Drogo King Siddal, um galês, de 38 anos, desesperado por sua incapacidade de superar algo terrível que aconteceu em sua vida cinco anos antes, encontra no mar, meio afogada, uma jovem que tentaram matar.
Quando acorda, ela é incapaz de dizer o seu próprio nome, porque não se lembra de nada de sua vida anterior. Ela não sabe, portanto, quem a atacou e pode ser qualquer um.
Assim começa uma viagem que farão juntos, lutando para descobrir o que aconteceu para que ela tivesse acabado abandonada no mar daquela maneira e, mais importante, descobrir que a vida às vezes dá uma segunda chance, apenas temos que segurá-la para sermos felizes.
Capítulo Um
St Ives, Cornwall, 1851
Drogo "King" Siddal, solta as amarras de seu barco e em seguida salta para dentro. Embora existisse a ameaça de chuva, precisava sair da mansão. Ele não tinha dormido a noite toda, o que estava se tornando habitual e, apesar de ter tentado pintar, não conseguia se concentrar.
Naquela manhã tinha começado dois quadros diferentes, para logo abandoná-los. Fazia cinco anos que não pintava nada de bom. Embora os médicos lhe dissessem que era normal, e que voltaria a fazê-lo, no fundo, estava seguro de que jamais voltaria a pintar habilmente, para que os que viam suas obras, sonhassem estar dentro delas.
Entrou no mar respirando profundamente. Dirigia o barco enquanto observava o horizonte. O ar começava a soprar com força. Escutou um ruído no casco que o fez girar a cabeça. Franziu o cenho ao voltar a ouvi-lo. Bloqueou o leme e se levantou para olhar, pois não sabia o que poderia ser.
― Meu Deus! ― Era um cadáver, uma mulher que flutuava de barriga para baixo. Firmou-se sobre seus joelhos para resgatá-la, senão, a família da pobre desgraçada nunca saberia o que tinha acontecido com ela. Agarrou-a pelos braços, mas lhe escorregou. Amaldiçoando, voltou a agarrá-la, com mais força, por debaixo das axilas e a subiu, já sem problemas.
Entrou no mar respirando profundamente. Dirigia o barco enquanto observava o horizonte. O ar começava a soprar com força. Escutou um ruído no casco que o fez girar a cabeça. Franziu o cenho ao voltar a ouvi-lo. Bloqueou o leme e se levantou para olhar, pois não sabia o que poderia ser.
― Meu Deus! ― Era um cadáver, uma mulher que flutuava de barriga para baixo. Firmou-se sobre seus joelhos para resgatá-la, senão, a família da pobre desgraçada nunca saberia o que tinha acontecido com ela. Agarrou-a pelos braços, mas lhe escorregou. Amaldiçoando, voltou a agarrá-la, com mais força, por debaixo das axilas e a subiu, já sem problemas.
Tombando-a dentro do barco, retirou-lhe o cabelo para ver seu rosto. Observou então, as marcas de dedos em seu pescoço, assim como um golpe forte na têmpora. Que estranho, por ali não havia assassinatos. Estava observando as sobrancelhas ruivas da jovem, quando lhe pareceu que suas pálpebras se moviam. Inclinado sobre seu peito, colocou o ouvido no coração. Pulsava, débil, mas estava viva. Levantou-se de um salto, e pôs a proa em direção ao ancoradouro.
Amarrou o barco como pôde, e voltou para pegá-la. Agarrando-a com cuidado, levou-a correndo para sua casa enquanto começava a chover.
― Bates! ― O mordomo, que lhe conhecia de toda a vida, olhava-lhe com os olhos saindo das órbitas, vendo-o entrar na casa com essa jovem nos braços e pingando ― peça que Tom vá procurar o Doutor Ribbons, encontrei-a no mar, pensei que havia se afogado.
Subiu para seu quarto, já que era o único local com fogo aceso. Tombou-a sobre a cama e observou atentamente. Era uma mulher muito bela, de baixa estatura e formas delicadas. Cabelo vermelho como o fogo e pele branca como a lua. Gostaria de ver de que cor eram seus olhos. Estava descalça e com camisola. O que lhe provocava mais de uma pergunta, somando ao resto que se acumulava em sua mente.
A senhora Bates entrou, carregada de toalhas, acompanhada pela criada.
― Senhor, se nos desculpar, secaremos à senhorita.
― Me avise quando terminarem, estarei na biblioteca ― antes de sair agarrou algumas roupas secas para ele, já que estava encharcado. Depois de trocar de roupa, passou à biblioteca. Acendeu o fogo e se sentou em uma das poltronas que havia frente a ele. Olhou para a janela, a chuva golpeava contra os cristais com um som musical. Levantou-se e saiu a procura do mordomo, encontrando-o no salão.
― Bates o médico não veio ainda?
― Está a ponto de chegar, senhor, mandei o Tom como me disse ― o som da porta os interrompeu. O jovem criado fechava a porta depois do médico, que tirava o casaco e colocava sua maleta em uma cadeira. Aproximou-se dele.
Amarrou o barco como pôde, e voltou para pegá-la. Agarrando-a com cuidado, levou-a correndo para sua casa enquanto começava a chover.
― Bates! ― O mordomo, que lhe conhecia de toda a vida, olhava-lhe com os olhos saindo das órbitas, vendo-o entrar na casa com essa jovem nos braços e pingando ― peça que Tom vá procurar o Doutor Ribbons, encontrei-a no mar, pensei que havia se afogado.
Subiu para seu quarto, já que era o único local com fogo aceso. Tombou-a sobre a cama e observou atentamente. Era uma mulher muito bela, de baixa estatura e formas delicadas. Cabelo vermelho como o fogo e pele branca como a lua. Gostaria de ver de que cor eram seus olhos. Estava descalça e com camisola. O que lhe provocava mais de uma pergunta, somando ao resto que se acumulava em sua mente.
A senhora Bates entrou, carregada de toalhas, acompanhada pela criada.
― Senhor, se nos desculpar, secaremos à senhorita.
― Me avise quando terminarem, estarei na biblioteca ― antes de sair agarrou algumas roupas secas para ele, já que estava encharcado. Depois de trocar de roupa, passou à biblioteca. Acendeu o fogo e se sentou em uma das poltronas que havia frente a ele. Olhou para a janela, a chuva golpeava contra os cristais com um som musical. Levantou-se e saiu a procura do mordomo, encontrando-o no salão.
― Bates o médico não veio ainda?
― Está a ponto de chegar, senhor, mandei o Tom como me disse ― o som da porta os interrompeu. O jovem criado fechava a porta depois do médico, que tirava o casaco e colocava sua maleta em uma cadeira. Aproximou-se dele.
Aquele homem desengonçado com sua cara bondosa e seu senso comum tinha conseguido, tempos atrás, que lhe considerasse seu amigo. Um dos poucos que tinha.