27 de junho de 2010

A Fugitiva

Mentiria para proteger aquela mulher…mas tinha de fazer dela a sua esposa! 

Cassie Phillips não estava casada com Will Tolliver, por muito que ele dissesse isso a toda a gente. Obviamente, transformar-se na esposa de um homem tão respeitado e amável como ele seria um sonho tornado realidade. 
Contudo até um homem como Will a abandonaria quando soubesse porque fugia. 
Cassie era o tipo de rapariga que qualquer homem poderia apresentar à mãe e Will estava decidido a fazer precisamente isso. 
Todavia nunca imaginara que para a proteger tivesse de manter uma mentira que podia trazer-lhes muitos problemas. 
Sobretudo se não conseguisse convencer Cassie de que o melhor era casar-se mesmo com ele. 

Capítulo Um 

Norte do Texas, 1894 
O seu padrasto estendeu as mãos com os dedos abertos como se fossem garras, como se uns pêssegos maduros estivessem à espera de serem colhidos e acariciados. 
Mas o fogo ávido e ambicioso do seu olhar não observava nenhuma bandeja de fruta, mas os seios suaves e arredondados da jovem que havia no outro lado da divisão. 
— A tua mãe queria que eu cuidasse de ti, Cassie. Aguda e melosa, aquela voz fazia-lhe doer os ouvidos. 
A rapariga recuou outro passo para a porta. 
— Eu cuido de mim própria. Tentava enrolá-la, mas ela dera-se conta das suas intenções. 
Vira-o e ouvira-o elogiar a sua mãe sobre a sua beleza, até que conseguiu finalmente ficar com ela e maltratá-la durante três intermináveis anos. 
Mais um passo e a liberdade estaria ao seu alcance. Um pequeno movimento para a direita, deslizando o pé devagar junto ao monte de roupa sujae conseguiria desatar a correr. 
Quando alcançasse a porta, ele não conseguiria pará-la. 
Enquanto esperava que Cleta desse o seu último suspiro, bebera o suficiente para que os seus movimentos fossem trôpegos e a sua voz arrastada. 
— A tua mãe está quase fria. Temos de a enterrar, eu e tu. 
Levantou uma mão suja e passou-a pelo nariz. Cassie sentiu repugnância. 
Moveu o pé direito e depois o outro, já conseguia ver os desenhos que a luz do sol formava no chão da divisão ao lado. Com as mãos contra a parede que tinha atrás de si, procurou o puxador da porta. 
— Não penses que vais fugir, menina. Há umas coisas que temos de esclarecer. A tua mãe disse-me que precisas que cuidem de ti e quem melhor do que o teu padrasto para isso? 
Estendeu para ela a mesma mão com a qual limpara o nariz, as unhas sujas cravaram-se na sua carne e Cassie deu um salto. 
Tremendo, lançou-se para a outra divisão, pestanejando para se habituar à luz do sol depois da penumbra. Passara horas junto da cama, a cuidar da mulher que já não se parecia nada com a mãe que ela recordava. — Volta aqui, megera! Remus Chandler correu atrás dela, mostrando os dentes sujos de tabaco. 
Conseguiu apanhar a ponta do seu xaile e puxou-o com todas as suas forças. 
Era uma decisão simples e Cassie tomou-a sem perder tempo. 
Largou o xaile que a abrigara durante a noite e correu, passando junto à mesa sobre a qual estava o prato do pequeno-almoço de Remus junto ao do jantar da noite anterior. 
Perguntou-se se fora na noite anterior que encontrara a sua mãe aninhada na cama a ofegar, como se tivesse de aproveitar cada baforada de ar. 
Cleta murmurara-lhe umas instruções ao ouvido, umas palavras que a acautelavam contra a maldade do homem que era seu marido e que arruinara as vidas de mãe e filha. 
— Foge, filha. Foge de... Remus... 
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