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15 de abril de 2012
A Escolha Um Amor
Grey St. Bride precisava de uma esposa...
No entanto, a mais recente candidata era bonita demais para viver em meio a um bando de marujos na isolada ilha St. Bride.
Desde a primeira vez em que Grey pusera os olhos na frágil e bela Dora Sutton, percebera que algo saíra errado era, seu cuidadoso plano...
E ainda, para ajudar, a Srta. Sutton não obedecia a suas ordens.
Dora precisava de uma chance para recomeçar.
O insuportável Grey St. Bride se recusava a facilitar-lhe as coisas!
Desde o momento em que Dora descera do barco, ficara claro que ele, o homem mais bonito e rude da ilha, queria que ela fosse embora.
Mas o que Grey não esperava é que para ela havia muito mais coisas em jogo do que o casamento...
Pois se o todo-poderoso St. Bride não a queria, ela teria de encontrar outro alguém na ilha que a quisesse!
Capítulo Um
Abril de 1899 Ilha St. Brides, litoral do Estado da Carolina do Norte.
Levando em conta tudo o que ela perdera nos meses anteriores... o pai, o noivo, os amigos e sua reputação... era da criada pessoal, Bertie, que Adora Sutton sentia mais falta no momento.
Os pés separados para manter o equilíbrio enquanto o barco balançava, ela tentava alisar os vincos mais acentuados do vestido.
As manchas deixadas no tecido pelas dificuldades da viagem teriam que esperar. E por seu cabelo, que já era rebelde na melhor das ocasiões, tudo o que pôde fazer foi ajeitá-lo com as mãos, prendê-lo um pouco mais e esperar que o vento não o soltasse novamente.
Não haveria meio de manter um chapéu na cabeça com aquele vento forte: seria colocá-lo e vê-lo voando para longe no momento em que desembarcasse.
— Colocarei sua valise nas docas, senhora — disse o jovem imediato, enquanto ela deixava a relativa proteção da apertada cabine de passageiros e descia pela prancha da escuna.
— O Sr. St. Bride providenciará para que alguém a leve.
— Sim, muito obrigada — murmurou Dora, procurando em sua bolsa uma das poucas moedas restantes, enquanto examinava a vastidão de areia à volta em busca de algum sinal de boas-vindas.
Céus, aquilo era tudo o que havia ali? Exceto pelas docas e a imensidão do mar, podia ver apenas areia, um pouco de vegetação rasteira, algumas árvores retorcidas e um punhado de cabanas rústicas espalhadas ao redor.
Uma única estrada, coberta precariamente com conchas trituradas, atravessava a ilha, conduzindo diretamente da beira do mar até uma grande casa situada no topo da duna mais alta.
Antes de terem chegado às docas, o imediato a apontara na distância, identificando-a como a casa de St. Bride, o homem que mandara publicar o anúncio que a levara até aquela ilha desolada e estéril.
De acordo com Dozier, o capitão da escuna, o homem era o dono não apenas da ilha inteira situada para além do litoral da Carolina do Norte, mas também de quase tudo que ficava nela. Dora murmurara um comentário neutro em resposta e perguntara-se silenciosamente se o rei da ilha era, na realidade, um dragão.
Algum sábio não dissera uma vez:
"Melhor o demônio que se conhecia do que aquele que era desconhecido?".
Talvez ela devesse dar meia-volta antes que fosse tarde demais.
Mas, afinal, lembrou a si mesma, não fora até tão longe para deixar que receios de último minuto a fizessem voltar correndo.
Ainda assim, desejou ter optado por usar um de seus vestidos mais escuros.
Enquanto o rosa lhe emprestasse coragem, era pouco prático.
Agora, em vez de estar no melhor de sua aparência, o que poderia ter elevado seu ânimo, parecia amarrotada e frívola.
Talvez, pensou com amargo sarcasmo, devesse ter usado escarlate...
O anúncio especificara mulheres saudáveis, capazes, de bom caráter, que estavam em busca de um companheiro.
