28 de janeiro de 2015

A Verdade Sobre o Amor

Saga Familia Cynster
Gerrard Debbington, cunhado de Vane Cynster, é um dos solteiros mais cobiçados eassediados pelas ofertas das belezas mais solicitadas de Londres. 

Não tem o menor interesse pelo matrimônio, mas reserva toda sua paixão para a pintura, e um de seus maiores desejos é pintar os fabulosos, fantásticos e poucas vezes vistos jardins de Hellebore Hall, propriedade de Lorde Tregonning.  E por fim se apresenta a oportunidade, embora antes devapintar um retrato fidedigno da filha do dono. 
A Gerrard não atrai a idéia de esbanjar seu tempo e talento com uma jovenzinha insossa, mas sem outra alternativa, aceita realizá-lo. Só que descobre que Jacqueline Tregonning o inspira como nenhuma outra dama fez e não só por sua beleza, mas também por sua personalidade apaixonada e sua bondade.
Entretanto, a maldade se esconde nos formosos jardins e ao longo dos labirínticos atalhos. E esse mal estende sua mão para alcançar Jacqueline, apanhando-a em uma rede de insidiosos rumores... 
Rumores que a pintam como uma dupla assassina e ameaça separar de Gerrard à mulher que o deslumbrou.
Os rumores são falsos, mas alguém está estendendo-os ativamente. Convencido de que Jacqueline é inocente de toda maldade, jura mover céus e terra para proteger à mulher que, para ele, personifica a verdade sobre o amor.

Capítulo Um

Londres, princípios de Junho de 1831
— Senhor Cunningham, como já deixei claro em outras ocasiões, não tenho o menor interesse em pintar o retrato da filha de Lorde Tregonning.
Gerrard Reginald Debbington estava reclinado com pose indolente em uma poltrona da sala para fumantes de seu seleto clube. Dissimulou sua crescente frustração e sustentou o olhar do procurador de Lorde Tregonning.
— Aceitei manter esta reunião com a esperança de que Lorde Tregonning, uma vez sabendo de minha negativa de pintar o retrato, aceitasse me dar acesso aos jardins de Hellebore Hall.
Gerrard era, depois de tudo, o paisagista mais respeitado da Alta Sociedade. Devia uma visita aos famosos jardins de Lorde Tregonning fazia muito tempo.
O rosto de Cunningham perdeu a cor. Pigarreou e cravou o olhar nos papéis que tinha estendido na mesinha auxiliar que havia entre ambos.Ao seu redor se ouvia um discreto murmúrio.
Gerrard viu com a extremidade do olho que vários Cavalheiros os olhavam. Outros membros do clube se perceberam de sua presença, mas era a de Cunningham a que estranhavam.Sabendo que estavam falando de negócios, mantiveram-se afastados para não interferir.
Cunningham tinha vinte e poucos anos, uns quantos menos que ele, que tinha vinte e nove. Ia vestido com um sóbrio e apagado traje negro, uma simples camisa de linho branco e colete bege. 
Seu rosto redondoe contrariado e a atenção que prestava aos seus papéis, delatavam que era o procurador de outra pessoa. Quando o homem se dignou a falar de novo, Gerrard já imaginara um esboço em sua mente titulado,Dado procuração no desempenho de suas funções.
— Lorde Tregonning me encomendou a missão dedizer que, embora compreenda suas reservas na hora de pintar o retrato de uma pessoa que nem sequer conhece, só reforçam seu convencimento de que é o pintor que necessita para este trabalho. Sua Senhoria é consciente de que pintará sua filha tal como você a vê, sem deixar que seu julgamento se veja ofuscado. Isso é justamente o que ele deseja… Quer que o retrato seja uma reprodução realista, que represente fielmente à Senhorita Tregonning tal e como é de verdade.
O discursoo fez apertar os lábios. Aquilo não ia a nenhuma parte.
Sem levantar o olhar, Cunningham prosseguiu.
— Além da quantidade estipulada, disporá dos meses que estime oportuno para terminar o retrato, sempre que não superem um ano e, depois desse tempo, disporá de acesso ilimitado para pintar os jardins de Hellebore Hall. Em caso de que assim o deseje, poderá levar com você uma pessoa de sua confiança. Ambos serão recebidos e atendidos em Hellebore Hall enquanto dure sua estadia.
Uma vez mais, teve que conter sua exasperação. Não necessitava querepetissem a oferta por mais que a adornassem. Recusara-a fazia duas semanas, na primeira vez que Cunningham a expôs.
Moveu-se para chamar a atenção de seu interlocutor.
— Lorde Tregonning tem uma idéia errada de meus serviços, nunca, jamais, pintei por dinheiro. Pintar é uma vocação para mim, e economicamente posso me permitir isso sem problemas. Os retratos, entretanto, não são mais que um passatempo, bastante lucrativo, certo, mas não me atraem muito. Não alimentam minha alma criativa, como diriam alguns — Não era de todo certo, mas nessas circunstâncias bastava e sobrava— Embora eu adorasse ter a oportunidade de pintar os jardins de Hellebore Hall, nem sequer isso supõe o estímulo necessário para que eu aceite pintar um retrato, que não tenho o menor desejo, nem a menor necessidade, de pintar.
Cunningham sustentou seu olhar. Viu-o inspirar fundo, abaixar o olhar um instante e, em seguida, cravar de novo os olhos em um ponto situado por cima de seu ombro direito.
— Sua Senhoria me encarregou dedizer que esta é sua última oferta… E que, caso a recuse, será obrigado a procurar outro pintor que leve ao fim o retrato. Além disso, este outro pintor terá o mesmo acesso aos jardins que ofereceu a você. Por conseguinte, Lorde Tregonning se assegurará de que, enquanto ele viva e também nas sucessivas gerações, nenhum outro artista tenha acesso aos jardins de Hellebore Hall.
Teve que lançar mão de todo seu autocontrole para reprimir sua reação e continuar sentado.
Que diabos estava tramando Tregonning para recorrer a algo que se parecia suspeitosamente à chantagem?
Afastou o olhar, embora não o fixou em nenhum ponto em particular.Uma coisa ficava clara,Lorde Tregonning estava decidido que ele pintasse o retrato de sua filha.
Apoiou o cotovelo no braço da poltrona, o queixo no punho e cravou o olhar no outro extremo da sala, enquanto procurava uma saída, para a armadilha em que caíra sem se dar conta. 
Nãolhe ocorreu nada.
Suarecusa visceral a que qualquer mequetrefe que se fizesse chamar pintor, fosse o único artista com acesso aos maravilhosos jardins que rodeavam Hellebore Hall,nublava sua razão.
Olhou Cunningham.
— Tenho que meditar a oferta de Sua Senhoria com mais calma.
Dada a tensão de sua voz, nãoo surpreendeu ver que Cunningham mantinha uma expressão neutra. O procurador assentiu com a cabeça.
— Sim, é claro. Quanto tempo…?

2 comentários:

  1. olá, gostaria de saber se vai haver alguma publicação da série das irmãs Cynster? os livros são ótimos, obrigada por colocar essa série, bjbj

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  2. Ola, antes de perguntar.Quero dizer: Amo seu site de coração. Amo os romances históricos. A cada momento me apaixono por cada família. No momento a paixão e os Cynter. Faltam somente os livros 14 e 15 que estão revisão. Vou aguardar e me deliciar com o Bastion Club. Beijos. Obrigado por todo este trabalho proporcionando-nos momentos felizes com essas leituras.

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!