20 de outubro de 2025
O Passado assombrado do Highlander
A vida da bela e bondosa Kenna Gordon não poderia ficar pior depois que sua casa, o Castelo de Inverness, é sitiado e seu amado pai é executado por traição.
Uma refém na corte da Rainha Mary, a vida de Kenna está perdida e ela deve obedecer à monarca ou arriscar a morte. Assim, quando ela é ordenada a se casar com um estranho chamado Robert Fraser, um compatriota leal e filho de um Laird, Kenna está impossibilitada de resistir. O renomado guerreiro Robert fica surpreso com a beleza de Kenna e seus desejos primitivos logo são despertados. Ele não se importa de onde ela veio, ele a deseja de qualquer forma. Infelizmente, a corte não gosta muito dela. A suspeita a segue aonde quer que ela vá. O passado de Kenna continua a atormentá-la e um inimigo misterioso está firme na sua missão de garantir que a traição da família de Kenna nunca seja esquecida. Robert também sucumbirá aos rumores? Ou ele será a única pessoa no caminho de Kenna e da forca?
Capítulo Um
Era uma tarde gloriosa de outono com uma brisa leve ondulando as folhas se modificando ao redor das paredes do castelo. No alto da colina, o Castelo de Inverness oferecia uma vista aberta do rio e das terras altas além. Kenna Gordon apreciava essa vista enquanto se deitava em travesseiros de veludo verde, tomando uma taça de vinho. Embora o ar estivesse frio, o calor do sol penetrava em sua pele, misturando-se ao vinho em seu sangue para deixá-la em um torpor sonolento.
Kenna costumava amar dias como esses, um momento ideal para se aconchegar nas almofadas com sua irmã mais nova para tirar uma soneca ou trabalhar em arte e bordado. No entanto, hoje, a vista estava azeda pelo fedor da morte e pelos sussurros de horrores que as empregadas achavam que ela não conseguia ouvir.
Apenas uma semana atrás, seu pai havia batido os portões do castelo na cara de Mary, Rainha[1] dos Escoceses, sob as ordens do Conde de Huntly, Chefe do Clã Gordon. Levantando-se tão rápido quanto a fúria da Rainha, estava o mais feroz dos clãs das Terras Altas, liderado pelo Clã Fraser e pelo Clã Munro. Mal preparado e com poucos homens, o castelo meramente havia durado três dias sob cerco antes que a inutilidade de tudo se instalasse, e seu próprio pai tivesse ido abrir os portões.
Kenna estava grata — como era o que deveria estar — porque a rainha Mary havia executado apenas seu pai, a deixando e seus irmãos ilesos. Por enquanto, pelo menos. Os termos de suas vidas ainda não tinham sido negociados.
A batida abafada ecoou pela sala, quase imediatamente seguida pela entrada de seus dois irmãos mais velhos, John e Thomas, ambos ostentando olhos vermelhos e pele pálida. Tinha sido uma semana sem dormir para todos eles. No entanto, havia um brilho em cada um deles que a fez parar.
—Onde vocês dois estavam? —Kenna perguntou com a ousadia que só uma irmã mais nova poderia ter diante de dois guerreiros das Terras Altas. —Eu fui deixada por conta própria por dias.
—Minhas mais profundas condolências pelos seus problemas—, disse Thomas, levantando a jarra de vinho e inclinando-a para ela em um falso 'aplauso' antes de se servir de uma taça, —Mas você sabe que tivemos que fazer arranjos e coisas do tipo. Não tivemos tempo para mantê-la entretida.
—O pai? — Kenna perguntou, a esperança crescendo em seu peito.
Ver o corpo de seu pai ser retirado do muro e receber um enterro apropriado antes de ser afundado pela podridão seria uma bênção muito maior do que qualquer outra. Seu pai tinha sido um bom homem, tão inteligente e tão gentil. Seus filhos mereciam vê-lo pela última vez enquanto ele estava inteiro.
Thomas fez uma pausa com o cálice nos lábios, lançando um olhar para John enquanto dizia: —Não, ainda não cheguei lá.
Thomas sempre foi o mais gentil dos dois, semelhante ao pai dela em todos os sentidos. Ele tinha um tipo de força silenciosa, sempre calculando suas opções antes de levantar um dedo para não ter que levantar um punho.
John, por outro lado, levantava um punho e o mandava voando antes de compreender que a vozinha em sua cabeça era na verdade um pensamento. Kenna supôs que era difícil para ele reconhecê-los porque ele tinha muito poucos.
—Foi o futuro da nossa família que acabamos de arranjar. Não, não apenas o futuro para nós, mas o futuro de todo o clã—, disse John, sorrindo para Kenna, que achou completamente inapropriado parecer tão alegre em um momento como esse. —Sim, tudo foi acertado, e nossas cabeças ficarão tanto em nossos pescoços quanto em nosso castelo.
Kenna levantou uma sobrancelha com a notícia. —É bem impressionante, caro John, principalmente sabendo quão pouco ouro resta em nossos estoques. Alguém pode perguntar o que você encontrou para vender.
—Sempre rápida em fazer perguntas para as quais você não gostará das respostas—, Thomas respondeu com um sorriso. —O ouro pode não estar empilhado tão alto quanto deveria, mas há mais do que o suficiente para um dote.
Kenna parou, sentindo o vinho queimar seu estômago. —Para quem?
—Bem, para você, é claro—, disse John, parecendo tão tonto quanto um homem que saiu cambaleando de um bordel.
Thomas estava imediatamente ao lado dela, enchendo sua taça com mais vinho antes que ela pudesse começar a gritar com eles.
