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18 de abril de 2015

O Sabor da Inocência

Saga Familia Cynster
Apesar de Charles Morwellan, o oitavo Conde de Meredith, ver o êxito que os matrimônios de seus camaradas Cynster tiveram, também foi testemunha das obsessões de seu pai que quase levam a destruição de sua família e sorte, e esse é um erro que não queria repetir. 

Apesar disso, devido a sua posição nobiliária, não tem outro jeito senão se casar e fixou o olhar em Sarah Conningham, a filha de seus vizinhos. 
Ela é inteligente para se desenvolver adequadamente em Sociedade, bela parafazê-lo sentir certa atração e mais velhapara valorizar o lado positivo de sua oferta matrimonial.
Para a maior parte das damas da Sociedade, o matrimônio com o homem apropriado é a culminação de anos de esforço e dedicação, mas para uma mulher independente, como é Sarah, o matrimônio, salvo que seja por autêntico amor só supõe restrições a sua liberdade. Mas Charles é um homem acostumado a conseguir o que quer e convence Sarah, para quedê duas semanas para conquistá-la. E desta maneira começa um intenso cortejo.
Durante o dia, são os modelos do perfeito decoro,  formais passeios, educadas conversas e bailes aonde mantêm uma distância adequada... Mas pelas noites se deixam levar pela luxúria e se abandonam a apaixonados beijos que os fazem desejar algo mais. E depois das bodas, apesar das tórridas noites de paixão que compartilham, Charles, durante o dia, mantém-se afastado dela, como se o que acontece quando o sol se põe fosse um sonho. 
Agora, Sarah terá que lutar para demonstrar que o verdadeiro amor não pode ser contido, mas se verá envolvida em uma série de misteriosas circunstâncias, que a colocarão em perigo e que obrigará Charles não só a protegê-la, mas também tê-la para si.

Capítulo Um

Fevereiro de 1833.
Noroeste de Curve Florey, Somerset.
Tinha que se casar e o faria. Sob suas condições.
Estas últimas palavras ressonaram na mente de Charlie Morwellan ao compasso do ruído surdo dos cascos de seu cavalo, enquanto se dirigia a meio galope para o norte. O dia era frio e limpo. Perto dele, as exuberantes colinas verdes ao pé da face ocidental dos Montes Quantocks se ondulavam brandamente. Nascera nesse lugar, em Morwellan Park, seu lar, que agora se encontrava a um par de quilômetros atrás dele. Contudo, prestava muito pouca atenção a impressionante paisagem que o rodeava, pois sua mente implacável se achava enfocada em outros assuntos.
Era o dono e Senhor dos campos que o rodeavam, do vale que havia entre os Quantocks ao este e os Montes Brendon ao oeste. Suas terras se estendiam para o sul e limitavam com as de seu cunhado Gabriel Cynster. O limite norte se estendia diante dele, além da colina. Quando seu castrado manchado cinza, Tormenta coroou o topo, Charlie puxou as rédeas e se deteve, olhando para frente, mas sem ver na realidade.
O ar frio acariciou suas faces. Com a mandíbula tensa e a expressão impassível, voltou a pensar nas razões que o conduziram até ali.
Herdara o condado de Meredith depois da morte de seu pai, vários anos atrás. Essa data marcara um antes e um depois na vida de Charlie. A partir de então tivera que escapar das infrutíferas tentativas das damas para capturá-lo. Aos trinta anos era um rico Conde solteiro que fazia babar às implacáveis casamenteiras. Mas depois de uma década alternando com a flor e nata da Sociedade, conhecia todos os truques. Uma e outra vez escapava das redes que as damas estendiam algo que, além disso, desfrutava fazendo-o.
Mas inclusive para Lorde Charles Morwellan, oitavo Conde de Meredith, o matrimônio era um destino que não podia escapar. Embora não fosse isso o que finalmente o fizera tomar uma decisão.
Fazia quase dois anos que seus melhores amigos, Gerrard Debbington e Dillon Caxton, se casaram. Nenhum dos dois estivera procurando esposa, nem tinham necessitado se casar urgentemente, mas o destino jogara suas cartas e os dois acabaram em frente ao altar. O próprio Charlie estivera ali com eles e sabia que seus amigos estiveram felizes de se casar.
Agora, tanto Gerrard como Dillon eram pais.
Tormenta se remexeu inquieto. Charlie bateu no pescoço com ar distraído.
Vinculados ao poderoso Clã Cynster, Gerrard e Dillon junto as suas esposas, Jacqueline e Priscilla, e ele mesmo se reuniram como sempre tinham feito depois da Véspera de natal em Somersham Place, a residência principal dos Duques de St. Ives e lar ancestral dos Cynster. 
A numerosa família Cynster e suas muitas amizades se reuniam ali duas vezes ao ano, em agosto na chamada Celebração do verão e de novo nas férias de Natal, quando se juntavam por ocasião destas festas.
Charlie sempre desfrutara da cálida atmosfera dessas reuniões, mas não nesta ocasião. E não foi pela presença dos filhos de Gerrard e Dillon, e sim pelo que estes representavam. Dos três, amigos durante mais de uma década, ele era o único que tinha a obrigação de se casar e ter um herdeiro. Embora em teoria pudesse deixar o dever de procriar para seguinte geração de Morwellan, ao seu irmão Jeremy, que agora tinha vinte e três anos, fazia muito tempo que Charlie aceitou que não poderia escapar daquele dever familiar em particular. 
Carregar sobre os ombros de Jeremy uma das principais responsabilidades vinculadas ao título de Conde, não era algo que pudessem permitir sua consciência, sua natureza nem seu sentido de dever.
Por essa razão se dirigia a Conningham Manor.
Continuar tentando o destino, deixar que essa perigosa divindade fosse a que organizasse sua vida e buscasse uma esposa, igual fez com Gerrard e Dillon, seria uma completa estupidez, pelo que ia sendo hora de escolher a sua prometida. 
Agora, antes que começasse a temporada, assim poderia escolher à dama que melhor conviesse, sem deixar nenhum fio solto, antes que a Sociedade tivesse notícias disso.
Antes que o destino tivesse a oportunidade de por o amor em seu caminho.
Tinha que agir com rapidez para ter o absoluto e completo controle sobre seu destino, algo que ele considerava uma necessidade e não uma opção.
Tormenta saltou, transmitindo a Charlie parte de sua impaciência. Controlando ao poderoso castrado, Charlie concentrou a atenção na paisagem que tinha diante de si. A um par de quilômetros, no mais profundo do vale, viam-se os telhados de ardósia de Conningham Manor, por cima dos ramos nus das árvores. Os fracos raios do sol nascente se refletiam nas janelas do edifício, uma brisa fresca arrastava a fumaça que emergia das altas chaminés isabelinas, dissolvendo-o com rapidez. Conningham Manor tinha existido quase tanto tempo como Morwellan Park.
Charlie ficou olhando a Mansão durante outro minuto, saiu de seu devaneio, afrouxou as rédeas de Tormenta e desceu a colina a galope.
 







