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22 de janeiro de 2019

Louca por um Kilt

Série Príncipes de Oxenburg 
Nikolai Romanovin, um príncipe real de Oxenburg, viajou para os confins mais profundos da Escócia para resgatar sua avó, a grã- duquesa, que foi raptada enquanto visitava um velho amigo nas Terras Altas. 

Querendo evitar um incidente internacional, Nik planeja silenciosamente entrar em território inimigo, disfarçado como um cavalariço no Castelo Cromartie. Mas seus planos dão errados quando ele cai sob o olhar frio e cinzento da filha do lorde.
Pragmática e inteligente, Ailsa MacKenzie ficou encarregada da propriedade da família e de sua avó indisciplinada na ausência de seu pai. Algo sobre o novo cavalariço atrai seus olhos, e a faz pensar que ele não é quem ele finge ser — e ainda mais chocante, agita seus sentidos. São suas maneiras obviamente educadas? Sua presença arrogante e não servil? Certamente não é sua forma poderosa, ou sonolenta, ou os convidativos olhos verdes!
Depois de confrontar o impostor e aprender a verdade, Ailsa concorda em ajudar Nik — pois ela também entende parentes difíceis, e faria qualquer coisa pela família. Logo, sua parceria secreta leva a um respeito crescente, beijos ardentes e, em seguida, algo muito mais perigoso. E quando a sua busca se torna perigosa, Ailsa e Nik devem descobrir esse inimigo desconhecido enquanto enfrentam as perigosas exigências de seus próprios corações indisciplinados.

Capítulo Um

Castelo Leod - O Pequeno Estudo
17 de novembro de 1824

— O que você quer dizer com “ela desapareceu”? — Lady Ailsa Mackenzie largou a carta que estava lendo, e olhou para a avó com descrença.
Lady Edana MacGregor Mackenzie, a Condessa Viúva Cromartie, agitou o lenço de renda.
— Quero dizer o que eu disse: a duquesa não está em lugar algum. — Vestida de preto, uma cor que Lady Edana havia assumido com a morte de seu marido, o falecido conde a mais de dez anos antes, ela era uma figura impressionante. Alta e esbelta, com cabelos cuidadosamente tingidos de ouro, que ecoavam a verdadeira cor que haviam desaparecido anos atrás, Edana lutou bravamente para evitar que o tempo roubasse a famosa beleza MacGregor. — Ailsa, estou profundamente preocupada. A pobre Natasha não conhece os perigos do interior das nossas montanhas.
— Talvez Sua Graça esteja afora da carruagem, ou indo passear, ou... seja o que for que ela quisesse fazer.
— Querida, é “fora”, não “afora”. ― Edana suspirou pesadamente.
— Eu gostaria que seu pai tivesse lhe enviado para um internato adequado.
— Eu precisava estar aqui com a mamãe depois que ela adoeceu. Eu não perderia aqueles momentos por nada.
— E, agora ela se foi, seu pai nunca está aqui. É como se eu perdesse os dois ao mesmo tempo. — Edana deu um suspiro irritado.
— Seu pai está negligenciando todos nós. Ele deveria ter visto para que você fosse para um internato adequado e tivesse pelo menos uma temporada. Você poderia estar casada agora, do mesmo jeito que suas irmãs.
Ailsa se absteve de dizer que, embora suas irmãs tivessem herdado a famosa beleza MacGregor de Edana, Ailsa tinha puxado aos ousados Mackenzies. Enquanto suas irmãs tinham cabelos dourados, olhos azuis, figuras esbeltas e narizes perfeitos, o cabelo de Ailsa era de um loiro mais escuro, menos perceptível, seus olhos eram cinzentos, sua forma era forte, enquanto seu nariz só podia ser chamado de “proeminente”.
Era uma mistura infeliz de traços.
Não que isso importasse; Ailsa tinha 22 anos agora e não queria ser mostrada na marcha do casamento entre um grupo de jovens de dezessete anos que a enlouqueceriam com suas conversas vazias e fofocas ofegantes. Ela estava feliz por ter sido deixada no Castelo Leod, onde podia caçar, montar, pescar e - quando o clima lhe convinha - lançar um manto no chão debaixo de uma árvore, e ler para o seu coração. Havia mil coisas divertidas para fazer aqui nas terras altas, e ela amava todas elas.
Ela estava contente com sua vida, especialmente agora que Papa deixara o castelo e a propriedade sob seus cuidados. Era uma grande responsabilidade, e ela ainda estava aprendendo a responder aos desafios apresentados, um dos quais era acompanhar os idosos, às vezes, briguentos hóspedes de sua avó.
— Por que exatamente você acha que Sua Graça está desaparecida?
— Tínhamos que nos encontrar no café da manhã há quase uma hora, e também a pedido dela, pois ela queria visitar a loja na aldeia que eu lhe falei, mas não apareceu. — Edana fungou. — Eu tive que comer sozinha, já que ninguém mais estava.
— Então vocês duas estão se falando de novo.
— Ah, criança, claro que estamos falando!








15 de janeiro de 2019

Uma Princesa na Escócia

Série Príncipes de Oxenburg 
Era uma vez uma princesa adornada, mas que agora era esfarrapada...

A princesa real Tatiana Romanovin é a bela, rica e mimada, única filha do rei de Oxenburg. Em seu caminho para o casamento do primo nas terras altas da Escócia, ela e sua comitiva são apanhadas por uma gangue de ladrões. Assustados, seus servos fogem, e Tatiana logo se vê sozinha em uma hospedaria sem empregados, sem recursos e sem provas de sua identidade. Desamparada, ela aceita a oferta de um estalajadeiro compreensivo (porém descrente) para trabalhar em troca de um quarto e abrigo enquanto espera por uma resposta à carta que foi enviada para seu primo, o príncipe Nikolai. Sem outra opção, Tatiana esfrega o chão e lava a roupa suja, esperando o príncipe chegar...
“Um orgulhoso lord que perdeu uma vez e agora encontrou...Depois de um final brutal, sangrento...”

