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19 de janeiro de 2019

O Lorde e a Plebeia

Série Uma Herdeira Americana em Londres 

Depois de desfrutar da sua juventude, como um dos mais selvagens libertinos da alta sociedade, Lord Denys Somerton dedicou os últimos seis anos da sua vida, a deixar o passado para trás. 

Ele está disposto a cumprir as suas obrigações, encontrar uma esposa e começar uma família. 
Mas os seus planos mudam quando Lola Valentine, uma ruiva sedutora que fez parte do seu passado, regressa a Londres, despertando o mesmo desejo irresistível que esteve prestes a arruinar a sua vida uma vez. Lola é uma mulher sem ilusões românticas. Sempre soube que o amor não seria suficiente para um lorde britânico e uma jovem americana dos bairros pobres. Pelo bem de Denys, se distanciou dele e da vida luxuosa que ele lhe oferecia. Mas, quando uma herança inesperada a leva de volta a Londres, Lola descobre, que a paixão continua sendo tão ardente como sempre foi entre eles. Serão eles capazes de quebrar essa paixão ou escapará do seu controle e os destruirão de novo?

Capítulo Um

Abril de 1892
­­­­­­­­– Meu Deus!
Essa exclamação enfática, da parte do conde de Conyers, foi suficientemente alarmante para capturar a atenção de todos os membros da sua família. O conde, como bem sabiam, não era um homem dado a exclamações, muito menos a hora tão cedo do dia.
Todos pararam, facas e garfos na mão, mas o conde não lhes prestou atenção. Ele continuou a encarar a carta que segurava na mão, sem explicar que notícias apareceram naquelas páginas, que motivaram a súbita necessidade de nomear o sagrado durante o café da manhã.
O seu filho Denys foi o primeiro a quebrar o silêncio.
– Pai, o que há de errado? O que aconteceu?
Conyers olhou para cima, a sua expressão indicando a Denys, que a notícia era tão chocante como induzia a sua exclamação.
Ele esperou, mas quando o seu pai dobrou a carta novamente, para colocá–la no envelope e a guardar no bolso da jaqueta depois de olhar para as senhoras, concluiu que era preciso descrição e voltou a sua atenção para o café da manhã.
– Você tem planos para o almoço? – Sua mãe perguntou.
Quando ele olhou para cima, Denys a descobriu observando–o com uma expressão que conhecia bem.
– Eu fiquei de encontrar Georgiana e sua mãe para falar sobre a exposição de flores. Vamos comer no Rules, que fica perto dos seus escritórios. Você quer se encontrar conosco?
Denys curvou os lábios com um sorriso irônico.
– Você é uma casamenteira, mãe.
– Eu sou a sua mãe. – Lady Conyers sugou com força. – As mães podem agir como casamenteiras.
– E onde essa regra está escrita? Eu gostaria de consultá–la.
– Não seja insolente, Denys. E, se estou fazendo de casamenteira, é porque não me faltam motivos. Eu vi você dançando com Georgiana no baile de Montcrieffe. Duas valsas – Acrescentou com evidente prazer.
– É verdade. – Ele exalou um suspiro pesado de sofrimento fingido. – Nesse caso, suponho que não tenho o direito de reclamar.
– Se você não quiser ir... – A mãe dele parou enquanto olhava para ele esperançosa.
Denys pensou em Georgiana e sentiu uma sensação confortável de afeto.
– O contrário. Irei encantado.
–Você não sabe o quanto me alegro! – Quando as palavras saíram da sua boca, a mãe de Denys mordeu o lábio e desviou o olhar, como se temesse que tanta efusividade fosse excessiva. – Georgiana é uma criatura adorável.
Susan, a irmã de Denys que estava sentada ao lado de sua mãe, suspirou exasperada.
– Por favor mamãe! Georgiana Prescott não é uma garota. Ele tem vinte e oito anos, a mesma idade que eu. Embora eu ousaria dizer que parece mais velha.
– Claro, ela é mais madura – apontou Denys, direcionando à sua irmã irresponsável um olhar significativo.
– Em todo caso, para mim, é uma criatura adorável. – Lady Conyers se inclinou para a sua filha. – E você também, querida.
O conde interrompeu o gemido de resposta, deixando a faca e o garfo no prato.
– Vocês terão que me desculpar – Ele disse enquanto se levantava – Mas eu tenho que me retirar. Denys, você se importaria de me encontrar no estúdio para discutir um assunto de negócios antes de sair?
– Claro.
Ele se levantou, mas a voz de Susan os interrompeu, antes que os dois homens pudessem sair.
– A carta trouxe más notícias, pai?
– Não.
Foi uma resposta afiada e o próprio conde deve ter percebido, porque suavizou a sua expressão enquanto olhava para a sua filha.
– Não é nada com que tenhas que te preocupar – a tranquilizou.
Mas, mesmo antes que Susan falasse novamente, Denys sabia que o conde não tinha conseguido tranquilizar a sua irmã.
– Você não quer me dar um tapinha na cabeça antes de sair? – Susan perguntou quando o conde começou a caminhar em direção à porta.
– Ele gosta de dar um tapinha na sua cabeça – disse Denys enquanto andava ao redor da mesa para se aproximar da sua irmã. – Seja tolerante com ele.
– Mas é ridículo!

 





Série Uma Herdeira Americana em Londres 

1 - Em Busca de uma Dama
2 - Um Pacto Audaz
3 - Um Beijo Ardente
4 - O Lorde e a Plebeia
Série Concluída

12 de janeiro de 2019

Um Beijo Ardente

Série Uma Herdeira Americana em Londres 

Linnet Holland não queria saber nada sobre escavadores de ouro. 

Não, ela estava determinada a se casar com um homem que a amava. Mas, justamente quando estava prestes a aceitar a perfeita oferta matrimonial de um homem que a apreciava, o libertino Conde de Featherstone invadiu e arruinou tudo com um beijo ardente.
Jack Featherstone sabia tudo sobre o pretendente de Linnet e estava determinado a impedir que a menina se tornasse uma presa desse infeliz, como outras mulheres tinham sido no passado. Mas quando tentou salvar a reputação arruinada de Linnet, percebeu que tinha que corrigir seu erro. Então ele decidiu conquistar aquela beleza e mostrar-lhe que esse escândalo era a melhor coisa que poderia ter acontecido com ela.

