Mostrando postagens com marcador Margot.C. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Margot.C. Mostrar todas as postagens

30 de setembro de 2021

Série Cativas do Berserker

1- Cativa

Islândia ano 1087 Yvette é acordada numa fria manhã de inverno por um grito longínquo. 

Mais tarde, ao abrir a porta de sua casa, observa paralisada, a invasão dos vikings contra seu povo. Eles vieram para levar as mulheres. Ela nem sequer tem tempo de pensar em fugir, tudo acontece tão rápido que quando se dá conta, está em um navio a ponto de ser violada. A história dá uma guinada, e faz com que dois irmãos briguem por ela, como se fosse uma mercadoria. 
De repente, ela acaba pertencendo ao chefe dos invasores. Agora ela enfrentará um homem, Erik, que não é somente um homem, existe algo mais dentro dele. E ela só conseguirá domar a fera terrível que o possui, sendo ela mesma, já que estão predestinados. Ela é a mulher que aparece na profecia, a única a quem o Berserker escutará.

2- Erika

Ano 1112. Erika está celebrando seu compromisso quando eles se veem pela primeira vez. 

Seus olhares ficam enlaçados deixando de existir todo o resto. Ela não conseguiu deixar de observá-lo, embora pense que ele é um gigante estrangeiro, violento e mal educado. Hrolf sabe que ela lhe pertence desde o primeiro momento. Ela acredita que ele é selvagem e perigoso, e é a verdade, como, também, é que ele fará o que for preciso para consegui-la. Ele esteve procurando-a por toda sua vida, e não sabia disso, até que se perdeu em seus olhos violetas. Só na sua presença o berserker1 parou de gritar de agonia. Ela é a única para ele. Sim, ela é e será dele. Para sempre

3- Lynnae

Gunnar, o mais jovem filho de Erik e Yvette, e Berserker, decide deixar a casa da família para lutar como mercenário do rei Filip Halstensson. 

Perante os outros, parte porque quer construir um futuro, mas, na realidade, sente que a besta que está dentro de si é cada vez mais forte, e com medo de ferir sua família, ele decide abandoná-los, o que provoca uma forte discussão com seu pai. 
Quatro anos depois, sente que está prestes a perder a razão, ainda não conseguiu encontrar a mulher que lhe terá sido destinada, a única, sua andsfrende, que fará com que seu animal interno acalme. Um dia, andando pela floresta, vê Lynnae, uma jovem que está nadando nua no rio, e de uma beleza quase irreal. Nesse momento, ele sente que encontrou o que procurou por tanto tempo. Mas o berserker está tão animado que se comporta como um animal e faz Lynnae sentir terror em relação a ele. Só ela pode fazer desaparecer a escuridão que o invade por dentro. É por isso que Gunnar, apesar de entender que ela o teme, usará qualquer meio, inclusive chantagem, para tornála dele. É sua única esperança. 

4- Nilsa

Ilha do Gotland, Suécia, Ano 1120. 

Rognvald não pode mais conter o berserker1, chegou a se transformar na casa de seus pais, por isso deveria sair dali, para não os colocar em perigo. Sem esperança de encontrar a sua alma gêmea, sua companheira, foge à casa de seu irmão Gunnar, para que ele cumpra com a promessa que fizeram quando eram crianças. Que, se algum dos dois se transformasse em um monstro, por causa da maldição, um acabaria com a vida do outro. Mas ao chegar lá, encontra à mulher que lhe está destinada desde antes de nascer, e sua besta interior, ruge, exigindo a posse, seus olhos mudam de cor, e suas mãos se transformam em garras… Nilsa perdeu a fala ainda muito pequena, mas não tem problemas para se comunicar com outros.  É feliz trabalhando na cozinha do castelo de Gunnar e Lynnae. Então ele chega, e tudo muda, porque ela, apesar do medo que aquele gigante lhe causa, sente-se unida a ele de uma forma que não é capaz de entender. Quando seu pior pesadelo se torna realidade, e os fantasmas do passado voltam a cobrar vida, descobre que o homem que mais temia, é o que mais a protegerá, e que sua união está decidida pelo destino, desde o início dos tempos.