Capítulo Um

A chuva desabou sobre as pedras, espalhou ervas espessas e transformou o pátio enlameado em uma lama densa. Dentro do Leão Vermelho, a estalagem mais ao norte da velha estrada de Kinton, o estalajadeiro Ian Drummond abriu a janela da sala comunal para soltar o ar enfumaçado. Era uma noite calma, pois a chuva mantinha todos os bebedores de cerveja mais motivados, amontoados sobre seus próprios lares. Aqueles que ousaram aventurar-se no tempo para provar o bom uísque de Drummond e a excelente comida de sua esposa estavam cheios e acomodados perto do fogo, fumando seus cachimbos.
Enquanto o estalajadeiro respirava grato pelo ar fresco da chuva, uma carruagem bem equipada entrou no pátio, as rodas espirrando em poças profundas quando parou diante da ampla porta.
― Iona, venha aqui! ― Drummond chamou por cima do ombro. ― Lord Buchan veio para o jantar de sexta-feira afinal.
Sua esposa, tão baixa e redonda como ele, levantou o olhar de seu famoso ensopado para seus poucos convidados e sorriu. ― Eu não quero que ele perca a minha torta de veado. Não pela chuva.
Ela colocou a panela de ferro de volta no gancho perto do fogo e, limpando as mãos no avental, veio para ficar ao lado de Ian. Lá fora, um lacaio empacotado desceu do banco e correu para abrir a porta da carruagem. O jovem então ficou bem fora do caminho, quando Lord Buchan desembarcou. Alto e moreno, vestindo um casaco de lã grossa, uma bengala de cabeça dourada apertada em uma mão, sua senhoria desceu até a laje molhada e mancou pesadamente em direção à grande saliência que protegia a porta da frente.
O lacaio fechou a porta da carruagem e subiu em seu assento, e a equipagem rangeu para os estábulos. Iona, observando o progresso de Lord Buchan, estalou o rosto rechonchudo franzido em solidariedade. ― Ele está mancando poderosamente hoje. A chuva afeta sua perna ferida.
Mais perto agora da porta da frente, a bengala de Lord Buchan clicou ruidosamente sobre as pedras congeladas pela umidade.
― Oh, ele vai cair, ele está apoiando muito sobre aquelas pedras molhadas. ― Iona se inclinou para frente como se fosse dar um aviso.
Drummond segurou o braço dela. ― Não diga uma palavra!
― Eu só quero avisá-lo.
― Não seria bem-vindo. Ele não gosta de ser lembrado de seus ferimentos.
― Mas ele pode cair!
― Ele sabe disso. Veja o quão cuidadoso está se movendo?
Lord Buchan alcançou a saliência e Drummond deu um suspiro de alívio. ― Aí. Ele está a poucos passos da porta agora, e as pedras estão mais secas, então...
A bengala de Buchan saiu de debaixo da mão dele, indo ao chão. Ele tropeçou para frente, com o peso jogado na perna esquerda. Um fluxo de maldições aquecidas derramou-se dele, amargo e avivado.
Iona e Drummond prenderam a respiração.
Sua senhoria cambaleou até a parede e encostou-se nela, apertando a coxa com as duas mãos enquanto continuava a amaldiçoar como um marinheiro.
Drummond estremeceu com a dor crua na voz de sua senhoria.
― Eu vou ajudar. ― Iona virou nos calcanhares.
― Não! ― O estalajadeiro a puxou e deu-lhe um rápido abraço. ― Deixe-o sozinho, Iona.
― Mas ele está ferido!
― Talvez, mas ele precisará de tempo para recuperar seu orgulho. Confie em mim, que fui ferido pior do que a perna dele.
Iona soltou um suspiro. ― Bem. Você o conhece melhor que eu. Mas isso vai contra o meu coração.
― Ele vai agradecer mais por deixar o orgulho dele, senhora. Ou ele faria se soubesse da sua tolerância.
Era natural que a generosa e impulsiva Iona, que era a curandeira de sua aldeia, desejasse ajudar Lord Buchan, especialmente porque ela conhecia o rapaz desde que ele andara de calça-curta. Ah, que tristes as mudanças que o tempo fez nesse rapaz feliz desde que ele voltou da Índia, ferido e amargo.
Iona expirou exasperada. ― Eu gostaria que ele me permitisse fazer um tônico para sua dor. Ajudaria, você sabe. ― Ela balançou a cabeça. ― Bem, pelo menos ele me permite cozinhar para ele toda sexta-feira.
― E isso faz nele um mundo de melhoras também. Ele está mais forte agora e muito menos pálido.
Iona pareceu levemente apaziguada. ― Verdade. Eu vou preparar sua torta. Assim que estiver pronta, vou pedir à nova empregada para trazê-la aqui em cima. ― Ela suspirou. ― Estou feliz que a senhorita Tatiana veio até nós. Ela tem sido uma grande ajuda, embora eu tenha que treiná-la para fazer tudo. É como se ela nunca tivesse segurado um pano antes!
― Sim. Isso é estranho.
― Especialmente quando ela está contando histórias teatrais.
― Não! Outra carta?
― Sim. ― Iona, deu um tapinha no bolso do avental. ― Vou enviá-la amanhã. Ela fica imaginando por que não está conseguindo uma resposta.
― Esse é o resultado de mandar cartas para príncipes, especialmente os príncipes de Oxenburg. ― Drummond bufou. ― Não pode haver tal lugar. Eu nunca ouvi falar disso.
― Sim, apenas uma lesão na cabeça poderia causar tais desilusões. ― Iona balançou a cabeça tristemente. ― Certa vez ouvi falar de uma senhora que caiu de um cavalo e pensou que era a rainha por uma quinzena inteira. Vamos nos certificar de que nossa moça não piore seus delírios. Ela é bonita demais para se lançar no mundo sozinha. Seria comida por lobos, ela é muito inocente.
― Ninguém no mundo inteiro tem um coração melhor que você, meu amor. ― Drummond beijou Iona profundamente na bochecha, fazendo-a corar quando os homens que se aglomeravam em torno da lareira, levantaram um grito de censura zombeteiro.
― Oh, Drummond, olha o que você começou. Agora vou na cozinha. É melhor você ver o nosso convidado. ― Com o rosto vermelho, mas sorrindo, Iona saiu correndo.
O som da porta da frente abrindo alertou a Drummond que Buchan estava entrando. Endireitando o colete, o estalajadeiro foi ver seu convidado titulado.
No corredor da frente, Darrac Buchan encostou-se pesadamente contra a parede, o punho pressionado contra a coxa enquanto ondas de dor lancinante percorriam o músculo cicatrizado. Maldita perna, maldita dor, e maldita esta chuva miserável. Repetir a maldição de novo e de novo não ajudou, mas passou os minutos e, lentamente, lentamente, a dor diminuiu. Finalmente capaz de respirar, ele cerrou os dentes e, segurando a bengala com mais força, tentou colocar peso em sua perna dolorida. A dor atravessou sua coxa, mas desta vez com menos violência, e ele conseguiu ficar em pé.
― Oh, boa noite, milord!









