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8 de novembro de 2021

Holly

Série Montgomery Saga

Os pais de Hollander Latham compraram a casa dos seus sonhos: Spring Hill, uma magnífica plantação na Carolina do Norte onde Holly passou um verão inesquecível quando tinha treze anos. 

Agora uma arquiteta de prestígio, Holly se reencontra com seu vizinho de Spring Hill, o homem que ela amou desde aquele verão distante, o rico herdeiro Laurence Beaumont. Holly sonha em abrir caminho enquanto restaura sua propriedade histórica: Belle Chere. Mas na véspera do Natal, o misterioso estranho Nick Taggert muda completamente todos os seus planos. Um dos homens pode seduzi-la com sua fortuna; o outro pode prometer a você o presente do amor.

Capítulo Um

Holly se sentiu como se tivesse alcançado o maior sucesso de sua vida; e até o Natal, tudo estaria arranjado. Depois de muitos telefonemas, cartas, e-mails e promessas, ela finalmente convenceu seus pais a comprar Spring Hill Plantation, fora da cidade histórica de Edenton, Carolina do Norte. Claro, não era uma má ideia que sua meia�irmã se casasse com um homem que morava lá. Agora ela estava no pequeno armazém a três quilômetros da casa horrível que seus pais haviam alugado no ano anterior. E estava tentando encontrar algo para comer com menos de cem calorias por mordida. 
Ela tinha perdido cinco quilos recentemente e não queria ganhá-los novamente. A perspectiva de passar o verão perto de sua meia-irmã bem magra a fez parar de comer e ir à academia quatro noites por semana. Claro, a perspectiva de ver Lorrie novamente desempenhou o papel. Por um momento, seus olhos brilharam ao se lembrar dele. E tinha parado de ver a loja; agora ela estava vendo o rio, o cais e Lorrie, naquele verão, quando ela tinha treze e Lorrie dezesseis. Então ele era um garoto alto, magro, de pele morena, cabelos loiros e olhos castanhos. 
O início daquele verão foi horrível. Seus pais quase sempre alugavam uma casa de verão em algum lugar, mas até aquele ano as casas sempre foram em bairros onde as duas filhas podiam tomar banho e conhecer garotas da sua idade. Ainda assim, naquele verão, um amigo de seu pai lhe ofereceu uma casa velha, construída em 1778 e ricamente restaurada, de graça. Ficava ao lado de um rio, no meio de quatro hectares e meio de grandes árvores e belos jardins de flores. 
Holly odiou aquele lugar desde o primeiro momento. Sua situação isolada e remota a fazia querer gritar. Por um instante, ela imaginou o verão em um inferno de solidão. 
Taylor já tinha idade suficiente para dirigir, então ele estava indo para a vizinha Edenton, onde estaria no mundo real. Mas o que vou fazer aqui durante todo o verão? Pensou ela, prestes a chorar. Caçar girinos? Sentar-se à beira do rio e observar as tartarugas saindo para respirar? Não era o que uma garota da puberdade gostaria de fazer. 
Ela tentou convencer seus pais de que eles não poderiam forçá-la total e completamente a passar um verão inteiro naquele lugar horrível. Mas eles apenas sorriram e foram atender o telefone, que não parava de tocar. Na primeira semana, Holly ficou tão entediada que achou que fosse enlouquecer. Seus pais foram para Londres e Taylor conheceu um menino. Holly ficou encarregada de uma mulher que devia ser tão velha quanto a casa e que não tinha feito muito a não ser cochilar no balanço acolchoado da varanda dos fundos. 
Foi no início da segunda semana, quando Holly estava sentada no final do cais, com as pernas apoiadas no peito e pensando na dor que sua família sentiria se sua filha mais nova fugisse de casa, que ela ouviu um barulho incomum. Olhando para cima, ela viu um barco a remo vindo em sua direção. 
Ela teve que piscar, esfregar os olhos e piscar novamente para ter certeza de que enxergava bem. 
Ele estava se aproximando dela, de costas para ela, um garoto atraente que não estava vestindo uma camisa. Ela não conseguia ver seu rosto, mas se ele fosse tão bonito pela frente quanto por trás, ele seria um Adônis. Holly se levantou, alisou o short e a camiseta, desejando não estar usando as roupas mais esfarrapadas naquele dia, e esperou. Quando ele alcançou o cais e se virou, ela o achou tão bonito que quase se engasgou. 
— Oi, — disse ele, jogando uma corda aos pés dela. Eu sou Laurence Beaumont, seu vizinho. Você pode amarrar isso? Ela não tinha ideia do que ele queria dizer. Amarrar o quê? 
— A corda—, disse ele, — amarre-a na braçadeira.








26 de outubro de 2021

Maré Alta

Série Montgomery Saga

 

 

A executiva nova-iorquina Fiona Burkerhalter é forçada a acompanhar um cliente rico em uma excursão de pesca pelos pântanos do sul da Flórida. 

Envolvida em uma terrível sequência de eventos, ela inexplicavelmente se torna a principal suspeita de um assassinato. Seu único aliado é As Montgomery, o presumível guia da expedição. Uma química irresistível surge entre os dois enquanto, com suas vidas e corações em jogo, eles empreendem uma busca desesperada pelo verdadeiro assassino.

Capítulo Um

— Nego-me a aceitá-lo neste estado — declarou Ás olhando com olhos desafiantes ao homem que lhe entregava uma prancheta à espera de que assinasse os formulários de conformidade.
— Olhe, senhor, eu só sou o encarregado de entregar os pacotes, e ninguém me disse nada de caixas quebradas. Só tem que assinar aqui para que eu possa ir. Ás seguia com as mãos pressionadas ao lado do corpo.
— Pode ser que você não saiba ler, mas eu, sim sei – disse — A letra pequena no contrato diz que uma vez que tenha aceitado a entrega, é minha responsabilidade. Isso significa que se estiver quebrado, é meu problema. Mas se me dou conta de que está quebrado antes de assinar, então é seu problema. Entende-o? Durante uns momentos o homem permaneceu ali de pé, abrindo e fechando a boca.
— Sabe o que há dentro? — Certamente que sei, posto que fui eu quem o pediu. E quem o pagou, poderia acrescentar. O homem continuava sem compreender. — Pois tiremos daí para que possamos… — Não — repôs Ás — O abriremos aqui e agora.
Ao ouvir isso o homem olhou ao seu redor com expressão de incredulidade, como se Ás não estivesse plenamente consciente de onde estavam. Estavam na zona de recolhimento de bagagens do aeroporto Fort Lauderdale. Naquele momento só havia uns poucos trabalhadores retirando malas que ninguém tinha recolhido das esteiras transportadoras, mas das escadas rolantes da esquerda poderiam começar a descer pessoas de um avião cheio a qualquer instante.
— Quer que abra a caixa aqui? Agora? — inquiriu o homem mansamente.
— Agora — respondeu Ás com firmeza — Se o carregarmos em minha caminhonete, é meu, de forma que teria que pagá-lo, se estiver danificado, e já paguei muito para…
— Tudo bem, tudo bem — interrompeu o homem, aborrecido, e se dirigiu a um menino magricela que estava junto a Ás. O menino levava o mesmo uniforme cinza que o tipo que lhe dava as ordens
— Sempre é assim?
— Não, às vezes é muito mais difícil.
— Espero que te pague bem.
— Pois a verdade…


Série Montgomery Saga

1- O Leão Negro
2- A Donzela
3- A Herdeira
4- O Corsário
5- A Duquesa e o Capitão
6- Eternidade
7- A Duquesa
8- A Sedutora - este e anteriores tradução independente
Próximos LR
9- Desejos
10- O Despertar
11- O Convite
12- A Princesa
13-Doces Mentiras
14- Os Casamenteiros
15- O Cavaleiro da Armadura Brilhante
16- Alguem a quem amar
17- Chance ao coração
18- Apenas Curiosidade
19- Maré Alta

 

29 de setembro de 2021

Apenas curiosidade

Série Montgomery Saga

A linda viúva Karen Lawrence não confia nos homens, em particular em seu chefe MacAllister Taggert. 