5- Eyra




Eyra, filha de um velho chefe viking, vive feliz em suas terras, até que os selvagens desembarcam nelas, destruindo seu mundo, e ela é capturada sendo levanda para o outro lado do oceano. A partir desse momento, cresce dentro dela um ódio mortal por Ragnar, o demônio de olhos azuis e vermelhos que os dirige. Ragnar fica chocado desde que conhece aquela garota loira, que o confronta e luta com ele a cada momento. O berserker que vive nele, reconhece-a como sua, e precisamente por causa disso, toda vez que ela o rejeita, ele perde o controle. Porque ela é ela e ele, ela é tudo, e se ela não se juntar a ele, sabe que perderá sua sanidade e sua vida. Os dois lutarão sem descanso, até perceberem que seu destino está escrito há séculos e que nada podem fazer para se opor a ele. 

6 - Astrid

 

E alguns homens pertencentes ao valente povo viking nasceram com um berserker em seu interior, e sua alma somente estará completa quando encontrarem a sua alma gêmea. … E se se negarem a cumprir com seu destino, renascerão na terra por três vezes e suas três vidas  estarão cheias de sofrimentos atrozes, até que encontrem a mulher que lhe tenha sido destinada. … E se continuarem se negando a aceitar os desígnios de Odim, serão enviados como escravos à ilha mágica de Selaön, onde sua agonia durará ao menos quinhentos anos. E nunca encontrarão a paz.


7- Ôlisse

Ölisse. — Aren acenou e se afastou, tentando se acalmar, embora percebesse que o sangue corria
impetuosamente por suas veias, sussurrando ao seu corpo a necessidade de lutar. Ele estava ao lado dela quando percebeu que o seu coração, lentamente, combinava com o da mulher. Ele nunca ouvira antes que tal coisa era possível, nem entendia como havia percebido, mas assim o sentia. Depois de alguns minutos, quando o viu novamente calmo, Ragnar continuou a falar. — Bem... Ölisse, perdoe-me se lhe assustei, e agora diga-me, sabe quem pode ter assassinado Hasse?

 

8- Sigrid

Ragnar, um berserker rude que acaba de tomar posse de um castelo por ordem do rei, descobre uma garota extremamente bonita trancada nas masmorras, acusada de bruxaria. E daquele momento em diante perceber que ela encontrou sua andsfrende, sua outra metade, mas ela ela está muito fraca e deve esperar que se recupere antes de se juntar a ela.

 

 


9- Raine 
 

Eu a amo como nunca amei nenhuma outra mulher, e eu esperei por você como eu nunca teria sido capaz de esperar por
outra.


 



 

 


10- Finna

Finna tem dezessete anos, está doente, e sabe que morrerá jovem. Durante a inauguração da catedral do Stavanger conhece Lars o berserker, a quem sempre idolatrou por causa de sua música, e é a única entre as centenas de pessoas que presenciam o pequeno concerto, que vê além de seu rosto desfigurado e seu caráter anti-social. Quando Lars a vê pela primeira vez, sabe que ela lhe pertence, igual ele a ela. É sua alma gêmea, sua outra metade e seu destino, mas ela está muito doente e ele decide levá-a à outra ponta do país para tentar que Ölisse a cure, como fez com ele. Claro que antes precisará lutar contra todos os que,incluindo-a a ela, não querem que eles façam essa viagem…


11- Ydril

Ydril fica fascinada quando conhece os gêmeos Leif e Finn lutando no mercado e, apesar de que Leif possui um  caráter brusco e desagradável, não conseguiu evitar se sentir  muito atraída por ele. 
Finalmente, os dois irmãos a acompanham à abadia onde ela vive rodeada de monges; o que ela não imagina é quanto sua vida mudará como resultado daquela visita. Leif não conseguiu tirar o olhar de Ydril desde que a conheceu e não consegue se afastar de seu lado até que retornam à ilha; ali os gêmeos conhecem algo sobre suas vidas que faz com que Leif fuja, porque fica tão zangado que o berserker está a ponto de tomar o controle de seu corpo… Ydril o segue sem saber que, nesse momento aquela que Leif mais odeia, é a ela.  Os dois precisarão aceitar que as vidas de ambos estão cheias de mentiras e segredos e que sua união, propiciada pelo destino, é a única maneira de serem felizes, apesar de tudo.





