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7 de novembro de 2015

Traição






Rachel Howland nunca imaginou que o homem ao qual tinha entregue sua inocência, sua confiança e todo seu amor, pudesse traí-la de uma maneira tão cruel e abandoná-la a própria sorte. 

Profundamente ferida, foge sem olhar para trás, em busca de um lugar onde chorar sua solidão e, possivelmente...Elaborar sua vingança.
Noel Magnus, um dos membros mais enriquecidos da alta sociedade, converteu-se em um homem duro e implacável que não duvida em aumentar seu poder à custa do que fosse necessário. Mas quando suas ações repercutem sobre Rachel e a fazem fugir, iniciará uma feroz perseguição para recuperar a qualquer preço à mulher que ama, a que significa tudo para ele... A única mulher cujas lágrimas lhe rompem o coração...

Capítulo Um

Ilha de Herschel, mar de Beaufort, Canadá, 13 de fevereiro de 1857.
-Noel Magnus... Não... Conseguiu - sussurrou o homem entrecortadamente. Olhou para trás como se esperasse que o próprio Satanás estivesse sorrindo as suas costas.
Seus amigos se apinhavam ao redor do pedaço de madeira que fazia às vezes de mesa no único botequim ao norte do paralelo sessenta. As ásperas mãos deformadas pelo gelo segurava com firmeza a jarra de cerveja caseira. Não concordaram nem discordaram. Pareciam paralisados com aquelas palavras. Essas palavras impronunciáveis.
-Ele não é dos que falham - murmurou outro. Em seguida apoiou a escura cabeça nas mãos e percorreu freneticamente com o olhar o pequeno chiqueiro que se fazia chamar de Ice Maiden, ou botequim da donzela de gelo - Jurou a lady Franklin que encontraria seu marido e ficou muitos anos no norte buscando-o. Além disso, existe a recompensa... Esse enorme montão de ouro; essa doce fragrância do Paraíso. Não diga agora que tudo está perdido.
-Este lugar selvagem ainda não venceu ao Magnus. -Um jovem com o cabelo de um dourado claro muito curto se agachou desafiante envolto em uma grosa jaqueta de couro.
Ninguém prestava atenção aos constantes gritos do vento que soprava com sua voz de barítono contra as paredes de troncos. Umas grossas camadas de gelo cobriam os dois quadrados de vidro que faziam as vezes de janelas no verão, mas nem sequer isso pareceu intimidar ao jovem; nem mesmo os ameaçadores pedaços de gelo que formavam estalactites do batente das janelas até as tábuas de madeira do chão, apesar de que as portinhas exteriores estavam fechadas a semanas para proteger da interminável noite aos loucos ocupantes do botequim.
- Verão que os rumores de sua morte vindos do Fort Garry são falsos. Magnus voltará logo. Nossa donzela de gelo fará com que retorne. Acaso nosso grande amigo Magnus preferiria uma morte lenta e horrível antes de voltar a ver semelhante beleza? -Um último homem, Alexander Mclntyre, de rosto velho e desgastado, esforçou-se por observar o escuro rosto de uma mulher do outro lado da cabana.
Era uma jovem de pele pálida e a única pessoa presente no botequim além deles, mas não prestava nenhuma atenção à conversa. Em vez disso, estava apoiada na improvisada placa que servia de balcão e olhava pensativa os pequenos blocos de gelo que caiam como cogumelos pelas frestas das paredes.
A donzela de gelo estava vestida como uma nativa. Um manto amauti a cobria dos pés a cabeça; de fato, vestia aquela grossa capa como se fosse o unico tipo de roupa que tivesse vestido a vida toda. 
Umas grossas meias-calças de lã e umas mukluks, botas feitas de pele de urso polar típicas do lugar, completavam sua vestimenta junto à antiga pistola de faísca que levava presa ao áspero cinturão de pele.
Um cavalheiro inglês não familiarizado com os costumes do norte certamente teria se impactado com o aspecto da jovem, mas o desconcerto inicial seria superado pelo enfeitiço que, sem dúvida, aquela mulher o teria feito cair. 
O desbotado manto amauti parecia feito especialmente para ela, já que o objeto era da mesma cor que seu cabelo loiro. O enorme capuz debruado com pele a suas costas também despertava uma espécie de fascinação que afetava inclusive aos ali pressentes. 
O capuz expunha torpemente seus rebeldes cachos dourados, além de indicar que não estava casada. 
O manto amauti era um objeto desenhado para que as mulheres levassem seus bebês no enorme capuz, mas no dela não havia nenhum e, às vezes, os homens mais jovens que freqüentavam o lugar gostavam de imaginar que uma expressão de tristeza sobrevoava o rosto da garota quando olhava para trás.
Em qualquer outra sociedade, aos vinte e sete anos, solteira e sem filhos, Rachel Ophelia Howland seria considerada uma solteirona. Mas, nesse lugar esquecido da mão de Deus, não havia nem um só homem em quilômetros que não estivesse disposto a dar uma perna por ter a oportunidade de dar um filho à senhorita Rachel.