Ela acredita que ele é um playboy que salta de uma mulher a outra tão rápido como troca de roupa. Entretanto, Karen tem o desejo secreto de ter um filho antes que seu relógio biológico expire, e ela encontra em seu chefe o perfeito doador de esperma por seu porte físico e saúde. Ela numa espionagem no escritório, de repente se converte em objeto de atração de MacAllister. Esperando ser despedida, surpreende-se com a proposta dele em se passar por sua noiva e acompanhá-lo ao casamento de seu primo. Como retribuição ela pode pedir o que quiser. Karen concorda e lhe diz abertamente que ela quer que ele seja o doador de esperma para seu bebê. MacAllister aceita e leva Karen a Maine, onde acontecerá as bodas. À medida que passa mais tempo com ele e sua numerosa e barulhenta família, ela não pode evitar cair no feitiço de MacAllister. Pode Karen proteger-se do que percebe ser um grande tormento ou pode confiar a MacAllister seu coração?

Capítulo Um

—Não acredito em milagres — afirma Karen, olhando a sua cunhada com os lábios firmemente pressionados.
A luz do sol brilhava sobre o rosto limpo e reluzente de Karen, fazendo-a parecer com a foto do "depois de uma modelo sem maquiagem”. A ausência de maquiagem só revelava uma pele perfeita, maçãs do rosto altas e olhos como escuras esmeraldas.
— Nunca disse nada sobre milagres — replicou Ann, sua voz mostrando sua exasperação. Era tão morena como Karen era loira, quinze centímetros mais baixa e voluptuosa. — A única coisa que falei foi que deveria ir ao baile de Natal no clube. O que tem isso de milagroso?
— Disse que poderia conhecer alguém maravilhoso e voltar a me casar — respondeu Karen, recusando-se a recordar do acidente de carro que tinha lhe tirado seu amado marido.
—Muito bem, atire! Peço desculpas.
Piscando os olhos ao olhar para sua “alguma vez” bela cunhada, para Ann parecia difícil acreditar que costumava ser atormentada por ciúmes devido à aparência de Karen. Agora o cabelo de Karen pendia liso e sem vida sobre seus ombros, com pontas partidas até as orelhas. Não tinha um rastro de maquiagem e, com seu tom pálido, Karen se parecia com uma adolescente. Em vez das elegantes roupas que costumava vestir, agora tinha um velho conjunto de jogging que Ann sabia que tinha pertencido ao marido morto de Karen, Ray.
— Você costumava ser a garota mais bonita do clube de campo — disse Ann com nostalgia. — Recordo de ver você e Ray dançar no Natal. Lembra aquele vestido vermelho que tinha, com um talho tão alto que suas amígdalas ficavam visíveis? Mesmo assim compensava por ver você e Ray dançando juntos! Todos os homens da sala ficavam babando. Cada homem em Denver ficava babando! Exceto meu Charlie, é obvio, ele nunca olhava. Por cima de sua taça de chá, Karen lhe ofereceu um pequeno sorriso.
—As palavras chave nisso são "garota" e "Ray". E já não sou e nem o tenho.
—Dê-me uma pausa! — gemeu Ann. — Soa como se tivesse noventa e dois anos e estivesse escolhendo seu caixão. Tem trinta anos, isso é tudo. Chegarei aos trinta e cinco este ano e a idade não me deteve. 
Com isso, Ann se levantou, com a mão atrás das costas e ia como uma pata para a pia para tomar outra taça de chá de ervas. Estava tão enormemente grávida que logo não poderia alcançar o bule.
—Entendido — disse Karen. — Mas sem importar quão jovem ou velha eu seja, isso não traz Ray de volta. Quando disse o nome, havia reverencia em sua voz como se estivesse pronunciando o nome de uma divindade. Ann deu um grande suspiro já que haviam tido esta conversa muitas vezes.
—Ray era meu irmão e o amava muito, mas, Karen, Ray está morto. E esteve morto por dois anos. É momento de que comece a viver outra vez.
—Não entende Ray e eu. Fomos…

24 de agosto de 2021

Chance ao coração

Série Montgomery Saga

Miranda Harcourt se esforça por ganhar a vida para ela e seu filho Elijah desde que seu ex-marido parou de provê-lo. 

Apesar dos seus problemas, ainda sonha com uma história de amor que só existe em novelas românticas. Quando Miranda chega ao Colorado para ser enfermeira do senhor Franklin Taggert, encontra justamente o oposto do homem de seus sonhos. Franklin é intimidante, cínico e frio como o tempo nas Montanhas Rochosas. Ela se converte então em uma brisa apesar de todas suas ameaças e realiza seu trabalho. Ao contrário da primeira impressão que tem dele, descobre que por baixo do exterior desagradável Franklin é amável e cuida dos seus entes queridos. Percebe que Franklin pode chegar a ser o seu cavalheiro de armadura brilhante, mas poderá ela convencê-lo do mesmo?

Capítulo Um

O homem atrás da mesa do escritório olhou o menino na sua frente com uma mescla de inveja e admiração. Com apenas doze anos, o menino tinha uma inteligência que algumas pessoas matariam para ter. Não devo parecer muito ansioso, pensou. Devo manter a calma. O queremos em Princeton, preferivelmente amarrado a um computador e sem que lhe permita sair para comer.
Aparentemente, tinha sido enviado a Denver para entrevistar vários candidatos para bolsas de estudo, mas na verdade este menino era o único no que o escritório de admissões, estava realmente interessado, tanto que a entrevista tinha sido feita em local conveniente para o rapaz. O reitor tinha pedido a um velho amigo para que lhe emprestasse um escritório, de preferência localizado próximo à casa de classe média do menino, para que ele pudesse chegar ali em sua bicicleta.
—Aham! —Limpou a garganta, olhando os papéis com o cenho franzido.
Agravou sua voz. Seria melhor não mostrar ao menino que ele tinha só vinte e cinco anos e que se prejudicasse esta missão poderia ficar em sérios problemas com seus conselheiros.
—É bastante jovem — disse o homem, tentando soar o mais velho possível— e haverá dificuldades, mas acredito que podemos dirigir suas circunstâncias especiais. Princeton gosta de ajudar as pessoas jovem dos Estados Unidos. Eu...
—Que tipo de equipamento tem? O que terei para trabalhar? Há outras escolas me fazendo ofertas.
Enquanto o homem olhava o menino, pensou que alguém deveria tê-lo estrangulado no berço. Pequeno ingrato...
—Estou seguro de que o que temos te parecerá adequado, e se não tivermos tudo o que necessita, podemos consegui-lo.
O menino era alto para sua idade, mas magro como se estivesse crescendo muito rápido para que seu peso o alcançasse. Para quem tinha um dos maiores cérebros do século, parecia como alguém saído do Tom Sawyer: cabelo cor areia que nenhum pente poderia domar, sardas em uma pele que nunca se bronzearia, olhos azuis escuros atrás dos óculos o suficientemente grandes para ser usados de para-brisa em um caminhão Mack. Elijah J. Harcourt, dizia o arquivo. Coeficiente intelectual de mais de 200. Fazia muitos progressos inventando um computador que podia pensar. Inteligência artificial. A gente podia dizer ao computador o que queria fazer e a máquina deduziria como fazê-lo. Por isso podia dizer que o moço estava colocando seu prodigioso cérebro dentro de um computador. Os usos futuros de semelhante instrumento estavam além da compreensão. Entretanto aqui se encontrava o pequeno malcriado, não agradecido pelo que lhe estavam oferecendo, a não ser exigindo mais. O homem sabia que estava arriscando sua própria carreira, mas não podia suportar a hesitação do menino. Ficando de pé, voltou a colocar os papéis dentro de sua maleta.
—Possivelmente deveria pensar bem em nossa oferta —disse-lhe com fúria logo que controlada.