Saga Familia Cynster
1-  Diabo
2- O Juramento de um libertino
3- Seu Nome é Escândalo
4- A Proposta de um libertino
5-.Um Amor Secreto
6. Tudo sobre o amor
7- Tudo sobre a paixão
7,5- A Promessa em um Beijo
8- Uma Noite Selvagem
9- Sombras ao Amanhecer
10- A Amante Perfeita
11- A Noiva Ideal
12-  A Verdade Sobre o Amor 
13-  Sangue Puro
14- O Sabor da Inocência
15- As Razões do Coração - em revisão
16- O sabor da Tentação -    idem
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28 de janeiro de 2015

Sangue Puro

Saga Familia Cynster
Apesar de sua aparência perigosa, Dillon Caxton agora é um homem com uma reputação excelente. Mas nem sempre foi assim. 

Faz anos, um estratagema ilícito se converteu num vil fraude e só com a ajuda de sua prima Felicity e seu marido Demônio, conseguiram salvar Dillon da ruína. 
Agora totalmente honesto, com sua reputação zelosamente guardada, é o Guardião do Registro de todas as corridas de cavalos da Inglaterra, o Grande 
Registro, que Lady Priscilla Dalloway está desesperada por ver. Ela chegou a Newmarket com a decisão de resgatar seu irmão, que é um apaixonado pelos cavalos, das más companhias.
Juntos, Dillon e Priscilla descobrem uma fraude enorme nas apostas. Ajudados por Demônio, Felicity e Barnaby Adair, embarcam em uma viagem infestada de perigos e paixão inegável, em que procuram desmascarar os culpados. E durante o processo descobrem a resposta à velha pergunta: que preço tem o amor?

Capítulo Um

Setembro de 1831 Newmarket, Suffolk
— Esperava que pudéssemos desfrutar de um pouco de intimidade. - Fechando à suas costas a porta do Twig & Bough, a cafeteria da Rua Maior de Newmarket, Dillon Caxton desceu à calçada acompanhado de Barnaby Adair. — Por desgraça, o bom dia tem feito sair em massa às matronas com suas filhas.
Observando as carruagens que passavam pela Rua Maior, Dillon se viu forçado a sorrir para duas matronas, cada uma com um par de filhas. Puxando do braço de Barnaby, começou a caminhar.
— Se ficarmos aqui parados, elas não demorarão a tomar como um convite.
Rindo entre dentes, Barnaby acomodou seus passos aos de Dillon.
— Parece ainda mais desencantado com essas doces jovenzinhas que o próprio Gerrard.
— Você que vive em Londres, sem dúvida está acostumado ao pior, mas não seria demais se pensasse naqueles que apreciamos uma existência campestre e tranqüila. Para nós, inclusive a temporada de baile é um aviso de algo que desejamos evitar ardentemente.
— Ao menos, com este último mistério tem algo para distraí-lo. Uma boa desculpa para estar em outra parte, fazendo outras coisas.
Ao ver que uma matrona dava instruções a seu cocheiro para deter a carruagem junto à calçada uns metros mais adiante, Dillon xingou baixo.
— Por desgraça, este mistério deve permanecer no mais estrito segredo. Temo que Lady Kershaw vá ser a primeira em fazer sangue.
A dama, uma reconhecida e influente matrona local, fazia gestos imperiosamente para que eles se aproximassem. Não havia escapatória, Dillon se aproximou da carruagem agora parada. Trocou as saudações de rigor com Lady Kershaw e sua filha, Margot, e logo apresentou Barnaby. 
Permaneceram ali em pé conversando cinco minutos. Pela extremidade do olho, Dillon notou muitos olhares fixos neles e que outras damas estavam manobrando para conseguir uma posição vantajosa na calçada.
Olhou Barnaby, que estava à altura das expectativas da Senhorita Kershaw, e fez uma careta para si mesmo.
Podia imaginar a imagem que ofereciam, ele era moreno, com certo ar dramático, ao mais puro estilo byroniano, e Barnaby, um Adônis de cabelos dourados e frisados, e brilhantes olhos azuis, era o contraponto perfeito.
Ambos eram altos, musculosos e vestiam de maneira elegante. Em uma Sociedade tão restrita como Newmarket não era de estranhar que as damas ficassem em fila para acossá-los. Era uma pena que seu destino, o Jóquei Clube, estivesse ainda a mais de cem jardas, ainda ficavam muitos obstáculos para ultrapassar.
Procederam a fazê-lo com a habilidade adquirida nas intermináveis festas da aristocracia. Apesar de sua preferência pelo campestre, durante a última década e graças a sua prima Flick, Felicity Cynster, Dillon passara boa parte de seu tempo, imerso no torvelinho da temporada, fosse em Londres ou em qualquer outro lugar onde Flick dispusesse e, portanto podia considerar um perito.
Só havia uma pergunta para a que não tinha resposta. Antes de cair em desgraça e de que o escândalo sacudisse sua vida, sempre assumiu que se casaria, teria família e todo o resto. Mas depois de ter passado a última década pondo em ordem sua vida, pagando suas dívidas tão sociais como morais, e restabelecendo sua honra diante dos olhos de todos aqueles que importavam se acostumou a uma existência solitária, à vida de um cavalheiro sem cargas afetivas.
Dirigindo um sorriso a lady Kennedy, a terceira matrona que pretendia detê-los, tomou Barnaby pelo braço e o obrigou a seguir caminho. Lançou um olhar à longa fileira de carruagens e suas belas ocupantes. Nenhuma delas despertava seu interesse. Nenhuma dessas doces jovens estimulava sua curiosidade.
Infelizmente, parecer um cavalheiro de coração duro, um não suscetível às tentações femininas, só servia para avivar o interesse das damas. 
A maioria delas o considerava agora uma provocação, um homem recalcitrante ao que tinham intenção de meter em vereda. Para não falar de suas mães. Cada ano que passava se via forçado ir com pés de chumbo, a manter os olhos bem abertos para não cair nas armadilhas sociais que as matronas estendiam aos desprevenidos.
Inclusive essas seletas damas com as que, em ocasiões, paquerava discretamente na capital tinham suas próprias aspirações. Sua última amante tentara convencê-lo dos múltiplos benefícios que obteria se casasse com sua sobrinha.
Benefícios, claro, que também desfrutaria ela.