14 de setembro de 2013

Sonhando Acordada

Série Irmãs Van Alen
Christal Van Alen é procurada desde o Maine até Missouri, por isso fugiu para Wyoming... para ter sua diligência capturada pelo fora da lei Macaulay Cain. 

Ela não podia confiar no infame bandido, não podia compartilhar seu nome real ou o seu passado secreto. 
No entanto, ele era sua única esperança contra os perigosos homens que a prendiam. 
E mesmo quando se agarrou a ele para sua proteção, ela lutou contra a paixão que ameaçava traí-la, até que numa noite explosiva, quando todos os segredos poderiam ser revelados, ela fugiu novamente. 
Macaulay Cain encontrou a misteriosa e arrebatadora "Viúva Smith" e descobrir todos os seus segredos tornou-se sua obsessão. 
O que ela esconde? Por que fugiu de seus braços?

Capítulo Um

Junho de 1875
Não havia nada que o doutor Amoss odiasse mais que uma má execução. E certamente, a daquela manhã, tinha sido.
O médico examinou com olhar analítico os sete cadáveres envoltos em lençóis brancos que estavam em sua pequena sala de consulta. Mesmo aqueles homens, os integrantes do sanguinário bando de Dover, mereciam o respeito de um pescoço quebrado rápido e uma veloz viagem ao inferno.
Mas o enforcamento não tinha sido limpo; ao menos, não ao final.
Sacudiu a cabeça, colocou bem os óculos e retornou ao trabalho. Passou todo o dia com os bandidos, primeiro presenciando como os enforcavam, um a um, até que os sete cadáveres ficaram pendurando no ar, inertes e solenes entre a névoa de pó levantada pelos cavalos. Logo tinha ajudado a baixá-los e levá-los para sua sala.
O pequeno povoado de Landen não tinha funerária, assim que ele era o encarregado de prepará-los para o enterro. Já tinha amortalhado a cinco deles; estava com o sexto.
Inclinou-se sobre a escarradeira, mas errou o alvo deixando uma marca no pó que cobria as nuas tábuas do chão. No exterior, sob o descascado cartaz de "Corte, lavagem e barba: 10 centavos - Consultas rápidas" podia ver o final do povoado, onde sete homens escavavam sete tumbas na anônima extensão marrom deste a planície.
As sombras cresceram na sala, indicando que restava pouco tempo. Com rapidez, tirou as botas do sexto homem e olhou o interior da boca, se por acaso tivesse um dente de marfim que o povoado pudesse vender para cobrir os gastos da execução. Depois o cobriu e riscou seu nome da lista.
Já não podia atrasar mais, era a vez do último homem, o sétimo e pior de todos.
Macaulay Cain. Somente a menção de seu nome dava calafrios. Tinha-o visto em tantos cartazes de busca e captura, que era capaz de soletrá-lo do direito e do reverso. Nunca tinha querido mesclar-se com gente da índole do infame pistoleiro. Talvez Deus tivesse um estranho sentido da justiça: de todas as execuções daquele dia, só a de Cain tinha saído mal.

Série Irmãs Van Alen
1 - Rendas e Pecados
2 - Sonhando Acordada
Série Concluída

25 de agosto de 2013

Rendas e Pecados

Série Irmãs Van Alen
Ela Seguia as regras da alta sociedade.

As luzes iluminavam os cabelos dourados de Alana Van Alen. 
Nascida no luxo frequentava com os Astor e os Vanderbilt os grandes salões. 
Entretanto, estremeceu de medo por enfrentar o bonito e implacável Trevor Sheridan. 
Sheridan, o homem que levou sua família à ruína financeira e ameaçou desmascarar o escandaloso segredo familiar caso Alana não aceitasse sua ultrajante proposta de casamento, sua chantagem... 
Nem o beijo que paralisou o coração da jovem. 
Ele a transgredia 
De origem irlandesa e criado nas ruas, Trevor aprendeu a conseguir as riquezas e as mulheres que desejava. 
Perito nos jogos de poder decidiu que destruiria todas as famílias distintas que o haviam desprezado. 
Enganar a bela Alana seria seu triunfo, embora não tivesse a intenção de desejá-la... Até que a beleza e decisão da jovem lhe tiraram o fôlego. 
Agora os desejos de ambos os levariam ao êxtase ou a ruína 