Série Montgomery Saga
1- O Leão Negro
2- A Donzela
3- A Herdeira
4- O Corsário
5- A Duquesa e o Capitão
6- Eternidade
7- A Duquesa
8- A Sedutora 
Próximos LR
9- Desejos
10- O Despertar
11- O Convite
12- A Princesa
13-Doces Mentiras
14- Os Casamenteiros
15- O Cavaleiro da Armadura Brilhante
16- Alguem a quem amar
17- Chance ao coração
 

10 de agosto de 2021

Alguem a quem amar

Série Montgomery Saga

Depois de três anos, Jace Montgomery ainda não tinha se recuperado do misterioso suicídio de Stacy, sua noiva. 

Desde sua morte, Jace não se interessou por nenhuma mulher. Enquanto folheia um dos livros de Stacy, Jace encontra a fotografia de uma grande casa com uma mensagem enigmática: "Nossa novamente. Juntos para sempre. Nos vemos lá”. Obcecado com a ideia de compreender a causa do suicídio de Stacy, Jace consegue comprar a mansão, que está na Inglaterra.
Jace logo se dá conta que a casa está assombrada pelo espírito obstinado de Ann Stuart, com quem terá que lidar se quiser resolver o mistério que envolve a morte da sua noiva. Para isso, contará com a inesperada ajuda de uma linda jornalista...

Capítulo Um

Margate, Inglaterra
A mansão era enorme e espantosamente feia. Jace Montgomery tinha acabado de pagar quatro milhões e meio de dólares por ela. Enquanto cruzava com seu veículo os portões de ferro forjado e os pilares de tijolo, coroados com alguns leões de pedra, Jace temeu o momento em que a casa aparecesse diante de sua vista. Agora Priory House era sua, embora recordasse poucas coisas da única vez que a tinha visto com o corretor imobiliário. O caminho de cascalho da entrada serpenteava pelos jardins, que eram muito bonitos. Conforme
haviam contado a ele, um paisagista famoso os tinha construído em 1910.
As árvores adultas, os arbustos floridos estavam bem enraizados e a grama estava em perfeito estado. Se Jace gostasse de andar a cavalo, coisa que não era verdade, aqueles jardins teriam formado para ele um sonho tornado realidade. Quando chegou perto de um carvalho de grande dimensão, Jace parou o carro e desceu do veículo. Em alguns instantes, a casa apareceria diante de seus olhos e tinha que preparar-se para a visão.
Com o objetivo de manter-se, tinha pedido emprestado o montante da compra a um tio que era multimilionário. Fazia mais de três anos que a casa estava à venda e Jace sabia que quando quisesse vendê-la custaria muito encontrar um comprador.
Tinha tentado alugá-la, mas o proprietário não queria nem ouvir falar dessa possibilidade, pois queria desfazer-se daquela monstruosidade de uma vez por todas.
— Está bem, o que tem de errado com a casa? Além de ser feia, claro. — perguntou ao corretor imobiliário.
Jace tinha suposto que os encanamentos estariam sempre entupidos, que naquela região os aviões voariam muito baixo, que os vizinhos seriam assassinos ou, no mínimo, que toda a madeira da construção estaria apodrecida.
— Aparentemente há um fantasma. — Declarou Nigel Smith-Thompson com a atitude de quem não acredita nessas coisas.
— Por acaso não há um em todos os velhos casarões da Inglaterra? — Jace perguntou.
— Segundo nos contaram, — explicou Smith-Thompson — este é especialmente insistente. Aparece com muita frequência e incomoda os proprietários.
“Ou seja, faz com que se caguem de medo”, pensou Jace.
— Por isso a casa trocou de proprietário tantas vezes?
Quando Jace pediu a seu tio Frank o dinheiro emprestado para comprar a casa, ele fez com que a investigassem meticulosamente. Desde o final do século dezenove, tinha trocado de mãos, mais ou menos, a cada três anos. O tio Frank tinha chegado à conclusão de que a propriedade constituía um mau investimento e que Jace não deveria comprá-la. Jace não pronunciou nenhuma palavra, só entregou um envelope que havia encontrado dentro de um livro que tinha pertencido a Stacy. Frank tirou do envelope uma fotografia da casa, contemplou-a com desagrado, e a virou. No verso, alguém tinha escrito: “Nossa novamente. Juntos para sempre. Nos vemos lá em 11 de maio de 2002”.
Frank demorou uns instantes para juntar as peças.
— Stacy morreu no…?


Série Montgomery Saga
1- O Leão Negro
2- A Donzela
3- A Herdeira
4- O Corsário
5- A Duquesa e o Capitão
6- Eternidade
7- A Duquesa
8- A Sedutora - este e anteriores tradução independente
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9- Desejos
10- O Despertar
11- O Convite
12- A Princesa
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15- O Cavaleiro da Armadura Brilhante
16- Alguem a quem amar
17- Chance ao coração

27 de julho de 2021

O Cavaleiro da Armadura Brilhante

Série Montgomery Saga

Dougless Montgomery tentou ser a melhor, mas de alguma maneira sempre terminou vítima de piadas familiares.

Ela partiu de férias com o namorado, mas a viagem foi uma decepção, fazendo-a sentir muito desgosto e abandono...Abandonada por seu amado, Dougless Montgomery se encontra sozinha e aos prantos em uma velha igreja inglesa. O que ela precisava era de um Cavaleiro de Armadura Brilhante para salvá-la. Foi o que desejou, encontrar um grande amor. Mas nunca imaginou que um amor mais poderoso que o tempo a aguardava...Nicholas Stafford, Conde de Thornwyck, um cavaleiro do século XVI, apareceu de forma súbita e atraente que desafiou a razão, ligado a ela por algum vínculo inexplicável, Dougless sabia que Nicholas era nada menos que um milagre: um homem que não desejava mudá-la em nada, que encontrou a perfeição ao seu lado. Mas ela não podia saber como eram fortes as correntes que lhes amarravam ao passado ou a grande aventura que estabelecera antes deles.Esse romance é um conto inesquecível de um caso de amor fantástico - de uma paixão, inteligência e amor verdadeiro entre uma mulher completamente moderna e um homem que viveu quatrocentos anos antes dela!