Capítulo Um

Newport, Rhode Island, 1890
Desde que o Príncipe de Gales fez uma visita aos Estados Unidos em 1860, a metade feminina da sociedade de Nova York se apaixonou pela aristocracia britânica. Enquanto os milionários americanos se queixavam do típico cavaleiro britânico, que consideravam ocioso e contrário ao trabalho árduo, suas esposas preparavam possíveis combinações de suas filhas que sonhavam em se tornar condessas e duquesas.
Quando o Conde de Featherstone chegou às margens no outono de 1889, o casamento transatlântico já era algo comum e, embora o conde insistisse antes de toda a alta sociedade de Nova York, o propósito de sua visita era estritamente comercial, as mulheres, pertencendo ou não à alta sociedade de Nova York, preferiram deixar de lado esse detalhe inoportuno. O conde era um único homem sem dinheiro e "negócios" era um termo muito vago.
Mas, embora a insistência de Jack em deixar claro que não estava procurando por uma esposa não impediu as mulheres de continuarem se envolvendo em especulações ilusórias, serviu para garantir aos cavalheiros de Nova York que ele não estava lá para arrebatar uma de suas filhas. Como resultado, Jack logo descobriu que não só os salões de Nova York estavam abertos para ele, mas também os clubes de cavalheiros.
Um mês depois da sua chegada, foi convidado para todos os tipos de eventos sociais importantes e estava ciente de todos os tipos de fofocas. Dois meses depois, jantou no Oak Room e jogou cartas no House With The Bronze Doors. Depois de três, ele e Frederick Van Hausen estavam no Delmonico falando sobre as possibilidades de investir em uma lagosta no Newberg, jogar tênis no New York Tennis Club e jogar golfe no recém-inaugurado St. Andrews Field.
Forjar uma amizade com Van Hausen para planejar sua destruição poderia ter sido um trabalho tão infernal como Jack e Stuart temiam, já que o americano parecia ser um cara encantador, espirituoso, inteligente e fácil. Mas apenas haviam falado sobre capital de risco, ações e minas de ouro por duas semanas, quando os agentes de Pinkerton localizaram uma ex-empregada de Van Hausen chamada Molly Grigg, cuja saída da casa causou rumores entre os outros funcionários. Curiosidade levou Jack a entrevistá-la pessoalmente, uma entrevista que revelou o tipo de animal que se escondia sob o aparente charme de Van Hausen e esclareceu o segredo que Stuart guardava.
Após a descoberta de Molly Grigg, os homens de Pinkerton encontraram outras garotas como ela e, com cada uma dessas entrevistas, Jack achou que o inferno era um lugar muito mais confortável. No entanto, isso não facilitou sua tarefa. Destruir um homem, por mais depravado que ele fosse não era algo que poderia ser feito de forma leve. Também foi uma questão complicada que exigiu tempo, paciência e reflexão. E, para honrar os desejos de Stuart, a destruição de Van Hausen exigiu que ele cavasse seu próprio túmulo.
Assim, em meados de agosto, o poço de Van Hausen estava profundamente cavado e a única coisa que faltava era a queda.
Sabendo o que estava por acontecer com Van Hausen depois de apenas alguns meses de trabalho, Jack esperava que ele pudesse se sentir satisfeito, mas enquanto estudava sua presa do outro lado do opulento salão de baile de Newport, ele pensou em Molly Grigg, e na duquesa de Stuart, e em todos os outros, e lembrou-se de que ainda era muito cedo para comemorar a vitória. Quando Van Hausen estiver na prisão, talvez eu tenha alguma satisfação sabendo que a justiça foi feita. Mas, até lá, não.
—Você acha que ele sabe?
A pergunta fez Jack olhar de Van Hausen para o Visconde Somerton, que estava em pé ao lado dele.
—Você sabe, Denys, — ele disse, e voltou sua atenção para o homem na outra extremidade do salão de baile.
Através dos casais que giravam na pista de dança, Jack percebeu o modo como Van Hausen se movia inquieto de um lado para o outro, e também os olhares incômodos que ele dirigia a todos ao seu redor. Jack pensou sobre a última conversa que tiveram sobre como Van Hausen se aproximou há algumas horas, tentando se explicar, implorando por ajuda, pedindo-lhe para interceder com o resto dos investidores. Jack teve grande prazer em se recusar, mas, naquele momento, ele estava muito nervoso para sentir alívio.
—Acredite em mim, você sabe.
Van Hausen parou no meio de seus passos e tirou o relógio de bolso. Como se confirmasse a declaração de Jack, sua mão tremia terrível quando ele a abriu para verificar o tempo.
—Sinto muito, chegou tarde. — Uma nova voz interveio na conversa antes que Denys pudesse responder.
Ambos olharam para trás e viram o conde de Hayward atrás deles.
—Pongo!










Série Uma Herdeira Americana em Londres 

1 - Em busca de uma Dama
2 - Um Pacto Audaz
3 - Um Beijo Ardente
4 - O Lorde e a Plebeia
Série Concluída

28 de dezembro de 2018

Um Pacto Audaz

Série Uma Herdeira Americana em Londres

Edie Ann Jewell era uma insignificante pessoa de qualquer lugar relevante. 

Seu pai ganhou dinheiro como comerciante, vendendo farinha, feijão e bacon para homens famintos das minas de ouro da Costa da Barbary, na Califórnia, embora seu pai tivesse quadruplicado sua fortuna investindo astutamente em Wall Street, esse fato causou pouca impressão na alta sociedade de Nova York.
Após um escândalo que lhe causou um trauma, comprometeu-lhe a reputação, e tirou-lhe a chance de ser aceita na sociedade londrina. Mas, uma viagem a Londres e uma temporada sob a tutela de Lady Featherstone foram suficientes para que uma “zé ninguém” caçasse o solteiro mais cobiçado e mais endividado da cidade, o Duque de Margrave.
A imprensa de ambos os lados da lagoa publicaram como sendo um casamento amoroso e parecia ter sido, mas, em menos de um mês, tinha se dissolvido, tão rapidamente como começou. Uma vez que as numerosas dívidas da família Margrave foram resolvidas com o dote de sua esposa, o Duque de Margrave partiu para a África selvagem e lá continuou sem a aparente intenção de voltar para casa. Até que uma fatalidade mudou o rumo dessa história e fez com que o Duque, que até então demonstrava cumprir à risca o acordo firmado entre ele e sua esposa, decide agora voltar e conquistar aquela a quem ele jurou amor até que a morte os separe.


