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24 de março de 2020

Estação do Sol

Série Vikings

Zarabeth, com os cabelos ruivos como um pôr do sol irlandês, foi escolhida por Magnus Haraldsson, um Viking que a conheceu quando estava de passagem pela cidade comercial de York, para ser sua esposa.

Ela fica surpresa e fascinada com sua franqueza, mas logo se sente atraída por esse homem que a faz rir, a excita profundamente e também a faz confiar em um futuro com sua irmãzinha, Lotti. Mas seu padrasto Olav o Vaidoso, não pretende pedir um dote por Zarabeth. Zarabeth em pouco tempo é levada para a sua fazenda na Noruega, mas como escrava, não como esposa, portando a marca de sua escravidão, um colar de ferro ao redor do seu pescoço para que todos possam ver.Agora, em vez de paixão, Magnus volta para casa cheio de desconfiança em relação a ela e com uma profunda dor pela sua traição. É a estação do sol na Noruega, a clara luz da meia-noite de verão. É um tempo de crescimento e fertilidade, de traição e maldade, de amor e aprendizado...

Capítulo Um

York, Capital do Danelaw
Seu nome era Zarabeth. Era a filha adotiva do dinamarquês Olav o Vaidoso, um rico comerciante de peles de Jorvik ou York, como os anglo-saxões locais lhe chamavam. Não era a mulher mais bela que já tinha visto. Sua amante, Cyra, era mais atraente, mais bem dotada que ela. A diferença da maioria dos homens e mulheres de sua terra natal, na verdade, ao contrário de muitas pessoas em Danelaw1, não tinha o cabelo tão loiro que era quase branco no sol do meio dia. Não, ela tinha o cabelo vermelho ardente, de um vermelho intenso, escuro como o sangue. Ela o usava solto caindo por suas costas em ondas e cachos ou, quando o dia estava muito quente, em duas grossas tranças enroladas sobre a cabeça.
Esse cabelo, imaginava, que tinha que ser a herança de uma mãe da ilha ocidental chamada Irlanda. Tinha visitado a guarnição em Dublin vários anos antes para comprar escravos e comercializar marfim, peles, chifres, terrinas e adornos de pedra-sabão. Disseram-lhe que os irlandeses se reproduziam como cães, e essa coloração original e rica, deve ter sido o resultado. Seus olhos eram também de uma cor estranha, uma estranha cor verde, uma cor que não tinha visto na Irlanda, um verde que lembrava ao musgo úmido. Ele só tinha que olhar a si mesmo em uma placa de prata polida, para saber que seus olhos, como os da maioria de seus compatriotas, eram de um azul céu, e quando o seu estado de ânimo era violento se tornavam de um azul tão profundo como o golfo de Oslo. Sua mãe, Helgi, disse, para sua vergonha, que o azul de seus olhos era suave e quente como o ovo de um pássaro.
Zarabeth era alta, talvez muito alta para ser uma mulher, mas ele era um homem grande e ainda era mais alto alguns centímetros e passava do topo de sua cabeça, por isso não lhe importava seu tamanho.








Série Vikings
1 - Estação do Sol
2 - Paixão Selvagem
3 - O Lord de Raven's Peak
4 - A Senhora de Falcon Ridge
Série concluída


1 de junho de 2010

A Senhora de Falcon Ridge

Série Vikings
Normandia, 922

Um plano infalível

Quando Chessa, princesa da Irlanda, foi raptada por Ragnor de York, Cleve se empenhou em resgatá-la, pois fora ele quem negociara o casamento dela com William da Normandia, e sua palavra estava em jogo. Mas uma tempestade levou Chessa e seus raptores a Hawkfell Island, e a situação se complicou...
Quando Cleve chegou a Hawkfell Island, ficou surpreso ao descobrir que Chessa não queria se casar com Ragnor, nem com William. Ela queria se casar com ele!
No entanto, a paixão que unia Cleve e Chessa seria posta à prova, porque antes de fugirem juntos para Falcon Ridge, o lar de Cleve, eles teriam de enfrentar a fúria de dois homens poderosos, além de outros perigos que os aguardavam ao longo do
caminho...

