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28 de setembro de 2013

Coração Negro

Trilogia Irmãs Banning
Uma bela jovem vê sua vida transformada quando um belo canalha cruza seu caminho. 

Lady Elizabeth, a mais jovem e teimosa das três irmãs Banning, provoca um escândalo cada vez que rompe um compromisso. 
A sociedade a considera uma descarada, mas é o temor de que um homem seja seu dono o que fez dela uma rompe corações. 
Neil Severin, um belo canalha com o coração tão negro como sua reputação, é um assassino do governo que agora caiu em desgraça. 
Seu último alvo era um cavalheiro muito querido por Beth, e ela frustrou seus planos. 
Neil promete a si mesmo utilizá-la para seus propósitos, mas então as circunstâncias os convertem em inesperados companheiros de aventuras…

Capítulo Um

Abril, 1817

Aquilo era culpa como sempre de seu condenado temperamento, pensou lady Elizabeth Banning com abatimento enquanto elevava a vista à cara avermelhada de seu último prometido.
— Está dizendo que irá me deixar? — exigiu William com incredulidade.
O conde de Rosen era de estatura mediana e possuía uma constituição um tanto robusta que, conforme suspeitava Beth, tenderia a acumular gordura com a idade. Mas agora mesmo tinha vinte e seis anos, mandíbula quadrada, traços agraciados, faiscantes olhos azuis e espesso cabelo loiro cortado segundo o imperante estilo romano. Era considerado um homem atraente por centenas de mulheres interessadas nesse tipo de coisas. O certo era que não conhecia nenhuma que não o visse assim. Embora, é obvio, todas elas valorizavam também os ganhos de quase vinte mil libras anuais que recebia.
Algo que a ela, infelizmente, importava muito pouco.
— Não estou deixando-o. Só estou dizendo que não deveríamos nos casar.
Estavam frente a um par de janelas altas, cobertas por cortinas entreabertas de veludo cor granada, que ocupavam a parede mais afastada da biblioteca de Richmond House, a residência londrina do duque de Richmond, o cunhado de Beth. William se encontrava a menos de um metro dela e a jovem sentiu uma corrente de ar nos ombros. Estavam nus devido ao atrevido e inovador decote do brilhante vestido dourado de corte império que havia escolhido para ressaltar seus cachos acobreados. O certo era que aquela noite no começo de abril não fazia muito calor na habitação apesar do fogo que chispava na lareira. Entretanto, em vez de tiritar, Beth cruzou os braços, elevou o queixo, quadrou os ombros e sustentou o olhar de William sem alterar-se, sentindo-se cada vez mais encolerizada. As conversas dessa índole jamais eram fáceis e ela sabia muito bem por experiência própria. Mas mesmo assim, era algo que deveria fazer e já havia adiado muito tempo.
— Não pode falar sério. Minha mãe está aqui. — William praticamente estremecia ante a afronta. A mãe dele, lady Rosen, era uma das matronas melhor consideradas da sociedade e, durante os últimos dois anos, não havia se incomodado em ocultar a opinião sobre Beth: considerava-a “muito descarada”. Beth não tinha dúvida de que quando William anunciou a mãe que queria casar com ela se fez merecedor de um montão de recriminações e rios de lágrimas.
— Sinto muitíssimo. — Beth o olhou cheia de remorso.
Pensar que ele teria que enfrentar a formidável mãe a fez sentir-se ainda mais culpada. Lamentava de verdade. De momento, só a família mais próxima estava à par do compromisso, que havia se formalizado fazia apenas uma semana. Embora Beth começou a arrepender-se só uma hora depois de aceitar a oferta. Deveria ter esclarecido as coisas imediatamente, mas ele era um bom partido e ela, que já havia completado vinte e um anos e desfrutava da terceira temporada, deixando para trás a flor da juventude e a idade em que se casavam quase todas as jovens. Depois de caçar William – e admitia ante si mesma ter feito para jogar na cara da mal intencionada irmã do conde – tinha pensado, esperado, desejado, que se tentasse com suficiente afinco, as coisas poderiam resultar diferentes desta vez. 

Trilogia Irmãs Banning
1 - Escandaloso
2 - Irresistível
3 - Coração Negro
Trilogia Concluída

23 de setembro de 2012

Irresistível

Trilogia Irmãs Banning
Claire Banning cumpre os sonhos de toda debutante quando se casa com um rico aristocrata. 
Entretanto, não demora em perceber que se casou com uma doninha. 
Amargamente ferida e desesperadamente sozinha Claire jura, ao menos, ocupar seu lugar na sociedade. 
Então em uma viagem de volta ao imóvel do marido na costa de Sussex, é raptada, e sua vida e seu coração mudarão para sempre. 
Hugh Battancourt, um sombrio e perigoso aristocrata, que muito tempo atrás virou as costas à sociedade e agora leva uma vida secreta dedicada ao serviço do país, está decidido a não se deixar influenciar pela beleza de sua prisioneira enquanto compartilha um camarote em um navio rumo à França. 
Há vidas dependendo da recuperação de uma carta repleta de segredos que se encontra em poder de Claire e que ela pretende entregar ao inimigo. 
Mas mesmo que Claire e Hugh se envolvam em uma batalha de vontades e engenho, captor e cativa se sentem atraídos irresistivelmente um pelo outro. 
Claire se pergunta, se será possível descobrir o verdadeiro significado do amor com este belo desconhecido… desconhecido que arriscará a vida para protegê-la de alguém que a está pondo em perigo… 

Comentário revisora Nathalia D.:  O livro é bom, com um bom enredo, mistério e romance o suficiente para ficar na memória.

