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16 de novembro de 2018

Jonathan e Amy

Série Windham


O viúvo Jonathan Dolan sabe como trabalhar duro, ganhar dinheiro e amar a sua filha Georgina, mas seus humildes antecedentes irlandeses não o prepararam para o desafio de atrair Amy Ingraham, a governanta elegante e gentil de Georgina.

Amy mostra um tímido prazer com as propostas de Jonathan, quando um primo distante aparece e afirma que Amy é obrigada a se casar com ele.
Jonathan deve ser inteligente, determinado e, acima de tudo, honroso se quiser ganhar não apenas a mão de Amy, mas o respeito de uma sociedade que está disposta a julgá-lo duramente.

Capítulo Um

— Um cavalheiro não faz avanços em direção a uma mulher em seu emprego.
Jonathan Dolan resmungando e andando de um lado para o outro, aproximou-se das janelas de seu escritório, onde ele podia observar sua filha colhendo flores nos jardins dos fundos. Sua governanta estava sentada perto, o nariz em um livro, um spaniel ofegando aos seus pés.
— Um cavalheiro não faz avanços em direção a uma mulher em seu emprego.
Essa declaração se tornou o Décimo Primeiro Mandamento pessoal de Jonathan, mas não era mais palatável com a ênfase adicionada.
— Um maldito cavalheiro, não deve fazer avanços em direção à governanta de sua filha, não importa quão amável, bem formada, de boa pronúncia, gentil, encantadora e... Maldito inferno.
Um lacaio aproximou-se do lindo quadro no jardim e, antes que a Srta. Ingraham pudesse se virar e olhar para a casa, Jonathan afastou-se das janelas. Não faria bem a ela saber que estava olhando embora ela concluísse que ele estava apenas sendo um pai vigilante.
E ele era um pai vigilante, também um pai apaixonado e amoroso, mas não apenas isso.
Ele era, além disso, um homem rico em seu auge que não tinha uma esposa com quem compartilhar sua vida ou suas paixões. Um homem que enterrou sua amada esposa há quase cinco anos e estava observando sua vida marchar, uma noite solitária seguida por outra. Um homem que tinha suportado bastante daquela vida, um sujeito agora determinado a pôr em prática um plano que, se fosse bem sucedido, melhoraria suas circunstâncias incomensuravelmente.
E lançá-lo numa escuridão insondável se falhasse.
Ele contemplou a ideia de beber uma saudável dose de bom uísque irlandês, mas se a Srta. Ingraham chegasse perto o suficiente para ele sentir o cheiro de sua fragrância de limão, ela sentiria o cheiro do álcool em sua respiração.
— Sr. Dolan?
Amy Ingraham estava na porta do escritório, a imagem de boa aparência inglesa: uma sombra mais alta que a média, cabelos loiros puxados para trás num coque arrumado, olhos cinzentos complementados por um vestido azul-celeste vários anos fora de moda. A inteligência naqueles olhos era tão atraente para Jonathan quanto as curvas preenchendo o vestido.
— Srta. Ingraham, por favor, entre. Georgina parece estar gostando do passeio.
— O dia está muito bonito para manter a criança em suas aulas sem descanso, e o cão também precisa de uma visita ocasional aos jardins.
Ela permaneceu na porta, o local tendo significado simbólico. Amy Ingraham, neta de um visconde, mas não da família nem serva na casa de Jonathan, destacava-se em pairar em espaços limítrofes.
— Sente-se, Srta. Ingraham. — Apontou para o sofá perto da lareira, em vez de uma das cadeiras de costas retas de frente para sua mesa. Quando ela atravessou a sala, ele fechou a porta atrás dela.
Seu queixo erguido.
— Sr. Dolan.
Apenas seu nome, mas crepitando com rigidez e repreensão.
— O que eu tenho que discutir é privado e respeita os melhores interesses de Georgina. Posso oferecer-lhe um chá?
Ela se abaixou até a beira do sofá.
— Aceito um chá. Apenas chá.


O Duque e sua Duquesa

Série Windham
Percival Windham é um segundo filho e oficial de cavalaria, quando se casa com a bela Esther Himmelfarb, que brinda seu amado marido com quatro filhos, em pouco mais de cinco anos de casamento. 

À medida que as finanças de Percival e Esther se tornam restritas, o herdeiro ducal sofre com um coração doente, e o velho duque se torna esquivo e esquecido, a vida de casado parece se tornar uma solidão e uma tribulação sem fim. 
Esther está exausta e emotiva, Percival está considerando a sabedoria de encontrar uma amante, e então duas mulheres do passado de Percival causam mais estragos ao casamento, com consequências potencialmente desastrosas para toda a família Windham.
Percival e Esther devem crescer com a nobreza com que têm resistido e ficar juntos, ou enfrentar a ameaça de destruição de sua família e o lindo amor que começou com tal promessa...
Nesta segunda novela antecedendo à série popular Windham, a autora best-seller do New York Times, Grace Burrowes, continua a história do duque e da duquesa de Moreland, através dos primeiros anos tumultuados e agridoces do casamento e paternidade.