Capítulo Um

Fazenda Malverne, Vestfold, Noruega, ano de 922.
Cleve teve o sonho pela primeira vez no terceiro aniversário de sua filha. Era uma noite de pleno verão, quando não escurecia totalmente, e a atmosfera se mantinha em um cinza-escuro suave até o amanhecer.
Viu-se no alto de um penhasco estreito, escutando os sons e aspirando o ar quente e úmido. Mais abaixo, corria uma cascata ruidosa, que se estreitava em um trecho da encosta antes de se abrir com violência sobre um paredão de meia altura e despencar a perder de vista.
Ao seu redor, árvores frondosas e flores amarelas e púrpuras, que pareciam brotar das rochas. Grandes pedras arredondadas e rochas fragmentadas espalhavam-se pelo matagal.
Uma névoa fina desceu sobre ele e o fez estremecer de frio. Em uma reação instintiva, Cleve apertou a capa de lã em torno do corpo.
Um pônei negro, com uma estrela branca na testa, o esperava lá embaixo.
Embora fosse pequeno, parecia ter o tamanho ideal. Nem o animal, nem a região rochosa, nem a névoa lhe eram desconhecidas. O cenário e o aroma doce e suave comprimiam-lhe a garganta.
A pele de lobo solta nas costas do pônei ficou torta quando ele montou.
Em seguida, ele disparou pela cam¬pina onde se multiplicavam flores brilhantes, as quais espalhavam no ar seu cheiro adocicado.
A névoa fina e gelada cessou, e o sol apareceu, esplendoroso. O calor logo se tornou intenso, e ele sentiu o suor molhando a testa.
O pônei chegou até a extremidade da campina e virou em uma trilha rumo ao Leste. Então ele deteve o animal e o fez seguir na direção oposta.
O suor ardia em seus olhos e molhava suas axilas. A idéia de ir para o Leste o deixava com dor no estômago.
Queria fugir para bem longe, para não ver...
Mas o quê?
Sacudiu a cabeça de um lado a outro. Não queria voltar, mas não havia alternativa.
De repente, ele estava lá, olhando a enorme residência de madeira com telhado de colmo e ripas.
Uma fortaleza. O silêncio imperava apesar de homens e mulheres estarem trabalhando nos campos, carregando lenha, cuidando das crianças. Não se ouviam risos, conversas, nem brincadeiras.
De repente escutou vozes vindo de dentro da fortaleza, mas não quis entrar.
Os sons se tornaram mais altos quando a enorme porta de madeira foi aberta.
Apesar da fumaça proveniente da lareira funda e central, ele pôde ver os homens afiando os machados e polindo os elmos.
Mulheres teciam, costuravam e cozinhavam. Embora tudo parecesse normal, ele quis fugir dali, mas não pôde.
Então ele a viu: loira, de cabeça baixa, pequena e indefesa.


Série Vikings
1 - Season of the Sun
2 - Paixão Selvagem
3 - O Lord de Raven's Peak
4 - A Senhora de Falcon Ridge

31 de maio de 2010

O Lord de Raven's Peak

Série Vikings

Escandinávia e Normandia, 916

Uma paixão a toda prova...
Ao comprar um jovem no mercado de escravos de Kiev,
Merrik Haraldsson conseguiu resgatar também o irmão mais velho do menino, um garoto maltrapilho, imundo e desnutrido.
Por isso, qual não foi sua surpresa, tempos depois, ao descobrir que, na verdade, não se tratava de um irmão, mas de uma irmã...
Por baixo da imundície e dos farrapos, escondia-se uma jovem linda e inteligente, determinada a usar sua habilidade de contar histórias para ganhar ouro e prata suficientes para comprar a sua liberdade e a do irmão. Merrick, no entanto, se recusou a deixar a encantadora Laren partir...
E quando, finalmente, os segredos dela vieram à tona, ele lutou para protegê-la, e salvar a paixão avassaladora que tomara conta do seu coração...