Série Príncipes de Oxenburg
1- O Príncipe que me Amou
2- O Príncipe e Eu 
2.5- Uma Princesa na Escócia
3- Louca por um Kilt
3.5- Doze Beijos para à meia-noite
Série concluída

4 de janeiro de 2019

O Príncipe e Eu

Série Príncipes de Oxenburg
Gregori Romanovin, o príncipe guerreiro de Oxenburg, escolta sua avó para um baile no alto das Terras Altas da Escócia, quando ele e sua comitiva são roubados no ponto da espada por um grupo de rufiões. 


Conduzido por um homem apelidado de Robin Hood escocês, Gregori sentiu a sensação de que algo estava mal – que, ele, na verdade, é ela.
Lady Murian é uma jovem e bela viúva que busca vingança contra o poderoso conde que matou seu marido e roubou seu direito de nascença. Vivendo no bosque, ela e seu bando de homens banidos roubam nobres ricos visitando o conde maligno. Mas quando Murian embosca a carruagem dourada do Príncipe, ela ganha muito mais do que esperava. E ela ficou com medo de que ele seja o verdadeiro ladrão... do seu coração.

Capitulo Um

― ... As estradas são miseráveis, esta carruagem salta como uma mola e eu estou congelando. Bozhy moj, as pessoas deste país gelado nunca ouviram falar de um aquecedor de pés? ― No escuro brilho da lanterna que girava em um gancho na carruagem rangente, a Grã-Duquesa Natasha Nikolaevna esperou por uma resposta. Ela catalogou nada menos que catorze queixas, mas seu companheiro não ficou impressionado. Na verdade, ele parecia estar dormindo.
Profundamente adormecido.
Mas ela já sabia. Seu neto poderia ser um príncipe, mas ele também era um soldado ao longo da vida, que fez um nome para si mesmo em muitas batalhas duramente conquistadas. Um famoso general e o líder do Grande Exército de Oxenburg, o Príncipe Gregori Maksim Alexsandr Romanovin não dormia profundamente. Nunca.
Seus irmãos e pais o chamavam de ― Grisha―, um apelido para Gregori, mas Natasha se recusara. Desde o dia em que nasceu ela o chamou de Max, como o nome de um conquistador. O nome tinha se encaixado, para a irritação de seus pais – e o deleite de Natasha – ele cresceu preferindo Max e eventualmente se recusou a responder a qualquer outra coisa.
Mas príncipe guerreiro ou não, não havia desculpa para ignorar sua avó. Ela bateu a bengala no chão da carruagem.
Suas pestanas se deslocaram e ela soube que ele olhara rapidamente. Embora não fosse muito, provou seu ponto de vista: ela estava sendo deliberadamente ignorada.
A mão apertou-se no topo da bengala e imaginou o rosto dele se ela batesse a bengala sobre o joelho. Isso faria com que ele prestasse atenção. Infelizmente, isso também o enfureceria, e ela precisava estar em suas boas graças. Pelo menos até que ela encontrasse uma saída para sua situação não tão pequena.
Ela forçou os dedos a relaxar. Haveria tempo para resolver isso mais tarde. Por enquanto, ela deveria se concentrar em seu neto. Para ser sincera, ele a preocupava.
Como seus três irmãos, ele era alto e de ombros largos, o cabelo grosso e preto, os olhos verdes. Ao contrário de seus irmãos, ele carregava uma cicatriz em sua testa, causada pelo raspão de uma bala durante uma batalha. Outras cicatrizes marcavam o queixo e a mandíbula, e sem dúvida outras partes do seu corpo. No entanto, as cicatrizes que ela via não a preocupavam.
Ultimamente ela chegou a pensar que seu neto tinha feridas muito mais profundas. Se o que seus companheiros relataram fosse verdade, a morte do amigo de infância de Max e um dos seus principais assessores, Dimitri Fedorovich, o afetou fortemente.
Não que Max admitisse tal coisa, não importa quantas oportunidades ela lhe desse. Ele não se tornou o melhor general e o mais brilhante estrategista em toda a Europa admitindo fraqueza, e ele não estava prestes a começar agora.
Droga. Ela franziu o cenho enquanto olhava para o seu lindo perfil. Mesmo com cicatrizes, com um nariz muito quebrado, ele ainda parecia principesco. Como convém a um príncipe do sangue do imponente Oxe.
A carruagem virou para um lado, inclinando-se loucamente, como se estivesse levantando duas rodas. Natasha agarrou a borda de seu assento, mas foi jogada para a frente. Com a graça de um leão, Max a pegou no ar e colocou-a de volta no assento, assim que a carruagem bateu de volta nas quatro rodas e continuou em um ritmo muito mais rápido.
Irritada, Natasha recolheu seu xale, puxando-o de volta sobre seus ombros à luz da lanterna que balançava.
― Isso foi quase um acidente perigoso - nenhuma surpresa, considerando a forma como esse cocheiro conduz, atingindo cada solavanco e buraco na estrada.
Não mais fingindo estar dormindo, Max afastou a cortina e olhou para fora, sua sobrancelha abaixada.
Gritos se misturaram com o relincho selvagem dos cavalos e a carruagem repentinamente parou, deslizando para um lado da estrada. Houve um baque e depois uma queda, uma vez que uma roda pareceu escorregar para uma vala. Mais uma vez, Natasha voou para a frente, uma boneca de pano jogada pelo movimento brusco. Ela teria atingido a borda do assento oposto, se Max não a tivesse capturado novamente.
Ele a depositou no chão da carruagem e soprou a lanterna, lançando-os na escuridão.
Ela mexeu para voltar ao assento, mas ele colocou uma mão no ombro dela.
― Fique.
― Eu não vou sentar no chão...
― Shh! Preciso ouvir. ― Max olhou através de uma pequena abertura na cortina, uma lasca de luz da lanterna do lado de fora fazendo uma barra branca em seu rosto. ― Os vagões de bagagem também pararam.
Vozes discordantes subiram no escuro; gritando, seguido de exclamaçoes ansiosas.
Natasha notou a linha firme de sua boca, a intenção de sua expressão.
Uma voz berrou através da noite, áspera e surpreendentemente alta, pedindo aos cocheiros para se afastarem.
Natasha agarrou sua bengala mais firme.
― Salteadores? ― Ela tinha ouvido que não havia nenhum, mas ela disse a Max que eles atacavam constantemente nesta estrada isolada para convencê-lo a acompanhá-la. ― Eu lhe disse que haveria...
― Silêncio, ― ele sibilou. Outro toque na porta, desta vez um pedido estranhamente educado, mas firme, para que os dois cocheiros saissem. Ao som de uma briga, o rosto de Max ficou mais severo quando ele fechou a cortina de couro, deixando-os na escuridão. Ela ouviu um movimento farfalhante, e então um cobertor foi jogado sobre ela. ― Fique aqui.
― Nyet!