A Verdade Sobre o Amor

Saga Familia Cynster
Gerrard Debbington, cunhado de Vane Cynster, é um dos solteiros mais cobiçados eassediados pelas ofertas das belezas mais solicitadas de Londres. 

Não tem o menor interesse pelo matrimônio, mas reserva toda sua paixão para a pintura, e um de seus maiores desejos é pintar os fabulosos, fantásticos e poucas vezes vistos jardins de Hellebore Hall, propriedade de Lorde Tregonning.  E por fim se apresenta a oportunidade, embora antes devapintar um retrato fidedigno da filha do dono. 
A Gerrard não atrai a idéia de esbanjar seu tempo e talento com uma jovenzinha insossa, mas sem outra alternativa, aceita realizá-lo. Só que descobre que Jacqueline Tregonning o inspira como nenhuma outra dama fez e não só por sua beleza, mas também por sua personalidade apaixonada e sua bondade.
Entretanto, a maldade se esconde nos formosos jardins e ao longo dos labirínticos atalhos. E esse mal estende sua mão para alcançar Jacqueline, apanhando-a em uma rede de insidiosos rumores... 
Rumores que a pintam como uma dupla assassina e ameaça separar de Gerrard à mulher que o deslumbrou.
Os rumores são falsos, mas alguém está estendendo-os ativamente. Convencido de que Jacqueline é inocente de toda maldade, jura mover céus e terra para proteger à mulher que, para ele, personifica a verdade sobre o amor.

