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16 de novembro de 2014

Passagem para Pontefract

Saga dos Plantagenetas
O Príncipe Negro, herói do povo, está morto, e Eduardo iII, seu pai, tornou-se um velho senil. 

O trono agora será ocupado por um menino, Ricardo de Bordeaux, cercado de parentes ambiciosos e nada confiáveis.
Neste episódio, o tom é dado pelas intrigas palacianas e pelas relações perigosas entre os nobres e suas amantes.
Extravagante e elitista, Ricardo ama duas rainhas: Anne da Boémia, com quem se casa, e a frágil Isabella.
O rei tem sua autoridade constantemente ameaçada, mas consegue salvar a Inglaterra de uma revolução e ganha prestígio.
Logo passa a enfrentar a oposição de cinco lordes que querem tirá-lo do poder.  De quatro ele consegue se vingar, mas o quinto, seu primo Henrique de Bolingbroke, mais esperto do que os outros, está decidido a levá-lo à ruína.


Capítulo Um

Inglaterra, século XIV, O Nascimento dos Meninos
Londres estava com espírito festivo naquele magnífico dia de maio. Eram poucas as coisas de que os cidadãos gostavam mais do que um acontecimento régio, e aquele prometia ser um dos mais esplendorosos que a capital já vira até então. 
O rei adorava a exibição - quanto mais magnificente, melhor. Aquela era uma de suas qualidades de que as pessoas gostavam. Uma fraqueza, talvez, mas uma fraqueza adorável, tida por um homem que diziam ser o maior guerreiro da cristandade e cuja reputação era tão ilustre quanto a de seu avô, o grande Eduardo, o primeiro a usar aquele nome.
Três dias antes, o filho do rei - aquele que era conhecido como John de Gaunt porque nascera de Eduardo e da boa rainha Filipa na cidade flamenga de Ghent, e os ingleses, desprezando línguas estrangeiras, achavam Gaunt mais fácil de pronunciar do que Ghent casara-se em Reading com Blanche, filha do duque de Lancaster.
Todos concordavam que a união de dois belos jovens era motivo de celebração, em especial por serem os dois de sangue real, porque Blanche descendia da árvore Plantageneta, exatamente como John; e os pais da noiva e do noivo eram venerados por todo o país.
Henry de Lancaster, o pai da noiva, era conhecido na Inglaterra - e na Europa, também - como o bom Duque Henry, o cavaleiro perfeito. Ele era fidalgo o tempo todo, generoso para com os inimigos, leal aos amigos, um homem profundamente religioso, e seu avô tinha sido Edmundo H, filho de Henrique El.
Quanto aos pais do noivo, eram adorados pelo povo como poucos monarcas tinham sido até então. 
Os súditos deviam sentir-se orgulhosos daquele rei alto e bonito que muitos diziam ser a imagem do avô e ligeiramente mais baixo do que Eduardo Pernas Longas, cuja reputação tinha sido ampliada pela memória. Aquele Eduardo tinha todos os itens que formavam a beleza Plantageneta - os abundantes cabelos louros, o nariz reto, os brilhantes olhos azuis, o belo físico. 
Além do mais, trouxera estabilidade ao país, e sua popularidade era tal que as pessoas tinham se esquecido de que as glórias de Crécy e Poitiers tinham sido pagas não só com sangue, mas com impostos arrancados do povo, e que a conquista do trono da França não estava mais perto do que estava no início da guerra. 
Ele se casara com Filipa de Hainault, de cuja benevolência o povo tomara conhecimento, e até no casamento Eduardo mostrara bom senso. Filipa podia estar rechonchuda além do normal e mostrar sinais de partos contínuos e nada ter de bonita, mas seu rosado frescor lhe caía muito bem, e a expressão do seu rosto era de uma suave boa vontade. 
Sabia-se que em várias ocasiões ela implorara ao rei que mostrasse misericórdia, porque ele, como a maioria dos de sua raça, possuía um génio que se tornava violento quando provocado; e por essa qualidade, ela fora profundamente respeitada. Ela era feminina; era virtuosa; e também conhecida como a Boa Rainha Filipa.
A devoção que um dedicava ao outro fora um exemplo para o país, e se ultimamente circulavam rumores de que o rei já não era bem o marido fiel que de modo geral as pessoas acreditavam que fosse antes, as insinuações eram esquecidas quando o casal real aparecia junto.
Londres estava encantada com seu governante; e todos os governantes inteligentes sabiam que a aprovação da cidade capital era essencial à segurança deles. Sim, eles amavam aquele rei que sabia sair-se muito bem nas justas nas quais ele tanto gostava de participar, e gostavam de vê-lo brilhando com as jóias com as quais ele tanto gostava de adornar sua bela pessoa.
Não só ele restaurara o prestígio da Inglaterra, que ela perdera durante o desastroso reinado anterior de seu fraco e efeminado pai, como tivera filhos homens - todos bonitos, e o mais velho, como era adequado, era um homem cuja fama espalhara-se por todos os cantos e já mostrava sinais de ser tão notável quanto o pai e o bisavô
- outro Eduardo, conhecido no país inteiro como o Príncipe Negro.









Saga dos Plantagenetas
1- Prelúdio de Sangue
2- O Crepúsculo da Águia
3- O Coração do Leão
4- O Príncipe das Trevas
5- A Batalha das Rainhas
6- A Rainha de Provence
7- Eduardo I
8- As Loucuras do Rei
9- O Juramento do Rei
10-Passagem para Pontefract
11-A Estrela de Lancaster
12- Epitáfio para Três Mulheres
13- A Rosa Vermelha de Anjou
14-Sol em Esplendor
Saga Concluída