Comentário revisora Lizzy:“Uma leitura esplêndida. Uma história de amor complexa inserida em cenários grandiosos onde o poder das classes sociais mais distintas ditava as regras. 
Um mundo em que o multimilionário Trevor Sheridan está destinado a ingressar através de um casamento forçado com a socialite Alana Van Alen. Um casamento que começa pelos motivos errados revelam as vulnerabilidades dos envolvidos em fortes embates de tensão sexual e desejo, onde as mágoas, preconceitos e desconfianças são vencidos pela força do primeiro amor. 
Protagonistas densos e bem construídos, e personagens coadjuvantes encantadores completam o enredo, repleto de emoção e cenas marcantes”.

Capítulo Um

Chovia, é óbvio.
Alice Diana Van Alen contemplava o Plaza Washington, obscurecido pelo anoitecer e a tormenta, através do fino trançado da renda da janela de seu dormitório. Abaixo, a chuva castigava as ruas e escorria pelos paralelepípedos que formavam um desenho de espinha de peixe; adiante, o vento sacudia as árvores nuas da praça e fazia piscar as luzes de gás da rua através dos ramos agitados. Não se via uma alma. Até a parada de carruagens de aluguel estava vazia: todos os veículos se dispersaram para levar aos transeuntes surpreendidos pela chuva.
A mulher olhou através do vidro molhado, abraçando-se como se sentisse frio. A tormenta era um presságio. E, entretanto, não mudaria de ideia. Essa noite iria ao baile.
Curvou os lábios em um meio sorriso amargo. O sonho de ontem à noite também era um presságio. Fazia tanto tempo que não o tinha que quase havia se esquecido dele. Mas sem dúvida, as preocupações dessa noite o tinham convocado. Era sempre o mesmo sonho, e inclusive nesse momento as imagens lhe resultavam irresistíveis.
Quando evocado, os olhos verdes se adoçaram e a expressão se voltou etérea, como se estivesse muito longe dali.
Uma rajada de chuva que golpeou contra a janela a devolveu à realidade. Aborreceu-se consigo por haver se deixado levar por esses sonhos em um momento tão crucial; afastou-se da janela e foi até a penteadeira adornada de rendas. O contraste entre as imagens do sonho e a opulência do dormitório lhe chocou. Era uma bonita habitação, arrumada com todo o luxo que poderia desejar uma moça rica. A mesa da penteadeira era um exemplo cabal. Tinha forma de rim e estava tão carregada de rendas e bicos franceses que parecia estofada. A cadeira acolchoada forrada em veludo rosa a aguardava como um trono, embora nesse momento, não a atraísse. O ambiente contrastava com a simplicidade e o encanto de que tinha sonhado.
Era sempre a casa branca de madeira. E esse foi o sonho da noite anterior. Era uma moradia tão humilde e modesta que muitas pessoas de seu círculo social se sentiriam incômodas de imaginar semelhante casa sem mencionar a ideia de viver nela.
Mas a mulher o desejava com ardor. Amava essa casinha branca em cima do topo de uma colina verde, resplandecendo sob o céu azul. Nunca tinha vivido em uma casa semelhante, embora pensasse nela com frequência, tanto que podia sentir o perfume das flores de macieira que se agitavam na brisa e o barulho dos lençóis brancos pendurados para secar detrás da casinha. Amava esse lugar, mais pelo que continha que pelo que era.

Série Irmãs Van Alen
1 - Rendas e Pecados
2 - Sonhando Acordada
Série Concluída

2 de junho de 2013

Rendição



Uma herdeira bela e corajosa…

Expulsa do seu lar ancestral por causa da traição de seu primo, a fascinante beldade escocesa Kayleigh Kerr encontra um novo destino em Nova Orleans como a famosa e orgulhosa batedora de carteiras a quem todo homem deseja, mas nenhum pode tocar.
Mantendo vivo o sonho de reclamar o que pertence a ela por nascimento, vê-se obrigada a fugir novamente…
Desta vez para os braços de St. Bride Ferringer, um belo desconhecido que não vai permitir que escape.
Um enigmático patife.… St. Bride era um homem que sabia o que queria. 
Viajou para Nova Orleans em busca de vingança, mas logo descobriu que queria mais: desejava Kayleigh de corpo e alma. 
Enfeitiçado pela formosa menina de rua que sonha com castelos escoceses, St. Bride jurou domá-la e fazê-la sua. 
Mas no furor da batalha que se estende entre ambos, St. Bride se vê rendido pelos encantos da mulher a quem chama de minha pequena feiticeira.

