28 de janeiro de 2015

Sangue Puro

Saga Familia Cynster
Apesar de sua aparência perigosa, Dillon Caxton agora é um homem com uma reputação excelente. Mas nem sempre foi assim. 

Faz anos, um estratagema ilícito se converteu num vil fraude e só com a ajuda de sua prima Felicity e seu marido Demônio, conseguiram salvar Dillon da ruína. 
Agora totalmente honesto, com sua reputação zelosamente guardada, é o Guardião do Registro de todas as corridas de cavalos da Inglaterra, o Grande 
Registro, que Lady Priscilla Dalloway está desesperada por ver. Ela chegou a Newmarket com a decisão de resgatar seu irmão, que é um apaixonado pelos cavalos, das más companhias.
Juntos, Dillon e Priscilla descobrem uma fraude enorme nas apostas. Ajudados por Demônio, Felicity e Barnaby Adair, embarcam em uma viagem infestada de perigos e paixão inegável, em que procuram desmascarar os culpados. E durante o processo descobrem a resposta à velha pergunta: que preço tem o amor?

Capítulo Um

Setembro de 1831 Newmarket, Suffolk
— Esperava que pudéssemos desfrutar de um pouco de intimidade. - Fechando à suas costas a porta do Twig & Bough, a cafeteria da Rua Maior de Newmarket, Dillon Caxton desceu à calçada acompanhado de Barnaby Adair. — Por desgraça, o bom dia tem feito sair em massa às matronas com suas filhas.
Observando as carruagens que passavam pela Rua Maior, Dillon se viu forçado a sorrir para duas matronas, cada uma com um par de filhas. Puxando do braço de Barnaby, começou a caminhar.
— Se ficarmos aqui parados, elas não demorarão a tomar como um convite.
Rindo entre dentes, Barnaby acomodou seus passos aos de Dillon.
— Parece ainda mais desencantado com essas doces jovenzinhas que o próprio Gerrard.
— Você que vive em Londres, sem dúvida está acostumado ao pior, mas não seria demais se pensasse naqueles que apreciamos uma existência campestre e tranqüila. Para nós, inclusive a temporada de baile é um aviso de algo que desejamos evitar ardentemente.
— Ao menos, com este último mistério tem algo para distraí-lo. Uma boa desculpa para estar em outra parte, fazendo outras coisas.
Ao ver que uma matrona dava instruções a seu cocheiro para deter a carruagem junto à calçada uns metros mais adiante, Dillon xingou baixo.
— Por desgraça, este mistério deve permanecer no mais estrito segredo. Temo que Lady Kershaw vá ser a primeira em fazer sangue.
A dama, uma reconhecida e influente matrona local, fazia gestos imperiosamente para que eles se aproximassem. Não havia escapatória, Dillon se aproximou da carruagem agora parada. Trocou as saudações de rigor com Lady Kershaw e sua filha, Margot, e logo apresentou Barnaby. 
Permaneceram ali em pé conversando cinco minutos. Pela extremidade do olho, Dillon notou muitos olhares fixos neles e que outras damas estavam manobrando para conseguir uma posição vantajosa na calçada.
Olhou Barnaby, que estava à altura das expectativas da Senhorita Kershaw, e fez uma careta para si mesmo.
Podia imaginar a imagem que ofereciam, ele era moreno, com certo ar dramático, ao mais puro estilo byroniano, e Barnaby, um Adônis de cabelos dourados e frisados, e brilhantes olhos azuis, era o contraponto perfeito.
Ambos eram altos, musculosos e vestiam de maneira elegante. Em uma Sociedade tão restrita como Newmarket não era de estranhar que as damas ficassem em fila para acossá-los. Era uma pena que seu destino, o Jóquei Clube, estivesse ainda a mais de cem jardas, ainda ficavam muitos obstáculos para ultrapassar.
Procederam a fazê-lo com a habilidade adquirida nas intermináveis festas da aristocracia. Apesar de sua preferência pelo campestre, durante a última década e graças a sua prima Flick, Felicity Cynster, Dillon passara boa parte de seu tempo, imerso no torvelinho da temporada, fosse em Londres ou em qualquer outro lugar onde Flick dispusesse e, portanto podia considerar um perito.
Só havia uma pergunta para a que não tinha resposta. Antes de cair em desgraça e de que o escândalo sacudisse sua vida, sempre assumiu que se casaria, teria família e todo o resto. Mas depois de ter passado a última década pondo em ordem sua vida, pagando suas dívidas tão sociais como morais, e restabelecendo sua honra diante dos olhos de todos aqueles que importavam se acostumou a uma existência solitária, à vida de um cavalheiro sem cargas afetivas.
Dirigindo um sorriso a lady Kennedy, a terceira matrona que pretendia detê-los, tomou Barnaby pelo braço e o obrigou a seguir caminho. Lançou um olhar à longa fileira de carruagens e suas belas ocupantes. Nenhuma delas despertava seu interesse. Nenhuma dessas doces jovens estimulava sua curiosidade.
Infelizmente, parecer um cavalheiro de coração duro, um não suscetível às tentações femininas, só servia para avivar o interesse das damas. 
A maioria delas o considerava agora uma provocação, um homem recalcitrante ao que tinham intenção de meter em vereda. Para não falar de suas mães. Cada ano que passava se via forçado ir com pés de chumbo, a manter os olhos bem abertos para não cair nas armadilhas sociais que as matronas estendiam aos desprevenidos.
Inclusive essas seletas damas com as que, em ocasiões, paquerava discretamente na capital tinham suas próprias aspirações. Sua última amante tentara convencê-lo dos múltiplos benefícios que obteria se casasse com sua sobrinha.
Benefícios, claro, que também desfrutaria ela.

Um comentário:

  1. Se eu fosse deixar meu comentário sempre, iria dizer: Blog maravilhoso, sensacional, estupendo, fantástico.... Iam faltar palavras para descrever. Amo.

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!