Capítulo Um

Tal e como o escritor William Congreve havia apontado com tanta intensidade, o chá e os escândalos sempre tiveram uma afinidade natural e, em todas as estações, as senhoras da sociedade britânica desenvolveram suas preferências muito decididas sobre o tipo de escândalo que seria servido junto com a chícara de Early Grey.
O Principe de Gales era um eterno favorito, por razões óbvias. Um príncipe, consideravam as damas uma causa de escândalo, particularmente um com os pais tão aborrecidos. Com Bertie ele sempre poderia contar, como um bom fornecedor de deliciosas fofocas.
O Marques de Trubridge também tinha sido uma fonte de fofoca, até que ele assentou a cabeça e aquietou-se em uma vida conjugal doméstica, tornando-se um homem decepcionantemente chato, tanto quanto os escândalos. Sua esposa, no entanto, continuou despertando algum interesse entre as damas da alta sociedade, pois, embora o impacto inicial de seu casamento com Trubridge já tivesse passado, havia ainda muitos que achavam fascinante que a outrora dama Featherstone se casasse com outro libertino. Acaso não aprendeu nada em seu primeiro casamento? Os comentários de que ela ainda estava muito feliz com Trubridge um ano após o casamento deles foram recebidos com insultos e advertências ocasionais sobre os grandes caçadores de fortunas e as razões pelas quais qualquer jovem sensata deveria manter uma boa distância deles. E nesse momento em particular, as conversas giravam invariavelmente para a duquesa de Margrave.
Todos sabiam que o duque se casara com ela pelo seu dinheiro. Afinal, por qual outro motivo ele poderia ter feito isso?
Claro, não foi por causa de sua beleza, como se apressaram em assinalar as damas mais atraentes. Com aquela figura alta e magra e aqueles cabelos avermelhados e indisciplinados? E, meu Deus, com essas sardas! E, tão pouco por sua posição social que havia chamado a atenção do duque. Antes de chegar na Inglaterra, Edie Ann Jewell era uma zé ninguém de nenhum lugar relevante. 
Seu pai ganhara dinheiro como comerciante, vendendo farinha, feijão e bacon para os mineiros com fome das minas de ouro da costa Berberia da Califórnia e, embora seu pai tivesse quadruplicado sua fortuna investindo sabiamente em Wall Street, esse fato causara pouca impressão na alta sociedade de Nova York, e quando um escândalo tinha comprometido a reputação da jovem, ela perdeu a chance de ser aceita na sociedade. Mas uma viagem a Londres e uma temporada sob a tutela de Lady Featherstone haviam sido suficiente, para que aquela zé ninguém caçasse o solteirão mais cobiçado e mais endividado da cidade com todos os seus milhões de dinheiro americano.
A imprensa em ambos os lados do Atlântico havia anunciado isso como um casamento sem amor, e certamente parecia ter sido, mas menos de um mês depois do casamento foi demonstrado publicamente que o amor, se existiu, tinha desaparecido rapidamente. Uma vez saldado as numerosas dívidas da família com o dote de sua esposa, o Duque de Margrave partiu para a África selvagem e continuou depois disso, sem qualquer intenção aparente de voltar para casa.
Sozinha e abandonada, a Duquesa concentrou toda a sua atenção em dirigir ela mesma todas as propriedades de Margrave. Claro, tinha gestores competentes e muito dinheiro, mas ainda assim... muitas senhoras sacudiram a cabeça e suspiraram, pensando em quão pesada era aquela carga para uma mulher.
E era verdadeiramente tal como deve ser para uma duquesa administrar sua própria propriedade sozinha?

 





Série Uma Herdeira Americana em Londres 

1- Em busca de uma Dama
2- Um Pacto Audaz
3- Um Beijo Ardente
4- O Lorde e a Plebeia
Série concluída

22 de dezembro de 2018

Em Busca de uma Dama

Série Uma Herdeira Americana em Londres

Ela era a casamenteira... Ele era o homem perfeito...

O trabalho de lady Belinda Featherstone consistia em aconselhar as herdeiras americanas, para que contraíssem matrimônio, e em afastá-las de homens como Nicholas, o marquês de Trubridge. 
Mas esse homem encantador e de péssima reputação precisava encontrar uma esposa rica, e a contratou para ajudá-lo a consegui-la. A tarefa de Belinda parecia simples, ela tinha apenas que descobrir para aquele safado a esposa que ele merecia... mas o beijo ardente e apaixonado de Nicholas logo mostrou que ele não ia tornar isso nada fácil para ela. Nicholas pretendia se casar com uma jovem rica e bonita para resolver seus problemas financeiros e estava disposto a pagar pelos serviços de uma casamenteira, mas bastou que beijasse os lábios de Belinda apenas uma vez, para que seu plano sensato de se casar por dinheiro desmoronasse. Desse modo ansiava por demonstrar à sua bela casamenteira que ele era o homem perfeito... perfeito para ela.

Capítulo Um

A principal dificuldade na tarefa de uma casamenteira não era a imprevisibilidade da natureza humana ou a tenacidade do amor, nem mesmo as intromissões dos pais. Para Belinda Featherstone, conhecida entre as famílias americanas mais ricas como a melhor agente de casamento da Inglaterra, a dificuldade real de sua ocupação era lidar com o coração romântico de uma típica menina de dezoito anos, e Rosalie Harlow estava provando ser um exemplo perfeito disso.
— Sir William seria um bom marido para qualquer mulher. — Rosalie dizia com entusiasmo como se estivesse falando sobre ir ao dentista. — Mas... —Ela fez uma pausa e suspirou.
— Mas você não gosta, não é? — Belinda terminou por ela, e sentiu vontade de suspirar também. Sir William Bevelstoke era um dos muitos cavalheiros ingleses de boa posição, que manifestou um interesse romântico na linda herdeira americana desde que esta chegou a Londres há seis semanas, e não foi o único a receber uma reação não entusiasmada. Mas o pior de tudo era a impressão de que os sentimentos do cavalheiro fossem mais profundos do que a atração física.
— Não é que eu não gosto dele, o que acontece é... — Ela interrompeu novamente, com seus olhos castanhos olhando com desânimo para ela do outro lado da mesa de chá. — Ele não é um cavalheiro muito emocionante, tia Belinda.
Belinda não era sua tia, mas seu relacionamento com os Harlow era tão próximo que ela era como da família. Como seu próprio pai, Elijah Harlow foi um dos muitos milionários americanos que, depois de ganhar uma fortuna graças à ferrovia ou às minas de ouro, foram seduzidos por Wall Street e, depois de se mudarem com suas famílias para Nova York, descobriram que suas esposas e suas filhas tinham as portas fechadas ao acesso na alta sociedade.
Ela mesma encontrou-se nessa situação que os Harlow, quando seu pai a fez mudar-se de Ohio para Nova York aos 14 anos. A Sra. Harlow, que era uma pessoa muito amável e atenciosa, tinha se compadecido de uma jovem órfã extremamente tímida, que também estava sendo marginalizada pela sociedade, e a havia tomado sob sua proteção.
Belinda nunca esqueceria aquele ato de generosidade. Com dezessete anos, num dia de verão, casou-se com o galante e bonito Conde de Featherstone depois de um breve namoro de seis semanas. Mostrou-se uma união desastrosa, mas conseguiu ocupar um lugar proeminente na sociedade britânica.
Cinco anos mais tarde, a Sra. Harlow pediu-lhe para ajudá-la a apresentar sua filha Margaret em Londres para evitar o doloroso sofrimento que teve em Nova York. Ajudou-a encantada, mas estava mais do que ciente do perigo de se casar apressadamente com um canalha empobrecido; cuidou para que a jovem conhecesse o amável e bondoso Lord Fontaine. O resultado era que Margaret tinha se tornado um sucesso social e uma baronesa casada e feliz, esse havia sido o ponto de partida para sua reputação de casamenteira.
Desde então, havia sido muitas jovens americanas pertencentes a famílias de novos ricos que, desprezadas pela rígida hierarquia das altas esferas de Nova York, partiram para Londres e para sua modesta casa na Berkeley Street, na esperança de seguir os passos de Margaret. Rosalie, depois de completar seus estudos em uma escola de meninas francesas, estava lá com o mesmo objetivo, mas, infelizmente, parecia que combiná-la com um bom homem seria mais difícil do que para sua sensata irmã.
Colocou a xícara de chá em seu prato enquanto avaliava qual seria sua resposta para as palavras da jovem. Embora fosse viúva (algo pelo qual estava extremamente agradecida), estava bem ciente de que, para jovens como Rosalie, o casamento era o único meio de obter aprovação da sociedade. Ela queria preparar essas meninas para a realidade prática da tarefa de caçar um marido sem destruir os ideais românticos que poderiam abrigar, e esses ideais preenchiam a mente de Rosalie.
— Sir William pode não ser o homem mais excitante do mundo, minha querida Rosalie, mas há muitos outros fatores a ter em mente se quiser alcançar um casamento feliz.
— Sim, mas não é verdade que um casamento deve basear-se no amor? 

