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23 de janeiro de 2019

Doze Beijos para à meia-noite

Série Príncipes de Oxenburg

Quando o noivado de Marcus Sutherland com Lady Kenna Stuart acabou, ele embarcou em um navio e partiu para Oxenburg, esperando esquecer tudo que dizia respeito a isso. 

Dez anos depois, ele está de volta à Escócia em uma festa de Natal quando a vê do outro lado da sala.
Desde que eles terminaram Kenna esteve casada com um homem mais velho e depois enviuvou, e Marcus esteve em todo o continente como diplomata político.
Mas um olhar para ela, e todos os velhos sentimentos de amor e mágoa voltaram.

Capítulo Um

— Och, o que ela está fazendo aqui? — Marcus Sutherland, o quarto Duque de Rothesay, estreitou seu olhar sobre uma mulher solitária que estava na lateral da sala de estar.
Nikolai Romanovin, o príncipe herdeiro de Oxenburg, lançou um olhar levemente curioso para os outros convidados esperando o jantar ser anunciado.
— Qual “ela”? Há muitas “elas” para contar.
— Aquela. — Marcus apontou para a pequena morena que estava perto das portas do terraço, sob um longo galho de sempre-viva e visco. Vestida de cinza, como convinha à sua condição de viúva, ela estava sozinha, com as mãos enluvadas juntas desajeitadamente ante ela, uma enorme bolsa pendurada em seu cotovelo.
A avó de Nik, a Grã-duquesa Natasha Nikolaevna, olhou além deles de onde estava sentada em um sofá dourado. Vestida de preto, com as costas rígidas e régias, sua mão se apertou sobre a bengala como se fosse um cetro, ela parecia como uma rainha idosa presidindo a corte. Ela olhou para a mulher e bufou.
— Essa bolsa é do tamanho de uma maleta. Que diabos ela poderia estar levando naquela coisa? Um bolo inteiro? Uma criança?
— Um livro. — Marcus respondeu. — Talvez dois. Ela nunca está sem um.
As sobrancelhas de Nik levantaram.
— Eu suponho que você não saiba o tópico destes livros?
— História, cavalos, ou algum tipo de novela romântica.
— Você a conhece bem, então. — Nik a olhou como se ela fosse um pastelzinho especialmente doce. — Você deve-me dizer sobre ela. Ela é muito linda.
A mandíbula de Marcus contraiu. A última coisa que ele queria fazer era falar, pensar, ou lembrar-se de Kenna Stuart de qualquer forma. Só vê-la despertava memórias que ele tinha esperança que estivessem mortas. Ele teve que lutar contra uma visão instantânea de seios cheios, exuberantes, de uma cintura elegante que arredondava-se em quadris voluptuosos, de olhos de cílios fartos, sonolentos depois de horas de fazer amor...
Ele apertou a mandíbula e se virou. Em outro tempo, ele a tinha adorado e pensara que nenhuma outra mulher poderia se comparar. Mas ela está longe, longe de ser perfeita. Eu já provei o corte amargo daquele coração gelado.
Claro, tudo o que Nik via era uma jovem mulher bonita, parecendo perdida, mesmo quando cercada por ramos de azevinho e velas festivas de Natal. Marcus se recusou a permitir que isso o afetasse.
— Eu costumava conhecê-la, — disse ele brevemente. — Mas não mais.
— Quem é ela? — O olhar de Nik deslizou de volta para a mulher, a aprovação em seu rosto. — Ela é a mulher mais bonita aqui.
Era verdade. O cinza suave do vestido aumentava o rubor de sua pele cremosa, enquanto seus cachos escuros, artisticamente arrumados em torno de seu rosto em forma de coração, fazia seus olhos castanhos parecerem ainda maiores. Se ela tivesse sorrido, Marcus sabia que eles veriam um par de covinhas que poderia derreter o coração de um homem.