Capítulo Um

Londres, princípios de Junho de 1831
— Senhor Cunningham, como já deixei claro em outras ocasiões, não tenho o menor interesse em pintar o retrato da filha de Lorde Tregonning.
Gerrard Reginald Debbington estava reclinado com pose indolente em uma poltrona da sala para fumantes de seu seleto clube. Dissimulou sua crescente frustração e sustentou o olhar do procurador de Lorde Tregonning.
— Aceitei manter esta reunião com a esperança de que Lorde Tregonning, uma vez sabendo de minha negativa de pintar o retrato, aceitasse me dar acesso aos jardins de Hellebore Hall.
Gerrard era, depois de tudo, o paisagista mais respeitado da Alta Sociedade. Devia uma visita aos famosos jardins de Lorde Tregonning fazia muito tempo.
O rosto de Cunningham perdeu a cor. Pigarreou e cravou o olhar nos papéis que tinha estendido na mesinha auxiliar que havia entre ambos.Ao seu redor se ouvia um discreto murmúrio.
Gerrard viu com a extremidade do olho que vários Cavalheiros os olhavam. Outros membros do clube se perceberam de sua presença, mas era a de Cunningham a que estranhavam.Sabendo que estavam falando de negócios, mantiveram-se afastados para não interferir.
Cunningham tinha vinte e poucos anos, uns quantos menos que ele, que tinha vinte e nove. Ia vestido com um sóbrio e apagado traje negro, uma simples camisa de linho branco e colete bege. 
Seu rosto redondoe contrariado e a atenção que prestava aos seus papéis, delatavam que era o procurador de outra pessoa. Quando o homem se dignou a falar de novo, Gerrard já imaginara um esboço em sua mente titulado,Dado procuração no desempenho de suas funções.
— Lorde Tregonning me encomendou a missão dedizer que, embora compreenda suas reservas na hora de pintar o retrato de uma pessoa que nem sequer conhece, só reforçam seu convencimento de que é o pintor que necessita para este trabalho. Sua Senhoria é consciente de que pintará sua filha tal como você a vê, sem deixar que seu julgamento se veja ofuscado. Isso é justamente o que ele deseja… Quer que o retrato seja uma reprodução realista, que represente fielmente à Senhorita Tregonning tal e como é de verdade.
O discursoo fez apertar os lábios. Aquilo não ia a nenhuma parte.
Sem levantar o olhar, Cunningham prosseguiu.
— Além da quantidade estipulada, disporá dos meses que estime oportuno para terminar o retrato, sempre que não superem um ano e, depois desse tempo, disporá de acesso ilimitado para pintar os jardins de Hellebore Hall. Em caso de que assim o deseje, poderá levar com você uma pessoa de sua confiança. Ambos serão recebidos e atendidos em Hellebore Hall enquanto dure sua estadia.
Uma vez mais, teve que conter sua exasperação. Não necessitava querepetissem a oferta por mais que a adornassem. Recusara-a fazia duas semanas, na primeira vez que Cunningham a expôs.
Moveu-se para chamar a atenção de seu interlocutor.
— Lorde Tregonning tem uma idéia errada de meus serviços, nunca, jamais, pintei por dinheiro. Pintar é uma vocação para mim, e economicamente posso me permitir isso sem problemas. Os retratos, entretanto, não são mais que um passatempo, bastante lucrativo, certo, mas não me atraem muito. Não alimentam minha alma criativa, como diriam alguns — Não era de todo certo, mas nessas circunstâncias bastava e sobrava— Embora eu adorasse ter a oportunidade de pintar os jardins de Hellebore Hall, nem sequer isso supõe o estímulo necessário para que eu aceite pintar um retrato, que não tenho o menor desejo, nem a menor necessidade, de pintar.
Cunningham sustentou seu olhar. Viu-o inspirar fundo, abaixar o olhar um instante e, em seguida, cravar de novo os olhos em um ponto situado por cima de seu ombro direito.
— Sua Senhoria me encarregou dedizer que esta é sua última oferta… E que, caso a recuse, será obrigado a procurar outro pintor que leve ao fim o retrato. Além disso, este outro pintor terá o mesmo acesso aos jardins que ofereceu a você. Por conseguinte, Lorde Tregonning se assegurará de que, enquanto ele viva e também nas sucessivas gerações, nenhum outro artista tenha acesso aos jardins de Hellebore Hall.
Teve que lançar mão de todo seu autocontrole para reprimir sua reação e continuar sentado.
Que diabos estava tramando Tregonning para recorrer a algo que se parecia suspeitosamente à chantagem?
Afastou o olhar, embora não o fixou em nenhum ponto em particular.Uma coisa ficava clara,Lorde Tregonning estava decidido que ele pintasse o retrato de sua filha.
Apoiou o cotovelo no braço da poltrona, o queixo no punho e cravou o olhar no outro extremo da sala, enquanto procurava uma saída, para a armadilha em que caíra sem se dar conta. 
Nãolhe ocorreu nada.
Suarecusa visceral a que qualquer mequetrefe que se fizesse chamar pintor, fosse o único artista com acesso aos maravilhosos jardins que rodeavam Hellebore Hall,nublava sua razão.
Olhou Cunningham.
— Tenho que meditar a oferta de Sua Senhoria com mais calma.
Dada a tensão de sua voz, nãoo surpreendeu ver que Cunningham mantinha uma expressão neutra. O procurador assentiu com a cabeça.
— Sim, é claro. Quanto tempo…?

19 de janeiro de 2015

A Noiva Ideal

Saga Familia Cynster
Um homem aristocrático, elegante e naturalmente encantador, Michael Anstruther-Wetherby está destinado ao poder. 

Sua íntima amizade com a influente família Cynster, sua irmã está casada com Diabo Cynster, o Duque de St. Ives assegura o futuro de Michael no Parlamento, com a exceção de que falta do elemento imprescindível para o êxito, uma esposa.
Decidido a procurar uma Senhorita bem educada, encontra uma com tais qualidades. 
Mas há um obstáculo em seu caminho, sua bela e resoluta tia, Caroline Sutcliffe. Mulher de estilo e prestígio, Caro não está disposta a sacrificar a sua querida sobrinha a um matrimônio infeliz. 
Entretanto, Michael se vê atraído de repente pela própria Caro. Mas o perigo a persegue e será necessária muita coragem para protegê-la e cada gota do sedutor encanto de Michael, para convencê-la de que converter-se em sua noiva trará tudo o que deseja seu coração… e mais.

Capítulo Um

Fins de junho, 1825.
Propriedade Fyeworth, perto de Fitham em New Forest, Hampshire.