—Toda a Escócia agora sabe o quão mal o Castelo Inverness pode se defender. Um homem com o ouvido da Rainha nos disse que a Rainha Mary e seus homens não temem que sejamos deixados nas costas deles, contanto que mostremos nossa lealdade à coroa. Um casamento entre uma moça Gordon e um membro do clã escolhido pela Rainha é o suficiente para ela nos deixar em paz.
—Não—, respondeu Kenna. —Absolutamente não!
—Kenna, era a única opção—, disse Thomas com um suspiro, como se fossem crianças novamente e Kenna estivesse tendo um ataque por causa de um jogo de cartas perdido.
—Única opção? Você quer dizer a mais conveniente para você, que não vai ser vendido como um animal no mercado. Estão pensando apenas em si mesmos, encontrando maneiras de brincar de 'Laird' em seu castelo por mais um tempinho. Pena que o Conde de Huntly provavelmente vai tirá-lo de você assim que lhe aprouver, enquanto eu serei refém da Rainha até o fim dos meus dias. Você sabe que meu pai nunca teria permitido.
A mão de John colidiu com tanta força em sua bochecha que ela foi jogada de volta nos travesseiros, encharcando-se de vinho tinto pegajoso.
—Moça tola!
14 de outubro de 2025
Baile de Máscaras na Abadia de Middlecrest
Quando o viúvo Lorde Torrington concordou em espionar para a coroa, ele nunca planejou se passar por um salteador de estrada, muito menos roubar a carruagem errada.
Preso na estrada com uma jovem inconsciente, ele é forçado a propor casamento para proteger sua identidade, bem como sua perigosa missão. Presos não apenas pelo dever para com seu país, mas também por suas opções limitadas, a Srta. Elizabeth Cantrell e seu filho ilegítimo são levados para a Abadia de Middlecrest por ninguém menos que o irmão mais velho do pai ausente de seu filho. Ela é recebida pelas lindas filhas adultas de Torrington, um assassino cruel, e uma busca urgente pela inteligência desaparecida que poderia virar a guerra com a França. Com medo do que Lorde Torrington possa fazer se descobrir a verdadeira identidade de seu filho, Elizabeth deve permanecer um passo à frente de seu coração frágil, de seu futuro incerto e da pessoa misteriosa e implacável empenhada na ruína de sua nova família.
Capítulo UmPisquei algumas vezes e respirei fundo. Aparentemente eu sobrevivi. Trêmula, pressionei minha mão no corte molhado em minha têmpora enquanto o mundo ao meu redor entrava em foco. Tiros. Salteadores de estrada. A carruagem caiu para o lado. Todo o terrível encontro passou pela minha mente como um cavalo em fuga. O sol escaldante da tarde filtrava-se através de uma janela da carruagem tombada, iluminando pombas desgrenhadas que caíam à minha direita e à minha esquerda. A poeira estava suspensa no ar, estranhamente temperada pelo cheiro do meu perfume de lavanda. A garrafa deve ter quebrado quando a carruagem bateu.
Presa, entre a porta e o assento, tentei me sentar, mas meus músculos doeram em resposta.
Um grito fraco voou no vento e meus olhos se abriram completamente.
— Isaac! — Agarrei a madeira lascada ao meu redor. — Isaac? Mamãe está aqui. — Eu podia ouvir as palavras do meu primo ressoando em minha mente enquanto eu lutava para me orientar. “Você realmente deveria ter mais cuidado com o garoto”.
Tirei uma caixa de chapéu solta das pernas e me forcei a ficar semiereta. O movimento causou uma dor aguda, como um raio em minha cabeça, e eu gritei. Meu estômago revirou em resposta enquanto o sangue pulsava até minha testa. O que restava da carruagem em que eu estava presa nadava ao meu redor em círculos, mas nada me afastaria do meu filho.Vários segundos de tirar o fôlego se passaram enquanto eu vasculhava o interior desgrenhado. Finalmente localizei a cabeça loira e encaracolada de Isaac no canto mais distante. Manchas pretas surgiram nos lados da minha visão enquanto eu olhava para sua forma imóvel. Ele estava ferido – ou pior?Estendi minha mão trêmula no momento em que seus olhos se abriram. Ele soltou um grito frenético e seu olhar encontrou o meu. Com falta de ar, gritei:— Oh Isaac! — Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu rastejava sobre as diversas bagagens e o subia em meu colo, meus dedos deslizando sobre cada centímetro de seu precioso corpo.
— Senhora, você está ferida? — Uma voz profunda ecoou de algum lugar acima, mas não consegui manobrar para ver seu dono. Meus ouvidos zumbiram quando puxei Isaac para perto, revelando a sensação de seus braços quentes.Tínhamos um salvador, mas e agora? Todo o meu corpo latejava de dor. E… os Palmers! Eles estavam nos esperando em Dover. Essa noite. O horrível salteador arruinou meus planos cuidadosamente traçados.O sangue escorria pelo meu pulso enquanto eu pressionava o ferimento na minha testa.
— Acho que não quebrou nada, senhor… só, minha cabeça… creio que bati com bastante força.
— Foi um acidente horrível, infelizmente. — A voz era de um cavalheiro, talvez de um transeunte? — Receio que o seu cocheiro tenha sofrido muito. Amarrei sua perna, mas ele ainda não recuperou a consciência.
Cerrei minha mandíbula.
— Na verdade, foi horrível! Você viu o diabo que nos tirou da estrada? Houve uma pausa.