As primeiras qualificações não representavam problema.
Ela podia ser de compleição pequena, mas era bem mais forte do que parecia.
De que outro modo poderia ter sobrevivido às seis semanas anteriores?
Certamente, era saudável o bastante, se não se levassem em conta os efeitos posteriores ao enjôo causado pela viagem por mar.
O conhaque que o capitão Dozier lhe dera aquietara seu estômago, mas não contribuíra em nada para ajudá-la a manter o equilíbrio.
Capaz? Oh, sim, sem dúvida. Fora a primeira em seu círculo de amizades a aprender as notas musicais e sua voz era considerada excepcional.
Infelizmente, não tinha afinação o bastante.
Mas, em se tratando de tênis, jogava bem melhor do que todas as suas amigas.
Suas ex-amigas, corrigiu-se rapidamente.
E quanto a seu caráter...
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22 de agosto de 2011
Simplesmente Mulher
Um homem solitário...
Uma mulher determinada!
A vida de Jonah Longshadow nunca fora fácil.
Porém, nesse exato momento ele fora arrancado da prisão e lançado numa fazenda árida, junto de uma mulher cuja coragem silenciosa e sua gentileza despertavam sonhos que um homem como ele não tinha sequer o direito de imaginar...
Dois dólares de problemas, era isso o que Carrie Adams provavelmente arranjara ao comprar a liberdade de Jonah Longshadow.
Mas precisava de mãos fortes para ajudá-la a arar a terra, e aquele homem musculoso parecia indicado para a função.
A única coisa com a qual não contara era que seu coração estava entrando na barganha.
Capítulo Um
Com um gesto gracioso, Carrie ajeitou seu melhor chapéu de palha sobre a cabeça, procurando se proteger do sol.
Suspirando resignada, dirigiu-se à mula novamente, no único linguajar que o animal teimoso dava mostras de entender.
— Mexa-se, sua orelhuda estúpida!
Se havia algo que Sorry odiava mais do que puxar o arado, era puxar a carroça.
Carrie perdera horas preciosas, e a paciência também, tentando fazer o velho saco de ossos aceitar o arreio.
Se continuassem nessa marcha, só conseguiriam alcançar a cadeia na manhã seguinte, uma possibilidade desastrosa quando não possuía um segundo a perder.
Seu marido teria um ataque de nervos se chegasse em casa e visse o estrago causado por Sorry no portão do estábulo de Peck, pois ainda não lhe sobrara um único momento livre para consertá-lo.
Nada parecia bom o suficiente para aquele garanhão horrível de quem Darther parecia se orgulhar tanto.
Um estábulo particular, baia nova, rações fartas e dezenas de baldes de água fresca, que ela deveria buscar no riacho diariamente.
Afinal, para isso serviam as esposas, para trabalhar duro, seu marido gostava de apregoar.
Quanto a Carrie, a mula e as galinhas, Darther não se importava se morressem de fome, desde que seu amado cavalo de corrida, e ele próprio, é claro, não sofressem o menor desconforto.
Maldito cavalo!, pensou irritada, para logo depois se corrigir.
Precisava livrar-se do hábito de praguejar.
Afinal, Emma lhe explicara não se tratar de um comportamento adequado a uma dama. Todavia, como vencer o impulso, se de cada dez palavras pronunciadas pelo marido, nove eram de baixo calão?
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19 de maio de 2011
Casamento De Conveniência
Matthew Powers, solteiro convicto, precisava de uma ama-seca!
Tia Bess garantiu a Matthew que encontraria a moça certa para cuidar da pequena órfã sob sua tutela, em troca de um casamento fictício.
Tudo que Matthew tinha a fazer era casar-se por procuração e aguardar a chegada da esposa...
Sem dinheiro e sozinha, Rose aceitou o acordo, porém depois viu-se sem coragem para enfrentar o novo marido.
Bess, então, interferiu novamente, cuidando para que Rose fosse cuidar da criança enquanto a esposa desconhecida encontrava-se "temporariamente impedida" de viajar.