Capítulo Um

— Você é jovem e tem todos os dentes. — George, Sua Graça, o Duque de Moreland fez essa afirmação soar como se Percival tivesse cometido um crime de enforcamento duplo. — Se você copular com esta esposa até a morte, você sempre pode conseguir outra.
Os irmãos de Lord Percival Windham reagiram à observação do duque previsivelmente. Tony lançou a Percy um olhar de comiseração enquanto Peter — mais propriamente o Marquês de Pembroke — recuou da mesa de cartas.
— Estou pronto para me retirar, — anunciou Peter. Ele se levantou e se curvou para o duque. — Sua Graça, sonhos agradáveis.
Os irmãos mais novos de Peter mereceram um aceno de cabeça, um que transmitia mais que um toque de simpatia. Sobre este tema, pelo menos, o herdeiro de um ducado podia delegar o tratamento com um velho irascível aos substitutos.
— Vocês dois são péssima companhia para um homem velho, — cuspiu Sua Graça. — Tragam-me um lacaio para que eu possa me preservar do tédio a ser suportado quando vocês não me permitem mais que um dedo de bebida decente.
Tony e Percy colocaram cada um as mãos sob um dos cotovelos de Sua Graça e levantaram o duque. Tony empurrou a cadeira para longe, e então — só então — Sua Graça livrou-se da sustentação de seus filhos. — Pense em mim como se você estivesse ficando bêbado mais uma vez. — Ele olhou furiosamente para cada filho, um de cada vez. — E eu quis dizer o que eu disse, Percival. A senhora sua esposa pariu quatro vezes em pouco mais de cinco anos de casamento. No meu tempo, um cavalheiro não incomodava sua esposa além do necessário, e certamente não quando ele podia se dar ao luxo de ter seu cio em outro lugar. Sua Graça teria concordado comigo.
Percival não se dignou a responder a isso, embora Tony — homem corajoso — murmurasse: — Boa noite, papai, —enquanto entregavam o duque a um lacaio corpulento e sem expressão.
Quando a porta foi fechada e um pesado silêncio tomou conta, Percival voltou para a mesa e começou a organizar as cartas.
— Ele está errado, Percy. — O caminho de Tony levou-o para o decantador. — Sua Graça não concordaria. Ela diria que o dever de Esther era fornecer tantos filhos quantos você e o bom Deus achassem adequados para ela. Sua Graça era um terror quando se tratava da sucessão.
Nas mãos de Percival, a rainha de ouros apareceu primeiro. — O velho pode ter razão. Esther cumpriu seu dever com a sucessão.
E a que custo? Ela caía na cama exausta a cada noite, embora nem uma vez Percival a tivesse ouvido reclamar.
Com o decantador na mão, Tony levou consigo um copo de conhaque para o lado da sala de jogos onde os dardos eram jogados. Uma superfície robusta de cortiça portuguesa rodeava o alvo circular marcado, os buracos e os cortes ficando cada vez mais próximos do centro.
— Eu seria melhor processando um jogo de dardos, se eu não estivesse bêbado, — Tony murmurou, mirando. — Você não será a morte de sua esposa, Percy. Sua Graça está de luto, é tudo, e não está indo muito bem com isso.
Percival mantinha as mãos ocupadas organizando as cartas, todas indo na mesma direção, da maior para a menor, naipe por naipe. — Ele não está apenas de luto, está morrendo. Pode um homem ficar de luto por sua própria iminente morte?
Tony atirou-lhe um olhar. — Você está soando ducal novamente. Morte iminente? Eu digo que é com Peter que temos que nos preocupar mais. Sua Graça tem humor suficiente para viver até cem. Ele e Sua Graça tiveram alguns anos de cordialidade até o final — em grande parte em função do seu sucesso em povoar o berçário, se você me perguntar.
Quando Percival teve o baralho disposto em perfeita ordem, ele cortou e embaralhou, depois embaralhou novamente. O estalo e o embaralhamento das cartas o acalmavam, colocando-lhe na mente os anos gastos em operações militares - e tremores - no Canadá. — Quanto tempo se passou desde que Peter se aventurou lá fora?
Um dardo foi em direção à parede apenas para pousar a vários centímetros do alvo. — Maldição. Ele fica no terraço quando o tempo está bom. Quando um homem faz quarenta anos, tem direito a uma programação mais sedentária.
Sedentária? Em sua juventude, Peter tinha sido um gigante robusto e loiro. Herdeiro de um ducado, ele tinha sido o maior prêmio no mercado de casamentos em todos os sentidos. Quando ele partiu em seu Grand Tour, metade das damas em Londres entrou em declínio. E agora... 









O Presente Ducal

Série Windham



Suas Graças, Percival e Esther Windham, Duque e Duquesa de Moreland, criaram uma grande família, e estão a observar como os seus filhos encontram o amor verdadeiro e a felicidade, um por um, nos livros da Série Windham. 

Primeiro, os filhos, Westhaven - 
O Herdeiro - St. Just - O Soldado e Lord Valentine - O Virtuoso, e depois as filhas conseguiram os seus felizes para sempre. 
Esta história encontra a família reunindo-se novamente, em antecipação das festas natalícias, e, apesar do Conde de Westhaven ter boas intenções, as suas palestras sobre poupar todos os cêntimos e autodisciplina, perdem completamente o objetivo da época ...

Capítulo Um

— As poupanças corrigiram esta família e as poupanças vão nos levar, em segurança, para a próxima geração. — O Conde de Westhaven executou uma meia-volta decidido e caminhou calmamente em direção à lareira. — Se pouparmos e praticarmos a disciplina, então, o Ano Novo, e todos os novos anos que se seguirão, trarão apenas boa sorte para a família Windham.
Westhaven deixou de andar o tempo suficiente, para aceitar um copo de conhaque muito fino de seu pai, Percival, o Duque de Moreland.
— Para afastar o frio — disse Sua Graça com um pequeno sorriso.— Moreland, você não pode esperar que o nosso filho beba sozinho, não com a proximidade do Natal. — O sorriso da duquesa era indulgente. Ela se sentou na ponta do sofá mais próximo do fogo, um bastidor em suas graciosas mãos, a luz do fogo destacando as mechas do seu cabelo dourado.
— Apenas um pouco, então.— Sua Graça serviu-se de um pouco, saudou com a taça, a sua esposa de há mais de trinta anos, depois bebeu metade do conteúdo num único gole.
—Eu acredito que está começando a nevar— observou Sua Graça. — Mesmo a tempo do Natal.
As sobrancelhas de Westhaven se contorceram.
—Neve? Quando eu tenho que ir a Surrey de manhã? Isso não vai dar.
Ele era um homem bonito, alto, com cabelo castanho escuro, e os olhos verdes da sua mãe, mas a partir da perspetiva de Sua Graça, o rapaz precisava de um pouco de humor.
—Você é o meu herdeiro, Westhaven, mas isso não lhe dá a capacidade de comandar o Todo-Poderoso em matéria de clima. Termine a sua bebida antes de correr para a sua condessa e aos agrados de uma cama quente numa noite fria de inverno.
Por apenas um momento a expressão de Westhaven ficou envergonhada. O duque trocou um sorriso privado e parental com a sua duquesa.
Westhaven levantou o copo e terminou a sua bebida.
— Os meus agradecimentos pela excelente bebida e pela vossa companhia. Mamãe, boa noite.—Ele se inclinou para beijar o rosto da duquesa. —Sua Graça.
Quando ele apertava as mãos do seu pai, o duque puxou o seu filho para um abraço, não se importando nem um pouco, que isso provavelmente, mortificava o rapaz mais jovem, além do suportável.
—Confesso Esther, que acho os jovens de hoje cansadamente adequados— Sua Graça disse, sentando-se ao lado da duquesa quando Westhaven saía. — Faz-nos imaginar como conseguem nos dar netos.
Sua Graça pôs de lado o seu bordado e apropriou-se do copo da mão do duque.
—Às vezes, todo esse decoro esconde uma natureza apaixonada, que é o caso de Westhaven. Ele pode tagarelar o que quiser sobre poupanças, mas Anna me garante que ele é pródigo em seus afetos, quando estão em privado.
O duque pegou o copo novamente, observando que um mero gole de conhaque permanecia.
—Ele sai a você com essa paixão tranquila, minha querida.
Ela descansou a cabeça no seu ombro, uma familiaridade que só se permitia quando estavam sozinhos.
—Ele sai a você com a sua determinação e fogo, Percival. Quando ele está numa demanda, Westhaven é bastante ducal e ele está numa demanda sobre as finanças da família, como de costume.
Ela ficou em silêncio o único som na sala, o silvo acolhedor do fogo. Sua Graça deixou o resto da sua bebida de lado e se perguntou como, com Westhaven insistindo em poupanças com os seus pais, os planos do duque para o Natal seriam recebidos.
O duque deu um beijo na têmpora da sua esposa. As poupanças ficam para o próximo ano, e talvez por muitos anos vindouros.