Capítulo Um

Inglaterra, 1988
Dougless Montgomery se sentou no assento de trás do carro. Robert e Glória, sua filha gorducha de treze anos, na frente. Como sempre, Glória estava comendo. Dougless colocou suas pernas finas ao lado da bagagem da menina para ficar mais cômoda. Havia seis malas grandes e caras com os pertences de Glória e como não couberam no porta-malas do carro alugado, iam empilhadas na parte traseira com Dougless.
— Papai! — Glória se queixou como uma menina enferma de quatro anos. — Ela está arranhando as malas tão bonitas que o senhor me comprou.
Dougless apertou os punhos, fincando as unhas nas palmas das mãos. Ela. Nunca a chamava pelo nome. Só ela.
Robert a olhou por cima do ombro, mas só se via o cabelo castanho.
— Acho que poderia ser mais cuidadosa.
— Não arranhei nada. Estou bastante incômoda sentada aqui. Não há muito espaço.
Robert suspirou fastidiosamente.
— Dougless, tem que se queixar por tudo? Nem sequer pode desfrutar das férias?
Ela conteve seu aborrecimento passando a mão pelo estômago. Doía outra vez. Nem sequer se atreveu a pedir a Robert que parasse para beber algo e assim poder tomar um Almax para acalmar o transtorno. Levantou os olhos e viu Glória com um sorriso zombeteiro através do espelho. Desviou os olhos e tratou de se concentrar na beleza da campina inglesa. Tinha campos verdes, antigas cercas de pedra, vacas e mais vacas, pequenas casas pitorescas, magníficas mansões e... E Glória, pensou. Glória em todas as partes. Robert continuava dizendo, “é só uma menina e sua mãe a abandonou. Tenha um pouco de consideração. Na verdade, é uma menina doce”.
O Cavaleiro da Armadura Brilhante – Jude Deveraux
“Uma menina doce”. Aos treze anos, Glória usava mais maquiagem que ela aos vinte e seis, e passava horas no banheiro do hotel. Quando a menina se sentou no assento dianteiro do carro, ele disse “É só uma menina e é sua primeira viagem à Inglaterra”.
Se supunha que Dougless devia ler os mapas e seguir as indicações, mas que quase não pudesse ver a estrada com a cabeça de Glória na sua frente parecia não importar muito. Tratou de se concentrar na paisagem. Robert afirmava que ela estava com ciúme de Glória, que não desejava compartilhá-lo com ninguém, mas que se tranquilizasse, pois seriam um trio muito feliz. “Uma segunda família para uma menina que perdeu muito”. Dougless tinha tentado se relacionar bem com Glória e, durante o ano em que vivia com Robert, a tinha levado às compras e gastado com ela mais dinheiro do que seu reduzido salário de professora primária lhe permitia gastar consigo mesma. Noite após noite, tinha ficado com ela na casa de Robert, enquanto ele ia a festas e jantares. “É hora de vocês se conhecerem”, era a justificativa.
Em algumas ocasiões, Dougless pensou que a coisa funcionava, já que Glória e ela eram cordiais e inclusive amistosas uma com a outra quando se encontravam a sós. Mas no momento em que Robert aparecia, Glória se transformava em uma criança chorona e mentirosa. Sentava-se no colo de seu pai, com seu um metro e cinquenta e sete, sessenta e três quilos, e se queixava de que ela era desrespeitosa. A princípio, Dougless negou aquelas acusações e enfatizou que amava crianças, razão pela qual tinha escolhido ensinar, e não pelo dinheiro. Mas Robert sempre acreditava em Glória. Dizia que era uma menina inocente e incapaz de cometer as falsidades das quais Dougless acusava à pobre. Reclamava que não podia compreender como uma pessoa adulta como ela era capaz de agir assim com uma menina pequena.
Durante esses sermões de Robert, Dougless sentia culpa e fúria. Tinha uma classe de crianças que a adoravam, mas Glória parecia odiá-la. Era ela a ciumenta? Estava inconscientemente mostrando àquela menina que não desejava compartilhar Robert com sua própria filha? Cada vez que lhe vinham estes pensamentos, prometia se esforçar mais para agradar Glória, o que geralmente significava sair e comprar um presente caro. Seu outro sentimento era a fúria. Não podia Robert se colocar uma vez, uma só, do lado dela?




Série Montgomery Saga

1- O Leão Negro
2- A Donzela
3- A Herdeira
4- O Corsário
5- A Duquesa e o Capitão
6- Eternidade
7- A Duquesa
8- A Sedutora - este e anteriores tradução independente
Próximos LR
9- Desejos
10- O Despertar
11- O Convite
12- A Princesa
13-Doces Mentiras
14- Os Casamenteiros
15- O Cavaleiro da Armadura Brilhante

29 de junho de 2021

Os Casamenteiros

Série Montgomery Saga

Kane Taggert relutantemente concordou em guiar quatro mulheres da cidade de Nova York em uma trilha no Colorado, pode se encantar por Ruth Edwards, uma viúva calculista e encantadora, se ele puder passar pela viagem de duas semanas sem estrangular a amiga de Ruth.

 

 

 

 

 

Capítulo Um

Sobre a escrivaninha de Kane Taggert havia um telefone com teclado de seis botões, todos os quais estavam acesos, mas quando soou sua linha particular, conectou a de número seis e esperou. Essa linha particular era para sua família e qualquer um que estivesse relacionado com seus dois filhos pequenos.
— Mamãe — disse, virando na cadeira para olhar a linha do horizonte de Nova Iorque —, que prazer inesperado. — Não perguntou, mas sabia que sua mãe desejava ou necessitava algo: se só quisesse conversar, não ligaria enquanto a Bolsa de Valores estivesse aberta.
—Tenho que te pedir um favor.
Kane não gemeu, embora sentisse vontade de fazê-lo. Fazia cinco meses que seu irmão gêmeo se casou e, depois disso, sua mãe se mostrou implacável em seus esforços para casar Kane, seu filho viúvo.
—Acredito que necessita de férias.
Ante isso, Kane sim gemeu. Olhou o teclado do telefone e viu que a linha número quatro começava a piscar, o que significava que Tóquio queria comunicar-se.
— Me conte, mamãe — disse. — Que nova tortura planejou para mim?
—Seu pai não anda muito bem...
—Vou até aí.
—Não, não, nada disso. É só que seu coração bom o colocou em uma situação incômoda e prometi ajudá-lo a sair dela.
Esse era um fato comum na casa de seus pais. Seu pai frequentemente se oferecia para ajudar as pessoas e se esforçava muito. Em um intento para protegê-lo, sua esposa muitas vezes tinha que se esforçar bastante para anular o oferecimento.
—Agora, o que ele fez? — perguntou Kane enquanto a linha número quatro se apagava.
— Já conhece nosso vizinho Clem — Começou a explicar quem era Clem para indicar que Kane não visitava a casa paterna há tanto tempo que poderia ter se esquecido de um conhecido da vida toda. — Ele costuma levar pessoas do Leste para acampamentos, lembra?
Enfim, no mês passado levou seis homens e, bem, foi um pouco duro para ele, Clem está envelhecendo e essas subidas são difíceis para ele.
Kane não disse nenhuma palavra, Clem era tão forte e resistente como um potro selvagem. Ele sabia muito bem que a saúde do vizinho não tinha nada a ver com o que sua mãe queria que ele fizesse.
— Enfim, seu pai se ofereceu para levar o próximo grupo de viajantes.
Clem também era bastante trapaceiro, de modo que se tinha persuadido enganosamente Ian Taggert para levar o grupo seguinte, alguma razão tinha.
— Era um grupo de chatos, suponho.
Pat Taggert suspirou.
— Do pior. Queixosos, com medo dos cavalos. O chefe lhes havia “pedido” que fossem, e não queriam estar ali.
O pior tipo.
— E do que Clem convenceu papai desta vez?
Kane percebeu o tom zangado na voz de Pat quando ela voltou a falar.
— Parece que Clem sabia que o próximo contingente de turistas era da mesma empresa, só que, Kane...
— Qual é a má notícia?
— São mulheres! Clem descobriu e pediu a seu pai para passar duas semanas guiando quatro relutantes mulheres de Nova Iorque em uma cavalgada esportiva. Imagina! Oh, Kane, não pode.
Kane se pôs a rir.
— Mamãe, nunca vai ganhar um Oscar, de modo que termine de uma vez. Quer que eu, seu filho viúvo, seu pobre e solitário filho viúvo, passe duas semanas com quatro jovens solteiras e talvez ele encontre uma mãe para seus filhos.
— Em resumo, sim — admitiu Pat, irritada, — Como espera conhecer alguém se passa todo o tempo trabalhando? Essas quatro mulheres vivem em Nova Iorque, onde você e Mike escolheram morar e...




Série Montgomery Saga
1- O Leão Negro
2- A Donzela
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1 de junho de 2021

Doces Mentiras

Série Montgomery Saga

Era o desejo de seu pai que Samantha Elliot procurasse sua avó, que desapareceu de Louisville quando ela era bebê. 

