Capítulo Um
Lady Bethany olhou para seu pai. O conde de Keighley lia o jornal enquanto levantava o garfo. Observou como comia o presunto antes de cortar outro pedaço novamente. Ela mordeu o lábio inferior e olhou para sua meia-irmã, que estava sentada ao lado dela gesticulando com seus expressivos olhos verdes para falar com ele.
Ela limpou a garganta se endireitando e afastou os cachos castanhos de seu ombro um tanto nervosa. — Pai…
— Sim menina? — Perguntou distraído.
— Carlton, a menina quer falar com você. Pare de ler. — Disse sua madrasta, sentada à direita do marido, antes de tirar o jornal de sua mão para dar uma olhada. O rosto indignado do conde era evidente, mas sua esposa piscou para ele sedutoramente e ele rapidamente esqueceu.
— Pai…
— Oh, sim. — Olhou para os olhos azuis dela, que havia herdado dele, recebendo toda a sua atenção. — O que é, filha?
— Estou esperando.
— Estou vendo.
— Não, estou esperando sua proposta. Porque não vai me impor, mas aceito propostas. — Seu pai olhou para ela sem compreender e ela gemeu por dentro porque estava se explicando muito mal. — Já tenho idade, pai. Eu faço dezoito em duas semanas.
— Já? — Ele perguntou assombrado fazendo-a gemer.
— Sim.
— Como passa o tempo.
Eugenia suspirou. — É certo. Olhe para Delia. Ela já é uma mulher.
— Mãe! — Sua meia-irmã corou, tirando uma mecha escura da testa. — Assim você me envergonha...
— Que bobagem. Preciso falar com seu irmão sobre a temporada. No ano passado tivemos que afastar-nos quando você mal tinha debutado, mas este ano não será assim. Verá como encontrará o homem dos seus sonhos.
Bethany olhou ansiosamente para o pai, mas ele estava tão ofuscado com a esposa que parecia não ter ouvido nada. — Pai!
Ele olhou para ela surpreso. — O que?
— Meu noivo!
— Que noivo? — Perguntou surpreendido. — Não me diga que a pediram em casamento? Quem se atreveu?
— Não, onde está meu noivo? — Seu pai estava totalmente perdido e olhou-o desapontado. — Você não o procurou.
— Procurou?
— Querido, já que procurou um para a sua irmã mais velha, a menina quer que você encontre um para ela. É que você nunca fica sabendo de nada. — O conde fulminou-a com o olhar. — Querido, não me olhe assim quando é óbvio o que quer dizer.
Carlton olhou para ela compreendendo antes de se virar para sua filha. — Eu prometi à sua irmã que deixaria essa decisão em suas mãos. — Ele pigarreou incomodado. — Embora tenha que dar o meu aval.
— Você não prometeu isso a ela. O de dar seu aval nunca foi dito!
— Mas eu tenho que dar!