 






Série Uma Herdeira Americana em Londres 

1 - Em Busca de uma Dama
2 - Um Pacto Audaz
3- Um Beijo Ardente
4- O Lorde e a Plebeia
Série concluída

7 de maio de 2018

Um Lugar para Conor

















Capítulo Um

Norte de Luisiana, 1871
Quando Conor Branigan se agachou para passar sob as cordas do quadrilátero e entrou no ringue, os homens de Callersville pensaram que ele era muito bonito para ser um bom boxeador. As mulheres, obviamente, teriam uma opinião totalmente distinta a respeito, mas ali não havia mulheres. Assim que os homens de Callersville deram uma olhada ao magro corpo de Conor e a seu bonito rosto, decidiram que o campeão local seria com certeza o vencedor. 
Conor se deteve no meio do ringue e respondeu às vaias e assovios que foram dirigidos a ele, o intruso, com um gesto insolente como provocação. Logo se dirigiu lentamente até o seu canto no ringue e se dispôs a esperar, enquanto o corretor de apostas tomava nota dos últimos jogadores. 
Os olhos azuis de Conor inspecionaram as filas abarrotadas de gente —era noite de sexta-feira— sem se fixar em nenhum rosto em particular. Depois de vinte cidades e vinte lutas em setenta dias, todas as caras lhe pareciam iguais, brilhantes de suor e anônimas, esperando ansiosamente a luta. Mas a Conor isso não importava. A vida no circuito de boxe estava indo bem. S Conor calculou que Elroy pesava pelo menos vinte quilos a mais que ele, mas sabia por experiência que os maiores eram também os mais lentos. 
Se Elroy tivesse uma constituição parecida sua, Conor teria se preocupado, mas quando Elroy se dirigiu até o seu canto do ringue e o olhou com o cenho franzido, ele se limitou a se apoiar despreocupadamente contra as cordas e lançou ao outro homem um sorriso deliberadamente provocador. Quando os provocava, se enfureciam. 
—Irlandês filho da puta —grunhiu Elroy. Conor lhe sorriu ainda mais amplamente. Os tipos furiosos cometiam erros. O boxe era só um trabalho, uma forma de ganhar a vida. Não era divertido, mas era melhor que limpar pescado em Boston ou limpar excrementos de cavalo das ruas de Nova York doze horas por dia por um mísero salário. Era melhor que estar cravando trilhos sob o asfixiante sol na ferrovia. 
Conor só trabalhava duas noites por semana durante cinco meses do ano, e ficava livre no tempo restante. Não tinha que responder a ninguém, não necessitava de ninguém. Sim, a vida no circuito de boxe era adequada para ele. —Já está se achando o bom, não? A voz de Dan Sweeney, seu agente, o afastou de seus pensamentos e Conor se virou e encolheu os ombros despreocupadamente. 
—Não posso evitá-lo, Danny. Olha o tipo. Talvez não tenha nem sequer que golpeá-lo. Me limitarei a dançar ao seu redor até que fique zonzo. Cairá ao chão. Danny e ele haviam zombado um pouco sobre o estilo de boxear de Conor, mas naquela ocasião, Dan não riu. Ao contrário. Olhou ao redor e logo se inclinou para Conor, apoiando a testa nas cordas que os separavam. —As apostas estão feitas, rapaz. 
—E? Dan passou a mão pela mandíbula. 
—Nenhuma surpresa. Elroy é o grande favorito. Mas todas as apostas nele são pequenas, nenhuma supera um dólar ou dois dólares. —Dan fez uma pausa e logo continuou— Por outro lado, alguns ricaços de Nova Orleans que te viram lutar em Shaugnessey na primavera passada estão aqui. E apostaram muito em você. Quinhentos cada um. —Então logo serão ainda mais ricos.






6 de setembro de 2015

Muito Mais que uma Princesa

Série Sedução
Lucia sempre tinha sido uma ótima mentirosa.

Se isso era bom ou ruim, dependia do ponto de vista de cada pessoa.
Ela achava ótimo enfrentar um guarda palaciano à meia-noite, com cigarro e dinheiro no bolso e planos de dar uma escapada na cabeça.
Nessa noite, era exatamente isso que tentava fazer.
Lucia aprendera havia muito tempo, quando estava nas escolas para moças de bom trato da França, que um livro sempre era uma explicação conveniente para suas perambulações noturnas. E o pai dela, o príncipe Cesare de Bolgheri, tinha uma das maiores bibliotecas de toda a Europa.

Capítulo Um

 – Estava voltando para os meus aposentos. – Os seus aposentos ficam daquele lado – explicou o guarda, apontando na direção oposta àquela para a qual ela se dirigia.
Ela deu uma olhada para trás, por cima do ombro, e voltou a olhar inocentemente para o guarda. - Le muito mai que uma princesa
– É mesmo? – perguntou, fingindo espanto. – Eu poderia jurar que ficavam do outro lado. – Fez um gesto abrangendo o longo corredor em que eles estavam, um corredor de mármore de Siena com adornos folheados a ouro, espelhos resplandecentes e dezenas de saídas. – É tão fácil se perder aqui, eu sempre me confundo. Tantos corredores... – explicou, baixando o tom de voz, o próprio retrato do desamparo, e então sorriu.
Ela tinha um sorriso de derreter um homem de pedra; sabia disso e usava esse recurso sempre que necessário.
O guarda, que não era feito de pedra, amoleceu imediatamente.
– Muito compreensível – disse ele, correspondendo ao sorriso dela. – Mas a senhora sabe que temos ordens de Sua Alteza, o príncipeCesare, de que não pode perambular pelo palácio à noite.
O pai de Lucia lhe era um estranho, e a Piazza di Bolgheri era uma prisão, mas ela não tinha a menor intenção de permanecer esquecida, trancada em algum canto remoto do palácio. Era uma mulher adulta e faria o que bem entendesse.