Então aqui estava ela, na grande e suja cidade de Nova York... seus pais estavam mortos, seu divórcio foi definitivo e ela estava sozinha... Michael Taggert era o senhorio de Samantha, e ele era facilmente o homem mais bonito que ela já viu. Ele também era encantador – seu gosto pela vida era tão contagioso que em sua presença Sam floresceu como uma flor depois da chuva. No entanto, Mike só podia ir até certo ponto com ela – quando ele tentava se aproximar, era como correr contra uma parede de tijolos. Mas Mike não desistiu. Enquanto investigavam o passado de sua avó, ele estava lentamente descobrindo a alegria e o carinho que Samantha havia enterrado há muito tempo – e os levando para mais perto da perigosa verdade sobre uma sangrenta noite de primavera em 1928, e uma cantora de blues sedutora chamada Maxie…

Capítulo Um

Nova Iorque – Abril de 1991
Depois de aterrissar em Nova Iorque, quinze minutos depois roubaram a carteira de Samantha Elliot. Ela percebeu que era culpa dela, porque ela havia aberto a bolsa para tirar um lenço, e esqueceu de fechar o zíper. Para o ladrão ou a ladra, havia sido o suficiente introduzir a mão no interior e extrair a carteira, com um cartão MasterCard, outro American Express e também quase todo o seu dinheiro. Felizmente, ela havia tomado a precaução de deixar 150 dólares em sua bagagem de mão e não se encontrava totalmente desamparada. Depois de descobrir o assalto, ela teve que passar pela nova experiência de cancelar seus cartões de crédito. Tudo o que aconteceu à Samantha teve uma inclinação traumática. Acabou de chegar ao Babel que era Nova Iorque foi recebida por um ladrão e agora teve que cancelar seus cartões, um fato que repetiu centena de vezes para a mulher entediada sentada do outro lado do balcão. Ela deu a Samantha os formulários que ela teria que preencher e apontou alguns números de telefone das empresas de cartão, 
dizendo-lhe para ligar para deixá-los saber que ela os havia perdido.
Enquanto Samantha falava por telefone, a mulher tinha tempo suficiente para fazer balões com o seu chiclete, pintar as unhas, falar com o seu noivo por telefone e perguntou a um parceiro o que gostaria de comer. Samantha tentou falar com ela sobre sua carteira, dizerlhe que ela pertencia a sua mãe e que ela possuía relevos em couro com um design que seu pai chamava de psicadélico. A mulher se limitou a observá-la de cima a baixo com olhar indiferente. — Sim, claro. — foram as palavras dela. Se aquela garota não tivesse mostrado inteligência suficiente para realizar várias tarefas ao mesmo tempo, Samantha teria interpretado esse olhar como o de uma perfeita estúpida. Depois de completar a papelada no escritório de objeto perdidos, ela descobriu que ela havia sido mantida em uma sala fechada com painéis de vidro, e teve que encontrar um guarda para abri-la. Não foi tarefa fácil por que todas as pessoas que ela falou ninguém sabia se havia chave, parecia mesmo que ninguém sabia que havia tal sala. Depois de recuperar sua bagagem, puxando o carrinho em que ela transportou e com a bolsa atravessada sobre o ombro, Samantha tremia de exaustão e frustração.




Série Montgomery Saga
1- O Leão Negro
2- A Donzela
3- A Herdeira
4- O Corsário
5- A Duquesa e o Capitão
6- Eternidade
7- A Duquesa
8- A Sedutora - este e anteriores tradução independente
Próximos LR
9- Desejos
10- O Despertar
11- O Convite
12- A Princesa
13-Doces Mentiras

4 de maio de 2021

A Princesa

Saga Montgomery

O nome dela é Aria... uma linda e arrogante princesa de um pequeno reino europeu.

Encalhada em uma tempestade de intrigas perto de Florida Keys, ela é levada para a costa e para os braços de J.T. Montgomery, um oficial da Marinha Americana. Desdenhoso a princípio, Aria é secretamente atormentada pela independência impetuosa do tenente... e, por baixo de sua reserva orgulhosa, J.T. descobre uma mulher de fogo sensual. Para escapar de seus inimigos, eles retornam ao seu domínio real - com Aria posando como uma noiva americana. Mas se a ousada farsa for bem-sucedida, Aria deve escolher - entre o reino que ela nasceu para governar e o homem que ela estava destinada a amar!

Capítulo Um

Key West, Florida — 1942

J.T. Montgomery esticou suas longas pernas no barco, apoiando a panturrilha ferida sobre um dos caixotes que cobriam o fundo. Ele era o lindo produto de várias gerações muito semelhantes. Na Marinha, seu cabelo escuro fora cortado demais, mas isso não diminuía sua beleza: olhos azuis e brilhantes; lábios que podiam ser frios como o mármore ou suaves e doces como o ar balsâmico que o rodeava; uma pequena covinha no queixo e um nariz que em um homem menos corpulento teria sido muito grande. Sua mãe dizia que era o nariz dos Montgomery, colocado ali por Deus em uma tentativa de proteger o rosto de todos os punhos apontados por aqueles que não gostavam da teimosia da família.
— Ainda não faz sentido para mim — dizia Bill Frazier enquanto manobrava o leme do motor. Bill era totalmente oposto ao J.T. Ele era quinze centímetros mais baixo e seu cabelo já começava a rarear embora só tivesse vinte e três anos; além disso, parecia ser feito de blocos de cimento. Parecia uma sorte ser amigo de J.T. porque, onde quer que esse jovem estava, as mulheres bonitas estavam atrás dele. Seis meses antes, Bill tinha se casado com a melhor de todas. J.T. não se incomodou em lhe responder. Fechou os olhos por um momento e inspirou o ar salgado e limpo. Era maravilhoso poder se afastar do cheiro do óleo, do barulho das máquinas e da responsabilidade de mandar nos outros, responder às perguntas e...
— Se eu fosse solteiro como você — insistiu Bill, — estaria na rua Duval me divertindo como nunca. Não compreendo que alguém queira se isolar em uma ilha abandonada às mãos de Deus. J.T. abriu um olho para olhá-lo. Logo se virou para observar as diferentes ilhas de mangues que os rodeavam. Não podia explicar seus sentimentos para Bill, que crescera em uma grande cidade. Ele, no entanto, provinha do Maine, onde tinha crescido longe do ruído e da confusão de gente e máquinas. E sempre tinha estado perto do mar. Aos dezesseis anos, quando outros rapazes compravam o primeiro automóvel, ele ganhou um veleiro. Aos dezoito já era capaz de fazer viagens de três dias sozinho na embarcação. Até sonhava em dar a volta ao mundo desse modo. Mas então os japoneses bombardearam Pearl Harbor, assim começou a guerra e...
Ei! — o chamou Bill. — Não desista deste mundo ainda. Tem certeza de que tem provisões suficientes? Me parece que não há muito para comer. Dolly diz que você está magro demais. J.T. sorriu com a menção da bonita esposa de seu amigo.
— Será suficiente — assegurou. E voltou a fechar os olhos. As pessoas da cidade não eram capazes de ver no mar uma grande mesa de banquetes. J.T. tinha consigo uma rede, uma vara para pescar, anzóis, um par de panelas, um caixote de verduras e suas ferramentas do exército. Pensava viver como um rei por alguns dias. Com o simples pensamento do silêncio, da solidão e da falta de responsabilidades, moveu-se de ansiedade no duro assento. Bill enrugou em uma gargalhada seu rosto tão comum. Esse homem poderia ter sido um excelente espião pela forma em que se perdia na multidão.
— De acordo. Aceito sua palavra. Mas mesmo assim me parece que está louco. Claro que é problema seu. O comandante quer que você se apresente na próxima segunda-feira, assim virei te buscar. E Dolly me encarregou de dizer que se você não aplicar essa pomada para queimaduras, virá amanhã mesmo para lhe aplicar isso pessoalmente. Bufou ao ver a expressão de horror de J.T.
— Vê? Se eu decidisse passar uns dias em uma ilha, seria assim — ele comentou, — deitado em uma rede, com duas... não, três belas damas que me alimentavam com mangas. — Mulheres não — protestou J.T., os olhos azuis escurecidos.
Mulheres não, por favor. Bill voltou a rir.
— O que ocorreu com aquela moça do Corpo Auxiliar Feminino foi sua culpa. Qualquer pessoa percebia que não pensava em outra coisa a não ser em casar-se. E por que não se casou com ela? O casamento é um passo que posso recomendar calorosamente.
— Aquela é minha ilha — indicou J.T., sem prestar atenção aos comentários