Mas o que aconteceria quando o taciturno Capitão Powers descobrisse que sua "hóspede" era, na verdade, sua "esposa"?
E quem teria coragem de lhe contar?
Capítulo
3 de março de 1898 Norfolk, Virgínia
A maioria das pessoas já tinha se abrigado nas carruagens.
Um vento úmido, do nordeste, fustigava a saia da moça solitária que ainda se mantinha ao lado da sepultura aberta, com a cabeça inclinada sob o véu.
A poucos passos, o pastor olhava as nuvens baixas enquanto esperava pacientemente que Rose Magruder prestasse a última homenagem aos restos mortais da avó.
Ele tirou o relógio do bolso, baixou o olhar rapidamente para o mostrador e tornou a levantá-lo para o céu.
Então, dirigiu-o aos coveiros que esperavam para terminar seu trabalho.
A alguma distância, uns poucos criados agrupavam-se indecisos, esperando que a chuva demorasse mais um pouco para cair.
Esperavam também que a Srta.
Rose se firmasse na vida, pois a pobre moça merecia algo melhor do que tivera nos últimos anos.
Mas acima de tudo, esperavam que a Sra. Littlefield houvesse deixado, ao morrer, os salários atrasados que lhes devia.
Do outro lado da sepultura, sob a proteção de uma magnólia frondosa, um casal idoso aguardava conversando baixinho e com as cabeças juntas.
Bess Powers tinha sido amiga de Augusta Littlefield por mais de quarenta anos.
E pelo mesmo tempo, Horace Bagby fora seu advogado.
— Gussy nos mandaria embora antes da chuva a fim de não apanharmos uma pneumonia. - murmurou a mulher gorducha e com cabelos de um vermelho suspeito. — Pobre Gussy, ela era intratável, mas eu gostava dela como se fosse minha irmã.
— Gussy se orgulhava muito do que você conseguia realizar. Ela costumava ler para mim as cartas que você lhe escrevia durante suas viagens intermináveis.
Os dois velhos amigos eram uns dos poucos que tinham permissão para tratar Augusta Littlefield por "Gussy".
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27 de fevereiro de 2011
Mar de Desejo
Série Cabo Hatteras
Esse insensato amor é um pecado...a perdição!
Uma paixão profunda e traiçoeira ameaçava destruir a honra de um homem do mar!
De seu esconderijo, Prudence observou o homem loiro, com uma marca inconfundível na face. Seu coração disparou de ódio e revolta. Arrumou rapidamente as roupas masculinas de seu disfarce e preparou-se para atacar o infame pirata que matara seu pai.
Quando o "rapaz" surgiu à sua frente, Gideon McNair estalou o chicote, fazendo a arma cair das mãos de seu agressor. Depois, para castigar o jovem assaltante, obrigou-o a trabalhar em seu navio. Arrependeu-se imediatamente! A proximidade do corpo frágil provocava-lhe um calor estranho... o calor das profundezas do inferno e da perdição!
Capítulo Um
Novembro de 1728
Prudence contemplou mais uma vez a saia-balão cor de pêssego, o peitilho rendado e as anquinhas suspirando com desgosto. O vestido pertencera à mãe, e a avó ordenara-lhe que o usasse nessa noite, gostasse ou não. Desobedecer, nem pensar. E isso significava espartilho, meias, ligas e toda aquela parafernália de badulaques necessária para brincar de dama.
— Prudenceee! Ainda não se vestiu, menina?
— Quase, vó — gritou, voando para a penteadeira e torcendo rapidamente a trança vasta e castanha numa coroa no alto da cabeça. — Estou me penteando!
— Quer que Lillah suba para ajudar?
— Não, obrigada, já estou terminando!
Tomada de pânico, Prudence livrou-se das botas — herança de Pride, que crescera demais — e atirou longe as calças velhas e surradas, de que tanto gostava. Céus, se Lillah a visse de calças, certamente iria correndo contar para a velha Hosana. E se isso acontecesse, a avó não só a prenderia no quarto de castigo um dia inteiro, como ainda não a deixaria pôr o nariz para fora da casa o resto do ano!