Esposa, esposa, esposa, esposa.
Michael Anstruther-Wetherby amaldiçoou baixo. Aquele refrão o atormentara durante as últimas vinte e quatro horas. Quando partira do caféda manhã nupcial de Amelia Cynster, ouvira no ritmo das rodas de sua carruagem, agora ressoava no passo firme dos cascos de seus cavalos baios.
Apertando os lábios, fez virar Atlas para sair do pátio do estábulo e o conduziu pelo longo atalho que rodeava sua casa.
Se não tivesse ido a Cambridgeshire para assistir às bodas de Amelia, poderia estar um passo mais perto de ser um homem rico. Mas as bodas tinham sido um acontecimentoque nem sequer considerou perder, além do fato de sua irmã Honoria, Duquesa de St. Ives, ser a anfitriã, as bodas tinham sido uma reunião familiar e ele valorizava os laços de família.
Os vínculos familiarestinham ajudado incomensuravelmente em anos recentes, primeiro para obter um cargo como Membro do Parlamento para seu distrito, edepois para forjar sua ascensão por entre as posições. Entretanto, esta não era a fonte de seu agradecimento, a família sempre tinha significado muito para ele.
Ao rodear a casa, uma Mansão sólida, de três andares, construída em pedra cinza, seu olhar pousou como costumava fazer sempre que passava por aquele lugar,no monumento que se achava na borda, a meio caminho entre a casa e os portões. 
Instalado contra os arbustos que enchiam os espaços entre as altas árvores, como um fundo de contraste, a simples pedra estivera ali durante quatorze anos, assinalava o lugar aonde sua família, seus pais, um irmão menor e uma irmã que chegavam apressadamente a casa em uma carruagem em meio da tormenta, tinham morrido por causa de uma árvore que caiu sobre eles. Ele e Honoria tinham presenciado  o acidente das janelas do salão de aulas.
Possivelmente era só parte da natureza humana, valorizar altamente algo que se perdeu.
Impressionados e tristes, ele e Honoria ao menos tinham um ao outro, mas como ele contava apenas com dezenove anos e ela dezesseis, viram-se obrigadosa separar-se. 
Nunca tinham perdido o contato inclusive agora, eram muito próximos, mas Honoria, depois, conhecera Diabo Cynster e agora tinha sua própria família.
Refreando Atlas quando se aproximou da pedra, Michael se sentiu agudamente consciente de que ele não tinha uma família. Sua vida estava cheia a arrebentar,seu horário perpetuamente abarrotado, entretanto, em momentos como este, esta carência brilhava com clareza, e o aguilhoava a solidão.
Deteve-se observando a pedra, depois apertou os lábios, olhou para frente e puxou as rédeas. Atlas retomou o passo, ao cruzar a dianteira, Michael se lançou a galope pelo estreito atalho.
O som pavoroso de cavalos que relinchavam desapareceu lentamente.
Hoje estava decidido a dar o primeiro passo para conseguir sua própria família.
Esposa, esposa, esposa.
O campo se fechava ao seu redor, o envolvia em seus exuberantes braços verdes, o acolhia nos bosques que eram para ele a essência do lar. A luz do sol cintilava,cintilava por entre as folhas que se moviam. 
Os pássaros chamavam e gorjeavam, além do sussurro da paisagem verde, não havia outro som que pontuasse o golpe dos cascos de Atlas. O estreito e serpenteante atalho conduzia à Mansão, unindo-se a um caminho mais amplo que conduzia a Lyndhurst, para o sul. Não longe da confluência, outro atalho se desviava para o oriente e conduzia ao povoado de Bramshaw, e a Bramshaw House, seu destino.
Decidira-se por este curso de ação uns meses atrás, mas de novo os assuntos do Governo tinham exigido sua atenção e deixara abandonado este projeto...








Saga Familia Cynster
1-  Diabo
2- O Juramento de um libertino
3- Seu Nome é Escândalo
4- A Proposta de um libertino
5- Um Amor Secreto
6. Tudo sobre o amor
7- Tudo sobre a paixão
7.5 - A Promessa em um Beijo
8- Uma Noite Selvagem
9- Sombras ao Amanhecer
10- A Amante Perfeita
11- A Noiva Ideal
12-  A Verdade Sobre o Amor 
13-  Sangue Puro
14- O Sabor da Inocência
15- As Razões do Coração - em revisão
16- O sabor da Tentação -    idem

A Amante Perfeita

Saga Familia Cynster 

Simon Frederick Cynster sabe que uma noiva perfeita e uma amante perfeita são o mesmo. De modo que decide achar o par ideal, alguém que seja uma perfeita dama de dia... E uma amante ardente à noite. 

Mas Simon não está disposto a anunciar ao mundo inteiro e assim correr o risco de que todas as viúvas ricas se apaixonempor ele. Por isso começa sua busca cuidadosamente na festa da Mansão Glossup... 
E fica surpreso quando sente uma irresistível atração pela teimosa Portia Ashford. Embora a conhecesse desde a infância, jamais a considerara como uma possível esposa... Até que um beijo apaixonado o faz mudar de idéia para sempre. 
Porém,à medida que ele e Portia começam a explorar profundamente a arrebatadora paixão que compartilham, acontece algo terrível... Algo que põe Portia em perigo mortal, forçando Simon a usar suaforça e influência social para proteger sua adorada amante perfeita. 