Morgan e Archer

Série Windham
Archer Portmaine está investigando uma trama contra a Coroa quando ele conhece Morgan James, uma jovem que sofreu de surdez por vários anos, embora sua audição tenha sido restaurada quando Archer a conhece. 

Morgan acredita que seu problema auditivo faz dela uma candidata pobre para o casamento, embora sua deficiência forneça a chave para desvendar o mistério de Archer e para capturar seu coração.

Capítulo Um

Em um mar de conversas e movimentos, o silêncio e a quietude chamaram a atenção de Archer Portmaine.
As senhoras na frente do camarote podiam ser qualquer par bonito que estivesse desfrutando de uma noite na orquestra, a mais velha exibindo o traje elegante de uma jovem matrona.
A mulher mais jovem mantinha o foco de Archer quando ele deveria estar examinando os outros camarotes procurando a sua presa. Ela fez isso não por esticar o pescoço ou inclinar-se sobre o parapeito, mas pela inspeção sem pressa e silenciosa da multidão reluzente, risonha e cheia de joias.
Archer tinha a sensação de que ele a tinha visto antes, em um cenário diferente. Ele podia esquecer o rosto ocasional, mas não se esqueceria do contorno gracioso dos ombros nus de uma mulher, ou de um queixo sombreado e determinado, mas também firme pela teimosia.
Seu perfil era clássico, seu cabelo castanho bem preso em sua nuca, seu vestido creme próximo ao nude. Ela era discretamente amável e, no entanto, tudo nela implorava para ser olhado novamente, tudo, exceto por sua quietude e o modo como ela mantinha seu próprio conselho em um local onde falar, alto e fofocar, era mais parte do programa do que a música.
Se a moça pudesse tagarelar um pouco enquanto observava a plateia, ou mandar um ocasional olhar coquete para uma sorte aleatória abaixo, ela poderia fazer um investigador passar despercebido.
Essa ideia insultaria qualquer mulher adequada com poder.
Archer parou de observar a jovem calma, para que mesmo à espreita na parte de trás do camarote ele não fosse visto por aqueles cujos caminhos ele preferia não atravessar.
Ele encolheu-se mais perto das cortinas de veludo, contente por qualquer brisa que tivesse apagado as luzes do candelabro mais próximo. Um homem em perseguição deve estar sempre alerta para os perseguidores e evitar uma distração tão fascinante quanto o silêncio de uma bela jovem.
— Você sabia que Valentine dedicou o trabalho final do programa para você? Em meio ao zumbido e a agitação da orquestra em sintonia e a plateia fofocando e cumprimentando-se, Morgan James mal conseguia discernir as palavras suaves de sua irmã.
— Que jovem dama não gostaria que o gênio da música de Windham dedicasse um trabalho para ela? — Especialmente uma jovem que devia a recuperação de sua audição ao mesmo músico?
Anna, condessa de Westhaven, estudou seu programa pela luz limitada dos candelabros do teatro. — Você já superou Valentine, não é? Por favor, diga que sim.
— Sim. — Morgan sentiu um alívio curioso ao dizer as palavras com sinceridade, levantando um peso no ar como a escala ascendente de uma flauta se aquecendo. — Valentine Windham foi o primeiro que eu conheci que se comportou como um cavalheiro, e ele foi um contraste maravilhoso com nosso falecido irmão. — Por que ela não tinha percebido essas coisas antes?
— Ele é obcecado por sua música, fascinado com isso, — continuou Morgan, — e Ellen entende isso sobre ele. Eu estava sozinha em meu próprio mundo silencioso por tanto tempo que não consigo imaginar uma existência isolada de propósito, independentemente de quão belo som eu possa preenchê-lo.
— Você é muito sensata, irmã. Westhaven disse que eu estava me preocupando por nada. — O marido de Anna frequentemente fazia pronunciamentos confiáveis sobre sua família, e ele estava certo em uma porcentagem agravante do tempo.
— Eu considero Valentine um amigo querido, — disse Morgan, — e tenho certeza de que ele considera o mesmo. A última peça é uma sonata para piano. Estou ansiosa para ouvir.
Ela também estava ansiosa para ter a noite terminada, para ficar sozinha nos cômodos aposentos que a família de Westhaven proporcionava a ela, onde curiosamente, ela começava a desfrutar do silêncio e da solidão.
Anna levantou-se graciosamente. — Vou buscar Westhaven no corredor. Ele é apanhado pelos pares da Câmara dos Lordes e é educado demais para deixá-los conversando com eles mesmos, que é o destino deles no que deveria ser um passeio social.
A linda condessa de cabelos escuros saiu do camarote para resgatar algum velho rabugento do fascínio sem fim de Lorde Westhaven pelo que ele chamava de economia, deixando Morgan a pensar no próprio destino dela.
A vida de solteirona estava próxima, e provavelmente um retorno da surdez não muito depois disso. O médico a avisara, afinal de contas.