— Bem, sim. — Um rangido metálico soou e o equipamento quebrou. — Estou com a porta aberta acima de você agora. Acho melhor eu entrar e avaliar seus ferimentos antes de retirá-la.
Incapaz de suportar o súbito clarão de luz brilhante, protegi os olhos com a mão.
— Isso parece razoável. Meu filho parece ileso, embora eu não tenha certeza se conseguirei me mover no momento. Minha cabeça está terrivelmente sensível.A carruagem estremeceu quando o homem entrou em segurança na carruagem. Ele empurrou minha valise para fora do caminho e se ajoelhou ao meu lado, mostrando finalmente seu rosto. Sufoquei um suspiro quando uma onda gelada encheu meu peito. Era ele – o salteador de estrada. Agarrei Isaac contra mim.
Ele ergueu a mão, sua voz terna.
— Não tenha medo. Só estou aqui para ajudar. — É mesmo?
7 de outubro de 2025
Presa com o Highlander Bestial
Depois de passar três semanas onde o Laird raramente mostrava o rosto, Niamh está pronta para ir para casa. Só que... ela é deixada para trás, acidentalmente. E agora está presa na casa deste Laird bestial até a neve baixar.
Laird Hunter está sempre calmo, até ser provocado: daí o apelido de “fera”. E a pequena atrevida, convidada em seu castelo o provoca mais do que qualquer um. E como uma fera, ele tem que restringir seus impulsos, para não devorá-la...
Niamh se encostou na parede de pedra ora aquecida no grande salão do castelo. A noite de pés dançantes e lábios tagarelando havia irradiado energia para seus ossos. Ela observava sua prima Lilly e suas novas amigas Evelyn e Catriona dançando com os homens que conheceram nas últimas semanas.
Niamh sempre ficava atenta aos movimentos sociais ao seu redor, prestando atenção às apresentações e histórias das pessoas. Ela sempre maninha em sua cabeça um mapa mental dos indivíduos à sua volta. Se isso era uma forma de proteção ou interesse genuíno, ela não sabia. Mas era sua característica mais consistente.
Ela havia compartilhado esse conhecimento adquirido com suas amigas durante a visita ao castelo de Laird McIrvine, guiando-as para um lado e para o outro, dependendo da história e reputação de cada homem. Era muito importante para ela escolher o melhor par possível para suas amigas próximas, pois os homens já eram pouco confiáveis. Se suas amigas fossem condenadas a uma vida de servidão no casamento, que fosse com um homem gentil.
—Posso incomodá-la para uma dança, Srta. Richardson?
Uma voz vinda do céu interrompeu seus pensamentos. Niamh virou-se para o lado e arqueou a cabeça alguns centímetros antes de encontrar o rosto de Zack Marshall, o irmão do Laird.
Ela não era avessa à dança. Na verdade, gostava bastante, mas sua noite estava chegando ao fim, e normalmente preferia dançar com amigos do que com estranhos. Em suas três semanas no castelo, não havia conversado com o Laird ou seu irmão nenhuma vez.
—Agradeço sua oferta, mas devo recusar por agora. Meus pés já dançaram o suficiente para uma noite, receio. — Certamente não dançou, pois, realisticamente, ela só tinha participado de algumas séries de danças e uma com seu amigo Cealan ao longo de toda a noite, mas ele não precisava saber disso. —Zack, é?
—Sim, Zack Marshall. Embora eu esteja muito decepcionado e vá ficar acordado a noite toda pensando em sua recusa, vou respeitar sua rejeição e deixar você com isso. Boa noite, moça.
Lendo seu rosto, e talvez estando mais ciente de sua mentira do que ela pensava, Zack respeitosamente curvou a cabeça e saiu com um sorriso.
Seu humor era inesperado. Talvez ela tivesse perdido um amigo nele, mas já era tarde demais, pois deveriam deixar o castelo pela manhã. Ela o observou recuando para uma jovem morena que ela tinha visto apenas brevemente nas últimas semanas.
Antes da visita ao castelo, tão gentilmente organizada pelo irmão mais velho de Zack, Hunter, para toda a jovem nobreza da Escócia, Niamh nunca tinha visto ou ouvido falar dessa jovem mulher. Ela a reconheceu apenas de outras aparições de Zack e presumiu que seu nome deveria ser Ayla, pois era um nome que ela tinha ouvido em conexão com o dele com bastante frequência. Ayla parecia profundamente pensativa, seus olhos examinando a sala, aparentemente procurando por alguém que ela não conseguia localizar. Quando Zack voltou para o lado dela, isso não encerrou sua busca. Niamh, embora ainda solteira, não foi uma das poucas no salão naquela noite que ficou decepcionada. Embora ela nunca tenha se esquivado de interações sociais e feito muitas conexões a partir de suas ligações, ela tinha a intenção de permanecer fechada para qualquer cortejo. Assim, como muitas das mulheres mostraram tristeza por não terem encontrado um par até o final da visita, Niamh parecia realizada. A ideia de encontrar um homem, viver um romance de duas semanas e ser levada para a igreja para se casar era realmente seu pior pesadelo. Ela viu muitas das mulheres que amava passarem todos os dias servindo aos homens. Cozinhar, limpar e dar prazer aos maridos desde o momento em que diziam “sim”, era o destino delas. Niamh pretendia ter muito mais controle sobre sua vida. Suas decisões e opiniões importavam mais para ela do que o casamento parecia permitir.
Assim, ao olhar para os casais felizes, que sorriam e riam, mas eram guiados pelo homem em todos os cenários, ela sentiu contentamento em apenas observá-los, em vez do desejo de participar.