Mas não mais.
— Ela é Lady Montrose, viúva do falecido conde.
— Esses olhos escuros, — Nik murmurou. — Eles falam com você.
— Não há nada para olhar nessa mulher, — a avó de Nik anunciou. —Bidnyahshka! Ela é baixinha e roliça, com os olhos muito grandes para o rosto, e aquele cabelo... pah! Cachos estão fora de moda. Ela parece um gatinho despenteado.
Marcus observou que a boca de Kenna se apertou enquanto a duquesa falava. Ela pode nos ouvir? Certamente não. Ela está muito longe. Percebendo que ele estava encarando-a e em perigo de ser pego, ele se moveu de forma que ela não estivesse mais em sua linha de visão.
— Tata Natasha, por favor. — Nik suspirou. — Se você não pode dizer nada agradável, então não fale.
Sua Graça bufou, mas não ofereceu outra palavra.
— Perdoe a minha avó. Ela está de mau humor porque seu amigo Lord Lyons não se juntou a nós aqui na propriedade de Stormont, mesmo que ela tenha convidado o cavalheiro especificamente.
A grã-duquesa murmurou algo num sussurro sobre os homens e promessas vazias.
— O leite azedou, — Nik anunciou. — Então, Marcus, esta mulher com lindos olhos e a boca como uma rosa beijada. Você disse que ela era a viúva do falecido Conde de Montrose?
— Nikolai gosta de viúvas, — a grã-duquesa anunciou em voz alta. — Mas só as bonitas.
— As bonitas são as melhores. — O olhar de Nik demorou sobre Kenna de uma forma que queimou a alma de Marcus. — Me diga mais. Eu gostaria de saber tudo sobre ela.
Marcus percebeu que suas mãos estavam fechadas em punhos, e ele as forçou a se abrirem. Droga, eu deveria não sentir nada por ela. Eu realmente não sinto nada por ela.
Mas talvez fosse normal que um homem se sentisse possessivo com o que já foi seu. O orgulho masculino era cego e insensato. Todo mundo sabia disso. Marcus removeu um pedaço de fiapo da manga de seu casaco.
— Quando eu a conheci ela era Lady Kenna Stuart, filha do Conde de Galloway. Seis meses depois de eu ter deixado a Inglaterra, ela se casou com o Conde de Montrose, um homem dezenove anos mais velho que ela.
— E agora ele se foi, o que me beneficia. Como você chegou a conhecê-la, meu amigo?
— Ela foi minha noiva, uma vez.
Nik não poderia parecer mais atônito.
— Eu te conheço há mais de dez anos e nenhuma uma única vez você mencionou um compromisso, quebrado ou não.
— Aconteceu pouco antes de você e eu nos conhecermos. Como meu orgulho estava gravemente ferido na época, eu não tinha nenhum desejo de mencionar isso. Mais tarde, não parecia importar.
O olhar de Nik voltou-se para Lady Kenna.
— Como esse compromisso acabou?
— Nós descobrimos que não nos encaixávamos. E bem a tempo, pois o casamento estava apenas há um mês de distância.
— Isso não causou um escândalo?
— Algum, mas eu não fiquei para apreciar. Eu aceitei um cargo de diplomata designado pelo Lord Wellmont e viajei para a corte de Oxenburg, onde eu conheci você.
— E eu estava feliz de ter você lá. É malditamente chato na corte; você era uma dádiva de Deus. — Nik cruzou os braços e balançou-se sobre os calcanhares, seu olhar animado no rosto de Marcus. — Devo dizer que você não parece excessivamente desanimado com essa mulher.
— Isso são notícias velhas. — Agora. Na época, no entanto...