6 de setembro de 2018

O Cortejo

Série Windham
Percival Windham é um segundo filho e um oficial de cavalaria aclamado e respeitado por seus homens. 

Ele é imensamente atraente e se distrai com as mulheres que parecem se atirar nele em cada turno, até que em uma festa na casa de campo ele conhece a linda e reservada Esther Himmelfarb.
A penas Percy parece ver a inteligência impressionante sob seu comportamento modesto. Percy a vê como a companheira perfeita e ela encontra nele o homem dos seus sonhos.
Capítulo Um

— Fala-se que ele só cheira rapé nos seios nus de suas amantes.
Esther Himmelfarb reorganizou suas cartas e sufocou um bufo às mais ridículas observações de Charlotte Pankhurst.
Herodia Bellamy jogou a rainha de ouros na mesa.
— Fala-se que ele toma banho frequentemente, mas raramente sozinho.
— Uma tarefa árdua — Esther murmurou — dado o tamanho do homem em relação à banheira normal. Sua vez, Lady Zephora.
— Eu sei de fato — Lady Zephora disse suavemente — que tanto Lorde Anthony quanto Lorde Percival foram ordenados por Sua Graça, a mãe deles, para tomar noivas este ano.
Esther continuou estudando suas cartas enquanto as damas catalogavam os muitos atributos positivos do Coronel Lorde Percival Windham.
Seus arrebatamentos correspondiam quase exatamente à lista de Esther das deficiências do homem.
— Ele é tão bonito. — Charlotte murmurou. — E é tudo genuíno — o cabelo dourado, os músculos, a altura.
— Os sonhadores olhos azuis — acrescentou Herodia. — Quando ele olha para você, é como se estivesse tentando transmitir que te ama simplesmente na maneira como olha.
Para não ficar para trás, Zephora declarou o que Charlotte e Herodia sem dúvida tinham ouvido repetidamente de suas mães.
— Sua esposa sempre teria um título de cortesia, e algum dia poderia se tornar a próxima Duquesa de Moreland.
O que no exterior era muito, já que significava a morte do atual duque — um cavalheiro tão vigoroso quanto digno — como também a morte do atual herdeiro ducal, Lorde Pembroke, uma alma justa cujo maior pecado foi ter concebido apenas duas filhas em dez anos de casamento.
— Considere — disse Esther, juntando as cartas — a atual duquesa seria sua sogra quando você se casasse com Lorde Percival. Se ela tem autoridade para chamar oficiais comissionados de seus alojamentos a serviço de Sua Majestade, imagine o poder que teria sobre uma simples nora.
— Lorde Percy não permitiria que ela se intrometesse. — Charlotte fungou. — Você só está com inveja, Esther, porque uma garota sem título ou dote não pode mirar tão alto.
O golpe foi inesperado, já que essas conclusões raramente eram pronunciadas em voz alta. Elas eram aceitas como conhecimento comum, o que geralmente permitia a Esther o presente indireto da privacidade de ser insignificante.
— Esther é bonita, de boa reputação, bem-educada nas artes domésticas e bem-nascida — apontou Herodia. — Pare de ser capciosa, Charlotte, para que os cavalheiros não a ouçam.
Essa repreensão não pareceu a Esther como uma defesa, porque não era. Herodia estava aproveitando uma oportunidade para parecer superior a Charlotte, nada mais.
— Eu posso mirar tão alto quanto queira. — disse Esther, embaralhando o baralho em uma pilha organizada. — Embora mirar sozinha tenha pouca gratificação. Devo repartir novamente?
Enquanto os Lordes Percival e Anthony Windham estivessem na sala conversando com a anfitriã perto da tigela de ponche, Esther teria que permanecer como a quarta no jogo. O jogo — ou o que fingia ser ele — continuou, enquanto Esther fez uma oração silenciosa para que as próximas semanas se passassem tão rapidamente — e da forma mais indolor — possível.
— Eu conheço esse olhar, Percy. — Tony manteve a voz baixa, graças a Deus, porque Lady Morrisette estava a apenas alguns metros de distância, agarrada ao braço de Sua Graça, o Duque de Quimbey.
Percival Windham não parou a sua análise da jovem loira sentada em uma mesa de cartas do outro lado da sala de estar. Ela possuía uma quietude em si, uma serenidade que atraía os olhos mais do que todos os olhares de flerte e peitos empoados na sala.
— Que olhar?
— Você está se apaixonando novamente. Eu já vi isso pelo menos uma dúzia de vezes. Sua Graça se regozijará ao saber disso.
— Eu não me apaixono, Anthony. Eu caio na cama, ou de vez em quando em armários de linho, quartos de vestir privados, castelos isolados, esse tipo de coisa. — Percival tomou um gole de ponche decente e jogou um olhar direto para seu irmão mais novo. — E Sua Graça não escutará nenhum pio de você, a menos que queira que eu a avise sobre um certo encontro que você teve com a Srta. Gladys Holsopple antes de deixar a cidade.
O sorriso de Tony era irremediavelmente indefeso.
— Gladys Holsopple é deliciosa e não se preocupa muito com o apropriado quando ninguém está olhando. Uma fêmea estimável. E você não precisa se preocupar que eu o delate, temos Mannering para isso.
Mannering, o valete que eles estariam compartilhando durante a festa em casa. Percival virou seus pensamentos em uma direção mais otimista e gesticulou um pouco com a taça.
— Quem é a bonita jogadora?
Enquanto parecia arrumar a renda em seu punho, Tony olhou para o outro lado da sala.
— Herodia Bellamy. Com bom dote, dizem que seu pai tem acesso privilegiado ao Bute[1]. Dança bem e não ri.
Tony foi um dos melhores oficiais de reconhecimento já enviados para o Canadá, onde seus talentos foram claramente desperdiçados.
— Não ela. Ela quase tentou entrar no meu quarto na última semana no Heckenbaum. A bonita. — Aquela que fazia até o ato de organizar suas cartas um exercício de graciosidade.
— Lady Zephora Needham. Seu pai é o Conde de Needham, e eles dizem que levam duas horas para arrumar todos os laços no cabelo da menina.
Tony com um humor provocante era um fardo, de fato.
— Não ela, e não aquela fofoqueira zombadora da Pankhurst também. Aquela com o cabelo não empoado. Eu não a vi antes.