Série Sedução
1 - Prazeres Proibidos
2 - Todos os Teus Beijos
3 - A Cama da Paixão
4 - Muito Mais que uma Princesa
Série Concluída

29 de agosto de 2015

Falsa Inocência




Sophie Haversahm daria qualquer coisa para não ter o dom de ver o futuro, pois sempre a tomaram por louca e por culpa desse "talento" já tinha perdido seu prometido.

Além disso, convencer a Scotland Yard de que vai se cometer um assassinato é muito mais difícil do que ela pensava; sobre tudo porque a futura vítima é nada mais, nada menos que o atraente detetive Mick Dunbar. 
Mick não acredita em visões e está convencido de que na realidade Sophie está protegendo o possível assassino. Entretanto, quando a vida de Sophie corre perigo, Mick se dá conta de que se apaixonou por essa preciosa e incomparável mulher capaz de lhe ler a mente e o coração. 
Será muito tarde para salvá-la?

Capítulo Um

Londres, 1897
Quando Mick Dunbar despertou essa manhã de 28 de maio não era um homem feliz. Fazia trinta e seis anos, e tinha que encarar o amargo fato de que já não era tão jovem.
Esse dia em concreto, inclusive se sentia mais velho. Doía-lhe o ombro por causa da ferida de bala que tinha recebido dez anos atrás, estava convencido de que tinha mais cãs que a noite anterior e nem sequer ter barbeado o bigode o fazia aparentar menos idade. Mick soube que esse dia ia ser muito, muito longo.
Logo que pôs os pés na Scotland Yard, viu que as brincadeiras relacionadas com seu aniversário já tinham começado. Seu escritório estava vazio. Sua mesa, suas cadeiras, as pastas de seus casos tinham desaparecido. Levaram inclusive as condecorações que ao longo de sua carreira tinha pendurado na parede.
-Thacker! - gritou e viu como o sargento saía correndo da sala que no departamento de investigação criminal utilizavam como sala de reuniões -. Pode-se saber o que está acontecendo aqui?
A careta que desenhou o ruivo bigode do sargento indicou a Mick que Thacker estava ciente do acontecido.
-O inspetor chefe DeWitt decidiu que hoje era o dia perfeito para pintar seu escritório.
-Com certeza - resmungou Mick entre dentes. Nem sequer seu chefe tinha podido resistir às brincadeiras -. E onde estão minhas coisas? No necrotério?
-Não, senhor. Estão no piso abaixo. Siga-me.
Mick desceu a escada junto com o sargento. Além do necrotério, era o pior lugar que podiam ter escolhido os meninos. Qualquer um que ia
dar parte de um delito tinha que passar primeiro por ali. Era um lugar caótico, ruidoso e cheio de gente.
Thacker o levou até o centro da sala. Sua mesa estava ali coberta por um montão de arquivos, e as pastas dos casos abertos estavam no chão, rodeando-a por completo. Mick, que era sem dúvida o oficial mais obcecado com a ordem de toda a Polícia Metropolitana, olhou todo esse caos e amaldiçoou tão forte que o ouviram por toda a sala.
Todos os policiais puseram-se a rir olhando-o divertidos. Mas à medida que se aproximava da mesa se deu conta de que a brincadeira ainda não tinha chegado ao seu fim. Apoiado no respaldo de sua cadeira havia uma bengala.
Mick olhou esse símbolo da terceira idade e franziu o cenho. Fazer brincadeiras quando era o aniversário de um deles era o pão de cada dia, e ele estava acostumado a rir tanto quanto qualquer um, inclusive quando era a vítima. Mas esse ano não.
Agarrou a bengala e, sem nenhuma delicadeza, a deu a Thacker.
-Jogue isto no lixo.
-Feliz aniversário, senhor. -Thacker lhe deu uma sincera palmada nas costas que só fez com que lhe doesse ainda mais o ombro-. Já imaginava algo como isto, verdade?
-Sim, imaginava.
-Anime-se, senhor.


1 de março de 2014

A Cama da Paixão

Série Sedução
Todos na sociedade sabem que o casamento de Lorde e Lady Hammond é infeliz. Todo mundo sabe que eles mal falam um com o outro há mais de nove anos. Mas o que ninguém na sociedade sabe são as razões para isso...

Lady Viola Courtland era uma jovem romântica e impulsiva quando se apaixonou instantaneamente pelo belo e atraente Visconde Hammond. Sem o conhecimento de Viola, John Hammond já havia dado seu coração à única mulher que ele iria amar - a esposa de seu primo -, mas ele estava em dificuldades financeiras e precisava desesperadamente se casar com uma herdeira rica. Em Viola, ele achava que havia encontrado a mulher perfeita - bonita e rica com uma natureza doce. Mas Viola não era prática nem sensata quando se tratava de casamento, pois esperava que o marido a amasse e estava determinada a não se conformar com nada menos. Logo, porém, o segredo de John foi involuntariamente revelado, mas entretanto eles se casaram e já era tarde demais. Até que um dia John finalmente caiu em si e rezou para não ser tarde demais para reconquistar o amor de sua própria esposa.