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11- O Convite
A Princesa 


5 de abril de 2021

O Convite

1934. Jackie O'Neill retorna à sua cidade natal, Chandler, Colorado, um piloto experiente e uma viúva solitária. 

O desenvolvimento de seu negócio de transporte aéreo pode mantê-la feliz como piloto, e seu novo parceiro, William Montgomery, promete fazer uma companhia muito aconchegante – até Jackie perceber que ele é o mesmo Billy que ela é babá há muitos anos.



Capítulo Um 

1934 Jackie estava pilotando um avião, logo estava feliz. Enquanto subia, recebendo a brisa, apertando os olhos contra o sol poente, Jackie se espreguiçou e o avião também se esticou. Jackie se movia e o avião também se movia. Como se a estrutura da máquina fosse uma segunda pele para ela, poderia movê-la tão facilmente quanto movesse o braço ou a perna. Com um sorriso, inclinou uma das asas para baixo para olhar o belo deserto de montanhas altas do Colorado.
No começo não acreditou no que via. Localizado no meio do nada, a quilômetros da rodovia mais próxima, havia um carro. Pensando que o veículo havia sido abandonado, virou o avião, inclinou as asas e acionou uma alavanca para retroceder e dar uma segunda olhada. O carro não estava lá no dia anterior, então talvez houvesse alguém lá dentro que precisasse de ajuda. Baixou tanto quanto ousou, de modo que os pinheiros – que raramente tinham mais de seis metros de altura – não interfeririam na altura necessária para permanecer em voo. Ao passar pela segunda vez, viu um homem que, parado à sombra do carro, levantou o braço num gesto de saudação. Sorrindo, Jackie se virou e dirigiu o avião de volta à sua base. Era evidente que o homem estava bem; assim que chegasse à sua pista de pouso em Eternity, ligaria para o xerife para enviar ajuda ao viajante encalhado. Ria entre dentes.
Os viajantes costumavam encalhar nessa área. Olhavam a paisagem plana nas laterais da rodovia e decidiam ver a natureza mais de perto. Mas não levavam em conta os espinhos tão grandes quanto o mindinho e as pedras do tamanho de um homem, cujas bordas não tinham sido desgastadas pela forte chuva anual. Talvez porque estava rindo e não estava atenta ao que fazia, não viu o pássaro, grande como um cordeiro, que voou diretamente para sua hélice.
Duvidava que pudesse evitá-lo, mas teria tentado. Tal como passaram as coisas, tudo aconteceu muito rápido. Em um instante estava voando para casa e no outro, penas e sangue cobriam seus óculos enquanto o avião ia em direção ao chão. Jackie era uma boa piloto, uma das melhores dos Estados Unidos. Tinha muita experiência, é claro; ela recebera sua licença aos dezoito O Convite – Jude Deveraux anos de idade e agora, aos trinta e oito, era uma veterana. No entanto, lidar com esse pássaro exigiu toda a sua sabedoria e habilidade. Quando o motor começou a chiar, sabia que deveria pousar com uma hélice calada, isto é, sem força motriz. Rapidamente, tirou seus óculos de proteção e olhou em todas as direções, a fim de encontrar um lugar para descer. Precisava de um espaço longo e largo, livre de árvores e pedras que pudesse destruir as asas do avião. A velha estrada para a cidade fantasma de Eternity era a única possibilidade. Não sabia que tipo de coisas teriam crescido ou rolado através dela durante os muitos anos que havia sido abandonada, mas não havia outra escolha. Em um piscar de olhos, endireitou o nariz em direção à "pista" e começou a descida. Uma pedra enorme bloqueava a estrada – talvez tivesse rolado para lá durante o degelo da primavera – e Jackie implorou para conseguir parar o avião antes de atingi-la.
A sorte não a acompanhava, dado que bateu na tal pedra. Quando a colisão ocorreu, ouviu o barulho deprimente da hélice ao ser destruída. Já não conseguia pensar. Sua cabeça caiu para frente e acertou o manche. Jackie ficou inconsciente. O que soube em seguida foi que dois braços masculinos muito fortes a carregava e a tirava do avião.
– Você é meu cavaleiro que veio ao meu resgate? – perguntou meio inconsciente. Sentia algo quente descendo pelo rosto. Quando levantou a mão para limpá-lo, pensou ter visto sangue, mas seus olhos não estavam funcionando corretamente e a luz do dia estava desaparecendo rapidamente.
– Estou gravemente ferida? – perguntou, sabendo que o homem não lhe diria a verdade. Tinha visto alguns mutilados em acidentes de avião e, enquanto eles jaziam agonizantes, todos lhe haviam garantido que no dia seguinte ficariam muito bem.
– Acho que não – respondeu o homem. – Acho que você acabou de bater sua cabeça e a machucou um pouco.
– Ah, então está tudo em ordem. Ninguém tem uma cabeça mais dura que a minha. Ele ainda a carregava em seus braços, mas seu peso não parecia incomodá-lo. O melhor que pôde, considerando o quão atordoada se sentia, jogou a cabeça para trás para olhá-lo. No meio da luz minguante, ele parecia alto, mas, lembrou Jackie, ela acabara de quebrar o crânio em um acidente de avião e não podia confiar muito no que via.








16 de março de 2021

O Despertar


O que era o amor?

Algo estudado, programado, feito com listas onde se define o que se aprende, o que come, o que veste? Como se respira? Ou era a irritação de não seguir as regras, de comer o que quisesse e estar na companhia desse homem irritante que fazia sentir coisas inexplicáveis que não estavam em livros e sim, na realidade vivida ao seu lado. 

 

 