Comentário revisora Caro: Livro romântico, uma jovem idealista que sonha em voltar para casa,um mocinho decidido a ficar com ela e descobrir seus segredos.Muito bom e com bastante suspense, tem trechos onde roí as unhas ansiosa para ver o que ia acontecer. 

Capítulo Um

Maio de 1746.
Ofegante, Kayleigh despertou de seu pesadelo.
Cobriu seu rosto molhado com as mãos. Mas as inesgotáveis lágrimas só limparam parte da sujeira de suas faces. Ainda estava com o coração pulsando a toda velocidade e os ombros rígidos. 
E sentia como se estivesse se afogando por causa do ar pesado e úmido que a rodeava.
Ficou um longo tempo na escuridão pensando em Morna. Seu fantasma parecia que a perseguia, e desejava com todas as suas forças que sua irmã estivesse ali com ela nas largas noites de Louisiana e na difícil e solitária vida que levava agora.
Entretanto, sabia que não era possível. 
E seu único consolo era soltar um pequeno suspiro de decepção e fazer o que tinha feito mil vezes antes: deixar a sua imaginação voar até uma vida passada mais feliz, a que teve na Escócia, e que ainda sentia falta. 
Mas até esse pequeno alívio parecia estar fora de alcance essa noite. 
Por muito que tentou, não pôde sentir o toque do cetim francês se deslizando por sua pele.
Nem o reconfortante calor do fogo de madeira de abedul em uma tarde gelada. 
Inclusive a imagem do castelo de Mhor sob os translúcidos flocos da primeira neve do inverno apareciam dispersas em sua mente.
Estava esquecendo os detalhes que davam sentido a sua vida anterior.
Disse a si mesma que um ano longe do lar confundia as lembranças de qualquer um. 
Não entanto, se desesperava ao pensar que possivelmente nunca mais voltasse a lembrar, fechou os olhos com força e se obrigou a pensar em todas as cores e pormenores do passado para não esquecer nem um sequer.
—Kestrel, teve aquele pesadelo outra vez?
A frase chegou do outro extremo do escuro local. A voz não a chamou “Kayleigh”, seu nome escocês, a não ser “Kestrel”, o nome inglês de um pequeno falcão do Velho Mundo que sempre mantinha elevada a cabeça contra o vento.
—Não. — negou ela brandamente, tentando recordar os selos gravados no faqueiro de Mhor.
—Não, pequena, não me engana. —A voz a reconfortou na escuridão da primeira hora da manhã enquanto um comprido e ossudo dedo cravava nas suas costelas—. Nega tudo o que queira, mas desse maldito dia não se esquecerá.
—Já não me lembro de Mhor. Desapareceu. —sentou-se, abatida, pensando que as palavras eram mais verdadeiras do que imaginava.
—Vamos, Onde está o espírito que me desafiou a mata-la naquele dia na colina de Mhor? Enfrentou a mim de tal forma que não pude acabar com a sua vida e nos vimos obrigados a fugir até aqui.
—Possivelmente tenha desaparecido, Bardolph. O calor de Louisiana o levou. —Agitou o musgo sobre o qual dormia—. Nem consigo respirar. Por que não há um pouco de brisa fresca?
—Não posso fazer nada a respeito disso, mas trouxe uma coisa que te agradará.
Enquanto Bardolph o Escuro acendia a luz ao lado da janela, viu que olhava para ela com olhos escuros e afundados. Ela se levantou da cama feita de musgo verde cinzento e sacudiu seu andrajoso vestido. Imediatamente, um gatinho de pelagem escura se agarrou sonolento a sua saia, e logo se jogou em cima das baratas em busca de seu café da manhã.
—Qual é a sua surpresa, Bardie? Madrugou muito cedo para me trazer isso Ou ficou fora a noite toda?
Arqueou uma sobrancelha e o olhou. 
Certamente, Bardolph era uma criatura noturna. Com seu corpo magro e o comprido cabelo cinza, a escuridão era mais amável com ele do que podia ser sol. 
Não era agradável de olhar e nem era provável que alguém o quisesse, e, entretanto, ela o queria. 
Tinha salvado a vida dela e durante o último ano tentado que sua existência fosse suportável.
—Olhe!






24 de novembro de 2012

O Anjo Malvado


Há cinco anos Elizabeth Alcester se sentiu atraída por Ivan Tramore, um rapaz das cavalariças... 