Capítulo Um

Londres, 1833

Sempre que os membros da alta sociedade londrina comentavam sobre lorde e lady Hammond, o senso comum era: o visconde e sua esposa não se suportavam. Mesmo a mais inexperiente das anfitriãs sabia que eles não podiam ser convidados para o mesmo jantar.
Ninguém conseguia entender as razões que separaram o casal apenas seis meses após o casamento, e por que, passados oito anos, lady Hammond ainda não dera a seu marido um herdeiro, como era usual.
Apesar de não haver nenhum herdeiro direto ao título do visconde, o contrato matrimonial de lorde e lady Hammond não dava sinais de que seria quebrado por nenhuma das partes. Pelo menos não até 15 de março de 1833. Esse foi o dia em que a chegada de uma carta mudou tudo, pelo menos para o visconde.
A mensagem era urgente e foi entregue na residência dele em Londres por volta das onze horas da noite. Lorde Hammond, porém, não se encontrava. No meio da alta temporada londrina, John Hammond, assim como todos de sua posição social, se ocupava com a nada sagrada trindade masculina: bebida, jogo e mulheres.
Seus amigos, lorde Damon Hewit e sir Robert Jamison o assistiam alegremente nessas atividades. Depois de várias horas de seu jogo predileto, chegaram ao Brook's pouco antes da meia-noite. Após a sexta garrafa de vinho, começaram a discutir onde deveriam pernoitar.
— Eu creio, Hammond, que deveríamos ir ao baile da Sra. Kettering pelo menos por uma hora ou duas — disse Robert. — Damon e eu prometemos a ela que iríamos. Você sabe como a dama fica quando não aparecemos.
— Nesse caso, serei forçado a deixá-los. — John despejou mais um pouco de vinho em seu copo. — Viola foi convidada para o baile e aceitou o convite. Portanto, sou forçado a declinar. Sabe muito bem que eu e minha mulher nunca comparecemos aos mesmos eventos.
— Nenhum cavalheiro comparece aos mesmos eventos que sua esposa, Robert — esclareceu Damon. — Por isso seria melhor que Hammond explicasse que a verdadeira razão é a seguinte: Emma Rawlins estará lá, e isso é sinal de confusão certa.
John quase teve vontade de rir. Sua mais recente amante não provocaria emoção alguma em Viola, a não ser o mesmo desprezo que demonstrava por ele havia vários anos. Um final melancólico, visto que John se casara com uma linda e adorável jovem. Mas casamentos raramente davam certo, e ele já desistira do seu.
— A Srta. Rawlins é uma criatura adorável — acrescentou Robert. — Pena que o romance tenha terminado.
John lembrou-se de como Emma se tornara possessiva, exigindo coisas que não cabiam a uma amante exigir. Por isso, havia terminado com ela dois meses atrás, não sem antes pagar uma boa quantia pelo rompimento do contrato.
— Veremos o quanto Emma é adorável, pois o fim do romance não foi nada amigável. Não hei de querer saber de mulheres tão cedo. — John tomou mais um gole.
— É o que sempre diz, meu amigo! — Damon deu risada. — Mas essa resolução só dura até aparecer a próxima beldade. Você precisaria ter um harém.
— Uma mulher de cada vez já basta. Minhas duas últimas amantes me deram motivos de sobra para eu nunca mais pensar em romance.
A amante anterior a Emma, a cantora de ópera Maria Allen, fez John se envolver num duelo em que acabou ferido no ombro pelo marido traído. O casal se separou, e Maria se tornou amante de lorde Dewhurst.
Emma Rawlins, entretanto, não parecia disposta a encontrar um novo protetor. Continuava a escrever toda semana, implorando que John voltasse para ela. As respostas com recusas formais não a satisfizeram, e Emma decidiu deixar a propriedade que ele lhe dera em Sussex para segui-lo até a capital. O visconde, porém, não tinha a menor intenção de revê-la.
— Não, não, meus amigos, mulheres são criaturas maravilhosas, mas cobram muito e de muitas maneiras. Pretendo passar este ano inteiro sem nenhuma amante.
— O ano inteiro, John? — Damon meneou a cabeça, incrédulo. — Estamos apenas em março. Você ama demais o sexo frágil para ficar tanto tempo longe.
John se recostou no espaldar e ergueu seu copo.
— Só porque um homem não tem uma amante não quer dizer que não goste mais de mulheres.
Seus amigos deram boas risadas e decidiram que aquele era um bom pretexto para brindar. Voltaram a encher os copos e brindaram várias vezes às damas de todas as categorias. Em menos de cinco minutos, outra garrafa foi esvaziada.

Série Sedução
1 - Prazeres Proibidos
2 - Todos os Teus Beijos
3 - A Cama da Paixão
4 - Muito Mais que uma Princesa
Série Concluída

Todos os Teus Beijos

Série Sedução
Todo mundo conhece Dylan Moore - seu talento brilhante e a sua procura constante de prazere - mas ninguém conhece o tormento que está por baixo de seu aspecto imprudente. Apenas uma mulher tem um vislumbre das forças que dirigem a alma de Dylan, uma mulher que assombra seus sonhos e evoca suas paixões como nenhuma outra mulher jamais o fez antes.
Caída em desgraça e indigente, Grace Cheval não quer nada com o homem sedutor que a deseja. Quando Dylan oferece a ela uma posição de governanta para sua filha recém descoberta, ela sabe que suas verdadeiras intenções são desonrosas. No entanto, acha difícil resistir a esse homem carismático, e retorna seus beijos apaixonados com um fogo que combina com o dele. Pode Dylan ousar esperar que a bela dama, orgulhosa e espirituosa, derreta o gelo ao redor de seu coração?

Capítulo Um

Londres
1827

Sentia-se enlouquecer. Maldito ruído, maldito ruído angustiante. Parecia um gemido alto que lhe queimava o cérebro como fogo, um som incessante, constante que lentamente o enlouquecia. Se ao menos conseguisse calá-lo. Mas era impossível.
Dylan Moore afastou bruscamente o lençol soltando uma imprecação e levantou-se da cama. Nu, atravessou o quarto e abriu os pesados reposteiros de brocado para olhar para fora. O céu estava negro como breu, naquela hora entre a meia-noite e a madrugada, e apenas um candeeiro à esquina iluminava lá em baixo a rua vazia. Tudo estava em silêncio, exceto no seu espírito. Ficou a olhar pela janela, sentindo ódio por todos os seres humanos de Londres que podiam desfrutar do silêncio que a ele lhe era negado.
Os seus movimentos acordaram Phelps e o criado entrou, vindo do quarto de vestir, com uma vela acesa na mão.
– Também não consegue dormir esta noite, senhor?
– Assim é. – Dylan soltou um suspiro. Havia já três meses. Por quantas mais noites poderia continuar assim, dormindo apenas uns minutos de cada vez? A cabeça latejava-lhe num doloroso protesto pelo ruído infindável e pela falta de sono; inclinou a cabeça e encostou-a à janela, controlando o impulso de partir com ela o vidro e pôr fim àquele tormento.
– O láudano que o doutor Forbes receitou… – O criado hesitou, vendo a expressão zangada com que o amo se voltou para ele, mas a preocupação levou-o a insistir. – Talvez o senhor deseje que prepare outra dose?
– Não. – Deitar-se na cama a aguardar o efeito do opiáceo seria uma ideia intolerável. Dylan voltou as costas à janela e dirigiu-se a passos largos para o quarto de vestir, passando pelo criado. – Vou sair.
– Vou acordar Roberts para que traga a carruagem para a frente da casa.
– Não quero a carruagem. Vou dar um passeio a pé.
– Sozinho, senhor?
– Sozinho.
Na opinião de Phelps, passear sozinho, a meio da noite, pelas ruas de Londres, não seria uma boa ideia, mas a sua expressão não demonstrou qualquer parecer sobre o assunto. Dylan fazia o que lhe apetecia e não seria apropriado o criado pôr em causa a sensatez da decisão.
– Sim, senhor – disse Phelps e ajudou-o a vestir-se.
Dez minutos depois, Phelps voltou para a cama e Dylan desceu as escadas, empunhando a vela acesa que lhe iluminava o caminho através da casa escura. Entrou no escritório, dirigiu-se à secretária e abriu uma gaveta. Ficou por momentos a olhar para a pistola e depois pegou-lhe. Um homem envergando roupas caras e percorrendo sozinho a cidade, durante a noite, estava a pedir complicações e o mais sensato seria tomar precauções. Carregou a arma, meteu-a no bolso da longa capa negra e saiu do escritório. Passou pela sala de música a caminho da porta da rua, mas alguma coisa o fez parar. Talvez que um passeio não fosse realmente a distração de que necessitava. Hesitou, depois voltou-se e entrou na sala de música.
Passara ali muitas horas até ao acidente. Um momento de descuido, uma queda do cavalo, a pancada da cabeça contra uma pedra e tudo mudara. Só dois dias depois o ouvido deixara de sangrar e levara duas semanas a recuperar do traumatismo. Durante esse tempo esperara que o zumbido dos ouvidos desaparecesse, mas afinal parecera piorar. Durante o mês seguinte à sua recuperação, entrara todas as manhãs naquela sala para trabalhar. Sentara-se ao piano de cauda, fingindo que nada se passava, repetindo para consigo que o seu estado seria temporário, que não perdera o dom, que, se tentasse, seria capaz de voltar a escrever música. Por fim, desesperado, desistira e desde aí não voltara a entrar na sala.
Dirigiu-se lentamente para o enorme piano de cauda Broadwood, olhando fixamente para o reflexo do brilho da vela na tampa de nogueira envernizada. Talvez nos últimos três meses uma qualquer transformação tivesse acontecido por magia e, quando pousasse as mãos nas teclas, a música surgisse de novo. Pelo menos podia tentar. Depois de colocar a vela no castiçal trabalhado de madeira de castanheiro do piano, ergueu a tampa e sentou-se no banco.

