A ascensão de Eduardo I ao trono da Inglaterra restaurou a autoridade real e as finanças, abaladas durante o reinado de seu pai, Henrique III.
Dotado de extraordinário vigor físico, que lhe valeu o apelido de Pernas longas, Eduardo deixou a marca de sua personalidade num período em que a Inglaterra atingiu o auge da prosperidade.
No Sétimo Livro da Saga dos Plantagenetas, Jean Plaidy reconstitui a trajetória deste notável estadista, da coroação ao segundo casamento com a irmã do rei de França, e a luta para alcançar a unidade britânica através da conquista da scócia e do País de Gales.
Seu único ponto de fragilidade era a constante preocupação com os filhos, especialmente com o jovem Eduardo - a quem, no futuro, deveria entregar a Coroa...
Capítulo Um
O Rei Volta para Casa
Embora o Rei tivesse morrido fazia mais de um ano, a rainha ainda lamentava a sua perda. Em algum lugar além-mar estava seu filho, o novo rei, que agora precisava voltar para reivindicar a coroa. A rainha, que durante tanto tempo governara o marido e, portanto, a corte, ficara prostrada de dor.
Ela não pensava em outra coisa, a não ser em que ele se fora para sempre - aquele seu querido e bondoso marido que a adorara a partir do dia em que ela lhe fora apresentada como sua noiva.
Muitas vezes ela sorria ao lembrar o quanto ele regateara, quando o casamento dos dois fora negociado, sobre a insignificância do seu dote, e que chegara um momento em que parecera que, devido à pobreza do pai dela, não haveria casamento. No entanto, assim que ele a vira, aquele pagamento deixara de ter qualquer importância, e a partir daquele momento e durante a vida toda ele não fizera segredo do fato de se considerar o mais feliz dos monarcas por ter conseguido como esposa aquela filha sem dote de um conde pobre.
Fora amor à primeira vista, e continuara pela vida toda. Ela o dominara, e isso criara uma bem-aventurança matrimonial num grau raramente experimentado em famílias reais. O fato de ela ter tentado governar a Inglaterra ao mesmo tempo provocara resultados menos felizes.
E agora o rei estava morto, e ela estava sozinha naquele suntuoso leito real no palácio de Westminster naquele esplêndido quarto que deixava maravilhados todos os que o viam. O rei fora o responsável por aquela beleza. Henrique adorara arte, literatura, música e arquitetura.
Muitas vezes dissera que gostaria de fugir das atribulações da monarquia e passar a fazer aquilo em que se sobressaísse. Alguns dos barões tinham trocado olhares dissimulados naquelas ocasiões, dando a entender que teria sido um bem para o país se ele tivesse feito isso.
Os barões sabiam ser insolentes. Eles tinham exercido um poder grande demais desde que o pai de Henrique, João, fora forçado a apor sua assinatura àquele documento chamado de Magna Carta, que lançara uma sombra sobre a vida de seus descendentes.
Ela gostava de ficar deitada na cama e correr os olhos por aquele quarto e lembrar-se de que os dois o tinham planejado juntos. Os murais eram requintados. Henrique fora um homem profundamente religioso e ordenara que se pintassem anjos no teto. "Podia-se deitar na cama e pensar que se estava no céu", dissera ela. E, sempreo amante ardente, Henrique respondera que quando a rainha estava ao seu lado, ele se sentia no céu.
- Oh, Deus - disse ela, em voz alta -, por que o Senhor o levaste? Nós ainda poderíamos ter muitos anos juntos.
Lembrava-se de que muitas vezes os dois iam observar os empregados. "Isso tem que ficar pronto antes de o verão terminar", dissera Henrique. "Se vocês contratarem mil empregados por dia, eu acabo." "O custo, majestade...", queixaram-se eles. Como Henrique ficava impaciente com aquela lamúria sobre dinheiro!
Saga dos Plantagenetas
1- Prelúdio de Sangue
2- O Crepúsculo da Águia
3- O Coração do Leão
4- O Príncipe das Trevas
5- A Batalha das Rainhas
6- A Rainha de Provence
7- Eduardo I
8- As Loucuras do Rei
9- O Juramento do Rei
10-Passagem para Pontefract
11-A Estrela de Lancaster
12- Epitáfio para Três Mulheres
13- A Rosa Vermelha de Anjou
14-Sol em Esplendor
Saga Concluída
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!