Série Príncipes de Oxenburg
1- O Príncipe que me Amou
2- O Príncipe e Eu 
2.5- Uma Princesa na Escócia
3- Louca por um Kilt
3.5 - Doze Beijos para à meia-noite 
Série concluída

22 de janeiro de 2019

Louca por um Kilt

Série Príncipes de Oxenburg 
Nikolai Romanovin, um príncipe real de Oxenburg, viajou para os confins mais profundos da Escócia para resgatar sua avó, a grã- duquesa, que foi raptada enquanto visitava um velho amigo nas Terras Altas. 

Querendo evitar um incidente internacional, Nik planeja silenciosamente entrar em território inimigo, disfarçado como um cavalariço no Castelo Cromartie. Mas seus planos dão errados quando ele cai sob o olhar frio e cinzento da filha do lorde.
Pragmática e inteligente, Ailsa MacKenzie ficou encarregada da propriedade da família e de sua avó indisciplinada na ausência de seu pai. Algo sobre o novo cavalariço atrai seus olhos, e a faz pensar que ele não é quem ele finge ser — e ainda mais chocante, agita seus sentidos. São suas maneiras obviamente educadas? Sua presença arrogante e não servil? Certamente não é sua forma poderosa, ou sonolenta, ou os convidativos olhos verdes!
Depois de confrontar o impostor e aprender a verdade, Ailsa concorda em ajudar Nik — pois ela também entende parentes difíceis, e faria qualquer coisa pela família. Logo, sua parceria secreta leva a um respeito crescente, beijos ardentes e, em seguida, algo muito mais perigoso. E quando a sua busca se torna perigosa, Ailsa e Nik devem descobrir esse inimigo desconhecido enquanto enfrentam as perigosas exigências de seus próprios corações indisciplinados.

Capítulo Um

Castelo Leod - O Pequeno Estudo
17 de novembro de 1824

— O que você quer dizer com “ela desapareceu”? — Lady Ailsa Mackenzie largou a carta que estava lendo, e olhou para a avó com descrença.
Lady Edana MacGregor Mackenzie, a Condessa Viúva Cromartie, agitou o lenço de renda.
— Quero dizer o que eu disse: a duquesa não está em lugar algum. — Vestida de preto, uma cor que Lady Edana havia assumido com a morte de seu marido, o falecido conde a mais de dez anos antes, ela era uma figura impressionante. Alta e esbelta, com cabelos cuidadosamente tingidos de ouro, que ecoavam a verdadeira cor que haviam desaparecido anos atrás, Edana lutou bravamente para evitar que o tempo roubasse a famosa beleza MacGregor. — Ailsa, estou profundamente preocupada. A pobre Natasha não conhece os perigos do interior das nossas montanhas.
— Talvez Sua Graça esteja afora da carruagem, ou indo passear, ou... seja o que for que ela quisesse fazer.
— Querida, é “fora”, não “afora”. ― Edana suspirou pesadamente.
— Eu gostaria que seu pai tivesse lhe enviado para um internato adequado.
— Eu precisava estar aqui com a mamãe depois que ela adoeceu. Eu não perderia aqueles momentos por nada.
— E, agora ela se foi, seu pai nunca está aqui. É como se eu perdesse os dois ao mesmo tempo. — Edana deu um suspiro irritado.
— Seu pai está negligenciando todos nós. Ele deveria ter visto para que você fosse para um internato adequado e tivesse pelo menos uma temporada. Você poderia estar casada agora, do mesmo jeito que suas irmãs.
Ailsa se absteve de dizer que, embora suas irmãs tivessem herdado a famosa beleza MacGregor de Edana, Ailsa tinha puxado aos ousados Mackenzies. Enquanto suas irmãs tinham cabelos dourados, olhos azuis, figuras esbeltas e narizes perfeitos, o cabelo de Ailsa era de um loiro mais escuro, menos perceptível, seus olhos eram cinzentos, sua forma era forte, enquanto seu nariz só podia ser chamado de “proeminente”.
Era uma mistura infeliz de traços.
Não que isso importasse; Ailsa tinha 22 anos agora e não queria ser mostrada na marcha do casamento entre um grupo de jovens de dezessete anos que a enlouqueceriam com suas conversas vazias e fofocas ofegantes. Ela estava feliz por ter sido deixada no Castelo Leod, onde podia caçar, montar, pescar e - quando o clima lhe convinha - lançar um manto no chão debaixo de uma árvore, e ler para o seu coração. Havia mil coisas divertidas para fazer aqui nas terras altas, e ela amava todas elas.
Ela estava contente com sua vida, especialmente agora que Papa deixara o castelo e a propriedade sob seus cuidados. Era uma grande responsabilidade, e ela ainda estava aprendendo a responder aos desafios apresentados, um dos quais era acompanhar os idosos, às vezes, briguentos hóspedes de sua avó.
— Por que exatamente você acha que Sua Graça está desaparecida?
— Tínhamos que nos encontrar no café da manhã há quase uma hora, e também a pedido dela, pois ela queria visitar a loja na aldeia que eu lhe falei, mas não apareceu. — Edana fungou. — Eu tive que comer sozinha, já que ninguém mais estava.
— Então vocês duas estão se falando de novo.
— Ah, criança, claro que estamos falando!