26 de dezembro de 2018

O Príncipe que me Amou

Série Príncipes de Oxenburg
Um príncipe bonito e libertino que não acredita no amor verdadeiro, encontra uma moça teimosa que não se contentará com nada menos que isso …  

O príncipe Alexsey Romanovin desfruta de sua vida despreocupada, flertando ― e mais ― com cada adorável senhora que atravessa o seu caminho. Mas quando a Grã-Duquesa Natasha interfere e decide que é hora do neto se casar, Alexsey encontra-se na Escócia determinado a frustrar seus planos. Inteligente, leitora ávida e com óculos, Bronwyn Murdoch parece ser a resposta perfeita: ela não é de todo do gosto da duquesa. Vivendo sempre às ordens da sua ambiciosa madrasta e volúveis irmãs, Bronwyn tem pouco tempo para flertar ― não importa o quão intoxicantes sejam os seus beijos. Afinal, nenhum príncipe mimado e arrogante estaria seriamente interessado numa mulher determinada como ela. Assim… Não seria divertido transformar seu jogo de cabeça para baixo e provar que uma mulher comum poderia levar um príncipe a ajoelhar-se aos seus pés?

Capítulo Um

Gentil leitora, a nossa inocente heroína, de cabelos dourados, Lucinda Wellville, está em grave perigo. Sem saber, o malvado Sir Mordred entrou em seus aposentos enquanto ela dançava no baile de seu tio, e agora está escondido atrás das cortinas da cama de seda, com uma faca apertada em sua mão deformada… O Duque Negro, por Srta. Mary Edgeworth.
Sentada à sombra de sua árvore favorita, o cheiro de grama úmida e as folhas fazendo cócegas em seu nariz, Bronwyn Murdoch virou a frágil página do pergaminho e tentou não fazer uma careta. Em algum lugar por volta do capítulo sete, ela tinha começado a se perguntar se Lucinda, a heroína irritante e incompetente do livro O Duque Negro, realmente merecia viver. A garota tola estava sempre choramingando a respeito de sua vida, enquanto se recusava a fazer qualquer coisa sobre isso.
― Eu ouso afirmar que uma vez que Sir Mordred mostrar sua vil faca, você gritará e fugirá. Apesar de conhecê-lo, você vai tropeçar em suas saias no caminho para fora da porta e alguém terá que resgatá-la.
Bronwyn olhou por cima dos óculos para a plateia, dois enormes cães de caça que ela tinha desde que eram filhotes.
― Devo ler em voz alta um pouco?
Walter, com a grande cabeça em seu colo, abriu um olho sonolento e balançou a cauda, enquanto Scott bocejava tão amplamente que era possível ver todos os seus dentes.
― Eu tomarei isso como um sim. ― Ela se encostou contra o enorme tronco de árvore, a grama espessa como uma almofada macia debaixo dela.
“Lucinda chegou ao santuário de seu quarto e fechou a porta, inclinando-se sobre ela, grata pelo silêncio pacífico que a esperava. Durante toda a noite, seu tio desfilou com ela diante de uma horda de determinados pretendentes que a observaram como um grupo de lobos famintos olhando um patinho particularmente gordo”.
Bronwyn olhou para Walter.
― Eu ficaria muito chateada se alguém me olhasse como um patinho gordo.
Ele piscou sonolento, mas parecia estar de acordo.
― Estou feliz que Papai não tem nenhum desejo de me casar ― ela disse aos cães sonolentos. Já a madrasta de Bronwyn era outra história. Como filha mais nova de um conde e muito mais preocupada com ascensão social que Bronwyn ou seu pai, Mamãe tinha tentado muito obter uma união vantajosa para Bronwyn durante a sua primeira e desastrosa temporada, marcada pela inexperiência dela com a sociedade e sua tendência natural para a solidão. Após a derrota, Bronwyn se recusou a repetir o mesmo, o que fez Mamãe começar um longo discurso até que o pai interveio e exigiu que o assunto fosse abandonado. Por ser um homem solitário, ele entendeu muito bem a angústia da filha.
Bronwyn não podia deixar de se alegrar; uma temporada já tinha sido suficiente, muito obrigada. Felizmente, com o passar dos anos, a atenção de sua mãe havia mudado para a irmã de Bronwyn, Sorcha, que faria a sua estreia em Londres na próxima temporada. Sorcha gostava de bailes e de se arrumar; e não podia esperar para ser apresentada ao mercado matrimonial.
― Mas não eu. ― Bronwyn tirou os chinelos e enrolou os dedos dos pés na grama espessa e fria antes de afundar nas emocionantes páginas de seu livro.
“Lucinda apertou as mãos contra as batidas do seu coração e abaixou sua cabeça, sua calma retornando lentamente. Alguns dos pretendentes tinham sido bonitos, alguns ricos e alguns encantadores, mas nenhum a fez sentir do jeito que Roland fez, com seus olhos azuis acinzentados e sorriso reluzente”.
Bronwyn bufou.
― Você já teve a chance de fugir com ele, sua boba covarde, mas em vez disso você chorou como um copo quebrado, resmungando sobre como você sentiria muita falta de suas irmãs para ir. Você não merece Roland.
Roland era corajoso e romântico, e o seu discurso implorando a Lucinda para fugir com ele tinha enchido os olhos de Bronwyn com lágrimas.
― Quem me dera conhecer um Roland.