Série Cativas do Berserker
1- Cativa
2- Erika
3- Lynnae
4- Nilsa
5- Eyra
6- Astrid
7- Ôlisse

8- Sigrid
9- Raine
10-Finna
11-Ydril

4 de julho de 2018

Só Você

Série Romances Vitorianos
Quando María e Black se conheceram, suas vidas mudaram para sempre. 
Surgiu entre eles uma atração instantânea e feroz. Tinham encontrado essa paixão, que, se tiver sorte, encontra uma vez na vida. A desconfiança e o ciúme tinham lhes separado três anos atrás.
 Depois, nenhum deles havia voltado a ser feliz. Um dia Black se inteira de que a vida de María está em grave perigo. 
Então corre para seu lado, para salvá-la, prometendo a si mesmo, que não permitirá que se separe dele nunca mais.

Capítulo Um

Londres, 1854
Black bebia em seu escritório.
Estava a várias horas ali, sozinho, bebendo, tentando chegar, o mais rápido possível à inconsciência.
Acreditava que estava levando muito tempo, mas ele era persistente e o conseguiria. Tinha começado essa manhã, quando pensava que a cabeça lhe ia arrebentar, se continuasse se preocupando com ela. Seu cozinheiro foi o único que se atreveu a entrar e tentar falar com ele.
– Chefe, abriremos dentro de uma hora, não pode tratar nesse estado com os clientes - ele nem lhe olhou, muito menos lhe respondeu, foi como se não lhe escutasse. William, vendo que não haveria resposta, abordou pela garrafa pensando que, estando tão bêbado, não se daria conta.
Acabava de fechar os dedos sobre ela, quando Black lhe sussurrou maliciosamente:
– Solta isso, se não quer que te fatie os dedos, e os joguemos no jantar de algum cliente hoje - as palavras estavam perfeitamente moduladas, com o tom necessário para que ao cozinheiro lhe pusessem os cabelos em pé.
Conhecia seu chefe quando estava de mau humor, mas isto era diferente. Parecia como se estivesse esperando algo, ou alguém com o que poder descarregar sua fúria, na realidade dava a impressão de estar desejoso de matar a alguém. Saiu, sem lhe responder, e fechou a porta a suas costas. O maître, outro empregado do restaurante que levava tanto tempo como ele, estava lhe esperando no corredor.
– O que te disse? – o cozinheiro negou com a cabeça, pouco disposto a repetir a ameaça. Ainda tremia interiormente, ao pensar no que lhe havia dito, e em sua expressão ao dizê-lo – É um selvagem! Nunca tinha lhe visto assim, não sei o que lhe acontece - encolheu os ombros sem saber o que mais dizer. O outro homem ficou pensativo.
– Tenho uma idéia, e se chamarmos à marquesa? – o cozinheiro duvidava.
– Não sei o que é pior, se o seu marido descobre…
– Que venha com ela, acredito que agora se dão bem. Qualquer coisa é melhor que isto. Imagine que sai assim a falar com os clientes, - foi colocar o seu casaco - volto em seguida, pegarei uma carruagem para voltar a tempo.
Pouco depois, Gabriel e Alexandra escutavam as explicações atropeladas do maître do THE CLERK, sentados em seu salão. Ela se voltou para seu marido.
– Que estranho! - observou a expressão de seu marido, conhecia-lhe muito bem - você sabe algo disto?
– Não, mulher, o que você tem - era muito inteligente. Não sabia como era possível, que sempre soubesse quando mentia. Ninguém mais se dava conta. Felizmente.
– Gabriel! O que você fez? - voltou-se para o maître do THE CLERK - Está bem, James, não se preocupe, vou em seguida - o homem pareceu tranqüilizar-se ao escutá-la. Assentiu aliviado e saiu quase correndo. Abririam o restaurante em seguida, e tinha que estar ali.