Capítulo Um

Janeiro de 1813.

Se a capturassem, morreria.
-Por todos os diabos, pode-se saber onde está?
Aquela voz sem corpo soava assustadoramente próxima. Aterrorizou-a o fato de que chegasse a seus ouvidos por cima do rugido das ondas. Estavam perto. Correu mais depressa ainda, apesar da natureza traiçoeira do terreno que pisava. Não podia parar…   -Será pior para você, pequena rameira, quando voltar a pôr minhas mãos em você.
Ouvia a voz quase em cima dela. Claire deu uma rápida olhada e viu que o gélido disco da lua acabava de se elevar o suficiente no céu e aparecia pela beira do escarpado. Sob sua luz glacial, a jovem mal podia distinguir a silhueta escura de quem falava entre a névoa espessa e cinza que surgia do mar durante as longas horas que seguiram ao entardecer. O coração batia no peito e tremia; lutou por segurar o fôlego e evitar que se convertesse em um ofego aterrorizado e audível. Por mais perigoso que fosse o caminho pelo qual se arrastava, era sua única rota de fuga. A língua de terra inspecionada por seus perseguidores era estreita e terminava em uma queda de uns trinta metros ao agitado Atlântico, a apenas umas centenas de metros de onde ela se aferrava ao penhasco. Estando nesse saliente pantanoso cuja topografia obrigava a dar a volta, teria ido parar diretamente nos braços daqueles que pretendiam matá-la.   -Lamentará o dia que tentou zombar de mim, jovenzinha, eu prometo.   Claire compreendeu com um estremecimento de horror que o homem sabia, ou ao menos suspeitava que estivesse perto. De outro modo as ameaças careceriam de sentido. Obrigou-se a renunciar ao duvidoso consolo de olhar outra vez, por medo de que o homem visse o brilho pálido de seu rosto contra o negrume da rocha, e lutou por manter o pânico a raia enquanto continuava arrastando-se. De repente escorregou. Conteve um grito com muita dificuldade e se aferrou a parede para se segurar. Estendeu a mão, arranhou a rocha com desespero e fechou os dedos ao redor de uma pedra saliente que a salvou. Recuperou o equilíbrio e, por um instante, ficou completamente imóvel, com o peito palpitante apertado com força contra o granito implacável, o coração golpeando entre as costelas e os olhos fechados, enquanto tentava recuperar a respiração.
Segundos mais tarde, com certo tom de humor negro, enquanto contemplava a espuma branca que se chocava contra a praia de rochas e franqueava o ponto mais difícil, pensou que se caísse não teria que preocupar-se se por acaso seus perseguidores a assassinavam. Ela mesma teria se encarregado de levar o trabalho a cabo, e com bastante eficiência, certamente.
Ao pensar na queda, em precipitar-se pelo penhasco e estatelar-se contra as afiadas rochas do fundo, ficou completamente paralisada ali mesmo. Mas depois teve uma visão ainda mais horrenda: o destino que seus perseguidores tinham planejado para ela e que Claire escutou enquanto permanecia amarrada a imunda cabeceira de uma cama que seus captores tinham em uma habitação, junto á cozinha da granja a qual eles a levaram. Ao longo da madrugada, enquanto as pessoas decentes dormiam e o restante sabia que era melhor olhar para outro lado, pensavam levá-la ao mar aberto e jogá-la, com os pés e mãos amarrados, as gélidas profundidades. A jogariam como um gatinho recém-nascido; isso era o que havia dito o líder do grupo com uma voz arrepiante e em um tom de despreocupada jovialidade. Claire voltou a estremecer, e um espasmo violento a fez tremer ao recordar essas desumanas palavras.
Aquele bando de desconhecidos brutais pretendia matá-la. Mas por quê? Por quê? Revirou o cérebro, mas não encontrava nenhuma resposta que tivesse sentido. Não havia voltado a formular essa pergunta desde que enganou o homem que agora a procurava. Conseguiu livrar-se das amarras ao fingir a imperiosa necessidade de usar o urinol. Quando o indivíduo a desamarrou, Claire o golpeou com o penico assim que este lhe deu as costas à contra gosto e fugiu. Esteve muito ocupada correndo para se salvar.