 





Série Príncipes de Oxenburg
1- O Príncipe que me Amou
Série concluída


16 de junho de 2018

A Sedução de Sara

Série Rogues

Viúva e bela, Sara Lawrence prometeu frustrar os planos de seus irmãos, para que se casasse novamente.

Seu primeiro casamento foi um desastre, e ela está determinada a escolher um marido que possa deixá-la à vontade. Mas seus exasperantes, adorados e intrometidos, cinco irmãos mais velhos, estão determinados a protegê-la.
Sara está muito determinada a escolher seu próprio marido, mas possíveis candidatos são poucos em Bath ― até que o escandaloso Nicholas Montrose, o conde de Bridgeton, chega.
Nicholas dá uma olhada em Sara e a quer em sua cama, mas ela, claramente, deseja o casamento, e a felicidade conjugal não está nos planos de Nicholas.
Além disso, Nicholas tem como objetivo estabelecer respeitabilidade, enquanto Sara não se importa se escandaliza a sociedade. Apesar de suas diferenças, ele não consegue resistir à adorável Sara e concorda em ajudá-la em sua busca por um marido flexível.
Os irmãos de Sara ficam irados quando percebem que Nicholas está escoltando Sara pela cidade, e quando eles pegam os dois em uma posição comprometedora, eles exigem que eles se casem.
Nicholas vai desistir de seus modos rispidos para com Sara e, mesmo sem querer, Sara estará disposta a se casar com um homem que, com certeza, será possessivo, e, pior, certamente colocará em risco seu vulnerável coração?

Capítulo Um

Londres, 28 de janeiro de 1815
A única coisa que faltava entre Saraphina Lawrence e Hades era um respeitável leito matrimonial. Dada a escolha dela, ela teria pulado sobre a cama e corrido direto para as chamas, usando nada, além das famosas safiras Lawrence, com os braços abertos para abraçar o calor selvagem. Era uma pena que seus irmãos não saíssem do caminho. 
 ― Malditos todos os homens que interferem ― resmungou ela, olhando melancolicamente pela janela da lenta e penosa carruagem. Os olhos de sua tia se arregalaram na luz incerta que brilhava através dos fios prateados em sua têmpora. 
 ― Eu imploro seu perdão? A resposta da tia Delphi a tudo era fingir que não ouviu e parecer irritantemente inocente. Até agora, ela conquistara um duque que tivera a boa vontade de morrer dentro de doze meses do casamento e uma bela articulação que lhe dava uma quantidade surpreendente de independência. Não que a tia Delphi tenha usado isso. 
 ― Eu disse, ― Malditos todos os homens que interferem, ― repetiu Sara, mais alto. 
― Eu tenho sido mal humorada, e você sabe disso. Eu fui arrastada para fora da minha casa para participar do evento social da temporada. E forçada a andar nesta carruagem decrépita. “Como se Marcus tivesse algo diferente do que a melhor carruagem”.
 ― Somente porque meus irmãos estão decididos a me transformar em algo que eu não sou. Sara franziu o cenho para as sapatilhas brilhantes que espiavam por baixo de suas saias. Elas machucavam horrivelmente, e se ela não estivesse determinada a irritar o tedioso senso de decoro de seus irmãos, ela não teria usado aquelas coisas berrantes. 
Ela escorregou os pés e balançou os dedos no ar fresco da noite, ignorando o olhar de desaprovação de Delphi. Embora odiasse sua arrogância, talvez fosse bom que Marcus a tivesse convocado. Já era hora de resolver esse problema de uma vez por todas. 
Ela estava além de ouvir conselhos solenes; cada minuto que ela caminhava na fronteira da ruína e desafiava a face impassível da sociedade, a estimulava. Pela primeira vez desde a morte de Júlio, ela se sentiu viva. Viva e livre. Tia Delphi sacudiu a cabeça. 
 ― Você enlouqueceu. Desde que Júlio morreu, você...
 ― Ele morreu, mas eu não.








Série Rogues
1 - O Sequestro de Julia
2 - O Preço de uma Noiva
3 - A Sedução de Sara
Série Concluída

11 de novembro de 2012

O Sequestro De Julia

Série Rogues
O que uma dama respeitável pode fazer quando é sequestrada com a nobre intenção do casamento? 

Se casar com o sequestrador, é claro!
Julia Frant amou secretamente e a distância, Alec MacLean, o selvagem Visconde de Hunterston.

Quando acidentalmente ele a sequestra no lugar de sua bela e intrigante prima, Julia aproveita a oportunidade para fazer seus sonhos apaixonados transformarem-se em realidade.
Alec não está em posição de recusar: se não se casar antes da meia-noite e não conviver com a alta sociedade durante um ano, sem se envolver em nenhum escândalo, perderá sua herança.
Seu casamento com Julia garantirá sua fortuna.
Mas assistindo seu patinho feio se transformar num elegante cisne, Alec, de repente, não pode manter-se afastado de sua esposa, e quando a beija, a herança é a última coisa que pensa.

Por desgraça, o escândalo pode acontecer até com as melhores intenções...
E Julia nunca careceu de boas intenções! 


Capítulo Um

Hampstead Heath, Inglaterra Maio de 1812.