15 de janeiro de 2019

Uma Princesa na Escócia

Série Príncipes de Oxenburg 
Era uma vez uma princesa adornada, mas que agora era esfarrapada...

A princesa real Tatiana Romanovin é a bela, rica e mimada, única filha do rei de Oxenburg. Em seu caminho para o casamento do primo nas terras altas da Escócia, ela e sua comitiva são apanhadas por uma gangue de ladrões. Assustados, seus servos fogem, e Tatiana logo se vê sozinha em uma hospedaria sem empregados, sem recursos e sem provas de sua identidade. Desamparada, ela aceita a oferta de um estalajadeiro compreensivo (porém descrente) para trabalhar em troca de um quarto e abrigo enquanto espera por uma resposta à carta que foi enviada para seu primo, o príncipe Nikolai. Sem outra opção, Tatiana esfrega o chão e lava a roupa suja, esperando o príncipe chegar...
“Um orgulhoso lord que perdeu uma vez e agora encontrou...Depois de um final brutal, sangrento...”

Capítulo Um

A chuva desabou sobre as pedras, espalhou ervas espessas e transformou o pátio enlameado em uma lama densa. Dentro do Leão Vermelho, a estalagem mais ao norte da velha estrada de Kinton, o estalajadeiro Ian Drummond abriu a janela da sala comunal para soltar o ar enfumaçado. Era uma noite calma, pois a chuva mantinha todos os bebedores de cerveja mais motivados, amontoados sobre seus próprios lares. Aqueles que ousaram aventurar-se no tempo para provar o bom uísque de Drummond e a excelente comida de sua esposa estavam cheios e acomodados perto do fogo, fumando seus cachimbos.
Enquanto o estalajadeiro respirava grato pelo ar fresco da chuva, uma carruagem bem equipada entrou no pátio, as rodas espirrando em poças profundas quando parou diante da ampla porta.
― Iona, venha aqui! ― Drummond chamou por cima do ombro. ― Lord Buchan veio para o jantar de sexta-feira afinal.
Sua esposa, tão baixa e redonda como ele, levantou o olhar de seu famoso ensopado para seus poucos convidados e sorriu. ― Eu não quero que ele perca a minha torta de veado. Não pela chuva.
Ela colocou a panela de ferro de volta no gancho perto do fogo e, limpando as mãos no avental, veio para ficar ao lado de Ian. Lá fora, um lacaio empacotado desceu do banco e correu para abrir a porta da carruagem. O jovem então ficou bem fora do caminho, quando Lord Buchan desembarcou. Alto e moreno, vestindo um casaco de lã grossa, uma bengala de cabeça dourada apertada em uma mão, sua senhoria desceu até a laje molhada e mancou pesadamente em direção à grande saliência que protegia a porta da frente.
O lacaio fechou a porta da carruagem e subiu em seu assento, e a equipagem rangeu para os estábulos. Iona, observando o progresso de Lord Buchan, estalou o rosto rechonchudo franzido em solidariedade. ― Ele está mancando poderosamente hoje. A chuva afeta sua perna ferida.
Mais perto agora da porta da frente, a bengala de Lord Buchan clicou ruidosamente sobre as pedras congeladas pela umidade.
― Oh, ele vai cair, ele está apoiando muito sobre aquelas pedras molhadas. ― Iona se inclinou para frente como se fosse dar um aviso.
Drummond segurou o braço dela. ― Não diga uma palavra!
― Eu só quero avisá-lo.
― Não seria bem-vindo. Ele não gosta de ser lembrado de seus ferimentos.
― Mas ele pode cair!
― Ele sabe disso. Veja o quão cuidadoso está se movendo?
Lord Buchan alcançou a saliência e Drummond deu um suspiro de alívio. ― Aí. Ele está a poucos passos da porta agora, e as pedras estão mais secas, então...
A bengala de Buchan saiu de debaixo da mão dele, indo ao chão. Ele tropeçou para frente, com o peso jogado na perna esquerda. Um fluxo de maldições aquecidas derramou-se dele, amargo e avivado.