Tudo indicava que seria obrigada a aturar Albert Thurston mais uma vez; pouco antes de trepar pelos ramos do grande carvalho e se esgueirar para o quarto, vislumbrara pela janela da sala de jantar mais um talher na mesa caprichada. Um sorriso travesso desenhou-se em seus lábios enquanto lançava um olhar cúmplice para o velho carvalho, que lhe servia de entrada e saída nas excursões de caça e pesca, bem como nas atividades noturnas de Haskell e Nye.
Haskell e Nye... Teriam existido mesmo ou eram apenas personagens lendárias das histórias fantásticas que seu pai costumava contar? Enquanto se enfiava dentro da incômoda camiseta de renda bordada, sua mente divagou por alguns momentos, e Prudence visualizou o pai com o cachimbo favorito na mão, embalando-a com relatos arrepiantes e inverossímeis sobre os dois destemidos marujos...
Bem, história verdadeira ou não, ambos agora existiam. Nos últimos três anos, desde que os malvados piratas franceses haviam assassinado Urias e afundado a escuna nova carregada de peles, tabaco, especiarias e madeiras preciosas, Prudence e Pride tinham resolvido se vingar. Disfarçados como dois marujos malandros chamados Haskell e Nye, costumavam sair à noite em busca de qualquer pirata que se aventurasse a aportar na pequena ilha atrás de bebida, mulheres e jogos.
Com um grunhido contrariado, Prudence enfiou as longas pernas dentro das meias de seda branca, prendendo-as com trapos velhos na altura das coxas. O elegante par de ligas que a avó lhe dera sumira como por encanto na perene bagunça que era seu quarto. Agora o execrável espartilho, maldito fosse! Se os homens tivessem de passar por essa mumificação toda para freqüentar a sociedade, o mundo deixaria de existir, sem sombra de dúvida.
Apanhando uma das botas, Prudence atirou-a com força contra o tabique que dividia o quarto em dois.
— Psiu, Pride! Você está aí?
Série Cabo Hatteras
1 - Feitiço Branco
2 - Anjo Apaixonado
3 - Mar de Desejo
Série Concluída
Esse insensato amor é um pecado...a perdição!
Uma paixão profunda e traiçoeira ameaçava destruir a honra de um homem do mar!
De seu esconderijo, Prudence observou o homem loiro, com uma marca inconfundível na face. Seu coração disparou de ódio e revolta. Arrumou rapidamente as roupas masculinas de seu disfarce e preparou-se para atacar o infame pirata que matara seu pai.
Quando o "rapaz" surgiu à sua frente, Gideon McNair estalou o chicote, fazendo a arma cair das mãos de seu agressor. Depois, para castigar o jovem assaltante, obrigou-o a trabalhar em seu navio. Arrependeu-se imediatamente! A proximidade do corpo frágil provocava-lhe um calor estranho... o calor das profundezas do inferno e da perdição!
Capítulo Um
Novembro de 1728
Prudence contemplou mais uma vez a saia-balão cor de pêssego, o peitilho rendado e as anquinhas suspirando com desgosto. O vestido pertencera à mãe, e a avó ordenara-lhe que o usasse nessa noite, gostasse ou não. Desobedecer, nem pensar. E isso significava espartilho, meias, ligas e toda aquela parafernália de badulaques necessária para brincar de dama.
— Prudenceee! Ainda não se vestiu, menina?
— Quase, vó — gritou, voando para a penteadeira e torcendo rapidamente a trança vasta e castanha numa coroa no alto da cabeça. — Estou me penteando!
— Quer que Lillah suba para ajudar?
— Não, obrigada, já estou terminando!