Capítulo Um
Finais de julho de 1835. Arredores da Mansão Glossup, em Ashmore, Dorset.
—Demônios!
Simon Cynster freou seus cavalos zainos, fixou o olhar na cordilheira que se erguia no alto atrás da aldeia de Ashmore. A própria aldeia estava as suas costas, dirigia-se para a Mansão Glossup, situada a uma milha de distância além do frondoso atalho rural.
Por trás das cabanas da aldeia, o terreno se levantava abruptamente, uma mulher avançava pelo caminho que serpenteava pela vereda daquilo que Simon conhecia como antigos aterros. Do alto, a vista se estendia até Solent, e em dias limpos inclusive até a Ilha de Wight.
Não era estranho ver que alguém avançava nessa direção.
—Tampouco que ninguém a acompanhasse.
Com crescente irritação, observou como aquela figura esbelta, de cabelo escuro, inegavelmente graciosa, subia a costa com passo firme, uma figura de pernas longas que inevitavelmente atraía o olhar de qualquer homem com sangue nas veias.Reconheceu-a imediatamente, Portia Ashford, a cunhada de sua irmã Amelia.
Com certeza Portia se dirigia à reunião campestre oferecida durante vários dias na Mansão Glossup, esta era a única casa importante próxima o suficiente para ir caminhando.
A sensação de que abusava dele se incrementou.
Maldição!
Cedera aos rogos de seu velho amigo James Glossup e aceitado deter-se em seu caminho a Somerset para ajudar James com as complicações da reunião.
Mas se Portia estava convidada, já teria suficiente com suas próprias complicações.Ela chegou ao topo dos aterros e se deteve para segurar a queda de seu cabelo negro azeviche com sua esbelta mão e, com o rosto levantado para a brisa, contemplou fixamente à distância.
Depois, deixando cair a mão, prosseguiu com elegância seu caminho, seguindo a estrada até o mirante e descendo-a lentamente até que desapareceu de vista.
Ela não é minha responsabilidade.As palavras ressoaram em sua mente, Deus sabe que ela tinha afirmado este sentimento com suficiente freqüência, de diferentes maneiras, a maioria delas muito enfáticas. Portia não era sua irmã, não era sua prima,com efeito, não compartilhavam nenhuma relação de parentesco.
Apertando a mandíbula, olhou seus cavalos, e puxou as rédeas.E amaldiçoou para si mesmo.
—Wilks, acorde, homem! —Simon lançou as rédeas ao seu cavalariço, que até então dormia atrás dele. Freou e desmontou de seu cavalo — Só segure as rédeas,retorno em um instante.
Colocando as mãos nos bolsos de seu sobretudo, dirigiu-se a estreita trilha ascendente, finalmente unindo-se ao caminho da casa que Portia tinha seguido ao subir a costa.
Só estava procurando problemas, pelo menos um encontro cortante, entretanto, deixá-la sozinha, desprotegida frente a qualquer folgado que passasse por ali,simplesmente não era possível, não para ele.
Se tivesse seguido seu caminho, não teria tido um momento de paz até que ela retornasse sã e salva à Mansão.Dada sua propensão a caminhar sem rumo, poderia demorar várias horas.
Ninguém agradeceria sua preocupação. Se sobrevivesse sem que seu ego fosse alfinetado em dúzias de lugares desagradáveis, podia considerar-se afortunado.
Portiatinha uma língua como uma navalha de fio duplo, não podia evitar sair ferido. Sabia perfeitamente qual seria sua atitude quando a alcançasse, precisamente a mesma que tivera durante os últimos dez anos, desde que ele se dera conta que ela realmente não tinha ideia do prêmio que era, a tentação que representava e, portanto,necessitava constantemente proteção das situações nas quais despreocupadamente se metia.
Enquanto permanecesse fora de sua vista, fora de sua órbita, não era sua responsabilidade, se entrava nela, desprotegida, sentia-se obrigado a cuidá-la, a velar por sua segurança, deveria saber que não devia lutar contra o impulso de fazê-lo.De todas as mulheres que conhecia, era indubitavelmente a mais difícil, possivelmente por ser também a mais inteligente.
Entretanto, ali estava, caminhandocom dificuldade atrás dela apesar de saber com segurança como o receberia, não estava seguro sobre o que isso indicava sobre sua própria inteligência.
Mulheres!

4 de outubro de 2013

Sombras Ao Amanhecer

Saga Familia Cynster 

"Me casar com você será um enorme prazer."

Amelia Cynster fica surpresa ao escutar essas palavras da boca de Lucien Ashford, o enigmático e bonito Visconde de Calverton…
E o homem por quem sempre esteve apaixonada.
Claro que escutá-las justo antes que Luc caísse inconsciente aos seus pés, nas primeiras luzes da alvorada e frente a um possível escândalo ao esperá-lo às portas de sua casa londrina, a deixa entre o alívio e a ofensa, mas fica encantada com o fato de Luc aceitar sua louca proposta de matrimônio.
Entretanto, em vez de aceitar as bodas apressadas que Amelia planejara, o exasperante Visconde insiste em cortejá-la, como é devido.
Amelia se sente secreta e irresistivelmente atraída, mas o que não sabe é que Luc tem suas razões.
Logo descobrirá que inclusive um libertino tem seu preço.

Capítulo Um

Mount Street, Londres 25 de maio de 1825, 3 horas da madrugada.
Estava bêbado. Bêbado demais. Mais bêbado do que jamais esteve. Não tinha por costume embebedar-se, mas a noite anterior, ou para ser mais exato, nessa manhã, fora uma dessas ocasiões que acontecem uma só vez na vida, depois de oito longos anos, era livre.
Lucien Michael Ashford, sexto Visconde de Calverton, caminhava sorrindo com genuína alegria pela Mount Street, virando sua bengala de ébano de forma despreocupada.
Tinha vinte e nove anos, embora esse dia em concreto fosse o primeiro de sua vida adulta, o primeiro dia que podia dizer que sua vida lhe pertencia.
E, melhor ainda, era rico. Fabulosa, fantástica e legalmente rico. Não poderia desejar nada melhor.
Se não corresse perigo de cair de bruços, teria se posto a dançar no meio da rua deserta.
A lua brilhava no firmamento, iluminando o pavimento e criando profundas sombras. Londres dormia ao seu redor, embora a capital não conhecesse o silêncio, nem sequer a essas horas.
Da distância, distorcidos pelas fachadas de pedra dos edifícios, chegava o tinido das guarnições dos cavalos, o reverberante som de seus cascos e alguma ou outra voz imaterial.
De qualquer forma, embora o perigo espreitasse, inclusive nas sombras dos bairros mais elegantes, não percebia ameaça alguma.
Seus sentidos ainda funcionavam e, apesar de seu estado, teve o trabalho de caminhar em linha reta, se alguém o observasse com avessas intenções, não veria mais que um Cavalheiro alto de constituição atlética e musculosa, que brandia uma bengala, que talvez ocultasse um espada, coisa que era certa, e iria atrás de uma presa mais fácil.
Meia hora antes deixara seu grupo de amigos em seu clube de Saint James e decidira retornar a casa caminhando, para limpar a cabeça dos efeitos ocasionados por uma generosa quantidade do melhor conhaque francês.
Conteve-se em sua celebração pela simples razão, de que nenhum dos tais amigos, soubesse absolutamente nada de seu estado financeiro anterior, dos apuros econômicos nos quais seu pai deixara mergulhada a família, depois de sua morte, acontecida oito anos atrás, uma situação da qual estava tentando sair e que por fim tinha superado no dia anterior.
Só sua mãe e seu ardiloso banqueiro, Richard Child, estavam a par.
O fato de ignorarem o motivo de sua celebração, não impediu que seus amigos se unissem a ele. Fora uma longa noite amenizada com vinho, canções e os simples prazeres, que proporcionava a companhia masculina.
Era uma lástima que seu melhor amigo, seu primo Martin Fulbridge, o Conde de Dexter, não estivesse em Londres. Claro que Martin estaria, sem dúvida alguma desfrutando de sua estadia no norte do país, deleitando-se com os prazeres reservados para os homens recém— Casados. Fazia só uma semana que contraíra matrimônio com Amanda Cynster.
Sorrindo com arrogância para si mesmo, Luc meneou a cabeça, enquanto refletia a respeito da debilidade de seu primo, de sua rendição ao amor.
Quando chegou a sua casa, virou para subir os degraus que levavam à porta principal...