Capítulo Um

Mercado de Escravos de Khagan-Rus Kiev, ano de 916.
O cercado de escravos recendia a corpos sem banho, naquela manhã fria. A brisa do rio Dnieper soprava gentilmente, e o sol acabara de nascer por trás de Kiev, os dedos dourados a se projetarem pela infindável extensão de colinas nuas e montanhas desoladas ao leste.
O fedor das peles sujas do inverno e dos corpos sem higiene não ofendia as narinas tanto quanto a abjeta miséria humana ofendia a sensibilidade. Contudo, uma condição tão familiar em lugares como aquele dificilmente seria notada.
Merrik Haraldsson soltou o pesado broche de prata do casaco de peles.
Tirou o casaco e pendurou-o no braço ao rumar para o mercado.
Aportara seu escaler, O Corvo de Prata, no longo píer de madeira que ficava numa enseada protegida do Dnieper, logo abaixo de Kiev.
A subida era íngreme, e ele apertou o passo, pois queria chegar o mais cedo possível ao mercado para encontrar um escravo que sua mãe aprovasse antes que só restassem os mais fracos e doentes.
Virou-se para Oleg, a quem conhecia desde que ambos eram garotos, ansiosos para superar os irmãos mais velhos e conseguir seus próprios escaleres para comerciar e ficarem ainda mais ricos que seus pais e irmãos:
—Partiremos depois que eu comprar uma escrava. Fique atento, Oleg, pois não quero um burro de carga para a casa de minha mãe, ou uma criada de olhos puxados que venha a pôr em risco a fidelidade de meu pai. Ele não tem nenhuma concubina há trinta anos. Não quero que comece agora.
—Sua mãe racharia a cabeça dele caso seu pai algum dia olhasse afetuosamente para outra mulher, e você sabe muito bem disso.
Merrik sorriu.
—Minha mãe é uma mulher de paixões fortes. Está bem, então pense na esposa de meu irmão. Sarla é uma coisinha tímida e poderia facilmente ser governada por uma mulher mais esperta, escrava ou não.
Teremos de levar em consideração muitos fatores antes de escolher a mulher certa. Minha mãe precisa de uma escrava que lhe seja fiel e que trabalhe só para ela.
Quer ensiná-la a fiar, já que seus dedos estão endurecidos e doem agora.
Roran me disse que haveria uma excelente seleção esta manhã, com muitos escravos trazidos na noite passada de Bizâncio.
—E da cidade dourada de Miklagard. Como eu gostaria de viajar para lá, Merrik. Dizem que é a maior cidade do mundo.
— É difícil acreditar que mais de meio milhão de pessoas vive lá. No próximo verão, teremos de construir um escaler mais forte para suportar as corredeiras abaixo de Kiev que são perigosas. Há sete delas e cada uma mais mortal que a outra, e a pior é a de Aifur. E existem muitas tribos hostis vivendo ao longo do Dnieper, esperando que os homens cheguem às margens com seus barcos para levá-los à força para o interior. Teremos de nos juntar à frota de outros mercantes em busca de segurança. Não quero morrer só para ver Miklagard e o mar Negro.
Oleg sorriu para Merrik.
—Tem conversado com os outros mercadores, Merrik, não é? Já está se preparando para isso em sua cabeça?
—Sim, realmente estou pensando nisso; Oleg, ficamos ricos comerciando em Birka e Hedeby; somos conhecidos lá e conquistamos a confiança do pessoal. Os escravos irlandeses trouxeram mais prata do que se poderia imaginar. E, este ano, enriquecemos mais ainda comerciando nossas peles em Staraya Ladoga. Lembra-se daquele homem que comprou cada pente de galhada de rena que tínhamos? Ele me disse que havia desposado mais mulheres do que queria, e todas pediam pentes a ele. Não, iremos para Miklagard no próximo ano. Contente-se com isso.
— E você que não está contente, Merrik.
— Tem razão. Serei paciente. Voltaremos para casa com mais prata do que nossos pais e irmãos já tiveram. Somos ricos, meu amigo, e ninguém pode negar agora.


Série Vikings
1 - Season of the Sun
2 - Paixão Selvagem
3 - O Lord de Raven's Peak
4 - A Senhora de Falcon Ridge

21 de outubro de 2009

Paixão Selvagem

Série Vikings
Irlanda e Inglaterra, 910

Ilha do desejo

Mirana é uma mulher mais astuta que muitos homens, e leal a seus princípios. Entretanto, sua vida muda drasticamente no dia em que um guerreiro viking e seus homens invadem Clontarf, uma fortaleza na costa leste da Irlanda, e a leva como refém, para ser usada como garantia contra seu irmão, a quem desejam matar.

Feroz e selvagem como o Mar do Norte durante o inverno, Rorik é o lorde de Hawkfell, uma ilha ao largo da costa leste da Inglaterra.
No entanto, no momento em que leva sua prisioneira para casa, parece que tudo começa a fugir ao controle. E o maior dos problemas que tem de enfrentar não é a sede de vingança de seu povo, que deseja o sangue da refém, nem a ameaça de um assassino à solta, mas sim a atração irresistível e o desejo ardente que sente por Mirana...