Trilogia Irmãs Banning
1 - Escandaloso
2 - Irresistível
3 - Coração Negro
Trilogia Concluída

17 de dezembro de 2011

Escandaloso

Trilogia Irmãs Banning
Sem fortuna e com duas irmãs para cuidar, Gabriella Banning tinha assumido que seria uma solteirona para sempre. 
Mas o azar a impeliu a tomar uma decisão extrema e, inesperadamente, sua vida se veria sacudida pela paixão, a raiva e o desconcerto. 
Um homem teimoso e muito atraente, que se apresentaria como o conde Wickham, estava a ponto de cruzar seu caminho. 
Curiosamente, o mesmo nome de seu longínquo meio-irmão criado na Ásia. E, também, o mesmo cuja morte Gabriella teve conhecimento fazia só um par de dias.

Capítulo Um

— Lamento ser portador de más notícias, senhorita Gabby.
Lady Gabriella Banning pensou que, mais que lamentar, Jem Downes parecia profundamente angustiado devido à notícia pela qual havia atravessado um oceano e parte de dois continentes. Este fixou seus tristes e úmidos olhos castanhos nos olhos cinza de Gabby, que o olhava intrigada.
Atrás de Jem, o velho mordomo Stivers se inclinou e se retirou discretamente, fechando a porta com um suave clique. O cheiro a umidade que vertiam as roupas de Jem predominava sobre o leve aroma de enxofre do fogo de carvão e a vela que chispava junto ao cotovelo de Gabby. Jem sustentava o chapéu entre as mãos; suas roupas de viagem estavam cobertas de manchas úmidas e reluzentes das gotas de chuva devido ao tremendo toró que caía naquele momento. Suas botas e calça estavam manchadas de barro. Em circunstâncias normais, o velho criado que levava toda a vida a serviço da família jamais teria se atrevido a se apresentar dessa maneira diante dela. O fato de que não tivesse esperado o dia seguinte nem tivesse mudado de roupa indicava claramente seu estado de ânimo.
Quase inconscientemente, Gabby se preparou para receber o golpe.
Apertou os lábios e endireitou as costas até ficar sentada muito rígida atrás da enorme escrivaninha situada em um canto do escritório, onde havia se retirado depois do jantar para revisar as contas da casa. Até esse momento, sua maior preocupação era cortar alguns xelins dos gastos da propriedade, o qual já havia reduzido ao máximo. As palavras de Jem fizeram que o coração encolhesse e apagassem de sua mente a situação financeira da família. O único sinal externo de sua repentina ansiedade era a crispação da mão com que sustentava a pena. Consciente disto, Gabby deixou a pluma junto ao tinteiro e apoiou as mãos pálidas e finas sobre o livro de conta aberto diante dela.
Do lado de fora, os trovões descarregavam com tal violência que o fragor transpassava inclusive os robustos muros de Hawthorne Hall, semelhantes aos de uma fortaleza. De repente as chamas na lareira se encabritaram, sem dúvida porque deviam ter caído algumas gotas de chuva pela chaminé. Gabby interpretou o súbito trovejar e a intensificação da luz quase como um sinal prodigioso e reprimiu, não sem esforço, um calafrio.
« E agora o que? -pensou olhando Jem-. Deus Santo! E agora o que? » — Viu meu irmão?
Uma vida convivendo com o homem mais cruel que se pode imaginar havia mostrado a Gabby a necessidade de manter um aspecto impávido, por mais horrível que fosse a calamidade que se abatesse sobre ela. Seu tom era gélido.
— O conde está morto, senhorita Gabby.
Consciente da terrível importância dessa notícia, Jem espremeu nervoso seu chapéu até deixá-lo quase irreconhecível. E apesar de seus cinqüenta e tantos anos, seu cabelo curto e grisalho e seus traços proeminentes conservavam o corpo miúdo e esbelto do cavaleiro que havia sido antigamente. A postura que apresentava nesse instante, com a costa encurvada devido ao peso da notícia que devia comunicar a sua senhora, o fazia parecer mais baixo do que era.
Gabby emitiu um breve e profundo suspiro, como se tivessem lhe dado um soco. Estava preparada para que Marcus rechaçasse seu pedido ou inclusive a repreendesse por ter se atrevido a formulá-lo, assumindo que Marcus tivesse um caráter semelhante a seu pai. Mas não para isto. Marcus Banning, o meio-irmão de Gabby, quem como resultado da morte de seu pai há dezoito meses se converteu no sétimo conde de Wickham, tinha só seis anos mais que ela. Fazia dois meses, já que o novo conde não mostrava nenhuma pressa para ir á Inglaterra e reclamar sua herança. Gabby tinha enviado Jem com uma carta dirigida a seu irmão à ilha de Ceilán, onde Marcus passou boa parte de sua vida em uma plantação de chá de propriedade da família de sua mãe. Na carta, Gabby expôs a Marcus as circunstâncias o mais brevemente possível e lhe pedia permissão e recursos para levar sua irmã Claire a Londres e celebrar seu debut, adiado desde fazia muito tempo.

Trilogia Irmãs Banning
1 - Escandaloso
2 - Irresistível
3 - Coração Negro
Trilogia Concluída