Tomada de pânico, Prudence livrou-se das botas — herança de Pride, que crescera demais — e atirou longe as calças velhas e surradas, de que tanto gostava. Céus, se Lillah a visse de calças, certamente iria correndo contar para a velha Hosana. E se isso acontecesse, a avó não só a prenderia no quarto de castigo um dia inteiro, como ainda não a deixaria pôr o nariz para fora da casa o resto do ano!
Tudo indicava que seria obrigada a aturar Albert Thurston mais uma vez; pouco antes de trepar pelos ramos do grande carvalho e se esgueirar para o quarto, vislumbrara pela janela da sala de jantar mais um talher na mesa caprichada. Um sorriso travesso desenhou-se em seus lábios enquanto lançava um olhar cúmplice para o velho carvalho, que lhe servia de entrada e saída nas excursões de caça e pesca, bem como nas atividades noturnas de Haskell e Nye.
Haskell e Nye... Teriam existido mesmo ou eram apenas personagens lendárias das histórias fantásticas que seu pai costumava contar? Enquanto se enfiava dentro da incômoda camiseta de renda bordada, sua mente divagou por alguns momentos, e Prudence visualizou o pai com o cachimbo favorito na mão, embalando-a com relatos arrepiantes e inverossímeis sobre os dois destemidos marujos...
Bem, história verdadeira ou não, ambos agora existiam. Nos últimos três anos, desde que os malvados piratas franceses haviam assassinado Urias e afundado a escuna nova carregada de peles, tabaco, especiarias e madeiras preciosas, Prudence e Pride tinham resolvido se vingar. Disfarçados como dois marujos malandros chamados Haskell e Nye, costumavam sair à noite em busca de qualquer pirata que se aventurasse a aportar na pequena ilha atrás de bebida, mulheres e jogos.
Com um grunhido contrariado, Prudence enfiou as longas pernas dentro das meias de seda branca, prendendo-as com trapos velhos na altura das coxas. O elegante par de ligas que a avó lhe dera sumira como por encanto na perene bagunça que era seu quarto. Agora o execrável espartilho, maldito fosse! Se os homens tivessem de passar por essa mumificação toda para freqüentar a sociedade, o mundo deixaria de existir, sem sombra de dúvida.
Apanhando uma das botas, Prudence atirou-a com força contra o tabique que dividia o quarto em dois.
— Psiu, Pride! Você está aí?
Série Cabo Hatteras
1 - Feitiço Branco
2 - Anjo Apaixonado
3 - Mar de Desejo
Série Concluída
26 de fevereiro de 2011
Anjo Apaixonado
Série Cabo Hatteras
Cabel Rawson nunca precisou pagar para receber a atenção de uma mulher. Por isso, ao ver a jovem frágil e bela se oferecendo no cais, odiou-se pelo súbito desejo que o consumiu.
A moça era Maggie McNair, fugindo de um passado que quase a destruíra. Assim, quando um bondoso viúvo pediu-a em casamento, Maggie aceitou cheia de gratidão. Como poderia adivinhar que o irrascível capitão de profundos olhos castanhos, que a aterrorizara e a atraíra na noite que antecedera a grande mudança de sua vida, era Cabel Rawson, filho de seu marido?
Antes do casamento, uma ligação entre ela e Cabel já teria sido difícil. Agora tornava-se impossível!
Capítulo Um
Cabo Hatteras, 1718
Cabel não sabia se ria ou chorava. Não fosse a frustração, principalmente a física, podia até achar graça. O contraste entre a exuberante Letícia e o marido era qualquer coisa de hilariante. Com aquela compleição, o pobre Gcorge teria de engolir um litro de afrodisíaco por dia se esperava satisfazer a noiva, pensou com cinismo enquanto ganhava a rua. Amenos que sua examante tivesse mudado muito desde a última vez. Pelo que se lembrava, Letícia era capaz de esgotar um homem antes mesmo que ele tirasse os sapatos.