Iona e Drummond prenderam a respiração.
Sua senhoria cambaleou até a parede e encostou-se nela, apertando a coxa com as duas mãos enquanto continuava a amaldiçoar como um marinheiro.
Drummond estremeceu com a dor crua na voz de sua senhoria.
― Eu vou ajudar. ― Iona virou nos calcanhares.
― Não! ― O estalajadeiro a puxou e deu-lhe um rápido abraço. ― Deixe-o sozinho, Iona.
― Mas ele está ferido!
― Talvez, mas ele precisará de tempo para recuperar seu orgulho. Confie em mim, que fui ferido pior do que a perna dele.
Iona soltou um suspiro. ― Bem. Você o conhece melhor que eu. Mas isso vai contra o meu coração.
― Ele vai agradecer mais por deixar o orgulho dele, senhora. Ou ele faria se soubesse da sua tolerância.
Era natural que a generosa e impulsiva Iona, que era a curandeira de sua aldeia, desejasse ajudar Lord Buchan, especialmente porque ela conhecia o rapaz desde que ele andara de calça-curta. Ah, que tristes as mudanças que o tempo fez nesse rapaz feliz desde que ele voltou da Índia, ferido e amargo.
Iona expirou exasperada. ― Eu gostaria que ele me permitisse fazer um tônico para sua dor. Ajudaria, você sabe. ― Ela balançou a cabeça. ― Bem, pelo menos ele me permite cozinhar para ele toda sexta-feira.
― E isso faz nele um mundo de melhoras também. Ele está mais forte agora e muito menos pálido.
Iona pareceu levemente apaziguada. ― Verdade. Eu vou preparar sua torta. Assim que estiver pronta, vou pedir à nova empregada para trazê-la aqui em cima. ― Ela suspirou. ― Estou feliz que a senhorita Tatiana veio até nós. Ela tem sido uma grande ajuda, embora eu tenha que treiná-la para fazer tudo. É como se ela nunca tivesse segurado um pano antes!
― Sim. Isso é estranho.
― Especialmente quando ela está contando histórias teatrais.
― Não! Outra carta?
― Sim. ― Iona, deu um tapinha no bolso do avental. ― Vou enviá-la amanhã. Ela fica imaginando por que não está conseguindo uma resposta.
― Esse é o resultado de mandar cartas para príncipes, especialmente os príncipes de Oxenburg. ― Drummond bufou. ― Não pode haver tal lugar. Eu nunca ouvi falar disso.
― Sim, apenas uma lesão na cabeça poderia causar tais desilusões. ― Iona balançou a cabeça tristemente. ― Certa vez ouvi falar de uma senhora que caiu de um cavalo e pensou que era a rainha por uma quinzena inteira. Vamos nos certificar de que nossa moça não piore seus delírios. Ela é bonita demais para se lançar no mundo sozinha. Seria comida por lobos, ela é muito inocente.
― Ninguém no mundo inteiro tem um coração melhor que você, meu amor. ― Drummond beijou Iona profundamente na bochecha, fazendo-a corar quando os homens que se aglomeravam em torno da lareira, levantaram um grito de censura zombeteiro.
― Oh, Drummond, olha o que você começou. Agora vou na cozinha. É melhor você ver o nosso convidado. ― Com o rosto vermelho, mas sorrindo, Iona saiu correndo.
O som da porta da frente abrindo alertou a Drummond que Buchan estava entrando. Endireitando o colete, o estalajadeiro foi ver seu convidado titulado.
No corredor da frente, Darrac Buchan encostou-se pesadamente contra a parede, o punho pressionado contra a coxa enquanto ondas de dor lancinante percorriam o músculo cicatrizado. Maldita perna, maldita dor, e maldita esta chuva miserável. Repetir a maldição de novo e de novo não ajudou, mas passou os minutos e, lentamente, lentamente, a dor diminuiu. Finalmente capaz de respirar, ele cerrou os dentes e, segurando a bengala com mais força, tentou colocar peso em sua perna dolorida. A dor atravessou sua coxa, mas desta vez com menos violência, e ele conseguiu ficar em pé.
― Oh, boa noite, milord!