5 de fevereiro de 2017

O Retrato de Natal de Lady Jenny

Série Windham
Única irmã solteira da família Windham, Lady Jenny não se importaria muito em ficar cuidando de seus pais, se ao menos ela pudesse primeiro estudar artes em Paris por alguns anos. 

Jenny anseia por um desafio artístico e pelo gosto da paixão que a vida reserva para aqueles com coragem de aproveitá-la.
 Quando Lorde Elijah Harrington chega à casa dos Windham para passar as festas de Natal e pintar retratos encomendados pelo Duque e a Duquesa, Jenny acha que conheceu não apenas sua alma gêmea, mas um homem que ela pode amar.  Infelizmente para Jenny — e para Elijah — a honra o obriga a estar em outro lugar, e embora este seja um período de alegria, para Jenny e Elijah, será necessário um milagre para terem seu — felizes para sempre.

Capítulo Um

Ou Lady Genevieve Windham não reconheceu Elijah Harrison com suas roupas, ou ela tinha uma capacidade de autodomínio que ele só poderia invejar.
— Senhor, em que posso ajudá-lo?
Ela estava parada na porta, um anjo loiro em uma noite de inverno miserável, não permitindo sua entrada, e essa não admissão era a metáfora sucinta para os confrontos de Elijah com a sociedade educada.
— Peço sua hospitalidade, minha senhora, porque meu cavalo está mancando um pouco, e o tempo está piorando. Me chamo Elijah Harrison, ao seu serviço. Deixei a última estalagem algumas milhas para trás e vejo que não há outras hospedarias ao longo do caminho.
Ele estremeceu com o vento e o granizo e tentou evitar que seus dentes batessem. Ela estava pronta a recusá-lo ou dizer-lhe para dar meia-volta e procurar a entrada atrás das cozinhas. Seus dedos, pelos quais ele ganhava a vida, e uma série de outras partes estavam há muito dormentes, se assim não fosse não teria de jeito nenhum batido nesta porta.
A lady deu um passo para trás e fez um gesto para dentro.
— Deus do céu, Senhor Harrison, entre agora mesmo. Espero que os cavalariços estejam cuidando de seu cavalo.
Seus olhos verdes estavam iluminados com preocupação, e não era, Deus a abençoasse, por seu cavalo.
— Obrigado.
Ele entrou para o calor e a quietude da casa de campo de Kesmore quando ela fechou a porta atrás dele. Da última vez que viu, o animal estava sendo levado para uma baia acolhedora, já ficando mole rapidamente com a perspectiva de uma cama de palha e uma ração de aveia.
— Sou Jenny Windham —, disse ela. —Que ela evitasse seu título, como ele evitava o dele, havia capturado sua curiosidade. — Como é quase domingo, os criados já se recolheram por hoje. Deixe-me pegar seu casaco.
Ela levantou a lã encharcada de seus ombros e pendurou-a num gancho, estendendo a capa e as luvas da melhor forma para que secassem mais rápido. Esta atenção ao casaco de Elijah deu-lhe um momento para estudá-la da forma como um retratista estava condenado a fazê-lo com todos os outros de sua própria espécie.
Suas mãos tinham uma competência que ele não teria esperado da filha de um duque. Ela lidou com o tecido molhado como qualquer mulher do povo teria feito, em seguida, estendeu a mão para o cachecol de Elijah.
— Nunca vi chover gelo —, disse ela. — Uma nevasca ocasionalmente durante a tarde sim, mas não como essa... essa... 

13 de outubro de 2015

A Indiscrição de Lady Eve

Série Windham
Lady Eve tem o plano perfeito.

Bonita, a delicada Evie Windham tem sido mais indiscreta do que os pais, o duque e a duquesa de Moreland, suspeitam. 
Temendo que a noite de núpcias pudesse revelar seu passado, está ficando sem desculpas para se esquivar dos pretendentes. 
Lucas Denning, o recém-nomeado Marquês de Deene, tem a própria razão para evitar o casamento. 
Então, Evie e Deene chegam a um acordo, cada um concordando em ser o álibi um do outro. A este ritmo, o matrimônio poderia ser evitado indefinidamente... até que os dois são capturados em um beijo sensual que ninguém deveria ver.