Momentos depois, a música terminou, e as mulheres recuaram um passo e fizeram uma reverência aos seus parceiros.
—Aqui, você deve estar com sede depois de tanto balançar. — Niamh ofereceu à sua prima e melhor amiga, Lilly, um gole de sua cerveja enquanto se juntava a ela na lateral do corredor.
—Eu quero água se estiver com sede, Niamh, não cerveja. — Lilly riu em resposta.
—Como quiser. — Niamh deu de ombros e tomou um gole também.
—Eu vi Zack Marshall chegar e te chamar para dançar. Por que você não disse sim?
30 de setembro de 2025
A Noiva Velada do Highlander
Ele salvou a vida dela, agora ela tem que resgatar a alma dele...
Ela parece o diabo, se o diabo fosse justo…Ele pode ser o infame Laird louco, mas a verdade é que Angus Macmillan é simplesmente um homem assombrado. Seu amor não correspondido por uma mulher vil foi seguido pela perda de sua esposa e filha. Enquanto seu povo o culpa pela morte de sua família, ele está tentando reconquistar seus corações. Mas o destino lhe dará uma segunda chance de felicidade…Uma noite, quando ele precisa urgentemente de um tradutor, chega uma mulher velada com uma voz doce como mel e a gentileza de um anjo. O único desejo de Angus é ver o rosto dela...Ishbel sempre soube de sua semelhança com a perversa Vika. Sua beleza era uma bênção e uma maldição. Quando ela conhece o hediondo Laird, ela se velará, esperando que ele não detecte a semelhança com a mulher que partiu seu coração.Quando o véu é levantado, Angus deve confrontar a verdade. Os fantasmas do passado permanecerão ou atacarão mais uma vez?
O constante, quase enlouquecedor tamborilar da chuva não era nada incomum para Knapdale, que via mais dias chuvosos do que ensolarados. Então, quando Angus acordou em seus aposentos naquela manhã, temendo o dia que se seguiria e as responsabilidades que o acompanhavam, a chuva não o impediu de decidir que talvez fosse melhor passar a maior parte do dia longe do castelo.
Ele teve que sair furtivamente, garantir que nenhum de seus guardas o visse, pois não tinha desejo de ser questionado por eles ou que insistissem em escoltá-lo. Para um Laird, Angus certamente tinha que responder a muitas outras pessoas quando se tratava de seu paradeiro e seus planos, algo que ele nunca tolerou.
Sair furtivamente do castelo foi fácil o suficiente, pois fazia exatamente a mesma coisa desde que era um garotinho. Ele conhecia os meandros do prédio, os caminhos que podia seguir para evitar ser visto e a porta não tão secreta que levava aos fundos do castelo.
De lá, tudo o que Angus precisava fazer era ir até os estábulos e pegar seu cavalo, e podia fazer isso sem se preocupar em ser descoberto. O moço do estábulo estava acostumado a vê-lo ali nos últimos anos e, muitas vezes, ele até sabia quando deixar seu cavalo pronto.
Angus não sabia o que revelava que ele estaria procurando uma fuga temporária. Talvez houvesse um padrão ali que ele não conseguia ver, mas o moço do estábulo conseguia, e Angus não queria pensar no que isso diria sobre ele como homem.
—Meu senhor.
A voz veio de trás dele assim que Angus entrou no estábulo, e ele congelou, preocupado que tivesse sido pego. O terror infantil que ele sentiu ao ser descoberto o impediu de reconhecer a voz que ele conhecia tão bem até que o moço do estábulo andou ao redor e o encarou, e só então Angus pôde respirar fundo e relaxar.
—Ah, Roddy... você quase me matou de susto, rapaz—, disse Angus, levantando uma mão para pousar sobre o peito.
—Perdoe-me, meu senhor, — Roddy disse sinceramente, curvando um pouco a cabeça. —Você está saindo? Tenho a égua pronta para você.
Lá estava ele de novo, pensou Angus. Mais uma vez, Roddy o estava antecipando, e o cavalo pronto. Angus perguntou, precisando saber.
—Roddy... como você sabe que eu vou vir aqui? — Angus perguntou. —Como a égua é sempre preparada?
Roddy olhou para Angus com uma carranca, piscando algumas vezes em surpresa. —Vejo você saindo do castelo, e eu preparo a égua... quando você chega aqui, eu a tenho pronta.
Angus cantarolou, parecendo quase desapontado. Ele esperava algum tipo de explicação diferente, talvez algo mais emocionante. Ele preferiria muito mais que lhe dissessem que Roddy era psíquico, ou que ele era pelo menos muito bom em antecipar as necessidades de Angus, mas a resposta, como sempre, foi muito mais simples do que isso.
—Aqui, meu senhor, — Roddy disse, enquanto entregava as rédeas do cavalo a Angus. —Você ficará fora por muito tempo?
—Não muito tempo—, Angus disse enquanto montava no cavalo. —Não conte a ninguém sobre isso.
—Claro que não, meu senhor.
22 de setembro de 2025
Como Amar um Duque em Dez Dias
O amor não faz prisioneiros
Piers Gedrick Atherton, o Duque de Redmayne, está em busca de vingança e o primeiro passo é garantir uma noiva. Ganhar a mão de uma dama não é tão fácil, no entanto, para um homem conhecido como o Terror de Torcliff. Então, Alexandra entra em sua vida como um raio. Quando ela propõe casamento, Piers sabe que, como ele, problemas assombram seus passos. Mas sua gentileza, sagacidade afiada, natureza independente e beleza incrível despertam todo desejo feroz dentro dele. Ele fará o que for preciso para mantê-la segura em seus braços.