Série Sedução
1 - Prazeres Proibidos
2 - Todos os Teus Beijos
3 - A Cama da Paixão
4 - Muito Mais que uma Princesa
Série Concluída

Prazeres Proibidos

Série Sedução
Para a recatada e tímida Daphne Wade, seu prazer proibido mais doce é observar as escondidas seu patrão, Anthony Courtland, duque de Tremore, enquanto ele trabalha na escavação arqueológica de suas propriedades na Inglaterra.

Anthony contratou Daphne para que restaurasse os preciosos tesouros que ele ia desenterrando.
No entanto era duro para uma mulher se concentrar no trabalho quando tinha em sua frente um homem como Anthony, cuja beleza era esmagadora.
Ele nem sequer tinha reparado nela como mulher, mas quem poderia culpá-la de ter se apaixonado perdidamente?
Escondida atrás de uns óculos enormes, Daphne era a restauradora melhor preparada para realizar este trabalho e Anthony sabia disso.
Quando uma nova e encantadora Daphne sai de sua concha, as regras do jogo mudam. Anthony conseguirá convencê-la de que é a mulher de seus sonhos?

Capítulo Um

Hampshire, 1830
Ninguém que olhava Daphne Wade imaginaria que ela pudesse ter algum prazer proibido, secreto. Seu aspecto era normal, os óculos não ajudavam muito, tinha o cabelo castanho claro e o usava preso na cabeça. Todos os seus vestidos eram de diferentes tons de bege, marrom ou cinza. Sua altura era normal e sua figura ficava escondida debaixo dos grandes e cômodos aventais que utilizava para trabalhar. Tinha uma voz suave e agradável de escutar, sem sons estridentes que chamassem a atenção.
Ninguém que a julgasse só pela sua aparência poderia imaginar que a senhorita Daphne Wade tinha o escandaloso costume de observar o torso nu de seu patrão sempre que tinha a oportunidade, embora a maioria das mulheres estivesse de acordo que Anthony Courtland, duque de Tremore, tinha um torso que valia a pena observar. 
Daphne apoiou os cotovelos no peitoral da janela e levantou a luneta de bronze. Utilizar esse aparelho com lentes era difícil, assim que o deixou na prateleira. Voltou a colocar os óculos e a distância, olhou toda a escavação, procurando Anthony entre os trabalhadores. Sempre que pensava nele pensava usando seu nome. 
Quando falava com ele, o chamava de «senhor», como todo mundo, mas em sua cabeça e em seu coração, ele sempre era Anthony.
Ele estava falando com o senhor Bennington, o arquiteto da escavação e com sir Edward Fitzhugh, o vizinho mais próximo do duque e antiquário amador como ele. 
Os três homens estavam no meio de uns campos da escavação, rodeados de muros, colunas quebradas e restos do que havia sido uma vila romana. 
Nesse momento, discutiam sobre o mosaico que estava debaixo dos seus pés e que havia sido descobertos pelos trabalhadores nessa mesma manhã.
Quando Daphne localizou a forte figura de Anthony, sentiu uma familiar chateação em seu coração, uma mescla viciante de prazer e incômodo. 
Era uma combinação que quando estava em sua presença a calava e lhe fazia querer se misturar com seu ambiente, passar despercebida; em troca quando o contemplava como agora, desejava se transformar no centro de toda sua atenção. 
O amor pensava, deveria ser algo agradável, cálido, doce, não algo que prejudicasse o coração com sua intensidade.
Daphne sentia essa intensidade agora, enquanto o observava. Quando estava em Tremore Hall, ele passava sempre dois ou três horas ao dia
trabalhando junto com o senhor Bennington e o resto dos homens na escavação. Algumas vezes ela não estava nas ruínas e às tardes de agosto eram excepcionalmente quentes, e Anthony sempre tirava a camisa. O dia era muito caloroso.
Para Daphne, ele quase formava parte da escavação romana que o rodeava. Era como uma escultura. 
Com sua pouco freqüente altura de mais de um metro e oitenta e seus grandes ombros e desenvolvidos músculos, apesar de seu cabelo escuro e sua pele bronzeada parecia um deus romano esculpido em mármore.
Ela o observava enquanto os três homens continuavam discutindo sobre o mosaico e teve a estranha sensação que experimentava cada vez que o via e que fazia lhe custar a respirar e que seu coração se acelerava como se estivesse estado correndo.

Série Sedução
1 - Prazeres Proibidos
2 - Todos os Teus Beijos
3 - A Cama da Paixão
4 - Muito Mais que uma Princesa
Série Concluída

25 de janeiro de 2013

E Então Ele A Beijou

Série Crônicas para Senhoritas Solteiras

Emmaline Dove sempre sonhou em difundir seus conhecimentos sobre etiqueta por toda Londres.

Por isso, desde que começou a trabalhar como secretária para o mais importante editor da cidade, o Visconde de Marlowe, sempre tentou que ele publicasse seus artigos.
Quando Emma descobre que Marlowe jamais leu uma só linha de seus manuscritos, decide renunciar a seu posto na editora sem aviso prévio. 
Com sua saída, não só deixa o negócio de Harry Marlowe no mais absoluto caos, como também põe em dúvida a reputação do Visconde. 
 Emma merece uma lição e Harry está disposto a dar-lhe. Entretanto, um só beijo mostra a ele o fogo que arde atrás da aparente frieza de sua secretária. 
Obterá Harry que Emma salte as normas por uma vez? Mas não era assim.