O Gato do Mato, um cabaré barulhento que fazia as vezes de restaurante, pub, salão de jogos e foro de debates políticos estava, como sempre, superlotado. A fumaça pairava sob o teto baixo, envolvendo o salão com seu manto sufocante. O cheiro de rum misturado ao dos corpos suados penetroulhe as narinas e Cabel Rawson, mais afeito ao ar puro do alto-mar, fez uma careta de desgosto. Recusou a série de convites para sentar-se à mesa de amigos, preferindo o balcão do bar. Não estava disposto a jogar conversa fora, embora conhecesse a grande maioria dos presentes — marinheiros e prostitutas, além de um ou dois políticos locais. Desses, em especial, queria distância. Qualquer um que fosse visto bebendo em companhia de políticos era olhado com total desconfiança, e não sem razão.
Enxugando o suor da testa com a manga da camisa, Cabe jogou uma moeda de cobre no balcão e pediu uma dose dupla de rum. Talvez não fosse má idéia se embriagar naquela noite… Maldição. Letícia podia ao menos ter tido a decência de avisar que havia se casado!
Série Cabo Hatteras
1 - Feitiço Branco
2 - Anjo Apaixonado
3 - Mar de Desejo
Série Concluída
Cabel Rawson nunca precisou pagar para receber a atenção de uma mulher. Por isso, ao ver a jovem frágil e bela se oferecendo no cais, odiou-se pelo súbito desejo que o consumiu.
A moça era Maggie McNair, fugindo de um passado que quase a destruíra. Assim, quando um bondoso viúvo pediu-a em casamento, Maggie aceitou cheia de gratidão. Como poderia adivinhar que o irrascível capitão de profundos olhos castanhos, que a aterrorizara e a atraíra na noite que antecedera a grande mudança de sua vida, era Cabel Rawson, filho de seu marido?
Antes do casamento, uma ligação entre ela e Cabel já teria sido difícil. Agora tornava-se impossível!
Capítulo Um
Cabo Hatteras, 1718
Cabel não sabia se ria ou chorava. Não fosse a frustração, principalmente a física, podia até achar graça. O contraste entre a exuberante Letícia e o marido era qualquer coisa de hilariante. Com aquela compleição, o pobre Gcorge teria de engolir um litro de afrodisíaco por dia se esperava satisfazer a noiva, pensou com cinismo enquanto ganhava a rua. Amenos que sua examante tivesse mudado muito desde a última vez. Pelo que se lembrava, Letícia era capaz de esgotar um homem antes mesmo que ele tirasse os sapatos.
O Gato do Mato, um cabaré barulhento que fazia as vezes de restaurante, pub, salão de jogos e foro de debates políticos estava, como sempre, superlotado. A fumaça pairava sob o teto baixo, envolvendo o salão com seu manto sufocante. O cheiro de rum misturado ao dos corpos suados penetroulhe as narinas e Cabel Rawson, mais afeito ao ar puro do alto-mar, fez uma careta de desgosto. Recusou a série de convites para sentar-se à mesa de amigos, preferindo o balcão do bar. Não estava disposto a jogar conversa fora, embora conhecesse a grande maioria dos presentes — marinheiros e prostitutas, além de um ou dois políticos locais. Desses, em especial, queria distância. Qualquer um que fosse visto bebendo em companhia de políticos era olhado com total desconfiança, e não sem razão.
Enxugando o suor da testa com a manga da camisa, Cabe jogou uma moeda de cobre no balcão e pediu uma dose dupla de rum. Talvez não fosse má idéia se embriagar naquela noite… Maldição. Letícia podia ao menos ter tido a decência de avisar que havia se casado!
Correu os olhos pela taverna enfumaçada. Nada naquela cidade o atraía, exceto os baixos impostos que lhe permitiam fechar negócios de vulto num abrir e piscar de olhos. Não fosse por isso, há muito teria deixado Bath Tovvne.
Ao menos o Bridget achava-se no porto, pronto para zarpar para as Antilhas na primeira maré, os porões carregados até o teto. E, graças ao bom Deus, dessa vez o pai dele ficaria em casa para cuidar dos pequenos, tarefa na qual se revezavam regularmente.