Ela esperou que o mordomo fechasse a porta, e ficou observando seu marido, com os braços cruzados. Gabriel conhecia essa expressão. Quando ficava assim, não podia lutar contra ela. Bom, de maneira nenhuma, podia lutar contra ela.
– Está bem, vêm comigo - entraram no escritório, e ele fechou a porta. Ela ficou de pé, com a mesma cara de aborrecimento.
– Gabriel - avisou, para que se apressasse.
– Sim, já sei. Levei-lhe uma carta de María, acredito que era de despedida.
– Por que uma carta? Por que não foi falar com ele?
– Está em uma missão - Alexandra franziu o cenho pela explicação.
– Acreditava que o ia deixar - protestou.
– Devido à guerra, não tem trabalho no teatro, por ser russa não querem contratá-la. Pelo visto parte do público se queixou, e os donos dos teatros não se atrevem a que atue neles, se por acaso o público não vai ver as peças.
– Mas isso é uma estupidez! É tão inglesa quanto você e eu! Você me disse que faz anos, que lhe concedeu a nacionalidade!
– Sei, sei. Pelo trabalho, não o tínhamos feito público naquele momento, e, depois, não vimos necessidade.
– Você idiota!Você conseguiu - abriu a porta e ficou olhando um momento para Gabriel. – Está bem, vou ver-lhe, há algo mais que deva saber? – não esperou que lhe respondesse, estava muito zangada. Foi à entrada para recolher seu casaco – Perkins, por favor, que preparem a carruagem! - seu marido a seguiu, como ela sabia que o faria.
– A primeira coisa é que não vai sozinha, acompanho-te, e a segunda, que a missão em que María está trabalhando, poderia ser muito perigosa.
– Estupendo! Tudo são boas notícias - resmungou a mulher, enquanto colocava as luvas – Certamente Gabriel, já falaremos de tudo isto. Enquanto o fazemos, quero apenas que saiba que estou muito zangada! - Perkins, o mordomo do Marquês de Bute, não tinha muitos momentos nos que pudesse sorrir com vontade, e aproveitou este. Seu patrão, nesse momento lhe olhou com o cenho franzido.
Imediatamente, o homem abriu a porta da rua, já totalmente sério.
– Senhores - os dois saíram para a carruagem. Alexandra na frente, andando depressa e com cara de aborrecimento, e atrás Gabriel tentando acalmá-la.
Perkins fechou a porta e foi à cozinha, para contar a sua mulher, a cozinheira, o que acabava de ocorrer.
Desde que a senhora marquesa tinha entrado em suas vidas, nunca se aborreciam.
– James, por favor, uma cafeteira com café muito carregado, para o senhor, obrigado. - O maître se foi, aliviado de que alguém tomasse as rédeas da situação. Tinham entrado apressados no escritório de Black, e Alexandra, como sempre, fazia o que queria.
Black lhes olhava com os olhos frágeis. Gabriel sentia por ele, sinceramente. O furacão Alexandra tinha entrado em sua vida, e já não podia fazer nada para evitá-lo. Tirou o casaco e as luvas e os deixou em uma cadeira, logo, agarrou outra e se sentou junto ao seu amigo.
– Black, querido. Estamos aqui para te ajudar.
– Não necessito ajuda. - em sua defesa terei que dizer que, pela menos na fala, quase não se notava que tivesse bebido, além de uma hesitação antes de dizer as frases, como se tivesse que as pensar.
– Está bem, sabe que já está aberto? Já tem clientes nas mesas. Não se preocupe, James se ocupará. Acha que ele sozinho será capaz de fazê-lo? Se não, podemos ficar para ajudar.
– Não, é muito competente - sorriu quando foi capaz de dizer a palavra inteira. Era uma palavra difícil. Sentiu-se orgulhoso. Decidiu beber outro gole, para celebrar que ainda era capaz de dizer palavras complicadas.
– Você gostaria de ir dormir em casa?