Capítulo Um

Clontarf, Irlanda,Fortaleza dinamarquesa, 910
Ao atravessar a prancha sobre a profunda ravina, Rorik olhou para trás e levou o dedo sobre os lábios, indicando a Hafter e Sculla, seus acompanhantes, que fizessem silêncio.
Porém, não havia necessidade de silêncio absoluto, pois raios riscavam o céu noturno, seguidos de trovões que estrondavam mais alto e com mais força do que o encontro dos deuses numa batalha.
A claridade no céu e o tremor da terra eram tão contínuos quanto à chuva torrencial que branquejava tudo ao redor, tornando difícil enxergar dois passos à frente.
Mas Rorik sabia exatamente o que tinha de fazer.
Tudo estava correndo como fora planejado. Ele fez um breve aceno para os dois homens e deu um sorriso.
Einar estava na fortaleza. Tinha de estar.
Uma semana antes Aslak enviara a Rorik a mensagem afirmando que Einar se encontrava ali. Aquela feiticeira, com toda certeza, havia mentido quando gritara do alto da muralha que Einar estava em Dublin, no castelo do rei.
A maldita mulher, provavelmente uma prostituta, devia ser amante de Einar e estava tentando protegê-lo.
Rorik e seus homens alcançaram a porta dos fundos da fortaleza, muito pesada e sólida, capaz de suportar um ataque violento, mas que estava destrancada.
Aslak prometera cuidar desse detalhe.
Rorik empurrou a porta com cuidado, fez sinal para Hafter e Sculla se aproximarem e seguirem-no de perto. Desembainhou a espada e ia entrar quando, de repente, um homem gritou:
— Peguem-no! Ele não tem para onde ir. Não o matem!
Olhando para trás, Rorik viu três homens de espada em punho, atravessando a larga prancha sobre a ravina.
A frente dele havia doze homens também armados, prontos para atacar. Rorik não se importou. Se quisesse, poderia recuar e acabar com os três homens que estavam atravessando a prancha, mas não iria fazer isso.
Estava louco, sedento de sangue e determinado a seguir seu plano.
Sabia que Einar estava entre os doze homens à sua frente.
Como nunca o tinha visto, gritou o nome dele, chamou-o de covarde, de assassino, provocou-o e desafiou-o para uma luta.
— Einar! Einar!
Os guerreiros mantiveram-se bem unidos para esconder Einar, para protegê-lo. Devagar, foram avançando na direção de Rorik, seus escudos e espadas levantados.
Com um grito de fúria, o sangue fervendo nas veias, Rorik atirou-se sobre eles.
Tudo o que o cérebro registrava era o desejo frenético de matar.
Einar devia estar ali.
O covarde usava seus homens como escudo para se proteger.
Mas Rorik iria encontrá-lo e atravessar sua garganta com a espada.
Ouviu um grito de dor, depois outro e mais outro. Não se deteve.
— Einar!
Novamente ouviu a ordem às suas costas.
— Não o matem!


Série Viking
1 - Season of the Sun
2 - Paixão Selvagem
3 - O Lord de Raven's Peak
4 - A Senhora de Falcon Ridge

Série Vikings

2- PAIXÃO SELVAGEM


Irlanda e Inglaterra, 910

Ilha do desejo

Mirana é uma mulher mais astuta que muitos homens, e leal a seus princípios. Entretanto, sua vida muda drasticamente no dia em que um guerreiro viking e seus homens invadem Clontarf, uma fortaleza na costa leste da Irlanda, e a leva como refém, para ser usada como garantia contra seu irmão, a quem desejam matar.

Feroz e selvagem como o Mar do Norte durante o inverno, Rorik é o lorde de Hawkfell, uma ilha ao largo da costa leste da Inglaterra.
No entanto, no momento em que leva sua prisioneira para casa, parece que tudo começa a fugir ao controle. E o maior dos problemas que tem de enfrentar não é a sede de vingança de seu povo, que deseja o sangue da refém, nem a ameaça de um assassino à solta, mas sim a atração irresistível e o desejo ardente que sente por Mirana...