Saga Familia Cynster
1-  Diabo
2- O Juramento de um libertino
3- Seu Nome é Escândalo
4- A Proposta de um libertino
5- Um Amor Secreto
6. Tudo sobre o amor
7- Tudo sobre a paixão
7.5 - A Promessa em um Beijo
8- Uma Noite Selvagem
9- Sombras ao Amanhecer
10- A Amante Perfeita
11- A Noiva Ideal
12-  A Verdade Sobre o Amor 
13-  Sangue Puro
14- O Sabor da Inocência
15- As Razões do Coração - em revisão
16- O sabor da Tentação -    idem

29 de agosto de 2013

Uma Noite Selvagem

Saga Familia Cynster
Onde foram parar todos os homens interessantes de Londres?

Amanda está mais que cansada do grupo de pretendentes insignificantes que a cortejam nos reluzentes salões de festas londrinos.
Como boa Cynster que é, decide tomar as rédeas do assunto e uma noite faz o impensável: ir a um lugar ao qual nenhuma dama respeitável deveria ir, mas onde se pode achar um bom número de homens interessantes. 
Entretanto, a ousadia se transforma em pânico quando Amanda se dá conta de que está fora de seu elemento. Procura ajuda com o olhar... e acaba sendo resgatada contra todo prognóstico pelo conde de Dexter.
Bonito, sensual e misterioso, o conde adiou sua volta à alta sociedade e optou por viver na periferia desse mundo.
É a personificação do cavalheiro apaixonado que Amanda esteve procurando.
Logo conseguirá que a deseje com loucura, mas não será fácil ouvi-lo dizer "eu te amo"...e muito menos conseguir que a leve ao altar.

Capítulo Um  

Upper Brook Street, Londres
20 de fevereiro de 1825
—Então, é inútil? — Amanda Cynster se deixou cair de costas na cama de sua irmã gêmea. — Não há um só cavalheiro entre a alta sociedade que vale a pena considerar? Pelo menos por enquanto?
— Não houve durante os últimos cinco anos... Bom, ao menos, nenhum cavalheiro interessado no matrimônio. — Estendida a seu lado, Amélia contemplava o dossel. — Procuramos e rebuscamos...
— Não deixamos uma pedra sem levantar.
— E os únicos medianamente interessantes... não estão interessados.
— É ridículo!
— É deprimente.
De rosto e figura semelhantes, abençoadas com cachos loiros, olhos tão azuis como um céu de verão e tez de porcelana, as gêmeas poderiam ter posado sem nenhum problema para a Belle Assemblée como o epítome de duas jovens de bom berço na última moda, salvo pelas expressões que mostravam. No rosto de Amélia se lia o aborrecimento e no de Amanda, a rebeldia.
— Nego-me a baixar minhas exigências.
Ao longo dos anos, tinham discutido infinitamente sobre os requisitos indispensáveis em um marido.
Suas exigências não diferiam muito das que exibiam os cônjuges de suas mentoras: sua mãe, suas tias e as esposas de seus primos.
Tinham crescido rodeadas de mulheres de grande caráter, todas elas damas, e todas elas tinham encontrado a felicidade no matrimônio.
As gêmeas não albergavam a menor dúvida a respeito das qualidades que procuravam.
Um cavalheiro que as amasse, que sempre antepusesse seu bem-estar e o da família que formassem acima de todas as coisas.
Um protetor, um companheiro de percalço sempre disposto a emprestar seu braço para as manter a salvo. Um homem que valorizasse suas habilidades, sua inteligência e suas opiniões, que as aceitasse como iguais por muito que desejasse ser amo e senhor de seus domínios.
Um cavalheiro com a suficiente fortuna para subtrair importância a seus nada desprezíveis dotes; um homem que pertencesse a seu círculo social e contasse com os contatos adequados para fazer frente ao poderoso clã dos Cynster.
Um homem de fortes paixões e com sentido da família: amante, protetor, companheiro. Marido.
Amanda soprou.
— Tem que haver algum em alguma parte que não fique aquém em comparação a nossos primos...








Saga Familia Cynster
1-  Diabo
2- O Juramento de um libertino
3- Seu Nome é Escândalo
4- A Proposta de um libertino
5- Um Amor Secreto
6. Tudo sobre o amor
7- Tudo sobre a paixão
7.5 - A Promessa em um Beijo
8- Uma Noite Selvagem
9- Sombras ao Amanhecer
10- A Amante Perfeita
11- A Noiva Ideal
12-  A Verdade Sobre o Amor 
13-  Sangue Puro
14- O Sabor da Inocência
15- As Razões do Coração - em revisão
16- O sabor da Tentação -    idem

17 de maio de 2013

O Juramento De Um Libertino

Saga Familia Cynster

Ele jurou que nunca se casaria.