Série Romances Vitorianos 
1 - Traição
2 - Vingança
3 - Só Você
Série Concluída

24 de junho de 2018

Vingança

Série Romances Vitorianos
Alexandra vive por seu trabalho como pesquisadora, até encontrar Gabriel, marquês e espião, e as faíscas voam entre os dois.  

Ela decide não vê-lo novamente, e ele, que tem de levá-la para sua cama. E usará qualquer método, mesmo chantagem, se necessário, para levá-la aos seus braços. Imersos em um mistério cheio de mentiras e assassinatos, eles terão que lutar, primeiro para sobreviver e depois para saber o que é mais importante para ambos.

Capítulo Um

Londres, 1852
O corpo jazia imóvel, deitado de lado, sob uma grossa capa de mantas. Na semi escuridão do quarto, iluminada pela luz da lua que entrava pela janela, vislumbrava-se com muita dificuldade uma silhueta. Por acima do lençol, via-se a cabeça de um ancião, coberta por um gorro de dormir. Sua face estava coberta por uma máscara, e debaixo, por uma barba branca, que lhe cobria o resto do rosto. Roncava ligeiramente, indiferente ao estranho, que havia se introduzido em seu quarto uns momentos antes, e que estava imóvel ao lado da cama. 

O assassino ergueu o braço direito para esfaquear o corpo adomercido quando o quarto de repente se transformou em um pandemônio de corridas e gritos. Dois homens o derrubaram. Só então, várias lâmpadas a gás foram ligadas simultaneamente.
Quando o delinquente foi mantido no chão, o velho pulou da cama com agilidade imprópria para a idade. Caminhou até o intruso, observando os dois policiais iluminarem seu rosto com uma das lâmpadas, depois virou-se para o inspetor ao lado dele, segurando outra lâmpada.
— Eu lhe disse James! Sabia que era o sobrinho! Deve-me um jantar no “Pomme de Terre”, eu sabia disso! — a mulher, pois claramente o era por sua voz, tirou a barba com um puxão seco, e logo o gorro de dormir. Ficaram alguns restos de cola no queixo, mas, no todo, seu aspecto era normal, estava completamente vestida. 
O inspetor de polícia, sorria ao vê-la mover-se de um lado a outro com aquela energia, pouco lhe faltava para ficar dando saltos de alegria.
— Está bem, Alexandra, convidarei-te. Embora fosse mais justo que você me convidasse, já que você ganha mais que eu. —queixou- se.
— Oh, não! uma aposta é uma aposta. — agarrou seu revólver debaixo do travesseiro e o meteu na bolsa como se fosse qualquer coisa. Dali tirou um lenço com o qual terminou de limpar os restos de barbicha do queixo — Bom, vou para casa, com um pouco de sorte, minha tia me terá guardado o jantar.
— Não conheci, em minha vida, ninguém, homem ou mulher, que coma tanto como você. — ele a pegou pelo cotovelo — Vamos, eu vou te levar, é tarde. — fez um gesto a um de seus homens, para que se encarregassem do detido. — Vou levar a senhorita Wallace a sua casa, em seguida vou a delegacia de polícia. — Frank, seu segundo em comando, assentiu.
Alexandra seguiu tagarelando pelo caminho, até que subiram no carro, e uma vez dentro, também.
— Este caso era muito importante — lhe olhava com os olhos brilhantes — saiu nos jornais. Agora ninguém pode pôr em dúvida, que posso fazer o mesmo trabalho que um homem — ele assentiu, estava totalmente de acordo com ela. O ancião, que tinha sofrido duas tentativas de assassinato, a contratou, graças em grande parte, a sua amizade com a tia da Alexandra. Ela tinha falado com o James, quando lhe ocorreu a ideia de ficar como isca. Tomou a sério porque já tinha trabalhado com ela um par de vezes antes, e conhecia seu profissionalismo, e que suas ideias, geralmente, eram muito acertadas.
Escutou-a cantarolar olhando pela janela. O fazia ocasionalmente. Quando estava contente.
— E como está o seu irmão?
— Desgostoso! Continua a insistir para que eu pare com isso. Mas eu adoro! — encolheu os ombros — Ele está em St. Ives, mas vem de vez em quando para nos ver. Você me entende verdade James?
— Claro, também gosto do trabalho. — algo no tom de sua voz lhe fez o observar com atenção. Olhou-lhe pela primeira vez à luz essa noite, havia algo diferente nele, era como se lhe ocultasse algo.
— James, o que está errado?
— Eu não sei o que você quer dizer. — encolheu os ombros.
— James… acredito que já nos conhecemos, não me insulte mentindo para mim. Prefiro que você me diga que não pode me dizer. — ele olhou para ela atentamente.
— Se não te contar, acabará por descobrir. Outro dia, meu chefe me chamou para o escritório dele. Recebi ordens para visitar o Marquês de Bute. — Alexandra não conseguiu deixar de estremecer ao escutar o nome. James não era um tolo, ele percebeu.
— Você o viu? — já não estava tão contente.
— Sim, esta manhã. — ele continuou, olhando para ela, como se avaliasse a conveniência de lhe contar tudo. — James por favor!





Série Romances Vitorianos 
1 - Traição
2 - Vingança
3 - Só Você
Série Concluída


11 de março de 2018

Traição

Série Romances Vitorianos 
Drogo King Siddal, um galês, de 38 anos, desesperado por sua incapacidade de superar algo terrível que aconteceu em sua vida cinco anos antes, encontra no mar, meio afogada, uma jovem que tentaram matar.