Capítulo Um

—O que você quer fazer, meu senhor, é indiscutivelmente impossível.
Earnest Hooker mexia nos arquivos enquanto dizia sua opinião sobre as aspirações do Marquês de Deene. Quando o silêncio que se estendeu mais do que alguns momentos, o advogado reajustou o lenço de pescoço, limpou a garganta e desviou o tinteiro uma polegada mais perto da borda do mata-borrão alinhado no centro da gigantesca mesa.
Dois de seus subordinados assistiam o cliente - quem eles, sem dúvida, esperavam reclamar e jogar coisas de acordo com a grande tradição familiar - de uma distância cuidadosa.
Lucas Denning, recém-nomeado Marquês de Deene, tirou o relógio de ouro que Marie havia lhe dado quando ele voltou da universidade. A coisa havia parado pela falta de dar corda no momento oportuno, mas Deene fez questão de olhar para o relógio antes de falar.
—Impossível, Hooker? Estou curioso para saber a motivação para tal hipérbole vindo de um homem da lei.
Um funcionário olhou nervosamente para o outro quando Hooker parou com a agitação dos arquivos.
—Milorde, você não pode privar um homem da companhia de sua filha legítima.— As rechonchudas mãos brancas de Hooker, continuaram a mexer com os apetrechos de seu comércio. —Estamos discutindo uma menina, é verdade, mas uma na posse do pai no sentido mais simples. Os tribunais não existem para satisfazer os caprichos de ninguém, e você não pode esperar que eles arranquem essa criança dos cuidados do pai e a coloquem aos... seus cuidados. Você não tem filhos próprios, milorde, nenhuma esposa, nenhuma experiência na educação dos filhos, e ainda tem que cuidar da sua própria sucessão. Mesmo que o homem seja demente, os tribunais provavelmente considerariam outras possibilidades antes de colocar a menina em seu cuidado.
Deene fechou o relógio com um estalo.
—Eu ouvi os últimos desejos da mãe dela. Isso deve contar para alguma coisa. Wellington escreveu-me comunicados com frequência suficiente.
Um dos outros homens veio a frente, um puritano, uma versão seca de Hooker, com menos queixo e menos cabelo.
—Milord, você continuaria somente com declarações mortas, vai acabar na Chancelaria, onde terá sorte de ter o caso ouvido antes de a menina atingir a maioridade. E endossos de habilidades do tempo de guerra de um homem como o Duque de Ferro são todos muito bons, mas consideremos que a educação dos filhos, sobretudo jovens meninas, não deve ter muito em comum em lutar contra o corso.
Um insulto se escondia na resposta suave, mas a verdade também. Cada varredor de rua em Londres sabia da futilidade de recorrer ao Tribunal da Chancelaria. O secretário não tinha exagerado sobre os atrasos e as idiossincrasias dessa instituição.
—Sinto muito, milorde.— Hooker levantou, enquanto Deene permaneceu sentado. —Estamos ansiosos para servir o marquesado em todos os compromissos jurídicos, mas neste, receio, não podemos honestamente aconselhá-lo a continuar.
Deene levantou-se também, tendo uma pequena satisfação de ser capaz de olhar para baixo do nariz, literalmente, as cifras inúteis cujas famílias ele manteve alojados e alimentados.
—Elabore as alegações de qualquer maneira.
Saiu da sala, o desejo de destruir algo, lançar os arquivos idiota de Hooker no fogo, pegar o atiçador da lareira e utilizá-lo, quase superando sua autodisciplina.
—Milorde?
O terceiro homem teve a ousadia de seguir Deene, que estava servindo-se de uma desculpa maravilhosa da exibição longamente negada de frustração dos Deene, um marquês não tinha acessos de raiva, quando Deene percebeu que o homem estava carregando um par de luvas de couro bem feitas.
—Obrigado.— Deene arrancou as luvas de mão do homem, mas para sua consternação, o rapaz segurou as luvas com um pouco mais de força, fazendo um curto cabo de guerra.
—Se Vossa Senhoria tem mais um momento?

25 de abril de 2014

Um Cavalheiro para Lady Louisa

Série Windham
Anos atrás, lady Louisa Windham cometeu uma imprudente ousadia por culpa de um desafio proposto pelo irmão.
Agora esse deslize está a ponto de ser descoberto e sua honra e reputação podem ficar comprometidas por toda a vida, a menos que se case com sir Joseph Carrington, um bom amigo da família.

Capítulo Um

Depois de vencer o Corso, sir Joseph Carrington adquiriu dois fiéis companheiros. Ninguém o considerava estúpido, por isso ele sabia perfeitamente que o consolo da cigarreira, sua primeira afeição, era uma amizade bastante duvidosa.
A segunda companheira, um pouco mais animada, era Lady Ophelia, a quem Carrington tinha conhecido pouco depois de dar baixa no exército. Ela, com os amáveis olhos e pacientes silêncios, lhe deu muitos conselhos sábios e consolo, e deu sistematicamente ninhadas de ao menos dez leitões, tanto na primavera como no outono, o que só podia aumentar sua gratidão.
—Não deveria desanimar. — Sir Joseph coçou atrás da orelha esquerda de Lady Ophelia para tranquilizá-la —. Ficará aqui no campo, ajudando Roland no baile do acasalamento, enquanto eu vou a Londres.
Ali, sir Joseph tomaria parte em um baile similar. Dava graças a Deus pela caça. O fato de perseguir os cães rastreadores podia salvar um homem da loucura coletiva a que sucumbia a boa sociedade quando se aproximavam as festas, ao menos durante algumas semanas.
—Voltarei para o Natal, e possivelmente este ano Papai Noel me traga uma esposa para que eu também tenha meus próprios rebentos.
Bebeu outro pequeno gole da cigarreira, um muito pequeno. A menos que passasse horas montado a cavalo, caminhando pelos bosques com a presa da caçada nas costas, ou que se aproximasse uma tormenta de neve ou uma onda de frio, geralmente a perna não doía terrivelmente.
—Sinceramente, não sei como faz, querida. Dez leitões, duas vezes ao ano, durante tantos anos... ou ao menos desde que tenho o prazer de te conhecer.
Parecia que, nessa temporada a porca ainda não estava prenhe, e já tinha chegado o inverno. Isso era preocupante a um nível que um homem que ainda não estava bêbado não tinha intenções de considerar. A fecundidade de Ophelia lhe dava segurança respeito a uma ordem fundamental da vida; uma segurança mais substancial que a que lhe oferecia a cigarreira.
—Me dê alguns leitões, sua senhoria. — Passou a coçar a outra orelha e a amiga inclinou a cabeça —.Dê o tipo de bebês que posso vender no mercado e que me farão rico. Mais rico. O ideal seria uma ninhada de doze para o Natal.
O recorde era de onze e todos tinham sobrevivido. Isso foi dois anos antes, quando sir Joseph precisava desesperadamente um bom augúrio.
Um rapaz da cavalariça assobiou a ária Ele alimentará seu rebanho, com uma melodia natalina para avisar de que o cavalo estava preparado. O rapaz não ousaria interromper uma conversa particular entre sir Joseph e Lady Ophelia, principalmente quando podia dedicar-se a fazer estragos com as notas do pobre Händel.
—Já vou. Eleva uma prece por Reynard.
Com uma palmada e uma carícia final, deixou que a amiga porcina se reunisse com seus vizinhos.
A sir Joseph, as caçadas o recordavam o exército nos desfiles: todos com impressionantes trajes, boa cerveja e uma cordialidade alimentada em parte pelos nervos e o álcool. O objetivo do dia parecia ser virtuoso em ambos os casos e, entretanto, se tudo saísse tal como estava planejado, alguém que não pertencia à concorrência sucumbiria vítima de uma morte sangrenta.
Que esse alguém fosse uma raposa — um mero animal — e estivesse em uma desvantagem numérica tão evidente em relação aos trinta cães só parecia incomodar a sir Joseph. Inclusive no meio da grande alegria de uma caçada de dezembro, sabia que não podia compartilhar seu afeto pelo animal com nenhum outro ser humano.
—As atividades sociais prévias ao começo da temporada são um chateio enorme.
Lady Genevieve Windham não se incomodou em baixar a voz, coisa que surpreendeu a irmã Louisa. Na realidade, alguém deveria poder queixar-se tranquilamente com a própria irmã (Louisa tampouco gostava dessas atividades prévias), mas dado que estavam na parte de trás do terceiro grupo, alguém podia ouvi-las.
—Perdemos quase todas, menos as das últimas duas semanas — assinalou Louisa —. Graças a papai e a sua loucura pela caça.
—É como caçar Tetraz Grande
— disse Jenny, deixando que a égua se afastasse um pouco dos outros cavaleiros, encaminhando-se para a mesa do café da manhã —. Termina a Quaresma e começa a caça de marido, com as mães armadas e dispostas a cobrar uma moeda. Não sei quantos anos mais poderei suportar, Louisa.
—A pessoa acaba se acostumando.
Isso não era totalmente verdade, mas quando Jenny passava por aqueles incomuns momentos de desânimo era necessária uma mentira piedosa.
—Você leva um pouco mais de tempo que Evie e eu e não deveria me queixar contigo. Sinto muito, Lou.
Havia autêntico remorso no tom de Jenny, porque esta era boa e considerada, algo que Louisa fazia tempo que havia deixado de aspirar a ser. A irmã era loira e angelical, em contraste com o cabelo escuro dela; além disso, Jenny tinha um caráter bastante alegre. Em um momento de desespero, a duquesa, sua mãe, havia dito que as feições de Louisa eram «audazes».
E como eram.
No prado que havia algo mais abaixo, alguns cavaleiros chegavam pouco a pouco da caçada. Um conjunto de ondulantes plumas chamaram a atenção de Louisa: duas plumas de faisão, uma de pavão e outra de avestruz, que, esperava que a bendita ave jamais soubesse, tinham tingido... de rosa!