Capítulo Um

— Por quê? — Exclamou entre soluços, a exótica mulher de cabeleira negra, embelezada com um traje de seda laranja — Por que ele fez isto? 

A Senhorita Emmaline Dove não ousou responder a essa pergunta. Prática como sempre, economizou saliva e deu outro lenço para a mulher que estava na sua frente. 
Juliette Bordeaux, agora ex-amante do homem para o qual Emma trabalhava, o Visconde Marlowe, agarrou o lenço que foi oferecido. 
— Passamos seis maravilhosos meses juntos e, quando o lacaio chegou com a caixinha, fiquei muito contente. Mas quando li a carta que acompanhava o presente, a carta em que dá por terminado nosso amor...  Mon Dieu! Acredita que com jóias poderá curar a ferida que impôs a meu coração. É muito cruel! — Abaixou a cabeça e continuou chorando teatralmente — Oh, Harry! 
Emma agitou-se incômoda em sua cadeira e olhou de esguelha para o relógio que estava sobre a mesa. Seis e meia. Lorde Marlowe estava a ponto de voltar e ela queria falar sobre seu novo manuscrito antes que ele fosse à festa de aniversário de sua irmã. 
Estava certa de que apareceria no escritório antes da comemoração. O presente que ela havia comprado para Lady Phoebe em nome dele continuava ali, embrulhado e esperando por ele. 
A não ser que o Visconde tivesse esquecido por completo da festa, coisa que era muito provável, ele teria que apanhar o presente antes de ir para casa. 
Essa era a melhor oportunidade para falar com ele, pois terminada a festa, ele passaria uma semana em sua casa em Berkshire. 
Como não havia nenhuma reunião à vista, tampouco nenhum compromisso a comparecer e com sua família na cidade, Lorde Marlowe descansaria em Marlowe Park. 
Emma confiava que a tranqüilidade do campo pudesse deixá-lo mais relaxado e o colocasse em melhor disposição para ler sua obra, diferente do que havia acontecido até então. 
Ao menos, valeria à pena tentar.  Deslizou os olhos da máquina de escrever que descansava em cima da velha mesa até as páginas de seu manuscrito que estavam amontoados. 
Só faltavam oito dias para seu aniversário, e que melhor presente seria que Marlowe decidisse por fim publicar seu livro. 
De repente, uma vaga inquietação apoderou-se dela, tão distinto do delicioso sentimento de antecipação que sentia até então, que até ficou assustada. Era difícil descrever, mas era tão desagradável que a deixou preocupada. 
Tentou não dar importância. Talvez temesse outra negativa. Afinal, Lorde Marlowe havia recusado seus quatro manuscritos anteriores. Ele acreditava que os livros de etiqueta não davam lucros, mas ela sabia que isso se devia ao fato, de que a maior parte dos livros oferecia conselhos fora de moda, nada de acordo com os tempos modernos. 
Em vista disso, Emma esforçou-se para pesquisar novas tendências e criar uma obra única e contemporânea. Se pudesse explicar a Marlowe por que seu novo livro poderia atrair o público atual, talvez ele estivesse mais predisposto a publicá-lo, especialmente se pudesse lê-lo sem que o incomodassem, na tranqüilidade do campo. 
O problema era que a Senhorita Bordeaux não parecia ter intenção de ir embora. Emma estudou a mulher pensando em como faria para colocá-la para fora com educação. Se ela continuasse ali, quando Lorde Marlowe chegasse, com certeza teriam uma discussão e ficaria impossível a conversa que ela pensava em ter com seu chefe, o que a faria perder uma oportunidade de ouro. 
Com certeza muitos pensariam que ela era fria e insensível por não sentir nenhuma compaixão pela desdenhada amante.

Série Crônicas para Senhoritas Solteiras
1 - E Então Ele a Beijou
2 - Não Traduzido
3 - Não Traduzido
4 - Não Traduzido

21 de outubro de 2012

Nosso Amor de Ontem

Amor à primeira vista! 

No instante em fica conhecendo o atraente John Hammond, Victoria se apaixona perdidamente. Deslumbrada com os galanteios de seu charmoso pretendente e arrebatada por um namoro e um noivado de sonho, Victoria só descobre a terrível verdade depois do casamento, seu adorado marido não se casou por amor, e sim por dinheiro. 
Com o coração dilacerado, Victoria jura nunca mais receber o marido em sua cama... 
Após nove anos de um casamento de aparências, John está decidido a reconquistar a esposa, a quem ele sempre amou e nunca quis magoar. 
Seduzir Victoria e atraí-la de volta ao leito conjugal talvez não seja tão difícil, mas desta vez John corre o sério risco de ser ele a perder o coração... 


Capítulo Um 

Londres, 1833 
Sempre que os membros da alta Sociedade londrina comentavam sobre Lorde e Lady Hammond, o senso comum era que o Visconde e sua esposa não se suportavam. Mesmo a mais inexperiente das anfitriãs sabia que eles não podiam ser convidados para o mesmo jantar. 
Ninguém conseguia entender as razões que separaram o casal apenas seis meses após o casamento, e porque, passados oito anos, Lady Hammond ainda não dera a seu marido um herdeiro, como era usual. 
Apesar de não ter nenhum herdeiro direto ao título do Visconde, o contrato matrimonial de Lorde e Lady Hammond não dava sinal de que seria quebrado por nenhuma das partes. 
Pelo menos não até 15 de março de 1833. 
Esse foi o dia em que a chegada de uma carta mudou tudo, pelo menos para o Visconde. A mensagem era urgente e foi entregue na residência dele em Londres por volta das onze horas da noite. 
Lorde Hammond, porém, não se encontrava. 
No meio da alta temporada londrina, John Hammond, assim como todos de sua posição social, se ocupava com a nada sagrada trindade masculina, bebida, jogo e mulheres. 
Seus amigos, Lorde Damon Hewit e Sir Robert Jamison o assistiam alegremente nessas atividades. Depois de várias horas de seu jogo predileto, chegaram ao Brook's pouco antes da meia noite. 
Após a sexta garrafa de vinho, começaram a discutir onde deveriam pernoitar. 
— Eu creio Hammond, que deveríamos ir ao baile da Senhora Kettering pelo menos por uma hora ou duas — disse Robert 
— Damon e eu prometemos a ela que iríamos. Você sabe como a dama fica quando não aparecemos. 
— Nesse caso, serei forçado a deixá-los — John despejou mais um pouco de vinho em seu copo 
— Victoria foi convidada para o baile e aceitou o convite. Portanto, sou forçado a declinar. 
Sabe muito bem que eu e minha mulher nunca comparecemos aos mesmos eventos. 
— Nenhum Cavalheiro comparece aos mesmos eventos que sua esposa, Robert — esclareceu Damon 
— Por isso seria melhor que Hammond explicasse que a verdadeira razão é a seguinte, Emma Rawlins estará lá, e isso é sinal de confusão certa.
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