Capítulo Um

Kingman, Califórnia Julho, 1913
Uma suave brisa agitava a erva das férteis terras da fazenda Caulden, que abrangiam mil e quinhentos acres. Moviam-se as folhas das árvores frutíferas. Havia pereiras, figueiras, nogueiras e amendoeiras. Os milharais estavam secos por causa do intenso calor. Como era habitual, fazia dois meses que não chovia na zona de Kingman e todos esperavam que as chuvas se atrasassem até que o estivesse amadurecido. O lúpulo era, o cultivo mais importante da fazenda Caulden, e estava prestes a amadurecer.
As plantas penduradas em estacas de quatro metros e meio começaram a ficar amarelas e túrgidas. Em poucas semanas mais colheitadeiras chegariam, e os galhos seriam arrancados dos fios e levados para os fornos para serem secos. Já havia amanhecido e os trabalhadores permanentes começavam a acordar e dedicar-se as suas devidas tarefas. Fazia calor e a maioria do pessoal deveria trabalhar nos campos sob o sol abrasador.
Alguns, mais afortunados passariam o dia nos campos sombreados onde crescia o lúpulo, cujos ramos formavam um dossel que os protegiam do sol ardente. Um caminho de terra atravessava a fazenda e dele partiam outros que chegavam até além dos enormes celeiros, as cabanas dos operários e os grandes fornos onde se secava o lúpulo. No meio da fazenda, voltada para o norte, erguia-se a imensa casa dos Caulden, de tijolos vermelhos.
Com uma galeria pintada de branco em ambos os lados e varandas no piso superior. Palmeiras altas e uma velha magnólia protegiam a casa do sol e mantinham o interior escuro fresco. No quarto virado para oeste, no andar de cima, dormia ainda Amanda Caulden com seus grossos cabelos castanhos recolhidos em uma ordenada trança. Sua formal e pouco graciosa camisola de dormir estava abotoada até o queixo, e os punhos cobriam seus braços. Estava de costas, o lençol cuidadosamente preso à altura de seus seios e as mãos entrelaçadas sobre sua barriga.
As mantas estavam ordenadas e a cama quase não parecia usada, entretanto, nela dormia uma mulher de vinte e dois anos. O quarto estava tão ordenado quanto a cama. Exceto, a jovem que dormia completamente imóvel, com poucos indícios de vida nela. A cama era cara e de boa qualidade – como a mulher deitada nela –, duas cadeiras, um par de mesas, um armário e cortinas nas três janelas. Não havia pequenos panos de enfeite sobre as mesas. Nem prêmios ganhos por um admirador em uma feira, nem sapatos baixo de  baile abaixo da cama.
Não havia pós sobre a penteadeira, nem tampouco forquilhas. O interior das gavetas e do armário estavam em perfeita ordem. Não tinha vestidos escondidos no fundo, dos que compram impulsivamente e nunca se usam. Abaixo de uma das janelas havia um suporte com dezoito livros, todos encadernados em couro, e da mesma hierarquia intelectual. Não havia novelas sobre a sedução de uma jovem bonita, perpetrada por um jovem apessoado. Pela escada da parte posterior subia rapidamente a Sra. Gunston, alisando seu impecável vestido azul. Alinhou as costas e se acalmou antes de bater na porta de Amanda. A abriu em seguida. — Bom dia —disse com voz potente e imperativa. Em realidade, queria dizer: “Saia imediatamente da cama não tenho tempoa perder te fazendo mimos”.




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9- Desejos
O Despertar
O Convite

 

24 de janeiro de 2021

Desejos

Série Montgomery Saga
 
Jace Montgomery era um estranho em Chandler. Alto, orgulhoso e elegante, ele podia fazer o coração de qualquer mulher bater mais rápido…

Nellie Grayson, doce e tímida, só pensava na felicidade de sua bela irmã mais jovem. Com a ajuda de Nellie, Terel Grayson se converteria facilmente na beleza de Chandler, Colorado. Porém, de imediato Jace se fixou em Nellie. Pela primeira vez, Nellie foi o centro da atenção. Este era um delicioso sentimento… Tão maravilhoso como o momento em que Jace lhe deu seu primeiro beijo. Nellie estava segura de que seu romântico idílio terminaria. Quanto tempo mais Jace poderia resistir aos encantos de Terel? Seria sua irmã a mulher capaz de ganhar definitivamente o coração do galante Jace Montgomery? 

 Capítulo Um

Depois, foi dito que Berni era o cadáver mais bem vestido que qualquer uma delas teria visto em várias décadas. Não que muitas reconhecessem que haviam vivido mais que um par de décadas, em vista das maravilhas da cirurgia plástica, nenhuma queria falar a idade exata que tinha. Desfilaram em frente ao caixão e contemplaram com admiração a Berni. Não viam uma só ruga em seu rosto. Cada olho, cada vinco, inclusive alguns poros, haviam sido preenchidos com colágeno. Os seios estavam cheios de silicone, e até mesmo na morte pareciam firmes e erguidos. Os cabelos tratados com tintas muito caras, as pestanas tingidas de maneira permanente, as unhas manicuradas, a cintura com largura juvenil de cinquenta e sete centímetros, o corpo envolto em um vestido de seis mil dólares; em sua morte, tinha tão bom aspecto como tivera em vida. Houve suspiros de admiração das pessoas que vieram e a esperança de que ao morrer elas, teriam tão bom aspecto como havia sido o caso de Berni.
Só duas pessoas derramaram lágrimas em seu funeral, e eram homens. Um, seu cabeleireiro. Perderia a senhorita Berni como cliente, mas também sentiria falta de sua língua perversa e todos os saborosos mexericos que ela lhe falava. A outra pessoa que se condoeu foi seu quarto marido e suas lágrimas eram de alegria que já não teria que suportar o exército de especialistas necessários para que uma mulher de cinquenta anos parecesse ter vinte e sete.
— Irá ao cemitério? — perguntou uma mulher à outra.
— Me agradaria fazê-lo, mas não posso — respondeu. —Tenho um compromisso. Uma situação urgente, você compreende?
Janine, sua manicure, só podia conceder um horário disponível naquele dia, e temia que sua unha quebrasse.
— Comigo acontece o mesmo — disse a primeira, e dirigiu uma olhada rápida, cautelosa e ao mesmo tempo colérica a Berni, em seu caixão. Na semana anterior comprou um vestido igual ao que vestia Berni, e agora teria que devolver. Havia sido muito próprio da defunta, aparecer usando roupas da última moda, as mais modernas, as mais caras, em todas as reuniões, mas isso não
voltaria a acontecer, pensou a dama, e conseguiu conter um sorriso.
— Oxalá pudesse ir. Como você sabe, Berni e eu éramos amigas íntimas. — Alisou seu vestido de seda Geoffrey Beene. — Realmente, devo ir andando.
Antes que passasse muito tempo outras pessoas murmuraram que teriam compromissos urgentes em diversos lugares, até que em definitivo só o cabeleireiro viajou na limusine que o levou ao cemitério. Havia uma fileira de vinte coches atrás da carruagem. Berni havia organizado e pagado seu próprio funeral anos antes - mas não havia mais ninguém.
Finalmente, as palavras (escolhidas por Berni) foram ditas, a música (também selecionada por ela) foi executada e cantada, e o único sofredor foi para casa. Eles encheram o túmulo, novos pedaços de gramas ocuparam seu lugar, flores foram dispostas artisticamente em torno da elegante lápide, e o sol começou a se pôr sobre a tumba de Berni.
Quatro horas depois de cobrir com terra o caixão, nem uma só pessoa dedicou um pensamento à mulher que ocupara uma parte tão considerável da vida de cada um.
Haviam consumido a comida que ela pagou, participado de suas festas, conversadointerminavelmente com ela e sobre ela, mas nada sentiam, nada.


9- Desejos - LR
 
 

20 de abril de 2018

A Sedutora

 Série Montgomery Saga

 

Com o ardoroso espírito de uma verdadeira Montgomery, a herdeira Christiana Montgomery Mathison desafia com coragem os dois homens que a seqüestram. 

Obrigada a viajar pelos primitivos bosques do território de Washington, vê-se envolta em uma emocionante aventura. Entre conspirações de cobiça e intrigas, a audaz beleza resiste aos assédios de um de seus seqüestradores e utiliza toda sua sedução para tentar ao outro, o misterioso Tynan: um herói moreno que a deseja... mas que deve rechaçar seu amor a todo custo.
Christina Montgomery é uma rica herdeira que até agora viveu sua vida com total liberdade e independência exercendo a profissão de jornalista sob pseudônimo. Seu pai, cansado de que ande sempre metida em problemas, contrata dois homens para que a tragam de volta para casa mesmo que seja à força.
A garota é seqüestrada e conduzida de retorno à casa ao longo da selva pluvial. Um dos homens planeja cortejá-la pelo caminho com a intenção de casar-se com ela e obter sua fortuna. O outro homem, chamado Tynan, foi contratado como guia. É um homem de caráter selvagem e indômito e de misterioso passado que vela por sua segurança e deve manter-se afastado dela, e então se converte no objeto de seu desejo.
Para Christina devido sua inata vocação jornalística faz com que observe Tynan, e no intento de descobrir o passado que ele esconde e a razão de seu rechaço para com ela fazem que indevidamente se sinta atraída por ele.