Nem mesmo a idéia do embarque, porém, melhorou o mau humor de Cabel. Era uma viagem longa e mais do que nunca precisava aliviar a tensão…
A medida que a caneca se esvaziava, sentia a raiva aumentar. Por que diabos Letícia não esperara pelo menos até que ele partisse? Poderia até tê-la pedido em casamento, se ela houvesse tido o mínimo de paciência.
Uma voz inoportuna se fez ouvir dentro dele. Mentira. Jamais se casaria com Letícia. Definitivamente, ela não era o tipo capaz de aceitar de bom grado uma família já formada, composta de um velho birrento, um rapazola desengonçado de dezessete anos, um moleque de oito e um bebe de colo.
Ainda assim, ruminou Cabe, ela poderia ter ao menos lhe dado tempo de encontrar outra… Sobretudo, uma que não sonhasse com matrimônio.
Série Cabo Hatteras
1 - Feitiço Branco
2 - Anjo Apaixonado
3 - Mar de Desejo
Série Concluída
25 de fevereiro de 2011
Feitiço Branco
Série Cabo Hatteras
Kinnahauk fitava incrédulo a criatura pálida e frágil deitada na areia. Então era aquela a virgem que o grande Espírito lhe prometera trazer do outro lado das águas?
A marca feita a fogo na testa da moça branca confirmava a profecia.
Temerosa, Bridget examinou o magnífico selvagem seminu que tinha diante de si.
Com certeza ela estava longe das colônias inglesas e do fazendeiro com quem prometera se casar.
Seria possível que tivesse escapado de morrer queimada como feiticeira na Inglaterra apenas para cair prisioneira de um índio de olhos dourados?
Fugir era o único pensamento claro na mente atordoada de Bridget enquanto Kinnahauk apertava os punhos com força e erguia os olhos para o céu que começava a escurecer. Só podia ser um castigo dos Deuses!
Capítulo Um
Inglaterra, 1681
Os trovões rugiam no céu, enquanto Bridget, apressada, cruzava a cerca em direção ao seu chalé.
Ela franziu a testa, olhando as nuvens escuras. Promessas vazias. Segurando três ovos em seu avental, ela saltou o leito seco de um riacho, marcado pelos cascos do gado sedento.
Se não tivesse tanta coisa a fazer, iria até a fonte de água para molhar os pés.
Mas levara mais tempo do que esperava, aplicando o cataplasma ao pé inflamado de Sarah Humphrey.
A velha cacarejava como uma galinha e era capaz de inventar um semnúmero de motivos para ter sua companhia.
Tanto ela quanto sua mãe, Anne, tinham avisado a mulher para não andar descalça nos lugares onde os animais defecavam, mas Sarah estava ficando cada vez mais esquecida.
Não que Bridget se importasse de parar na casa de Sarah por alguns instantes, quando ia alimentar os gatos e galinhas.
Fizera isso todos os dias, durante a última semana, sempre levando comida e o cataplasma. Mas havia outros que precisavam de sua ajuda.
Ela estava se aproximando do chalé de dois cômodos, que dividia com a mãe, quando ouviu as vozes.
De início, pensou que fossem apenas os trovões que rugiam há tanto tempo, enquanto as plantações morriam de sede nos campos e as folhas tornavam-se marrons antes da hora. Mas o tom agudo de Dodie Crankshaw era mais parecido com os gritos de um galo do que com um trovão.
— É ela, eu já disse! Vi tudo com esse zólho meu!
— Ela é uma bruxa, eu juro! O leite da vaca de John não secou? E a minha mãe não ficou manca?
Bridget começou a correr, suando só de pensar em sua tímida mãe sozinha e incapaz de se defender da geniosa megera.
Anne tivera, recentemente, uma infecção da garganta, que a privara da voz e, até o momento, o chá de casca de elmo pouco alívio lhe trouxera.
A atmosfera estava se tornando mais opressiva, a cada momento. Nem o mais leve sopro de vento agitava as folhas murchas das árvores próximas.