Era uma noite infernal para uma fuga.
Depois de três horas de tempestade, finalmente a chuva dava trégua.
Uma manta de névoa fantasmagórica deslizava sobre o meio fio da estreita rua, estranhamente brilhante pela luz de lua. Alec MacLean, quinto Visconde de Hunterston, dirigiu a carruagem até detê-la com um súbito estrondo no pátio da Estalagem “Bigorna Negra”, salpicando de barro a porta da estalagem e enviando borrifos de água através dos atoleiros negros.
Seu cavalariço, Johnston, saiu encharcado debaixo de uma cobertura. 
 — Aí está você milorde. Um pouco atrasado, não acha? 
— A dama aparentemente não pôde marcar um horário certo — disse Alec, encolhendo os ombros. 
— Uma mulher que o manteve esperando no altar não se deterá diante de nada. O velho criado profetizou tristemente. 
Alec o ignorou e desceu do banco do cocheiro. Johnston era uma relíquia da família, com sua habitual língua áspera galesa.
Embora normalmente Alec argumentasse contra esse olhar sério, nesta ocasião, temia que ele estivesse certo. 
A porta rangeu quando o passageiro tentou abri-la por dentro. Johnston grunhiu.
— A porta enguiçou de novo. 
— É uma pena, mas não temos tempo para isso agora. Alec consultou seu relógio. Já eram dez horas. 
Considerando a condição das estradas de Londres, ele conseguiu fazer o percurso num tempo notável.
O barulho na carruagem aumentou consideravelmente até se transformar num incômodo. 
Johnston olhou à carruagem com um olhar interessado.
— A dama parece um pouco determinada. Acha que mudou de ideia a respeito de casar-se com você? 
— Com a quantidade de dinheiro que espera que eu herde? Altamente improvável. 
Mimada e vaidosa, Therese já tinha tudo planejado, era seu objetivo desde o começo. 
Queria dinheiro, poder e posição.
A ideia revolvia seu estômago. 
Ele evitara a alta sociedade toda sua vida, sua hipocrisia, ódio e falsa cortesia, só para terminar assim... Arrastando seus calcanhares para o caminho do altar, capturado em uma única temporada.
A carruagem balançou furiosamente, os golpes constantes foram substituídos por outros mais fortes e determinados, com uma demanda de libertação. 
Alec suspirou e pôs seu relógio no bolso interior de seu casaco. 
Série Rogues
1 - O Sequestro de Julia
2 - O Preço de uma Noiva
3 - A Sedução de Sara
Série Concluída

20 de novembro de 2011

1- O Primeiro Beijo

Série Lady Whistledown Strikes Back

Um elegante caçador de fortunas é cativado pela debutante mais desejada da temporada... e deve provar que está ali para roubar o coração da dama, e não o seu dote.

Um jantar desastroso em que um bracelete de rubis desaparece e quatro casais descobrem ou redescobrem suas almas gêmeas estimulam essa coleção.
Cada história segue um casal enquanto eles tentam lidar com os obstáculos do amor, mas as histórias são habilmente entrelaçadas no ponto onde eles presenciam os mesmos encontros e repetem os mesmos diálogos de diferentes pontos de vista.
Por vezes, referências à outros casais podem parecer forçados, mas os autores são bem sucedidos em unir suas hilárias e, por vezes, tocantes histórias de amor em um delicioso romance.

Similaridades a parte: as heroínas são solteiras e virgens, os heróis solteiros, mas não virgens, e todos estão gratos por terem se encontrado. 
Apenas a história de Hawkins, composto por um casal afastado, mas casados há doze anos, fica estranhamente a parte, onde se exploram as questões sombrias do orgulho, da traição e do perdão. Quem roubou o bracelete de Lady Neeley?
Foi um caçador de fortunas, um jogador, uma criada, ou um malandro? Toda a Londres está zumbindo com as especulações, mas é claro que um dos quatro casais está envolvido no crime.

Capítulo Um

O convite mais desejado desta semana parece ser do Jantar de lady Neeley, que se realizará terça à noite. A lista de convidados não é longa, nem muito exclusiva, mas espalharam-se histórias do Jantar do ano passado, ou, para ser mais específica, do menu, e toda a Londres (especialmente aqueles de uma esfera mais elevada) estão ansiosos para comparecer.
Esta autora não foi agraciada com um convite e por tal deveria sofrer em casa com um jarro de vinho, uma fatia de pão, e esta coluna, mas aí de mim, não sinta piedade, Querido Leitor.
Diferentemente daqueles frequentando o próximo espetáculo degustativo.
Esta Autora não tem que escutar lady Neeley!
Tillie Howard supôs que a noite podia ficar pior, mas realmente, ela não imaginava como.
Ela não quisera frequentar o jantar de lady Neeley, mas seus pais insistiram, e então aqui ela estava, tentando ignorar o fato de que sua anfitriã - a ocasionalmente-temida, ocasionalmente-zombada lady Neeley - tinha uma voz parecida com o arranhar de unhas numa lousa.
Tillie também estava tentando ignorar os ruídos de seu estômago, que esperava alimento pelo menos uma hora mais cedo.
O convite dizia sete da noite, e então Tillie e seus pais, o Conde e Condessa de Canby, chegaram pontualmente meia hora mais tarde, com a expectativa de ser levados para a ceia às oito.
Mas aqui estavam, quase nove, sem sinal de que lady Neeley pretendia em algum momento esquecer a conversa para comer.
Mas o que Tillie estava mesmo tentando ignorar, o que de fato teria feito ela fugir da sala para evitar, se ela tivesse achado uma maneira de o fazer sem causar uma cena, era o homem que estava a seu lado.

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2- O Melhor de dois Mundos

Uma jovem inocente que passou toda sua vida escrupulosamente evitando escândalos está de repente – e secretamente – sendo cortejada pelo mais notório malandro de Londres

Uma coleção soberba de histórias da era regencial que é pontuada por engenhosos e alfinetantes comentários da colunista de fofocas: Lady Whistledown. Um jantar desastroso em que um bracelete de rubis desaparece e quatro casais descobrem ou redescobrem suas almas gêmeas estimulam essa coleção.
Cada história segue um casal enquanto eles tentam lidar com os obstáculos do amor, mas as histórias são habilmente entrelaçadas no ponto onde eles presenciam os mesmos encontros e repetem os mesmos diálogos de diferentes pontos de vista.  
Por vezes, referências à outros casais podem parecer forçados, mas os autores são bem sucedidos em unir suas hilárias e, por vezes, tocantes histórias de amor em um delicioso romance.  Similaridades a parte: as heroínas são solteiras e virgens, os heróis solteiros, mas não virgens, e todos estão gratos por terem se encontrado.
Apenas a história de Hawkins, composto por um casal afastado, mas casados há doze anos, fica estranhamente a parte, onde se exploram as questões sombrias do orgulho, da traição e do perdão.
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3- Única pra Mim

Um visconde viajante retorna ao lar para reacender as labaredas apaixonadas de seu casamento...
Apenas para descobrir que sua linda noiva cabeça dura não será tão fácil de ser conquistada.