Cinco longos anos se passaram desde que seu mundo desabou. 
Agora, sem dinheiro e desesperada, encontra-se a mercê de um cruel desconhecido, um homem que jurou fazê-la sua e cujas ardentes carícias despertam os mais sombrios desejos de Elizabeth... 
Tramore retornou para seu lar vitorioso –o bastardo não desejado tornou-se Lorde Ivan, décimo primeiro Marquês de Powerscourt e transformou-se no homem mais poderoso de Londres. 
Nenhuma mulher conseguiu dominá-lo, mas... com Lissa em seus braços toda a sua sede de vingança explodirá repentinamente em uma febre de paixão. 

Comentário revisora Ana Catarina: Adorei o livro. Recomendo para quem gosta de regência, bem florzinha e nada hot. Se preparem porque o mocinho é um anjo malvadíssimo. 
Mas a mocinha até merecia muito mais, porque ela é mimada, egoísta, orgulhosa (para mim o pior defeito). Boa leitura! 

Capítulo Um 

Se tinha que colocar essa jaqueta curta, cor castanha avermelhada uma vez mais, sem dúvida choraria. 
Lissa Alcester voltou seus olhos azuis em direção à odiosa jaqueta que estava dobrada sobre a cama.
Estendeu o braço para tomá-la, mas logo, abruptamente, retirou-o, como se realmente fosse lhe fazer dano voltar a colocar esse objeto. 
Em uma época, tinha sido extraordinariamente fina. 
De um custoso bombasí francês, a confecção da jaqueta tinha sido deliciosa. 
Claro que a tinham presenteado em uma época em que as palavras "custoso" e "delicioso" não tinham um autêntico significado para ela. 
Quando o luxo tinha dominado sua vida a tal ponto, ela não o tinha notado e muito menos tinha imaginado que algum dia teria que viver sem ele. 
Agora Lissa quase nem recordava quando essa jaqueta ficou curta. 
Mas suspeitava que fazia muito tempo atrás, a julgar pelas marcas que tinham deixado às costuras do busto, de tanto as alargar. 
O passar do tempo também se evidenciava no pescoço gasto e na renda negra, feita a máquina, que tinha agregado a este para dissimular o uso. 
Para que o insulto fosse até mais grave, as mangas ficavam curtas e a cintura, embora ainda ficava bem, levantava tanto por trás, que Lissa a passava voltando-se e controlando que a camisa não saísse por debaixo da jaqueta. 
Lissa se voltou, desolada. Levantou um pouco seu ânimo ao recordar o motivo pelo que ela e Evvie sairiam essa manhã. 
Sem dúvida, a correspondência da tia avó Sophie teria chegado a Bishop Mercantile. 
E talvez este mês, como tantos meses anteriores nos que tinham necessitado algo, receberiam um pouco mais. 
O suficiente para comprar uma jaqueta curta nova, pensou. 
—Lissa! Vem ver! Fiz bem? —Escutou a voz de sua irmã que a chamava da sala de recepção. 
Sem mais deliberações, Lissa colocou a gasta jaqueta sobre a camisa e prendeu seus botões alargados até o extremo de sua ponta na parte dianteira. Logo desceu pela estreita escada da casa. 
A irmã mais jovem de Lissa, Evelyn Grace, estava sentada em um gasto sofá azul, frente à lareira de pedra. 
Quando Lissa entrou, sua irmã sorriu com doçura.
Evvie levantou a vista, mas seu olhar nunca encontrou o dela. Era óbvia sua cegueira. 
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25 de julho de 2012

Até que a Aurora Dome a Noite



Do refúgio de um orfanato londrino aos mares selvagens do amor… 

Um orfanato seguro e respeitável era para Aurora o único lar que tinha conhecido.
Ensinar ali significava ter segurança e um futuro.

Mas quando uma carta misteriosa chegou, oferecendo um trabalho como dama de companhia, Aurora não desperdiçou a oportunidade, embarcando para a Jamaica com seu único legado: um pequeno lagarto dourado onde estava gravada uma estranha poesia. 
E assim começa a ousada odisseia que a levará até as garras de um desumano corsário. 
Temido pelos homens e desejado pelas mulheres, os olhos verdes de Vashon brilhavam enquanto juravam possuir a inocente beleza de Aurora, que possuía a chave de sua busca. Poderia algo se igualar à obsessão de Vashon por recuperar a legendária esmeralda 
"Estrela de Aran"? Cativa na secreta ilha caribenha Dragonard, Aurora lutará contra suas próprias paixões, decidida a domar ao dragão que despertou seu fogo... 