Capítulo Um

Christiana Montgomery Mathison afundou a mão na tina para verificar a temperatura da água, e só depois começou a despir-se. Seria agradável tomar um banho depois de ter passado o dia montada a cavalo e muitas horas encurvada frente a escrivaninha, escrevendo. Mas tinha o artigo terminado; amanhã empreenderia a dura viagem de volta para casa.
Quando estava nua se deu conta de que não tinha pegado sua bata e se aproximou do grande armário de duas portas para procurá-la.
Ao abrir a porta da direita seu coração se deteve por um instante. Dentro do armário havia um homem, de pé, com os olhos e a boca arregalados; olhava com fixidez o bonito corpo de Chris, nu. A jovem, chicoteada por sua longa prática de jornalista, fechou violentamente a porta e virou a chave. O homem começou a golpear de dentro, mas com suavidade; Ao que parecia não desejava que o descobrissem.
Chris tinha dado um passo para a cama, pois pensava tomar a colcha para cobrir-se, mas as coisas ocorreram muito às pressas, sem lhe dar tempo de reagir.
O lado esquerdo do armário se abriu detrás dela. Dessa porta saiu outro homem, que a tomou nos braços antes que ela tivesse podido sequer tomar fôlego ou ver o rosto. A moça ficou com o rosto apertado contra seu peito e ele a rodeou com os braços, apoiando uma mão nos ombros nus e a outra apenas por sobre a curva das nádegas.
— Quem é você? O que quer? — perguntou ela. Horrorizou-a o medo que revelava sua voz. O homem era corpulento; tentar a fuga seria inútil— Se o que busca for dinheiro... — mas os braços se aferram em volta dela, sem lhe permitir acabar a frase. A mão esquerda do homem começou a lhe acariciar o cabelo, que se pendurava até a metade das costas; os dedos se emaranharam brandamente naquela loira suavidade; apesar do medo, aquilo a tranqüilizou um pouco. Conseguiu virar a cabeça a um lado para respirar com mais facilidade, mas não lhe permitiu mover o corpo.
— Me deixem sair daqui — gritou o homem encerrado no armário.
Quem segurava Chris não reagiu; limitou-se a lhe acariciar o cabelo, enquanto sua mão direita descia pouco a pouco pelas costas, para as nádegas. Era a primeira vez que Chris sentia o contato de um homem em sua pele nua; aquelas mãos ásperas, calejadas, eram agradáveis.
Em reposta, começou a debater-se, com clara intenção de libertar-se, mas ele a segurou com firmeza, sem lhe fazer dano, e sem dar amostras de soltá-la.
— Quem é você? — insistiu ela. — Me diga o que deseja e tratarei de dar-lhe Não tenho muito dinheiro, mas meu bracelete tem algum valor. O trarei se me soltar.
Como tentasse mover-se uma vez mais, ele a reteve prontamente. Chris soltou um suspiro de frustração e voltou a relaxar-se.
— Se sua intenção é me ter pela força, advirto-lhe que me defenderei como você nem sequer imagina. Arrancar-lhe-ei um pedaço da pele para substituir o que você me tirar.
Tratou de virar a cabeça para olhá-lo, mas não lhe permitiu ver seu rosto. "Estou dizendo o que menos convém?” — perguntou-se ela, considerando que essas palavras podiam excitar a... a um violador. Por fim tinha conseguido articular mentalmente as palavras. E apesar de suas valentes ameaças, pôs-se a tremer. Os braços do homem a estreitaram de um modo que, em outras circunstâncias, para Chris teria parecido protetor.
— Envia-nos seu pai — disse ele. Chris sentiu sua voz através da bochecha. Era muito grave e ressonante. — Somos dois e viemos para levá-la a sua casa.
— Bom, estou disposta a voltar para casa. Mas antes devo...
— Chris



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6 de abril de 2018

A Duquesa

Série Montgomery Saga

A jovem norte-americana Claire Willoughby só poderá receber a fabulosa herança de seu avô e salvar da ruína sua esbanjadora família, se se casar com o homem "adequado". 

Claire não demora para achar um marido com título nobiliário: o escocês Harry Montgomery, décimo primeiro duque de MacArran.
Harry possui um histórico castelo em Bramley, é loiro, bonito e parece encarnar toda a tradição e magia da Escócia. Entretanto, não tem dinheiro e carece totalmente de engenho e motivação para ganhar a vida ou tirar proveito de suas propriedades.
Quando foi anunciado o compromisso entre a jovem herdeira e o encantador nobre, a futura duquesa viaja a Bramley para conhecer o excêntrico clã dos Montgomery, e casualmente, a um estranho personagem: Trevelyan.
Trevelyan, é cínico, altivo e fascinante. Desvendará Claire os misteriosos vínculos que o unem aos membros do clã e se converterá em seu melhor amigo e confidente?
Dividida entre o amor e a paixão que suscita nela o aventureiro Trevelyan e o sentido de dever que a obriga a casar-se com Harry, Claire deverá tomar uma decisão.

Capítulo Um

Londres 1883
Claire Willoughby se apaixonou por Harry, décimo primeiro duque de MacArran, a primeira vez que o viu... como ocorreu com as demais mulheres do salão. Mas não foi somente a incrível beleza do homem o que a fez apaixonar-se. Não foram seus ombros, de uma largura descomunal, ou seus espessos cabelos loiros e brilhantes olhos azuis. Nem foram suas pernas musculosas, por todos os anos de montar cavalos indômitos, expostas vantajosamente sob o vistoso kilt verde. Não, não foi o que viu o que fez com que o piso tremesse sob seus pés; foi o que ouviu.
À vista do kilt, com o sporran prateado pendurando de sua cintura, a adaga de cabo de marfim embainhado em sua grosa meia de lã e o tartan jogado sobre um ombro, seguro pelo broche do lorde, ouviu um homem solitário tocando uma gaita de fole. Ouviu a brisa por cima dos brejos e a melodia local. Ouviu os canhões de Culloden e os gemidos das viúvas chorando a seus homens caídos. Ouviu os gritos de alegria pela vitória e o silêncio desesperado da derrota. Ouviu o rumor de esperança ante o aparecimento do príncipe Charlie e ouviu a desesperança quando o derrotaram. Ouviu a traição dos Campbell e ouviu o triste, triste lamento de dor dos escoceses em sua secular batalha contra os ingleses.
Harry por sua vez viu uma americana baixa e bonita, certo, mas o que a fazia quase linda era a expressão de seu rosto. Uma expressão ansiosa, interessada em tudo e por todos. Quando olhava Harry sentia que era o único ser na Terra que merecia ser escutado. Seus grandes olhos castanhos refletiam curiosidade e inteligência. Seu corpo pequeno e enérgico se movia com rapidez e caminhava com uma decisão que a maioria das mulheres não possuía.
Harry não demorou em compreender que gostava do fato de que Claire fosse uma mulher de ação. Não podia estar sentada, quieta, nem um instante, e sempre queria ir a todas as partes e ver coisas. Claire sugeria excursões e se encarregava da comida, e o único que Harry e seus amigos deviam fazer eram aparecerem. O fazia rir e lhe distraía. Às vezes falava muito a respeito da história da Escócia, mas achava extremamente divertido que a narração de uma batalha que tinha acontecido há mais de cem anos atrás lhe enchesse os olhos de lágrimas. Parecia haver centenas de homens mortos que ela considerava heróis e que, a seu parecer, tinham realizado façanhas de grande valentia e importância. Ao falar desses homens, seus olhos se tornavam sonhadores, perdiam-se no infinito. Enquanto, Harry passava o tempo admirando seus seios.







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