. A seriedade da roupa era abrandada pela abundância do cabelo cor de mel que pendia em cachos suaves sobre os ombros.
— E então? Informou à sra. Anstey que estou aqui?
— Hã… Não.
Ela se empertigou, franzindo a testa ao fitá-lo.
— Aqui é Knightshill Hall, não é?
— Na verdade, não — respondeu Lawrence. — Estamos em Knightscote Lodge. Knightshill fica em Stoke Pero.
— Ah, meu Deus! Quer dizer que esta não é a casa da sra. Anstey?
— Não. Deve ter perdido a entrada.
Lawrence observou quando os pequenos dentes brancos mordiscaram o lábio inferior, tão generoso e vermelho quanto uma cereja madura. O olhar dela percorreu o aposento, e, pela primeira vez, pareceu se dar conta de seu estado desmazelado.
— Há uma patroa nesta casa?
Lawrence meneou a cabeça.
— Não no momento.
— Nesse caso, talvez queira informar ao seu patrão…