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4 de dezembro de 2018

Depois da Inocência

Dinastia Warenne
Longe da sociedade, a rica e bela artista Sofie O’Neil encontra consolo em seu mundo particular. 

Ela deseja, apenas por uma vez, provar um amor proibido — seguir o perigoso saqueador de diamantes Edward Delanza para o paraíso. Mas Edward quer muito mais da inocente jovem herdeira do que um breve e passageiro encontro, pois ele está determinado a curá-la e possuí-la — agora... e para todos os tempos.
Capítulo Um

Praia de Newport, 1901
O dia estava tão esplêndido que Sofie ficou feliz por ter aceitado o convite de sua mãe para passar o fim de semana em sua casa de praia e participar da festa que daria naquela noite.
Sentada em cima de uma duna da qual desfrutava de uma excelente vista, com um caderno de esboços em uma das mãos e um pedaço de carvão na outra, Sofie sentia-se a mulher mais feliz do mundo. 
As águas calmas e cintilantes do Oceano Atlântico quebravam suavemente na areia limpa da praia, enquanto grupos de gaivotas flutuavam. O céu estava claro e sua cor azul intensa era quase ofuscante. Sofie sorriu e levantou o rosto para receber a gentil carícia do sol. 
Valia a pena deixar o seu estúdio da cidade de vez em quando, especialmente se fosse para desfrutar de um dia maravilhoso como esse.
A dor no tornozelo interrompeu seus pensamentos. Talvez sair para passear não tenha sido uma boa ideia. Tinha feito um esboço de Newport Beach que pensava pintar a óleo quando retornasse ao seu estúdio, mas a agitação que a aguardava naquela noite poderia ser mais irritante do que temia, se seu pé estivesse determinado a estragar a festa. Assustou-a pensar que Suzanne tinha a casa cheia de convidados, mas sabia que não tinha escolha, prometera à mãe comportar-se como uma jovem educada e sociável e estava disposta a cumprir sua promessa.
Suspirou e se preparou para voltar para casa enquanto pensava sobre a festa que seria realizada naquela noite. Gostaria de conhecer alguns dos convidados! Sua dedicação exclusiva à pintura tornara-a hostil a festas e celebrações, incapaz de lidar com estranhos. 
Lisa, sua irmã mais nova, costumava dizer-lhe que tudo o que tinha a fazer era improvisar uma conversa inconsequente sobre qualquer pessoa ou objeto que estivesse à vista, como um belo vaso de porcelana. No entanto, Sofie descobriu que parecia mais fácil do que realmente era, então ela decidiu parar de se preocupar com a festa. Afinal, talvez conseguisse passar despercebida e retirar-se mais cedo.
Avançou com dificuldade pela areia e, depois de caminhar alguns metros, parou para recuperar o fôlego. Enquanto recuperava a respiração, virou a cabeça e um reflexo cegou-a momentaneamente. Piscou e olhou para a figura de um homem que também estava se preparando para deixar a praia.
Sofie observou o estranho com curiosidade.
Ele não usava chapéu e seu cabelo preto ondulado brilhava ao sol e contrastava com seu impecável terno de linho branco. De sua posição privilegiada, Sofie descobriu que, embora fosse alto e forte, ele se movia com a agilidade das panteras que vira no Zoológico do Bronx. 
Apesar do fato de que eles estavam separados por uma distância considerável, Sofie achou que ele era lindo. De repente, sentiu uma forte vontade de desenhá-lo. Sentou na areia, abriu o caderno e começou a desenhar freneticamente.
–Edward, espere!