Comentário revisora Lizzy: Maravilhoso! 
Um romance histórico que possui todos os ingredientes clássicos, com o acréscimo de ser intenso, bem escrito, emotivo, cheio de aventuras, suspense, momentos cômicos e cenas originais. 
Vashon, o herói pirata, é fascinante, ambíguo, sombrio, dominador, movido pelo desejo de vingança. 
Aurora, a heroína, é uma parceira à altura de seu captor e a única capaz de fazê-lo amar novamente. 
Personagens coadjuvantes encantadores e cenários paradisíacos completam a trama. Imperdível. Um dos melhores históricos que já li. 

Comentário revisora Alcimar Silva: Lizzy descreveu bem o livro, eu vou acrescentar que o título é bem apropriado para o enredo do livro, vocês vão ver por que. 
“Um homem forte, de presença impactante, desde o primeiro momento em que o viu” essa é a opinião da mocinha Aurora sobre Vashon e em minha opinião, mau feito o Pica-pau. 
Ele sequestra, ofende, humilha a mocinha, tudo por que quer algo que ela tem... Então ficam nesta frescura: Ele: “Me dá! Eu quero”! 
Ela: “Não dou, não dou e não dou”. 
Apesar disso, vocês vão gostar, o livro é bem dinâmico, uma aventura sem nada igual em busca de uma joia que dá o direito a quem a possuir, acabar com o seu pior inimigo. 
É neste enredo que a história se desenrola. 
Apesar de ser um romance vasto, não é cansativo de ler. Então, aproveitem! 
Beijos, Alcimar.
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30 de abril de 2012

A Feiticeira


O eterno feitiço do amor...

As doces lembranças do passado de Kayleigh, de um tempo em que vivia descontraída e feliz no Castelo de Mhor, na 
Escócia, com a irmã gêmea Myrna, quando não tinha problemas nem atribulações, são assombradas pelo trágico dia em que Myrna foi vítima de uma crueldade sem igual, e quando a própria Kayleigh por pouco escapou do mesmo triste fim...
Agora ela vive perambulando pelas ruas de Nova Orleans, lutando pela sobrevivência e ainda fugindo do perigo. 
O destino a coloca frente a frente com St. Bride Ferfinger, que, ao salvar sua vida, se vê enfeitiçado por aquela jovem misteriosa e incrivelmente bela. 
Para Kayleigh, o sensual St. Bride pode ser a salvação que ela almeja... ou seu pior inimigo! 

Capítulo Um

Maio, 1746
Com um soluço, acordou do pesadelo. Levou as mãos ao rosto, e sentiu que estava úmido. Mas os traços provocados pelas lágrimas só limparam parte da su­jeira. Seu coração ainda estava pesado, os ombros duros, e continuava sufocando com o ar carregado ao redor.
Permaneceu quieta no escuro por muito tempo, pensando em Myrna. Seu espectro parecia planar à volta de Kayleigh, que ansiava por rever a irmã para ter sua companhia nas longas noites da Louisiana, uma amiga nas horas difíceis e na vida solitária que levava agora.
Mas Myrna não apareceu, e o único consolo de Kayleigh foi suspirar de frustração, e fazer o que já fizera centenas de vezes. Deixou a mente vagar no passado, pensando na vida feliz que perdera na Escócia, e que tanto queria recuperar.
Porém nessa madrugada parecia estar duplamente amaldi­çoada, pois mesmo esse pequeno conforto lhe era negado.
Por mais que tentasse, não conseguia sentir a maciez do cetim francês de encontro à pele, nem o calor do fogo acon­chegante da lareira nas noites frias. Naquele momento nem mesmo conseguia recordar com precisão os contornos do cas­telo de Mhor. Começava a esquecer os detalhes.
Um ano longe de casa faz com que as memórias se diluam, disse a si mesma. Então, desesperada, fechou os olhos com medo de esquecer tudo de vez, e forçou-se a recordar cada detalhe.
— Kestrel está tendo o sonho outra vez.
A voz soou no fundo da escura choupana. Ali não a chama­vam de Kayleigh, o nome da jovem escocesa de suas lembran­ças, mas de Kestrel, denominação inglesa de um falcão que sempre erguia a cabeça contra o vento.
— Não — replicou Kayleigh em um murmúrio. Tentava se lembrar do que estava gravado no escudo de Mhor.
— Não me engana, menina — replicou a voz macia em meio à escuridão da madrugada. Ouviu-se um som de passos arrastados, e em seguida um dedo ossudo a cutucou. — Aquele dia maldito em Mhor jamais será esquecido.
— Já não me lembro bem de Mhor. E era verdade, apesar de negar a si mesma. Relutante, sentou-se.
— Venha, menina. Onde está aquela força que demonstrou naquele dia no outeiro em Mhor? Foi tão intensa que não con­segui matá-la, e acabei fugindo com você para este lugar.
— Acho que desapareceu também, Bardolph. O calor da Louisiana a dissolveu. — Sacudiu a palha da cama. — Não consigo respirar aqui! Por que não sopra uma brisa fresca?
— Bem, não sei, mas trouxe-lhe algo que irá agradá-la. Quando Bardolph, o Negro, acendeu a vela, Kayleigh o viu fitando-a com atenção. Ergueu-se da cama forrada de palha, e alisou as saias esfarrapadas. Um gatinho preto esfregou-se em suas pernas, pedindo o café da manhã.
— Então qual é a surpresa, Bardie? Nossa! Acordou cedo para me trazer seu presente ou ficou fora a noite toda?
Arqueou as sobrancelhas, e o fitou. Sem dúvida Bardolph era uma criatura noturna. Com o corpo disforme e os longos cabelos acinzentados, a escuridão lhe assentava melhor que a luz do dia. Não era uma visão agradável, muito menos inspi­rava afeto, mas Kayleigh o amava de todo o coração. Bardolph salvara sua vida, e no último ano tentara de tudo para tornar seus dias suportáveis.
—Veja isto!