Capítulo Um

Não se pode evitar notar que um dos casais mais devotados recentemente são Lady Easterly e Mr. Riddleton.
Este seria um par adorável, uma vez que ambos são bonitos e ricos, exceto pelo fato de que Lady Easterly é... como esta autora pode dizer delicadamente?... casada.
Ela é casada?
Claro que sim, ela é casada. Casou-se com o visconde de Easterly há muitos anos, e tal união foi celebrada na corte e na igreja. Mas poucos meses depois do casamento, o visconde a abandonou e fugiu para o Continente seguido por um escândalo extremamente sórdido envolvendo jogo de cartas.
O que deixou Lady Easterly por conta própria. A reputação dela tem sido impecável e o comportamento bastante exemplar, mas não se pode deixar de perguntar...
E se esta senhora se apaixonar? O que acontecerá então?
LADY WHISTLEDOWN'S SOCIETY PAPERS, 23 de MAIO de 1816
— Então deve ser assassinato. — Lady Sophia Throckmorton Hampton, viscondessa de Easterly, olhou em volta de si para ter certeza de que os outros convidados de Lady Neeley não podiam ouvi-la.
Felizmente, quase todos eles estavam do outro lado da sala, admirando o novo bracelete da anfitriã. — Vou espetá-lo com o atiçador da lareira e então você pode assá-lo com uma vela.
O irmão de Sophia, John Throckmorton, o conde de Standwick, olhou a vitima em dúvida.
— Quanto tempo ele levará para assar?
— Apenas alguns minutos, eu acho. Ele não é muito grande.
— Realmente. Lorde Afton tem um papagaio que é duas vezes maior. Pena que não podemos assá-lo ao invés desse aí. — John inclinou a cabeça para um lado. — Aposto que ele deve ter gosto de galinha.
Sophia pressionou o estômago com a mão.
— Gostaria que Lady Neeley levasse-nos para jantar... estamos esperando já faz um hora. Se ela não fizer algo logo, alguém além de nós pensará em cozinhar o pássaro dela, e não estarão brincando.

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4- A Última Tentação

Uma encantadora e rebelde criada está deslumbrada com as românticas intenções de um charmoso conde... despontando em um romance escandaloso que poderia ser a ruína dos dois.

Esta Autora suspeita, porém, que se quaisquer dos convidados de lady Neeley tivessem que apontar para a verdadeira tragédia de ontem à noite, eles não mencionariam o bracelete perdido, mas sim a comida que ficou por comer. 
(Os convidados foram, bastante tragicamente, separados de sua comida durante o prato de sopa.) 
Esta Autora sabe, com a melhor autoridade, que o menu era para ser constituído por costeletas de cordeiro com pepino, ragu de carne de vitela, guisado de aves com caril e pudim de lagosta no primeiro prato. 
O segundo era para ter pernil de cordeiro, aves assadas, capão cozido com molho branco, presunto estufado, vitela assada e torta.
Esta Autora não deve comentar as sobremesas, que permaneceram sem serem degustadas. É um assunto extremamente doloroso para contemplar.
ECOS da SOCIEDADE de LADY WHISTLEDOWN, 29 de maio de 1816
A casa inteira cheirava a lagosta: lagosta velha, demasiado passada. Não o adorável e tentador cheiro, que fez Isabella ter água na boca enquanto lady Neeley os obrigara a esperar pelo jantar, a noite anterior. 
Oh, não, esta manhã o cheiro de lagosta penetrou cada fio de cada almofada de cada sofá e cadeira, e já não era absolutamente tentador.
Isabella Martin desceu para a cozinha silenciosamente, pelas escadas traseiras dos empregados. Ela segurou sua respiração e cuidadosamente saltou o degrau que rangia. Não queria enfrentar lady Neeley, não ainda, pelo menos. E definitivamente não podia lidar com o papagaio vindo dos infernos de lady Neeley. Aquele pássaro estúpido fez de uma noite terrível, quase insuportável. E o fato de que lady Neeley nada fez para ajudar Isabella, deixou um gosto muito ruim em sua boca.
Depois de dez anos de ser sua constante companheira, Isabella merecia, ao menos, que a mulher mais velha tivesse posto a inoportuna peste no armário por uma noite. Mas, não, Isabella passou a noite inteira fugindo enquanto o estúpido pássaro tentava beijá-la com seu bico dolorosamente afiado.
Tal era maldito o papagaio, qual era maldita Lady Neeley, pensou Isabella quando finalmente entrou pela porta da cozinha.
Christophe estava ocupado fazendo um tipo qualquer de massa que cheirava sinistramente a lagosta. Ele olhou para cima quando ela entrou.
— Bom dia, Christophe. — disse Bella com um sorriso brilhante.
— Bom? — ele perguntou. — Você usa essa palavra e eu penso que não entendo. Talvez, sim, agora que a bonita Bella ilumina minha cozinha com seu sorriso, esteja um pouco bom.
Bella riu e sorriu mais. Sempre encantador, Christophe. Bella deslizou sobre um tamborete do outro lado da mesa, do chefe de cozinha francês, que ela encontrara para lady Neeley, mais ou menos cinco anos antes. Ele era um homem pequeno, mais ou menos cinco anos mais jovem que Bella e uns bons metros menor que ela, com cabelo escuro e olhos ainda mais escuros. E sempre que Bella se sentia um pouco triste, ela sabia que podia se sentar na quente cozinha de Christophe, rodeada por aromas suculentos e receber elogios, um atrás do outro até que sua cabeça se inundasse neles.
Christophe abanava sua cabeça naquele momento e piscava como se lutando contra as lágrimas. — Meu jantar arruinado! 