Capítulo Um
Alexandra Lane passou toda a viagem de trem de Londres a Devonshire ponderando meticulosamente aquelas quatorze palavras por dois motivos diferentes.
A primeira, ela não conseguia parar de se preocupar com Francesca, que tendia a dar mais do que a quantidade apropriada de contexto. A nota concisa e vaga que Alexandra agora segurava era mais um aviso do que a mensagem contida ali. A segunda é que ela não tinha mais condições de pagar por um vagão particular de primeira classe e, nas últimas horas tensas, foi forçada a dividir seu vestíbulo cara a cara com um homem atarracado, de feições rudes e ombros feitos para o trabalho. Sozinha.
Ele tentou uma conversa educada no começo, que ela rejeitou com igual civilidade fingindo interesse em sua correspondência. Agora, no entanto, ambos estavam dolorosamente cientes de que ela não precisava fazer quatro paradas para ler duas cartas.
Era terrivelmente rude, ela sabia. Sua bolsa de viagem permanecia agarrada em seu punho o tempo todo, exceto quando sua mão vagava em suas profundezas para empunhar a pequena pistola que ela sempre carregava. Os sons dos outros passageiros em vestíbulos adjacentes não a faziam se sentir mais segura, por si só. Mas ela sabia que eles a ouviriam gritar, e isso lhe proporcionou algum alívio. Para uma mulher que passou grande parte dos últimos dez anos na companhia de homens, ela pensou que esses momentos dolorosos já teriam passado. Infelizmente, ela se tornou uma mestra em manipular uma situação, então, mesmo que tivesse que suportar a companhia de homens sem uma companhia feminina, haveria mais de um homem. Nos círculos que ela tendia a frequentar, as pessoas se comportavam quando estavam em companhia.
Até agora tinha funcionado.
Alexandra se preparou contra a desaceleração do trem, respirando uma prece silenciosa de alívio por eles finalmente terem chegado. Ela estava aterrorizada de que se olhasse para cima uma vez, seria forçada a conversar com seu indesejado companheiro. A chuva batia contra a janela da carruagem, e as sombras das lágrimas pintavam pequenas serpentes macabras nos documentos conflitantes em suas mãos. Um, um convite de casamento. O outro, o bilhete alarmante de Francesca. Um mês antes, ela teria apostado toda a sua herança contra Francesca Cavendish, que seria a primeira das Trapaceiras Vermelhas a capitular aos laços do matrimônio. Um mês atrás, ela presumiu que tinha uma herança para apostar. A pequena sociedade delas parecia destinada a cumprir a promessa que fizeram quando eram jovens e desencantadas: nunca se casariam.
Até que o convite para um baile de noivado ‒ dado pelo Duque de Redmayne ‒ chegou no mesmo dia do bilhete enigmático e surpreendente de sua amiga. O convite tinha sido igualmente ambíguo, afirmando que a futura duquesa de Redmayne seria revelada, por assim dizer, no baile. Incluído no envelope particular de Alexandra estava um pedido para que ela comparecesse como dama de honra.
O pedido de ajuda subsequente de Francesca – Frank – chegou em um pequeno envelope com o selo Trapaceiras Vermelhas que elas encomendaram alguns anos antes.
Alexandra nem sabia que Francesca havia retornado de suas aventuras pelo Continente. A última vez que soube, a condessa estava no Marrocos, fazendo algum tipo de reconhecimento. Nada em suas cartas mencionava um pretendente. Não um sério, em todo caso. Certamente não um duque.
Francesca tinha talento para travessuras e uma tendência a interpretar o perigo como mera aventura.
Então, o que poderia assustar sua amiga destemida?
16 de setembro de 2025
A Falsa Preceptora
Na balança moral da nobreza britânica, o orgulho de um canalha pesa mais do que o bom nome de uma dama... e Lady Daphne Webb acaba de descobrir isso.
Capítulo Um
Inglaterra, 1863.
—Ah, o ego masculino é tão frágil! — Lady Daphne Webb ficou furiosa, pretendendo se jogar dramaticamente na poltrona francesa por um capricho exagerado. Em vez disso, seu traseiro se acomodou graciosamente, suas costas permaneceram retas e seu rubor realçou sua beleza inata.
Afinal, ela era uma Webb, e os Webbs eram lendários por sua boa aparência.
—Você ouviu isso, minha querida? — Elliot Spencer, Lorde Bridport, não era tão gracioso quanto Daphne. — Traga meus sais, acho que vou desmaiar... — Ele arrancou o leque da esposa, Miranda, e o brandiu com abandono exagerado. — Ele nos chamou de frágeis! Frágeis!
Lady Bridport tentou conter o riso, era inapropriada dada à verdadeira angústia de Lady Daphne.
Lorde Colin Webb, irmão mais velho da vítima, entrou na brincadeira.
— Pior! Para os nossos egos. Acho que entendo nas entrelinhas que ela está questionando a nossa superioridade. Eu também vou desmaiar...
O único que não se juntou a encenação foi Lorde Thomas, o mais novo dos irmãos Webb.
—Daphne, minha querida — interrompeu Lady Emily, esposa de Colin. A americana era doce e equilibrada, ao contrário de sua compatriota, Lady Miranda — você deve considerar isso um golpe de sorte... Não só fez bem em recusar o casamento com Lorde Cowrnell, como agora não há dúvidas sobre sua sabedoria...