23 de junho de 2013

O Escandaloso Segredo De Lady Maggie

Série Windham
Lady Maggie, a filha mais velha e ilegítima do Duque de Moreland, sempre conseguiu manter seus segredos a salvo... até que algumas cartas que ameaçam deixá-los expostos são roubadas.
Com o firme propósito de acabar com esta situação delicada, Lady Maggie usa Benjamin Hazlit, o detetive mais discreto da alta sociedade.
Quando ele descobre que alguém está chantageando a mulher, decide encontrar as cartas assim como o modo de conquistar o coração de Maggie, por mais que ela se esforce para mantê-lo à distância.
Comentário revisora Lú: Sou suspeita para falar, pois são fã da Grace Burrowes. Gostei muito da história, acho que ela sempre consegue misturar muito bem o romance e as intrigas. E o segredo da Maggie nem é tão escandaloso assim.rsrsrsrsrsr Boa leitura!

Capítulo Um

—A maldita, condenada e estúpida coisa tem que estar em algum lugar. —Maggie Windham baixou a colcha da cama e olhou para o armário —. Você procure ali, Evie, e eu me ocuparei do closet.
—Já olhamos no closet — respondeu Eve Windham —. Se não partirmos logo, chegaremos atrasadas para o chá semanal de mamãe, e sua excelência não suporta atrasos.
—Exceto os de sua excelência o duque — replicou Maggie, sentando-se na cama —. Quererá saber por que chegamos tarde e me olhará com essa cara de Oh, Mags!.
—Essa maneira de te olhar não é pior que a Oh, Evie!, Oh, Jenny! ou Oh, Louisa!.
—É pior, acredite — disse Maggie com um suspiro —. Sou a mais velha. Deveria fazer tudo melhor, deveria pensar antes de agir. Acredita que sou a que deve dar o exemplo. Etc, etc, etc. Eve sorriu.
—Eu gosto do exemplo que você dá. Faz o que tem vontade; vai e vem a seu desejo; tem sua própria casa e próprio dinheiro. Definitivamente, leva as rédeas de sua vida. Maggie não devolveu o sorriso.
—Sou uma desgraça, mas uma desgraça bastante feliz, pela parte que me toca. Agora vamos; quando voltar colocarei meu quarto de pernas para o ar.
Evie a segurou pelo braço e, enquanto iam da habitação, passaram ante o espelho de corpo inteiro.
«Um estudo de opostos», pensou Maggie. Eram os dois extremos das filhas Windham: a mais velha e a caçula.
Ninguém em seu são julgamento poderia deduzir que compartilhavam o mesmo pai. Maggie era alta, com um flamejante cabelo vermelho e as fortes proporções dos antepassados celtas de sua mãe, enquanto Evie era pequena, loira e delicada.
Entretanto, ambas tinham em comum os olhos verdes de todos os Windham, assim como Esther, duquesa de Moreland.
—Estará toda a congregação? — perguntou Maggie, enquanto Evie e ela se acomodavam em sua carruagem.
—Uma festa de mulheres. Nossas irmãs já esgotaram suas desculpas de enxaquecas, torções de tornozelo, dores de barriga e períodos, e mamãe arrastará as mais jovens diretamente a Almack. Sophie tem sorte de estar passando uma temporada no campo com o barão dela.
—Não invejo a visita ao Almack. — Mas Maggie sim invejava Sophie pela recente felicidade matrimonial. Invejava-a com silenciosa intensidade.
—Você teve sua vez nos salões de baile, Maggie, embora como evitou o sagrado matrimônio com suas excelências formando fila de candidatos na sua frente é algo que escapa a meu entendimento.
—Pura determinação. Rechaça as propostas uma a uma e, a verdade, Evie, é que papai não está tão ansioso por nos casar como está a duquesa. Ninguém é bom o bastante para suas garotas.
—E então tinha que vir Sophie e estragar tudo se casando com o barão.
Seus olhares se encontraram e puseram-se a rir. Entretanto, Maggie ainda pôde ver a tênue ansiedade nos preciosos olhos verdes de Evie e, por um fugaz instante, soube que a irmã se preocupava que fosse se converter em uma solteirona.
Tinham sido longos e tensos anos evitando rapazinhos com espinhas e cavalheiros viúvos e assim, finalmente, chegou a feliz idade de trinta anos. Para então, seu pai seguia sem mostrar-se disposto a reconhecer a derrota.