Série Príncipes de Oxenburg
1- O Príncipe que me Amou
2- O Príncipe e Eu 
2.5- Uma Princesa na Escócia
3- Louca por um Kilt
3.5- Doze Beijos para à meia-noite
Série concluída

4 de janeiro de 2019

O Príncipe e Eu

Série Príncipes de Oxenburg
Gregori Romanovin, o príncipe guerreiro de Oxenburg, escolta sua avó para um baile no alto das Terras Altas da Escócia, quando ele e sua comitiva são roubados no ponto da espada por um grupo de rufiões. 


Conduzido por um homem apelidado de Robin Hood escocês, Gregori sentiu a sensação de que algo estava mal – que, ele, na verdade, é ela.
Lady Murian é uma jovem e bela viúva que busca vingança contra o poderoso conde que matou seu marido e roubou seu direito de nascença. Vivendo no bosque, ela e seu bando de homens banidos roubam nobres ricos visitando o conde maligno. Mas quando Murian embosca a carruagem dourada do Príncipe, ela ganha muito mais do que esperava. E ela ficou com medo de que ele seja o verdadeiro ladrão... do seu coração.

Capitulo Um

― ... As estradas são miseráveis, esta carruagem salta como uma mola e eu estou congelando. Bozhy moj, as pessoas deste país gelado nunca ouviram falar de um aquecedor de pés? ― No escuro brilho da lanterna que girava em um gancho na carruagem rangente, a Grã-Duquesa Natasha Nikolaevna esperou por uma resposta. Ela catalogou nada menos que catorze queixas, mas seu companheiro não ficou impressionado. Na verdade, ele parecia estar dormindo.
Profundamente adormecido.
Mas ela já sabia. Seu neto poderia ser um príncipe, mas ele também era um soldado ao longo da vida, que fez um nome para si mesmo em muitas batalhas duramente conquistadas. Um famoso general e o líder do Grande Exército de Oxenburg, o Príncipe Gregori Maksim Alexsandr Romanovin não dormia profundamente. Nunca.
Seus irmãos e pais o chamavam de ― Grisha―, um apelido para Gregori, mas Natasha se recusara. Desde o dia em que nasceu ela o chamou de Max, como o nome de um conquistador. O nome tinha se encaixado, para a irritação de seus pais – e o deleite de Natasha – ele cresceu preferindo Max e eventualmente se recusou a responder a qualquer outra coisa.
Mas príncipe guerreiro ou não, não havia desculpa para ignorar sua avó. Ela bateu a bengala no chão da carruagem.
Suas pestanas se deslocaram e ela soube que ele olhara rapidamente. Embora não fosse muito, provou seu ponto de vista: ela estava sendo deliberadamente ignorada.
A mão apertou-se no topo da bengala e imaginou o rosto dele se ela batesse a bengala sobre o joelho. Isso faria com que ele prestasse atenção. Infelizmente, isso também o enfureceria, e ela precisava estar em suas boas graças. Pelo menos até que ela encontrasse uma saída para sua situação não tão pequena.
Ela forçou os dedos a relaxar. Haveria tempo para resolver isso mais tarde. Por enquanto, ela deveria se concentrar em seu neto. Para ser sincera, ele a preocupava.
Como seus três irmãos, ele era alto e de ombros largos, o cabelo grosso e preto, os olhos verdes. Ao contrário de seus irmãos, ele carregava uma cicatriz em sua testa, causada pelo raspão de uma bala durante uma batalha. Outras cicatrizes marcavam o queixo e a mandíbula, e sem dúvida outras partes do seu corpo. No entanto, as cicatrizes que ela via não a preocupavam.