Quando acorda, ela é incapaz de dizer o seu próprio nome, porque não se lembra de nada de sua vida anterior. Ela não sabe, portanto, quem a atacou e pode ser qualquer um.
Assim começa uma viagem que farão juntos, lutando para descobrir o que aconteceu para que ela tivesse acabado abandonada no mar daquela maneira e, mais importante, descobrir que a vida às vezes dá uma segunda chance, apenas temos que segurá-la para sermos felizes.

Capítulo Um

St Ives, Cornwall, 1851
Drogo "King" Siddal, solta as amarras de seu barco e em seguida salta para dentro. Embora existisse a ameaça de chuva, precisava sair da mansão. Ele não tinha dormido a noite toda, o que estava se tornando habitual e, apesar de ter tentado pintar, não conseguia se concentrar. 
Naquela manhã tinha começado dois quadros diferentes, para logo abandoná-los. Fazia cinco anos que não pintava nada de bom. Embora os médicos lhe dissessem que era normal, e que voltaria a fazê-lo, no fundo, estava seguro de que jamais voltaria a pintar habilmente, para que os que viam suas obras, sonhassem estar dentro delas.
Entrou no mar respirando profundamente. Dirigia o barco enquanto observava o horizonte. O ar começava a soprar com força. Escutou um ruído no casco que o fez girar a cabeça. Franziu o cenho ao voltar a ouvi-lo. Bloqueou o leme e se levantou para olhar, pois não sabia o que poderia ser.
― Meu Deus! ― Era um cadáver, uma mulher que flutuava de barriga para baixo. Firmou-se sobre seus joelhos para resgatá-la, senão, a família da pobre desgraçada nunca saberia o que tinha acontecido com ela. Agarrou-a pelos braços, mas lhe escorregou. Amaldiçoando, voltou a agarrá-la, com mais força, por debaixo das axilas e a subiu, já sem problemas. 
Tombando-a dentro do barco, retirou-lhe o cabelo para ver seu rosto. Observou então, as marcas de dedos em seu pescoço, assim como um golpe forte na têmpora. Que estranho, por ali não havia assassinatos. Estava observando as sobrancelhas ruivas da jovem, quando lhe pareceu que suas pálpebras se moviam. Inclinado sobre seu peito, colocou o ouvido no coração. Pulsava, débil, mas estava viva. Levantou-se de um salto, e pôs a proa em direção ao ancoradouro.
Amarrou o barco como pôde, e voltou para pegá-la. Agarrando-a com cuidado, levou-a correndo para sua casa enquanto começava a chover.
― Bates! ― O mordomo, que lhe conhecia de toda a vida, olhava-lhe com os olhos saindo das órbitas, vendo-o entrar na casa com essa jovem nos braços e pingando ― peça que Tom vá procurar o Doutor Ribbons, encontrei-a no mar, pensei que havia se afogado.
Subiu para seu quarto, já que era o único local com fogo aceso. Tombou-a sobre a cama e observou atentamente. Era uma mulher muito bela, de baixa estatura e formas delicadas. Cabelo vermelho como o fogo e pele branca como a lua. Gostaria de ver de que cor eram seus olhos. Estava descalça e com camisola. O que lhe provocava mais de uma pergunta, somando ao resto que se acumulava em sua mente.
A senhora Bates entrou, carregada de toalhas, acompanhada pela criada.
― Senhor, se nos desculpar, secaremos à senhorita.
― Me avise quando terminarem, estarei na biblioteca ― antes de sair agarrou algumas roupas secas para ele, já que estava encharcado. Depois de trocar de roupa, passou à biblioteca. Acendeu o fogo e se sentou em uma das poltronas que havia frente a ele. Olhou para a janela, a chuva golpeava contra os cristais com um som musical. Levantou-se e saiu a procura do mordomo, encontrando-o no salão.
― Bates o médico não veio ainda?
― Está a ponto de chegar, senhor, mandei o Tom como me disse ― o som da porta os interrompeu. O jovem criado fechava a porta depois do médico, que tirava o casaco e colocava sua maleta em uma cadeira. Aproximou-se dele. 
Aquele homem desengonçado com sua cara bondosa e seu senso comum tinha conseguido, tempos atrás, que lhe considerasse seu amigo. Um dos poucos que tinha. 
― Alfred!








Série Romances Vitorianos 
1 - Traição
2 - Vingança
3 - Só Você
Série Concluída