Capítulo Um

Clontarf, Irlanda,Fortaleza dinamarquesa, 910
Ao atravessar a prancha sobre a profunda ravina, Rorik olhou para trás e levou o dedo sobre os lábios, indicando a Hafter e Sculla, seus acompanhantes, que fizessem silêncio.
Porém, não havia necessidade de silêncio absoluto, pois raios riscavam o céu noturno, seguidos de trovões que estrondavam mais alto e com mais força do que o encontro dos deuses numa batalha.
A claridade no céu e o tremor da terra eram tão contínuos quanto à chuva torrencial que branquejava tudo ao redor, tornando difícil enxergar dois passos à frente.
Mas Rorik sabia exatamente o que tinha de fazer.
Tudo estava correndo como fora planejado. Ele fez um breve aceno para os dois homens e deu um sorriso.
Einar estava na fortaleza. Tinha de estar.
Uma semana antes Aslak enviara a Rorik a mensagem afirmando que Einar se encontrava ali. Aquela feiticeira, com toda certeza, havia mentido quando gritara do alto da muralha que Einar estava em Dublin, no castelo do rei.
A maldita mulher, provavelmente uma prostituta, devia ser amante de Einar e estava tentando protegê-lo.
Rorik e seus homens alcançaram a porta dos fundos da fortaleza, muito pesada e sólida, capaz de suportar um ataque violento, mas que estava destrancada.
Aslak prometera cuidar desse detalhe.
Rorik empurrou a porta com cuidado, fez sinal para Hafter e Sculla se aproximarem e seguirem-no de perto. Desembainhou a espada e ia entrar quando, de repente, um homem gritou:
— Peguem-no! Ele não tem para onde ir. Não o matem!
Olhando para trás, Rorik viu três homens de espada em punho, atravessando a larga prancha sobre a ravina.
A frente dele havia doze homens também armados, prontos para atacar. Rorik não se importou. Se quisesse, poderia recuar e acabar com os três homens que estavam atravessando a prancha, mas não iria fazer isso.
Estava louco, sedento de sangue e determinado a seguir seu plano.
Sabia que Einar estava entre os doze homens à sua frente.
Como nunca o tinha visto, gritou o nome dele, chamou-o de covarde, de assassino, provocou-o e desafiou-o para uma luta.
— Einar! Einar!
Os guerreiros mantiveram-se bem unidos para esconder Einar, para protegê-lo. Devagar, foram avançando na direção de Rorik, seus escudos e espadas levantados.
Com um grito de fúria, o sangue fervendo nas veias, Rorik atirou-se sobre eles.
Tudo o que o cérebro registrava era o desejo frenético de matar.
Einar devia estar ali.
O covarde usava seus homens como escudo para se proteger.
Mas Rorik iria encontrá-lo e atravessar sua garganta com a espada.
Ouviu um grito de dor, depois outro e mais outro. Não se deteve.
— Einar!
Novamente ouviu a ordem às suas costas.
— Não o matem!



3- A SENHORA DE FALCON RIDGE


Normandia, 922

Um plano infalível

Quando Chessa, princesa da Irlanda,
foi raptada por Ragnor de York, Cleve se empenhou em resgatá-la, pois fora ele quem negociara o casamento dela com William da Normandia, e sua palavra estava em jogo. Mas uma tempestade levou Chessa e seus raptores a Hawkfell Island, e a situação se complicou...
Quando Cleve chegou a Hawkfell Island, ficou surpreso ao descobrir que Chessa não queria se casar com Ragnor, nem com William. Ela queria se casar com ele!
No entanto, a paixão que unia Cleve e Chessa seria posta à prova, porque antes de fugirem juntos para Falcon Ridge, o lar de Cleve, eles teriam de enfrentar a fúria de dois homens poderosos, além de outros perigos que os aguardavam ao longo do
caminho...

Capítulo Um

Fazenda Malverne, Vestfold, Noruega, ano de 922.
Cleve teve o sonho pela primeira vez no terceiro aniversário de sua filha. Era uma noite de pleno verão, quando não escurecia totalmente, e a atmosfera se mantinha em um cinza-escuro suave até o amanhecer.
Viu-se no alto de um penhasco estreito, escutando os sons e aspirando o ar quente e úmido. Mais abaixo, corria uma cascata ruidosa, que se estreitava em um trecho da encosta antes de se abrir com violência sobre um paredão de meia altura e despencar a perder de vista.
Ao seu redor, árvores frondosas e flores amarelas e púrpuras, que pareciam brotar das rochas. Grandes pedras arredondadas e rochas fragmentadas espalhavam-se pelo matagal.
Uma névoa fina desceu sobre ele e o fez estremecer de frio. Em uma reação instintiva, Cleve apertou a capa de lã em torno do corpo.
Um pônei negro, com uma estrela branca na testa, o esperava lá embaixo.
Embora fosse pequeno, parecia ter o tamanho ideal. Nem o animal, nem a região rochosa, nem a névoa lhe eram desconhecidas. O cenário e o aroma doce e suave comprimiam-lhe a garganta.
A pele de lobo solta nas costas do pônei ficou torta quando ele montou.
Em seguida, ele disparou pela cam¬pina onde se multiplicavam flores brilhantes, as quais espalhavam no ar seu cheiro adocicado.
A névoa fina e gelada cessou, e o sol apareceu, esplendoroso. O calor logo se tornou intenso, e ele sentiu o suor molhando a testa.
O pônei chegou até a extremidade da campina e virou em uma trilha rumo ao Leste. Então ele deteve o animal e o fez seguir na direção oposta.
O suor ardia em seus olhos e molhava suas axilas. A idéia de ir para o Leste o deixava com dor no estômago.
Queria fugir para bem longe, para não ver...
Mas o quê?
Sacudiu a cabeça de um lado a outro. Não queria voltar, mas não havia alternativa.
De repente, ele estava lá, olhando a enorme residência de madeira com telhado de colmo e ripas.
Uma fortaleza. O silêncio imperava apesar de homens e mulheres estarem trabalhando nos campos, carregando lenha, cuidando das crianças. Não se ouviam risos, conversas, nem brincadeiras.
De repente escutou vozes vindo de dentro da fortaleza, mas não quis entrar.
Os sons se tornaram mais altos quando a enorme porta de madeira foi aberta.
Apesar da fumaça proveniente da lareira funda e central, ele pôde ver os homens afiando os machados e polindo os elmos.
Mulheres teciam, costuravam e cozinhavam. Embora tudo parecesse normal, ele quis fugir dali, mas não pôde.
Então ele a viu: loira, de cabeça baixa, pequena e indefesa.