Ultimamente ela chegou a pensar que seu neto tinha feridas muito mais profundas. Se o que seus companheiros relataram fosse verdade, a morte do amigo de infância de Max e um dos seus principais assessores, Dimitri Fedorovich, o afetou fortemente.
Não que Max admitisse tal coisa, não importa quantas oportunidades ela lhe desse. Ele não se tornou o melhor general e o mais brilhante estrategista em toda a Europa admitindo fraqueza, e ele não estava prestes a começar agora.
Droga. Ela franziu o cenho enquanto olhava para o seu lindo perfil. Mesmo com cicatrizes, com um nariz muito quebrado, ele ainda parecia principesco. Como convém a um príncipe do sangue do imponente Oxe.
A carruagem virou para um lado, inclinando-se loucamente, como se estivesse levantando duas rodas. Natasha agarrou a borda de seu assento, mas foi jogada para a frente. Com a graça de um leão, Max a pegou no ar e colocou-a de volta no assento, assim que a carruagem bateu de volta nas quatro rodas e continuou em um ritmo muito mais rápido.
Irritada, Natasha recolheu seu xale, puxando-o de volta sobre seus ombros à luz da lanterna que balançava.
― Isso foi quase um acidente perigoso - nenhuma surpresa, considerando a forma como esse cocheiro conduz, atingindo cada solavanco e buraco na estrada.
Não mais fingindo estar dormindo, Max afastou a cortina e olhou para fora, sua sobrancelha abaixada.
Gritos se misturaram com o relincho selvagem dos cavalos e a carruagem repentinamente parou, deslizando para um lado da estrada. Houve um baque e depois uma queda, uma vez que uma roda pareceu escorregar para uma vala. Mais uma vez, Natasha voou para a frente, uma boneca de pano jogada pelo movimento brusco. Ela teria atingido a borda do assento oposto, se Max não a tivesse capturado novamente.
Ele a depositou no chão da carruagem e soprou a lanterna, lançando-os na escuridão.
Ela mexeu para voltar ao assento, mas ele colocou uma mão no ombro dela.
― Fique.
― Eu não vou sentar no chão...
― Shh! Preciso ouvir. ― Max olhou através de uma pequena abertura na cortina, uma lasca de luz da lanterna do lado de fora fazendo uma barra branca em seu rosto. ― Os vagões de bagagem também pararam.
Vozes discordantes subiram no escuro; gritando, seguido de exclamaçoes ansiosas.
Natasha notou a linha firme de sua boca, a intenção de sua expressão.
Uma voz berrou através da noite, áspera e surpreendentemente alta, pedindo aos cocheiros para se afastarem.
Natasha agarrou sua bengala mais firme.
― Salteadores? ― Ela tinha ouvido que não havia nenhum, mas ela disse a Max que eles atacavam constantemente nesta estrada isolada para convencê-lo a acompanhá-la. ― Eu lhe disse que haveria...
― Silêncio, ― ele sibilou. Outro toque na porta, desta vez um pedido estranhamente educado, mas firme, para que os dois cocheiros saissem. Ao som de uma briga, o rosto de Max ficou mais severo quando ele fechou a cortina de couro, deixando-os na escuridão. Ela ouviu um movimento farfalhante, e então um cobertor foi jogado sobre ela. ― Fique aqui.
― Nyet!