Vane Cynster sempre soube para onde soprava o vento, em direção ao matrimônio.
Talvez os demais varões da família Cynster não se importassem de chegar ao altar, mas Vane nunca quis ver-se preso a nenhuma mulher, por mais encantadora que fosse.
Bellamy Hall parecia o lugar perfeito para se ocultar durante a temporada das casamenteiras de Londres. 
Mas quando conhece Patience Debbington compreende que encontrara a parceira ideal para ele e pela primeira vez pensa em algo mais que apenas sedução...
Ela jurou que nenhum homem conseguiria prendê-la. Patience não estava disposta a sucumbir às sensuais propostas de Vane.
Seus beijos a deixava aturdida, suas carícias a faziam derreter, mas ele é um homem arrogante, presunçoso e infiel... Igual a qualquer outro.
Ela tinha prometido a si mesma que jamais iria se entregar a alguém, a ponto de ter seu coração partido.

Capítulo Um

Outubro de 1819 Northamptonshire
 — Vê-se que quer avançar depressa. Dá a impressão de que o próprio diabo o persegue.
— O quê? Tirado bruscamente de seu inquieto estado de contemplação, Vane Cynster levantou a vista das orelhas de sua montaria e olhou ao seu redor para fixar-se por fim em Duggan, o cavalariço... E também na massa de nuvens baixas e ameaçadoras que se abatia sobre eles por trás.
— Maldição! — Vane olhou à frente e sacudiu as rédeas, o par de cavalos que puxava a carruagem saltou para diante com força.
Voltou a olhar a suas costas e disse — Acha que poderemos deixá-la para trás? Estudando as nuvens, Duggan negou com a cabeça.
— Abrange mais de quatro quilômetros, seis talvez. Não nos dá tempo de retornar a Kettering, nem tampouco de chegar a Northampton. Vane soltou uma imprecação. Não tinha nenhuma graça a ideia de terminar ensopado.
Sentiu a ponta do desespero e com os olhos fixos no caminho que os cavalos percorriam a toda velocidade, procurou alguma alternativa, alguma via de escape. Apenas uns minutos antes, pensava em Diabo, o Duque de St. Ives, seu primo, companheiro de infância e amigo íntimo... E na esposa que havia proporcionado esse destino a ele, Honoria, agora Duquesa de St. Ives.
Esta era quem havia ordenado que ele, Vane, e os outros quatro membros ainda solteiros dos Cynster não só financiassem, mas também além de assistirem o serviço religioso, se dedicassem ao conserto do telhado da Igreja do povoado de Somersham, vizinho à casa ducal.
Certo que a procedência do dinheiro que ela tinha decretado que contribuíssem era infame, pois se tratava dos lucros de uma aposta que nem ela nem suas respectivas mães teriam aprovado.
O antigo dito de que as únicas mulheres de quem deviam cuidar os varões Cynster eram as esposas Cynster seguia tendo a mesma validez para a geração atual que para as anteriores.
A razão porque acontecia isto não era algo no qual um varão Cynster gostasse muito de aprofundar.
E aquela era precisamente a razão por que Vane sentia uma necessidade tão imperiosa de sair da trajetória da tormenta.
O destino, disfarçado de aguaceiro, tinha disposto que Honoria e Diabo se conhecessem e em circunstâncias que virtualmente garantiram seu posterior casamento.
E Vane não estava disposto a correr riscos desnecessários.
— Bellamy Hall — agarrou-se à ideia como um homem a ponto de afogar-se — Minnie nos dará proteção. 
— Boa ideia — disse Duggan mais esperançoso - O desvio não fica longe. 
Vane fez a toda velocidade a volta da curva seguinte e deixou escapar uma imprecação ao ter que diminuir o passo dos cavalos. 
O estreito caminho não estava tão bem pavimentado como a estrada que acabavam de deixar. 
Muito afeiçoado com seu resistente cavalo para se arriscar a fazer algum dano, concentrou-se em guiá-lo o mais depressa que se atrevia, consciente da escuridão crescente daquele cedo e antinatural crepúsculo, e do uivar do vento cada vez mais intenso. 
Saíra de Somersham Place, a residência habitual de Diabo, pouco depois de almoçar, depois de ter passado a manhã na Igreja assistindo o serviço religioso que ele e seus primos tinham ajudado. 
Com a intenção de ir ver uns amigos perto de Leamington, deixara que Diabo desfrutasse da companhia de sua esposa e seu filho e partiu rumo ao oeste. 
Esperava chegar sem contratempos a Northampton e na comodidade do Anjo Azul, em vez disso, graças ao destino, ia passar a noite com Minnie e os hóspedes desta. 
Ao menos estaria a salvo. Através dos arbustos que tinha a sua esquerda, Vane vislumbrou ao longe uma extensão de água, de um cinza plúmbeo sob o céu cada vez mais escuro. 
Era o Rio Nene, que indicava que Bellamy Hall, que se erguia sobre um promontório alongado na encosta que dava ao rio, estava perto. 


Saga Familia Cynster
1 - Diabo
2 - O Juramento de um libertino
3 - Seu Nome é Escândalo
4 - A Proposta de um libertino
5 - Um Amor Secreto
6 - Tudo sobre o amor
7 - Tudo sobre a paixão
7.5 - A Promessa em um Beijo 
8 - Uma Noite Selvagem
9 - Sombras ao Amanhecer
10 - A Amante Perfeita
11 - A Noiva Ideal
12 - A Verdade Sobre o Amor 
13 - Sangue Puro
14- O Sabor da Inocência
15- As Razões do Coração - em revisão
16- O sabor da Tentação - idem