Série Viking
1. Season of the Sun (1991)
2. Paixão Selvagem
3. O Lord de Raven's Peak
4. A Senhora de Falcon Ridge

18 de março de 2009

Tentação

Série Vikings

O poder de uma paixão!

Mesmo sem nunca ter visto o pai, um vice-rei, Érica MacQuarie sempre se orgulhou dele e sonhava conhecê-lo 
A oportunidade surge quando Torin, um guerreiro escandinavo e emissário de Ragnar, aporta na Escócia, enviado com a missão de localizar seu filho “Eric”.Ao descobrir que o filho do filho vice-rei viking é na verdade uma filha, Torin prepara-se para levá-la até Ragnar.Porem um grupo de membros do clã, chefiados pelo tio de Érica e sedentos por vingança, o fazem prisioneiro. A última esperança de Torin é que os aguardam... Nem o desejo implacável que os conduzirá a uma grandiosa revelação!

Herança de FogoDas ilhas Hébridas e da Irlanda até a costa da Islândia. 

Será preciso encontrar os três filhos de Ragnar Longsword, um grande e intrépido chefe viking, cujas conquistas se tomaram legendárias.A cada uma de suas amadas, Ragnar dera uma pedra preciosa tirada de sua espada. As gemas deveriam ter sido penduradas no pescoço dos filhos logo após o nascimento. Naquela altura os pendentes eram a única chave para solucionar a investigação.
A procura começa na Escócia e reúne dois amantes corajosos e determinados. Uma jovem meio viking e meio escocesa do clã MacQuarie de Ulva e um viking que fora estigmatizado como um proscrito


Capítulo Um

As tochas tremeluziam e faiscavam no skaalen, o salão nobre de Ragnar Longsword. Pedaços gigantescos de lenha queimavam na grande cavidade central do recinto imenso.
A atmosfera estava impregnada com a fumaça que se desprendia da carne de veado que era assada para a refeição noturna.
Nos caldeirões de ferro e de pedra sabão suspensos por tripés borbulhava um ensopado de cordeiro que exalava um aroma delicioso. Sobre as mesas de madeira, havia pães recém-assados de cevada e trigo, além de tigelas com amoras, framboesas e morangos.
Servos azafamavam-se em acender o óleo das lamparinas de pedra-sabão que pendiam do teto, seguras por correntes de ferro.
As chamas refletiam-se nas armaduras, nas espadas e nos machados pendurados na parede. Essas armas feitas de ferro e decoradas com cobre e prata eram os bens mais preciosos de Ragnar. Uma espada ricamente ornamentada era sinal de riqueza e poder. A luz também fazia brilhar os braceletes de prata, os colares, as correntes de ouro e os broches que as mulheres ostentavam, perambulando pelo salão nobre. Mais uma prova da riqueza da família.
Os homens chegavam em grupos, rindo e conversando. Mergulhavam as guampas, copos feitos de chifre, na gamela enorme contendo hidromel. Divertiam-se com concursos de bebida, jogos de tabuleiro e em falar mais alto de que o vizinho. Alguns se entretinham apostando qual dos homens acertaria o alvo, entre os quatro que disputavam o arremesso de machado.
Apesar da euforia, todos os movimentos cessaram quando um viking imponente e orgulhoso entrou no salão. Usava uma túnica castanha bordada em azul e vermelho nas mangas e na barra. A armadura de couro era presa nos ombros com tiras, e no peito, com fivelas. Usava meias escuras e nos braços, pulseiras de ouro e prata. Em cada detalhe, destacava-se a importância de sua posição social. Um chefe. Ou vice-rei, como era considerado.
Ragnar Longsword, um gigante de meia idade e de porte atlético, era o guerreiro mais respeitado da Escandinávia. Era temido das Hébridas até Kiev. A simples visão no horizonte de suas naus, das velas quadradas e proas com formato de dragão, amedrontava os habitantes da costa.
Durante vinte e sete anos Ragnar e seu bando saquearam aldeias, castelos e mosteiros. Os ataques trouxeram riquezas e propriedades a Ragnar e a seus homens. A fama era de homens corajosos, mas sem piedade. Um exército apoiava-o nas ações e no castelo.
— Nesse mundo não existem homens tão corajosos como nós — Ragnar costumava dizer.
— Ninguém ousa desafiar-nos em uma luta. Quer estejamos certos ou errados, todos se rendem diante de nós.