O céu acinzentado lançava uma luz fantasmagórica sobre o canteiro de ervas bem cuidado, que era o domínio de Bridget, e o ar pesado intensificava seu aroma pungente. Bridget deixou cair os ovos que carregava, sem pensar em suas cascas frágeis. A toda velocidade, passou pelo pé de malvarosa e dobrou o canto do minúsculo chalé.
— Mãe? Cheguei! Vim... Não! Por favor, meu Deus, não!
Série Cabo Hatteras
1 - Feitiço Branco
2 - Anjo Apaixonado
3 - Mar de Desejo
Série Concluída
Kinnahauk fitava incrédulo a criatura pálida e frágil deitada na areia. Então era aquela a virgem que o grande Espírito lhe prometera trazer do outro lado das águas?
A marca feita a fogo na testa da moça branca confirmava a profecia.
Temerosa, Bridget examinou o magnífico selvagem seminu que tinha diante de si.
Com certeza ela estava longe das colônias inglesas e do fazendeiro com quem prometera se casar.
Seria possível que tivesse escapado de morrer queimada como feiticeira na Inglaterra apenas para cair prisioneira de um índio de olhos dourados?
Fugir era o único pensamento claro na mente atordoada de Bridget enquanto Kinnahauk apertava os punhos com força e erguia os olhos para o céu que começava a escurecer. Só podia ser um castigo dos Deuses!
Capítulo Um
Inglaterra, 1681
Os trovões rugiam no céu, enquanto Bridget, apressada, cruzava a cerca em direção ao seu chalé.
Ela franziu a testa, olhando as nuvens escuras. Promessas vazias. Segurando três ovos em seu avental, ela saltou o leito seco de um riacho, marcado pelos cascos do gado sedento.
Se não tivesse tanta coisa a fazer, iria até a fonte de água para molhar os pés.
Mas levara mais tempo do que esperava, aplicando o cataplasma ao pé inflamado de Sarah Humphrey.
A velha cacarejava como uma galinha e era capaz de inventar um semnúmero de motivos para ter sua companhia.
Tanto ela quanto sua mãe, Anne, tinham avisado a mulher para não andar descalça nos lugares onde os animais defecavam, mas Sarah estava ficando cada vez mais esquecida.
Não que Bridget se importasse de parar na casa de Sarah por alguns instantes, quando ia alimentar os gatos e galinhas.
Fizera isso todos os dias, durante a última semana, sempre levando comida e o cataplasma. Mas havia outros que precisavam de sua ajuda.
Ela estava se aproximando do chalé de dois cômodos, que dividia com a mãe, quando ouviu as vozes.
De início, pensou que fossem apenas os trovões que rugiam há tanto tempo, enquanto as plantações morriam de sede nos campos e as folhas tornavam-se marrons antes da hora. Mas o tom agudo de Dodie Crankshaw era mais parecido com os gritos de um galo do que com um trovão.
— É ela, eu já disse! Vi tudo com esse zólho meu!
— Ela é uma bruxa, eu juro! O leite da vaca de John não secou? E a minha mãe não ficou manca?
Bridget começou a correr, suando só de pensar em sua tímida mãe sozinha e incapaz de se defender da geniosa megera.
Anne tivera, recentemente, uma infecção da garganta, que a privara da voz e, até o momento, o chá de casca de elmo pouco alívio lhe trouxera.
A atmosfera estava se tornando mais opressiva, a cada momento. Nem o mais leve sopro de vento agitava as folhas murchas das árvores próximas.
O céu acinzentado lançava uma luz fantasmagórica sobre o canteiro de ervas bem cuidado, que era o domínio de Bridget, e o ar pesado intensificava seu aroma pungente. Bridget deixou cair os ovos que carregava, sem pensar em suas cascas frágeis. A toda velocidade, passou pelo pé de malvarosa e dobrou o canto do minúsculo chalé.
— Mãe? Cheguei! Vim... Não! Por favor, meu Deus, não!
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