4 de dezembro de 2011

Vingança







Uma mulher cativa...

Desamparada e sem nenhum recurso, lady Brienne Morrow se verá obrigada a fazer parte do maquiavélico plano de um enigmático desconhecido que não terá piedade dela.

Quando a jovem descobre o que está ocorrendo e tenta escapar, já é muito tarde.

O amor que sente pelo arrogante americano que a mantém prisioneira submergiu suas cruéis garras em seu coração e não poderá fugir dele.



Comentário revisora Poly Ribeiro:Gostei do livro. Tanto a mocinha quanto o mocinho tem seus traumas e principalmente o mocinho que esta em busca de vingança, uma vingança compreensível, mas como sempre a mocinha inocente esta envolvida nesta e ai começa os conflitos.

Capítulo Um

Dinbych-e-pysgod. Tenby, Gales Dezembro de 1780
A jovem que aparecia pela janela da carruagem dirigiu um último e triste olhar a sua casa vazia.
Não tinha teto, e o piso superior estava repleto de escombros úmidos pela chuva.
O povo em que viveu quase toda sua vida, a pequena vila fortificada de Tenby, parecia haver-se ancorado no tempo. Seus habitantes apenas tinham para comer e vestir adequadamente, mas resultava uma morada perfeita para sua mãe e ela.
Ali ninguém dirigia olhares inquisitivos a uma mulher sem marido e a sua filha, uma formosa moça de chamativos cabelos cor avermelhado escuro.
E também não lhes formularam perguntas às que ambas detestariam ter que responder, como de onde vinham, anos atrás, ou quem eram.
Tenby acolhia generosamente a quantos chegavam a ela e lhes oferecia uma formosa vista da baía de Carmarthen desde suas muralhas, assim como camarões-rosa e ostras frescas procedentes do Llangwm.
Mas, agora, ficava vazia uma casa mais, e parecia duvidoso que pudesse voltar a ser alugada, em vista do alarmante declínio da população.
O antigo lar da jovem logo ficaria reduzido a ruínas, e os ruidosos ratos que a enchiam não demorariam para afogar os ecos de risadas passadas.
A moça formava parte da vila. Ali tinha brincado de menina e forjado seus sonhos de adolescente.
Com o cenho franzido e o olhar sombrio, fixou a vista na ilha de St. Catherine e a colina do castelo.
Tenby a perdera e, como se estivesse de luto por sua partida, o povo parecia mais triste que de costume, um pouco mais miserável e abandonado.
Ninguém saiu para despedir-se dela, mas, mesmo assim, ela sentiu que estava dizendo adeus a um querido amigo, um que a tinha protegido e ajudado durante anos.
Desolada, recostou-se em seu assento, tratando de evitar que aquele lugar, velho e frágil, contemplasse as lágrimas de saudade que já começavam a brotar de seus olhos cor violeta.
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16 de janeiro de 2011

Um Raio de Luar

O vingador 

O magnata das ferrovias, Rafael Belloch, tem sorte e é orgulhoso. 
Por isso nunca se esqueceu da mulher mascarada, com maravilhosos olhos azuis e movimentos felinos, que o roubou, tirando-lhe o dinheiro... E as roupas. 
Mas Rafael suspeita que voltou a encontra-la.
A mão do destino Em meio aos bailes deslumbrantes e às noites no teatro, em plena temporada social de verão, uma dança perigosa em torno da verdade se inicia. 
Um homem obcecado por fazer justiça e uma jovem que é mestra nos disfarces se encontram em um confronto decisivo! 