Série Vikings

1 - Tentação
2 - Provocação
3 - Sedução
4 - Ragnar

Provocação

Série Vikings

Inglaterra e Escandinávia, 858

A chama de uma paixão

Gwyneth olhava para as águas do oceano tentando acalmar as batidas aceleradas de seu coração. 

Era o dia de seu casamento e por mais que odiasse a idéia, naquele mundo dominado por homens não tinha escolha a não ser obedecer aos ditames do pai. 
Ainda assim, ela continuava a sonhar com o amor de um viking loiro que a presenteara com um pingente em forma de cabeça de dragão...
A embarcação viking singrava os mares a toda velocidade.
Sèlig, o Destemido, preparava-se para atacar Wessex, onde um dia fora mantido prisioneiro. 

O destino, porém, tinha uma surpresa para Sèlig, pois uma das primeiras pessoas com quem se deparou foi a linda jovem que o ajudara a fugir de seu cativeiro. 
Como levar sua vingança adiante, quando tudo o que queria era tomá-la nos braços e fazê-la sua mulher para toda a eternidade?

Capítulo Um

Wessex e costa ocidental de Inglaterra, 858
O brilho suave da luz matinal incidia sobre a costa rochosa.
Uma jovem delicada e morena observava as águas revoltas do oceano, sentada em uma rocha fria e úmida. Abraçando os joelhos, inspirava fundo o ar marinho e procurava acalmar-se. Era o dia de seu casamento. Daquele momento em diante, sua liberdade seria cerceada.
— Um marido... — Gwyneth sussurrou e concluiu que o som daquela palavra não a agradava em absoluto.
Apesar disso, nada poderia ser feito para impedir a realização de suas núpcias. O mundo era dominado pelos homens, e uma filha tinha de obedecer aos ditames do pai, independentemente do quanto o episódio fosse desagradável para ela. Gwyneth fora obrigada a aceitar um futuro sem perspectivas e a desilusão de casar-se sem amor, em benefício do fortalecimento de uma aliança.
O pai de Gwyneth e Alfred, o futuro marido, eram dois dos maiores proprietários de terras de Wessex ocidental. Há muito tempo haviam concordado em unir seus territórios pelo casamento. Como Ethelin, sua irmã mais velha, já estava comprometida, Gwyneth fora a eleita para a união de interesses.
— É um matrimônio caído dos céus — o pai afirmara, contrariando as expectativas da filha.
Gwyneth mal conhecia Alfred. Era perturbador imaginar que se casaria com um desconhecido, embora esse tipo de união fosse usual entre as classes mais favorecidas. Depois dessa noite não serei mais uma donzela. Gwyneth sentiu um arrepio de medo pelo que a aguardava. O marido seria gentil? Ou ele pensaria apenas em usufruir os direitos matrimoniais? Embora Ethelin insistisse em dizer que isso não era tão ruim, Gwyneth desejava algo mais. Queria a maravilhosa alegria de amar tão alardeada nas canções dos bardos. O mesmo sentimento que ela experimentara havia tempos por um escravo viking.
Gwyneth fechou os olhos. Lembrou-se da primeira vez em que vira o belo jovem de olhos castanho-claros e tempestuosos. Seu pai arrastara para dentro do hall o jovem de mãos amarradas nas costas.
— Temos um escravo! — o pai anunciara, triunfante. — Agora o faremos pagar por todo o sofrimento que seu povo trouxe para nosso litoral.
Curiosa, ela abrira caminho por entre os que se aglomeravam ao redor do pagão, que na certa deveria ter semelhança com o demônio. Atônita, comprovara que o escandinavo loiro não diferia muito dos jovens de Wessex.
Gwyneth espantara-se ao notar que ele deveria ser apenas cinco ou seis anos mais velho do que ela. Embora o rosto imberbe não escondesse as marcas de energia e de orgulho. De cabeça erguida, determinado, parecia mais o conquistador do que o conquistado. Apesar disso, ela sentira compaixão ao ler a dor e o desengano naquele olhar expressivo.
— Ele insiste em dizer que não é nosso inimigo. Que descende de ingleses e que seu pai era norueguês e não originário da Dinamarca. Pois eu afirmo que um viking nunca deixará de ser um viking!
Irado e blasfemando, seu pai empurrara o jovem e o infeliz se estatelara no chão.
Gwyneth adiantara-se, com uma agressividade incomum à própria natureza calma.
— Deixe-o, meu pai! 