26 de dezembro de 2018

O Príncipe que me Amou

Série Príncipes de Oxenburg
Um príncipe bonito e libertino que não acredita no amor verdadeiro, encontra uma moça teimosa que não se contentará com nada menos que isso …  

O príncipe Alexsey Romanovin desfruta de sua vida despreocupada, flertando ― e mais ― com cada adorável senhora que atravessa o seu caminho. Mas quando a Grã-Duquesa Natasha interfere e decide que é hora do neto se casar, Alexsey encontra-se na Escócia determinado a frustrar seus planos. Inteligente, leitora ávida e com óculos, Bronwyn Murdoch parece ser a resposta perfeita: ela não é de todo do gosto da duquesa. Vivendo sempre às ordens da sua ambiciosa madrasta e volúveis irmãs, Bronwyn tem pouco tempo para flertar ― não importa o quão intoxicantes sejam os seus beijos. Afinal, nenhum príncipe mimado e arrogante estaria seriamente interessado numa mulher determinada como ela. Assim… Não seria divertido transformar seu jogo de cabeça para baixo e provar que uma mulher comum poderia levar um príncipe a ajoelhar-se aos seus pés?

Capítulo Um

Gentil leitora, a nossa inocente heroína, de cabelos dourados, Lucinda Wellville, está em grave perigo. Sem saber, o malvado Sir Mordred entrou em seus aposentos enquanto ela dançava no baile de seu tio, e agora está escondido atrás das cortinas da cama de seda, com uma faca apertada em sua mão deformada… O Duque Negro, por Srta. Mary Edgeworth.
Sentada à sombra de sua árvore favorita, o cheiro de grama úmida e as folhas fazendo cócegas em seu nariz, Bronwyn Murdoch virou a frágil página do pergaminho e tentou não fazer uma careta. Em algum lugar por volta do capítulo sete, ela tinha começado a se perguntar se Lucinda, a heroína irritante e incompetente do livro O Duque Negro, realmente merecia viver. A garota tola estava sempre choramingando a respeito de sua vida, enquanto se recusava a fazer qualquer coisa sobre isso.
― Eu ouso afirmar que uma vez que Sir Mordred mostrar sua vil faca, você gritará e fugirá. Apesar de conhecê-lo, você vai tropeçar em suas saias no caminho para fora da porta e alguém terá que resgatá-la.
Bronwyn olhou por cima dos óculos para a plateia, dois enormes cães de caça que ela tinha desde que eram filhotes.
― Devo ler em voz alta um pouco?
Walter, com a grande cabeça em seu colo, abriu um olho sonolento e balançou a cauda, enquanto Scott bocejava tão amplamente que era possível ver todos os seus dentes.
― Eu tomarei isso como um sim. ― Ela se encostou contra o enorme tronco de árvore, a grama espessa como uma almofada macia debaixo dela.
“Lucinda chegou ao santuário de seu quarto e fechou a porta, inclinando-se sobre ela, grata pelo silêncio pacífico que a esperava. Durante toda a noite, seu tio desfilou com ela diante de uma horda de determinados pretendentes que a observaram como um grupo de lobos famintos olhando um patinho particularmente gordo”.
Bronwyn olhou para Walter.
― Eu ficaria muito chateada se alguém me olhasse como um patinho gordo.
Ele piscou sonolento, mas parecia estar de acordo.
― Estou feliz que Papai não tem nenhum desejo de me casar ― ela disse aos cães sonolentos. Já a madrasta de Bronwyn era outra história. Como filha mais nova de um conde e muito mais preocupada com ascensão social que Bronwyn ou seu pai, Mamãe tinha tentado muito obter uma união vantajosa para Bronwyn durante a sua primeira e desastrosa temporada, marcada pela inexperiência dela com a sociedade e sua tendência natural para a solidão. Após a derrota, Bronwyn se recusou a repetir o mesmo, o que fez Mamãe começar um longo discurso até que o pai interveio e exigiu que o assunto fosse abandonado. Por ser um homem solitário, ele entendeu muito bem a angústia da filha.
Bronwyn não podia deixar de se alegrar; uma temporada já tinha sido suficiente, muito obrigada. Felizmente, com o passar dos anos, a atenção de sua mãe havia mudado para a irmã de Bronwyn, Sorcha, que faria a sua estreia em Londres na próxima temporada. Sorcha gostava de bailes e de se arrumar; e não podia esperar para ser apresentada ao mercado matrimonial.
― Mas não eu. ― Bronwyn tirou os chinelos e enrolou os dedos dos pés na grama espessa e fria antes de afundar nas emocionantes páginas de seu livro.
“Lucinda apertou as mãos contra as batidas do seu coração e abaixou sua cabeça, sua calma retornando lentamente. Alguns dos pretendentes tinham sido bonitos, alguns ricos e alguns encantadores, mas nenhum a fez sentir do jeito que Roland fez, com seus olhos azuis acinzentados e sorriso reluzente”.
Bronwyn bufou.
― Você já teve a chance de fugir com ele, sua boba covarde, mas em vez disso você chorou como um copo quebrado, resmungando sobre como você sentiria muita falta de suas irmãs para ir. Você não merece Roland.
Roland era corajoso e romântico, e o seu discurso implorando a Lucinda para fugir com ele tinha enchido os olhos de Bronwyn com lágrimas.
― Quem me dera conhecer um Roland.

 





Série Príncipes de Oxenburg
1- O Príncipe que me Amou
Série concluída