—Nunca duvidei do meu bom senso! — retrucou Daphne, ofendida. Lorde Thomas pigarreou e a irmã se virou para ele, com o olhar flamejante. — Nem pense nisso... —ela o repreendeu antecipadamente. Ele podia ser o herdeiro do condado, mas ela era sua irmã mais velha e o lembraria disso se necessário.
—Eu nem sonharia com isso, irmã. — Mas um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.
—Tia Daphne, você está brava? — Davon, filho de Miranda e Elliot, aproximou-se dela. Daisy, a mais nova do casal, juntou-se a ele. Eles a examinaram atentamente.
—Acho que ela está triste — disse a menina.
—Não, não. Ela está furiosa, entende? — As mãos do garoto Spencer pousaram nas faces de Lady Daphne. — As bochechas dela estão queimando... — e ele as beliscou de leve. Daphne riu, e um pouco da fúria diminuiu. As crianças do casamento Bridport eram a luz dos seus olhos, sem parentes consanguíneos, ela se apropriou dos filhos dos viscondes para mimá-los.
—Você tem razão, Davon. — Sentou Daisy em seu colo. O menino já era “grande”, conforme ele alardeava, para aquele tipo de carinho com a tia. — Estou furiosa, e você... suas mãos estão pegajosas. E você comeu mais doce do que sua mãe permite?
—Não... —Daisy mentiu alisando uma ruga imaginária em seu vestido bufante.
—Ah, graças a Deus. Quase pensei que alguém tivesse descoberto meu estoque secreto de doces. É impossível imaginar que alguém jamais acreditaria que eu fui esperta o suficiente para escondê-lo no vaso azul do escritório do Conde de Sutcliff... Ops... — Ela cobriu a boca. Davon e Daisy correram imediatamente para o escritório para pegar os doces e irritar o conde, Lorde Arthur Webb que, assim como Daphne, compensava a falta de filhos Webb com os filhos Spencer.
—Eles são diabinhos lindos — comentou Emily.
— Diabinhos sim, lindos... — queixou se Miranda. — São uma dor de cabeça — Seu sorriso desmentia suas palavras, e o olhar mal disfarçado de Elliot na direção do espartilho não tão apertado da esposa, deixava claro que a raça dos diabinhos planejava se expandir nos próximos meses.
—Claro que são lindos, minha querida — Lorde Bridport era um pai orgulhoso demais para permitir tal insulto — graças a você, é claro. Caso contrário, o sangue Spencer não seria diluído...
Todos soltaram uma risadinha, não era apropriado participar da zombaria de uma das famílias mais poderosas da Inglaterra. O único capaz de fazê-lo era Lorde Bridport, porque ele pertencia a ela, até mesmo o Conde de Sutcliff, com seu dinheiro e conexões, teve o cuidado de não ofender o Duque de Weymouth, pai de Elliot. Uma tarefa difícil, porque o homem se ofendia com muita facilidade, nada parecia corresponder à sua linhagem, nem seu filho, muito menos sua nora americana, nem seus netos. Elliot estava parcialmente certo, o sangue Spencer era forte, tanto que se dizia que todos os ruivos da Inglaterra pertenciam à família, exceto pelo atual Lorde Bridport, os Spencers eram conhecidos por seus cabelos ruivos e seus casos extraconjugais que deixavam uma ninhada de bastardos por geração. Elliot tinha primos reconhecidos e não reconhecidos, tios com seu sobrenome e tios com sobrenomes da criadagem... até mesmo na sociedade, “certos filhos de certos nobres” ostentavam o inconfundível cabelo e sardas Spencer. O surpreendente era que, até então, os bastardos do Duque de Weymouth eram desconhecidos, e Daphne tinha certeza que existiam, aparentemente, Sua Graça aprendera com os erros do passado e mantinha seus pecados bem escondidos da Casa Hamilton, a principal mansão do ducado.
—De qualquer forma — continuou Emily — Davon está certo. Você está brava, não triste, porque sabe que fez a coisa certa. Lorde Cowrnell provou ser um idiota, um covarde e, acima de tudo, um péssimo perdedor.
—Sim, sim. Eu já conhecia todos os traços do caráter dele, mas... — Lady Daphne se deixou levar pela fúria — apostar dez mil libras em quem se casar comigo nesta temporada? Vão me deixar louca!
—Já estavam te deixando louca — comentou Miranda. — Você recebe cerca de cinco propostas de casamento por temporada, e duas fora dela. São cerca de sessenta e três propostas desde que você foi apresentada à sociedade... não deve haver muitos homens em Londres que você não tenha rejeitado.
—Não invoque a desgraça!
8 de setembro de 2025
A Sedução Vingativa do Highlander
Ele a culpou pela morte de seu irmão, ela o culpou por partir seu coração...
A inocência e a culpa podem compartilhar a mesma face…Todos os problemas de Donal começaram no dia em que seu irmão tirou a própria vida. Em sua mão segurava uma carta de rejeição e um lenço. A perda prematura deixou sua família em luto. Para o mundo, foi uma morte infeliz por causas naturais, mas Donal sabia que não era verdade. O irmão dele tirou a própria vida, e uma mulher foi a responsável. Agora, ele está em uma missão para encontrar a destruidora de corações. Suas pistas o levam à terra dos MacMillan e a duas mulheres que Donal conhece muito bem: as filhas de seu mentor. Uma é pouco mais que uma garota inocente, a outra, uma sedutora. E pior ainda, uma sedutora com o coração partido…Como Donal descobrirá a mulher que levou seu irmão ao suicídio? E como ele evitará cair na mesma armadilha?