Série Vikings
1 - Tentação
2 - Provocação
3 - Sedução
4 - Ragnar

Sedução

Série Vikings

Países Nórdicos, 858 D.C.

Alucinada paixão!

Quando Natasha foi capturada, Sean não vacilou em enfrentar a fúria do oceano para resgatá-la.
Movido pela força e energia que herdara dos ancestrais nórdicos, ele se aventurou pelos sete mares até chegar a uma terra exótica, à procura de suas raízes, de sua família e da mulher a quem amava com loucura...O instinto de Natasha lhe dizia que aquele homem forte e bonito a protegeria quando ela fugisse de seus raptores.O pouco tempo que passara ao lado de Sean despertara uma paixão avassaladora e coragem para enfrentar a ganância e a deslealdade que os arrancara dos braços um do outro. Natasha não imaginava as surpresas que a aguardavam, nem a aventura em que embarcaria, com um intrépido guerreiro viking em cujas mãos ela entregaria seu destino!

Capítulo Um

Estepes e Eire (Irlanda), Outono do ano 858.
O sol do poente brilhava, mesmo em meio à poeira levantada pelos cascos dos cavalos da grande caravana. Um grande número de magiares percorria as estepes à procura de um novo local para um assentamento. Na frente do comboio, Osip, o Alto, cavalgava um garanhão branco. O restante do grupo vinha atrás, demonstrando o aceite da liderança.
Os homens cavalgavam lado a lado. As subas, que eram capas feitas de pele de carneiro, esvoaçavam. Cada um deles tentava ultrapassar os demais na perícia de ginete. Orgulhavam-se de ser, como os hunos, cavaleiros inigualáveis.
Traziam cães de caça, cavalos que puxavam carroças e os de reserva. As carroças alcançavam altura excessiva que muitas vezes comprometia o equilíbrio. Vinham carregadas com pertences domésticos, alimentos, roupas, preciosidades, sementes para um novo plantio e até galinhas. Além do gado, dos bodes e das ovelhas. No fim da fila, vinham as mulheres e as crianças, também vestidas com mantos quentes, caminhando o mais rápido que lhes permitiam os corpos cansados.
Um vento frio soprava pelos ramos das árvores desfolhadas e emaranhava os cabelos loiros que alcançavam os joelhos da jovem que vinha atrás de todos. Conforme a tradição, Natasha jamais cortara nem sequer um centímetro de suas madeixas. Resmungando baixo, escondeu os fios revoltos sob a gola do manto.
— Se tivéssemos tempo, eu os teria trançado — outra jovem comentou.
— Osip jamais nos permitiria uma pausa, Nádia. Ele nos pastoreia de maneira tão implacável como os khazares fazem com seus carneiros!
Natasha fitou Osip com olhar acusador. Por um momento, pareceu-lhe ver o pai em cima do cavalo branco. Mas seu pai era bem diferente de Osip. Preocupava-se muito mais com os outros de que consigo mesmo. E ele morrera ao lado dos filhos, em uma batalha contra uma tribo petchenga inimiga dos magiares e considerada o terror das estepes. A perda dos entes queridos causara a morte de sua mãe. O mundo parecia ter virado do avesso. Natasha sofrerá muitas privações depois de perder toda a família. Só lhe restava uma única amiga, Nádia.
Fitou a jovem com afeição. Elas eram as caçulas de suas famílias e brincavam juntas desde a infância. Os irmãos de ambas tinham sido bem mais velhos e muito atarefados. Talvez por isso as duas houvessem se afeiçoado tanto. Além do senso de proteção que Natasha sentia em relação a Nádia, bem mais nova que ela.
Nádia tinha cabelos pouco mais escuros do que os de Natasha, era delicada como uma flor e excessivamente bondosa.
Não fora feita para suportar uma vida dura de viagens constantes e meios difíceis de sobrevivência. Por isso Natasha, com freqüência, não somente fazia as tarefas destinadas a Nádia, mas também lhe fornecia porções generosas da própria comida. Atualmente existia mais um motivo para preocupações. Havia algumas semanas, tentando alcançar a caravana que prosseguia com rapidez, Nádia machucara o joelho em uma queda.Natasha temia que a amiga ficasse permanentemente manca. Sabedora que apenas os mais fortes sobreviviam nas estepes, Natasha a protegia e ficava com a amiga no final da caravana. Coisa que nem mesmo a família da moça, se fosse viva, faria por ela.


Série Vikings
1 - Tentação
2 - Provocação
3 - Sedução
4 - Ragnar