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1 - Julia Quinn
2 - Suzanne Enoch 
3 - Karen Hawkins
4 - Mia Ryan - A Última Tentação
Série Concluída

24 de abril de 2011

O Preço de uma Noiva

Série Rogues
Ela jamais se casaria com ele!
O último homem que Arabella Hadley deseja ver outra vez é Lucien Deveraux, o charmoso, atraente e dissoluto duque de Wexford, que anos atrás partiu seu coração e depois foi embora para Londres.

Por isso, quando encontra um homem desfalecido na estrada deserta que leva à sua casa, e reconhece Lucien, ela fica tentada a deixá-lo ali mesmo e prosseguir caminho.
Mais perturbador, porém, do que a presença dele, é o beijo ardente que ele deposita em seus lábios chocados, e sua própria reação àquela carícia.
Seria muito insensato levá-lo para casa para se recuperar?...
Isto é, pensando bem,talvez sim...
Lucien não se atreve a revelar por que voltou para sua propriedade no campo, nem por que abandonou a encantadora Arabella anos atrás.
Principalmente porque é óbvio que ela esconde algum segredo.
Mas quando as tias casamenteiras de Arabella dão um jeito de comprometer os dois, eles são obrigados a se tornar marido e mulher...
O que dificulta ainda mais lutar contra a paixão que nunca deixou de existir...

Capítulo Um

Yorkshire, Inglaterra Novembro 1814

Wilson! Por que tinha de fazer isso?
A carruagem parou de repente, derrubando o cesto onde havia potes de geléia de framboesa.
Os potes se quebraram.
Alarmada, Arabella Hadley abriu a porta do veículo e olhou para a noite escura.
— Ned? O que aconteceu?
— Venha depressa, Srta. Hadley! — chamou o empregado.
Rapaz simples de dezessete anos, ele também servia de lacaio, menino de recados, assistente de cozinha, e fazia todos os outros trabalhos pelos quais Arabella não podia pagar.
— Wilson fez aquilo de novo. A voz do velho cavalariço se ergueu em protesto.
— Quieto menino falastrão! Não precisa chamar à senhora.
Arabella passou por cima da geléia derramada e desceu da carruagem.
Esperava que Wilson não houvesse atropelado outro porco miserável.
Lorde Harlbrook ainda não havia se recuperado da perda de seu precioso animal no mês anterior. Ela parou diante da carruagem.
— Por que paramos?
Ned apontou para Wilson, que resmungava de cabeça baixa.
— Ele dirigia como um maluco e...
— Eu não! — Wilson protestou.
— Sim, você dirigia! E quando fez a curva, deve ter assustado o cavalo daquele homem, porque ele empinou e...
— Que homem? — Arabella interrompeu. Wilson apontou para a lateral da estrada.
Arabella se virou apreensiva.
Na escuridão da noite, só conseguia ver a silhueta de um homem caído no chão.
Seu coração quase parou quando ela identificou o casaco de múltiplas camadas e o inconfundível brilho de um caríssimo par de botas Hessian, polido com perfeição.
— Por Deus! — ela gemeu. — Ele está... morto?


Série Rogues
1 - O Sequestro de Julia
2 - O Preço de uma Noiva
3 - A Sedução de Sara
Série Concluída

10 de março de 2010

A Tentação Mora ao Lado







Entregando o Coração!

Ferido na guerra, Tristan Llevanth não pode retomar a vida que tinha antes, e que tanto adorava, navegando no oceano.
Para Tristan, a vida perdeu o desafio. Pelo menos é o que ele pensa...
Até seu leal mordomo Reeves insistir em trazer para o convívio de seu lar a jovem linda e petulante que mora na casa vizinha...
Reeves acredita que Tristan precisa de um estímulo para recuperar a alegria de viver. E quem melhor para isso que Prudence Thistlewaite, a adorável dama que mora na casa ao lado?
Prudence quer distância de seu vizinho, um homem perigosamente atraente e mal-humorado.
Mas a quantia que Reeves lhe oferece para suavizar os maus modos de capitão é irrecusável.
Ela será capaz de domar o rebelde capitão, ou ele conseguirá o que mais almeja, conquistar o coração da adorável Prudence?

Capítulo Um

Solar Rochester, Somerset, Inglaterra, 1806.
Manso e límpido, o rio deslizava pelos bosques viçosos, flertando aqui e acolá com o caminho pavimentado por pedras, antes de desembocar suavemente numa enorme lagoa cristalina. As águas azuladas refletiam os contornos impecáveis de uma praça meticulosamente planejada, enfeitada por várias colunas e uma fonte de mármore róseo. No transcorrer dos anos, aquele largo servira como lugar secreto de encontros amorosos não só para nobres como também para plebeus.
Próximo àquele bem orquestrado pedacinho de paraíso erguia-se uma colina. No alto dela, como uma coroa disposta sobre uma almofada de veludo verde, ficava uma sólida e majestosa mansão de tijolos aparentes numa tonalidade que tendia ao dourado.
Suas janelas em painéis cintilavam de um modo encantador ao sol do fim de tarde.
O solar Rochester era tido como um exemplo ideal de refinamento, ilustração e civilidade.
O próprio rei já tinha enaltecido a mansão e seus aprestos, referindo-se a eles como: "os mais seletos e requintados de toda a Inglaterra". O comentário fora feito havia um bom par de anos e, à época, o sexto conde apenas meneara de leve a cabeça como forma de agradecer ao elogio; por dentro se sentia radiante, evidentemente, no entanto demonstrar tal satisfação teria sido um gesto grosseiro. E Rochester podia ser tudo, menos uma pessoa mal-educada.
De qualquer modo, ainda hoje o conde se permitia o prazer de pôr-se a rememorar a afirmação do rei. Quase toda noite, antes de fechar os olhos, recordava-se não somente das palavras elogiosas, mas também da exata expressão do monarca ao proferi-las. Além de ajudá-lo a adormecer, a lembrança lhe propiciava sonhos deliciosos.
Exceto agora, obviamente. No momento Rochester andava ocupado demais com a irritante obrigação de morrer com dignidade. A parte de morrer, calculava, era a mais simples; o que dava trabalho era o complemento "com dignidade".
Como sempre, a compostura tinha seu preço. Isso era algo que ele aprendera muito, muito tempo atrás. A bem da verdade, a morte em si não o preocupava nem um pouco.