Capítulo Um
Ronald estava morto.
Não havia nada que Donal pudesse fazer além de assistir enquanto enterravam seu irmãozinho, e até assistir estava se mostrando difícil. Dentro de si, ele só conseguia sentir um vasto vazio. Era o nada que só vinha quando as emoções eram demais para suportar; quando uma mente humana alcançava seus limites e só conseguia se desligar para se proteger.
Donal não chorou. Ele não derramou uma única lágrima. Ele vomitou, no entanto, correndo para o mais longe possível do funeral antes que seu estômago começasse a se revoltar contra ele. A visão de seu irmão morto era insuportável.
Depois do funeral, tudo o que ele conseguiu fazer foi beber, chegando perto de se juntar ao irmão na vida após a morte. Levou seis meses para ele parar de beber, e quando o fez, sabia que não conseguiria ficar naquelas partes nem por mais um minuto.Ele também sabia para onde tinha que ir: Castelo Sween, o lugar onde tudo havia começado. Na memória de Donal, o Castelo Sween era algo maravilhoso. Ele se lembrava dos muros de pedra do castelo, elevando-se sobre as terras ao redor de Knapdale, das grandes janelas nas torres com vista para Loch Sween, e da grama verde aparentemente infinita que cobria o chão todo verão.Donal tinha apenas vinte anos de idade quando esteve lá pela última vez, seis anos antes, treinando sob o comando do General do clã MacMillan. Seu pai insistiu que ele e seu irmão mais novo, Ronald, passassem meses no Castelo Sween como preparação para seus deveres futuros: as responsabilidades de Donal como laird e os deveres de Ronald como seu braço direito.
Para Donal, treinar sob um homem tão habilidoso com uma vasta experiência em batalha foi um presente pelo qual ele seria eternamente grato. Ele havia aprendido tudo o que sabia daquele homem, e todo aquele conhecimento que havia reunido era o que um dia o tornaria o tipo de laird que seu clã, Clã Cameron, merecia.
Donal desejou poder dizer que tinha sido o mesmo para seu irmão, que ele tinha se tornado um homem sob a supervisão e orientação do General, mas a verdade era que Ronald nunca tinha passado dos vinte e quatro anos. Ele nunca teve a chance de florescer no homem que ele deveria se tornar, nunca teve a oportunidade de crescer e tomar seu lugar no clã ao lado de Donal. A morte o levou jovem, aproximando-se dele mais cedo do que qualquer um poderia esperar. Seu coração parou, sua família contou a todos. O clã Cameron ficou de luto por semanas pela perda do filho amado do laird, o desperdício de sua jovem vida pesando sobre eles. Donal tinha provas da causa real da morte de seu irmão, no entanto, e não era seu coração; ou talvez fosse, de certa forma. O coração de Ronald tinha cedido por causa de uma mulher cruel e traiçoeira, e a tristeza que o engolfou o levou a tirar a própria vida. Donal foi quem encontrou Ronald, deitado no chão do quarto com um lenço firmemente agarrado em uma mão e uma pequena lâmina na outra. Havia tanto sangue; ele se acumulou ao redor do corpo, espalhando-se pelo chão. A lembrança revirou seu estômago.
Era uma visão que nenhum irmão mais velho deveria enfrentar.
O resto era um borrão na mente de Donal daquele dia. Ele se lembrava de pegar o lenço da mão de Ronald, manchado com seu próprio sangue, e ler as iniciais que estavam bordadas no linho macio. VM, as mesmas iniciais que estavam assinadas no final de uma carta que ele encontrou na mesa de Ronald, amassadas como se seu irmão a tivesse lido um milhão de vezes.
O próprio Donal sabia aquela carta de cor, tendo-a lido várias vezes, tentando entender o que havia acontecido com seu irmão, o que era tão terrível a ponto de levá-lo a tirar a própria vida.
Ronald,
Não desejo vê-lo novamente. Você é um tolo por pensar que eu poderia amar um homem como você, um idiota afetado e de alma fraca. Eu o desprezo total e completamente.
Toda vez que você saía da minha vista, eu começava a rir, pensando em todas as promessas que você me fez para o futuro.
Não haverá futuro entre nós. Eu só fingi te amar para que você fizesse o que eu dissesse, o que só serviu para me fazer rir mais...
1 de setembro de 2025
3- Uma Professora Ousada
Série Quatro Destinos
24 de agosto de 2025
A Rainha de Frederick
Série Clã Graham
Algumas cicatrizes não podem ser vistas ...Quando o belo Frederick Mackintosh se oferece para casar com Aggie McLaren, ela tem certeza de que é a ganância ou a insanidade que o motiva. Além da terra e da chance de ser Laird, ela acredita que não tem mais nada a oferecer. Ela logo descobre que nada poderia estar mais longe da verdade. A esperança que ela pensava há muito perdida floresce com a bondade de seu marido, sua honra e a determinação feroz de tornar seu casamento e seu clã um sucesso.
Às vezes, a perfeição é imperfeita...Aggie McLaren não é a imagem da esposa perfeita de Frederick Mackintosh. Ela não é culta, vivaz ou voluptuosa. Pequenininha, tímida e incapaz de falar, é um vislumbre do sorriso dela e da chance de ser Laird de seu próprio clã que o leva a pedir a mão dela. Frederick fará o que for preciso para vê-la sorrir novamente e ajudá-la a encontrar a voz.
Frederick Mackintosh ajoelhou-se diante do altar da pequena igreja. O sol do fim da manhã entrava pelas janelas e pela porta, trazendo consigo uma agradável brisa de verão e o som do riso das crianças.