 Capítulo Um 

Junho de 1883
Senhoras e senhores – anunciou Paul Rillieux com voz forte e educada que não demonstrava sua idade avançada. – Entre nós existem alguns que possuem o dom, apesar de desconhecerem, de ir além do plano físico. Essas pessoas são conhecidas como “sensitivas”, e isso me empolga. Conhecendo meu interesse, a sra. Astor pediu-me para fazer uma breve demonstração de telepatia, a capacidade de ler os pensamentos de outros através do éter, o elemento gasoso que permeia nossa atmosfera.
A orquestra no tablado, no final da galeria, estivera tocando valsas e árias de óperas, mas emudecera quando o idoso clarividente começara a falar.
– Todos sabemos – continuou o homem com um sorriso nos lábios – que um pedido da sra. Astor é uma ordem. Portanto aqui estou.
Fez uma leve reverência na direção de uma matrona com penteado elaborado e brilhantes no pescoço. A dama acenou de modo gracioso, e murmúrios de aprovação surgiram entre os convidados no salão.
Fazia apenas um ano que a luz elétrica chegara a Manhattan, fornecida pela usina de Pearl Street. No momento, até na mansão Maitland, na Quinta Avenida, lâmpadas incandescentes brilhavam com luz firme em castiçais com formato de querubins e separados nas paredes por grandes tapeçarias.
– Possuímos mente e espírito – disse Rillieux. – A mente consciente pode se questionar sobre o que haverá para o jantar, enquanto o espírito se preocupa sobre promessas quebradas ou sonhos frustrados.
Arrogante e confiante, Rillieux passeou o olhar pela platéia, apoiando-se de leve na bengala. Além de Caroline Schermerhom Astor, sua audiência incluía Alice Vanderbilt; um nobre francês emigrante, o conde de Chartrain; a debutante Antônia Butler, que deveria herdar uma fortuna maior que a dos Vanderbilt; e o anfitrião da noite, o rei do setor imobiliário, Jared Maitland.
Percebia-se que o esnobismo da sra. Astor terminara por fim, ante o grande número de novos milionários que invadiam os salões da alta sociedade. Em especial os vindos do Oeste, que não tinham boas maneiras, mas montes de dinheiro, e que a sra. Astor, com toda a sua arrogância, não podia continuar a ignorar.
De fato, graças a essas recentes fortunas, uma nova e radical noção surgira havia pouco e começava a criar raízes; quando se sabe quanto dinheiro se possui, até os centavos, então não se é rico de verdade. Fortunas incalculáveis tomavam o lugar das heranças previsíveis.
– Alguém entre nós – anunciou Rillieux de repente – há pouco sonhou sobre um querido animal de estimação que morreu faz alguns anos. E outra pessoa está preocupada, pensando se deve adquirir imóveis em... sim, na rua 54 Oeste.
Um murmúrio entusiasmado percorreu um grupo de senhoras junto ao tablado da orquestra.
– Ora! Thelma disse que sonhou com seu cãozinho Jip duas noites atrás – anunciou Lydia Hotchkiss, resplandecente em seu vestido de cetim. – E foi a primeira vez que mencionou isso.
Uma voz masculina ecoou:
– Não tinha percebido que, de fato, pensava nisso, mas admito que ando interessado em comprar terrenos na rua 54 Oeste.
Quem falara fora o advogado Albert Gage, cuja firma de Wall Street representava metade dos novos-ricos de Nova York, assim como muitos da velha aristocracia.
– Mas não estava pensando nisso de maneira consciente, sr. Gage – apontou Rillieux.
Por um instante o olhar do idoso fixou-se em uma jovem de pequena estatura, sentada sozinha a um canto, que observava tudo com serenidade. Rillieux fez um gesto imperceptível, e um minuto depois a moça começou a circular, de maneira lenta, entre os convidados distraídos.
– E há mais uma coisa – continuou Rillieux, o rosto forte capturando a atenção de todos, exceto da dama que circulava pela platéia como um puma caçador. – Alguém entre nós está muito irritado por causa... – Fez uma breve pausa e sorriu de modo estudado. 

– Sim, é claro. Por causa de um repórter ambicioso do New York Herald...