Série Windman
0.5 - O Cortejo
0.6 - O Duque e sua Duquesa
1 - O Herdeiro
2 - O Soldado
3 - O Pianista
4 - O Desejo de Natal de Lady Sophie
5 - O Escandaloso Segredo de Lady Maggie
6 - Um Cavaleiro para Lady Louisa
6.5 - O Presente Ducal
7 - A Indiscrição de Lady Eve
8 - O Retrato de Natal de Lady Jenny
8.5 - Morgan e Archer 
86 - Jonathan e Amy
Série Concluída

28 de abril de 2013

O Desejo de Natal de Lady Sophie

Série Windham
Justamente antes do Natal, lady Sophie Windham se encontra com um bebê abandonado em seus braços e sem ninguém que a ajudasse, salvo um belo desconhecido que detesta festas natalinas.
Sophie e lorde Vim Charpentier sucumbem a um momento de vulnerabilidade e ele sente que deve partir antes que a comprometa.
Mas estão presos em meio a uma tormenta de neve em uma mansão cheia de ramos de visgo, colocados de forma muito estratégica…

Comentário revisora Emília:Esta é a minha primeira revisão para o grupo.E logo de saída peguei este livrinho que adorei.Eu adoro ladys, duques, condes, lordes. Amo este período que a Ana chama de ‘luvinhas’.rsrsrsrs.Espero que gostem tanto quanto eu gostei! A história me envolveu demais!


Capítulo Um

—Não há nenhum maldito aposento disponível em toda a detestável Londres, chefe! O hospedeiro elevou a voz para gritar por cima da animação provocada pelos gritos de um menino.
—Os estábulos também estão cheios e parece que haverá mais neve! Sinto muito, senhor! Saiu depressa e começou a bramar por cima do estrondo do salão para que alguém limpasse o miserável chão.
Sem surpreender-se pela falta de habitações, Vim decidiu partir para proteger suas endemoninhadas orelhas. 
 Mas mover-se não era nada fácil dentro do abarrotado espaço do salão.
O chão era uma extensão escorregadia, coberta desse particular tipo de lodo que se forma quando as pessoas arrastam a neve, o esterco de cavalo e a sujeira do lodaçal meio congelado em que se converteu o pátio interior. 
E, entretanto, aquilo não era o pior do abarrotado salão.
O fedor que subia do chão se mesclava com o dos corpos sem lavar, com a lã úmida e suja e o aroma de um guisado de cordeiro cozido mil vezes que podia ofender inclusive ao nariz mais insensível.
Acima daqueles aromas, havia um aroma de canela completamente incongruente, como se um pouco de especiarias pudesse conferir à cena algum sentido do alegre espírito das festas.
Aquilo era monstruosamente impossível. 
Através do asqueroso ar, das maldições e dos murmúrios dos viajantes presos ali, dos chiados das botas e dos insultos dos cavalariços que chegavam do pátio, ouvia-se um som capaz de deixar Wilhelm Lúcifer Charpentier completamente louco.
 O pranto de um bebê. Vim tinha notado a presença do pequeno quando haviam dito a todos os passageiros da diligência que deviam apear ali, no próprio coração de Londres, porque o tempo impedia que pudessem seguir a viagem para o sul.
Como ovelhas atordoadas, tinham entrado na estalagem ao leu, conduzindo seus pertences com eles, e se encontrou com aquele ataque a seus ouvidos, que seria o preço por ficar em um lugar onde pudesse descongelar os pés.
Os gritos do menino tinham aumentado e passado da indignação à fúria. Dali, passariam a ser desconsolados, o que podia durar horas. Malditas festas felizes.
 Vim possuía conhecidos em Londres. Pessoas que se mostrariam encantadas em vê-lo, pessoas que sorririam e lhe dariam as boas-vindas como a um inesperado hóspede enquanto durasse o mau tempo. Pessoas felizes, que ofereceriam ponche quente enquanto riam e escutavam os mesmos madrigais de sempre e as mesmas seleções de O Messias de Handel .
Desviou a vista da cena que ocorria do outro lado da janela e olhou à mulher que sustentava o desventurado bebê a poucos metros de distância.
—Se me permitir, senhora. Posso ajudá-la em algo? — Inclinou o chapéu e apertou os punhos aos lados do corpo, movido pela urgente necessidade de lhe arrancar o incomodo menino dos braços—. O menino parece aflito.
Ela fez uma reverência enquanto abraçava o menino.
—Já expliquei que essa manha de criança é de muito má educação e lhe peço desculpas pelo ruído. — Olhou fixamente o menino—. É um menino travesso, jovem Kit, não deve golpear sua jarra desse modo, nem gritar com toda a força de seus pulmões...

Série Windham
0.5 - O Cortejo
0.6 - O Duque e sua Duquesa
1 - O Herdeiro
2 - O Soldado
3 - O Pianista
4 - O Desejo de Natal de Lady Sophie
5 - O Escandaloso Segredo de Lady Maggie
6 - Um Cavaleiro para Lady Louisa
6.5 - O Presente Ducal
7 - A Indiscrição de Lady Eve
8 - O Retrato de Natal de Lady Jenny
8.5 - Morgan e Archer 
86 - Jonathan e Amy
Série Concluída