Um ano atrás, o som de crianças rindo e brincando não teria tocado seu coração com tanta força. Muitas mudanças haviam ocorrido na fortaleza de Graham nos últimos seis meses. Mas essas mudanças eram leves em comparação com as mudanças que ocorriam no coração de Frederick.
Seu chefe, Rowan Graham, havia se casado com uma bela e impetuosa mulher de cabelos ruivos, logo após o Hogmanay. Rowan e Arline haviam se estabelecido confortavelmente na vida de casados. Quaisquer preocupações anteriores sobre a capacidade de Arline de conceber foram dissipadas há poucos meses, quando Rowan e Arline anunciaram que ela estava grávida. Ninguém ficou mais feliz com essa notícia do que a filha de cinco anos de Rowan, Lily, nascida de seu primeiro casamento. A pequena Lily queria muitas irmãs e expressava sua opinião sobre o assunto com bastante frequência.
O número de homens do Clã Graham havia aumentado em quase trezentos em janeiro. Os recém-chegados eram das terras baixas, acostumados a um modo de vida menos estruturado e menos honrado. Ainda assim, eram gratos pelo lar que Rowan lhes oferecera.
Foi o amor que Rowan e Arline demonstravam abertamente um pelo outro que começou a fazer Frederick questionar seu futuro. Frederick nunca havia pensado muito em ter esposa e filhos. Ele estava ocupado demais aproveitando a vida de solteiro para pensar em qualquer outra coisa além de seus hábitos de beber e prostituição.
Mas ver como Rowan havia passado de uma vida tão solitária para uma vida repleta de contentamento, felicidade e esperança no futuro fez Frederick parar para pensar. Ele estava se aproximando dos trinta verões. Talvez fosse hora de pensar nessas coisas.
Era por isso que ele estava na igreja. Ele estava rezando por uma esposa. Sim, ele ficou chocado quando se descobriu algumas semanas atrás. Era como se alguém estivesse sussurrando em seu ouvido: Frederick, você precisa de uma esposa.
A princípio, ele fizera o possível para ignorá-la, para lutar contra a voz até o fim. Tentou galantemente absorver os murmúrios fracos que saíam de sua cabeça. Partiu em uma escapada devassada e embriagada de quatro dias. A história de suas façanhas, sem dúvida, viveria mais do que ele.
Mas foi tudo em vão. Não importava quanto uísque ele consumisse ou quantas moças levasse para a cama, a voz continuava lá. Incessante, implacável e cada vez mais alta. Frederick, você precisa de uma esposa.
Brigar não ajudou. Lutar também não ajudou. Beber e se prostituir também não ajudou. A voz ainda estava lá. Frederick, você precisa de uma esposa.
Quando nenhuma de suas palhaçadas mais vis funcionou para exorcizar a voz, ele decidiu que talvez devesse rezar. Talvez, se rezasse o suficiente e com força suficiente, conseguisse fazer a voz maldita sair da sua cabeça. Então, ele foi para a igreja.
Duas horas depois, ele percebeu que rezar para que a voz desaparecesse era inútil. Talvez fosse Deus, ou um dos mensageiros de Deus, falando em seu ouvido. Talvez fosse hora de parar de beber e farrear e se concentrar em um futuro mais estável. Essa percepção o atingiu com tanta força que quase o deixou sem fôlego. Ele, Frederick Mackintosh, casado e com filhos? Sim, aparentemente era a intenção de Deus.
Sendo o sétimo dos nove filhos de John Mackintosh, Frederick não tinha esperança de algum dia se tornar chefe do clã de sua família. Embora sempre tivesse desejado secretamente ser chefe dos Mackintosh, sabia que as chances de isso acontecer eram praticamente nulas. Ele viera morar entre os Graham há mais de sete anos, percebendo que não era realmente necessário entre os Mackintosh.
A Dama de Rowan
Ela vai derrubá-las…Lady Arline não teve sorte no amor e no casamento. Seu primeiro marido tinha idade suficiente para ser seu bisavô e o último foi simplesmente cruel. Uma vez anulado seu casamento com Garrick Blackthorn, Lady Arline está determinada a viver o resto de sua vida em paz e harmonia. E viveria seus dias sozinha.
O destino tem outro plano…Quando sua filha é sequestrada e mantida sob resgate por Garrick Blackthorn, Rowan convoca o vínculo dos sete clãs para ajudar a resgatar sua filha. Mal sabe ele que a esposa de seu inimigo está cuidando de sua filha, arriscando a própria vida no processo. Lady Arline não percebe que a criança sequestrada pertence ao homem de seu passado, um homem que invadiu seus sonhos durante anos, até a noite em que ele vem buscar sua filha…O destino os une – mas os homens podem simplesmente separá-los.
— Você me ama?
Lady Arline sentiu os joelhos amolecerem. Seu estômago se agitou de desconforto ao olhar nos olhos azuis escuros daquele que era o seu marido havia três dias, Laird Garrick Blackthorn de Ayrshire. Ela não estava certa se era a pergunta que a inquietava, ou o olhar frio e sem expressão que o rosto dele apresentava quando ele perguntou. Ela engoliu em seco, desejou que as pernas e o estômago se acalmassem, e decidiu que a honestidade era sempre a melhor política.
— Tenho certeza de que eu poderia aprender a amá-lo, Laird. — Ela orou para que não soasse tão tola quanto se sentia.
Laird Blackthorn de Ayrshire era um homem muito bonito. Alto, esbelto e bem musculoso, ele era uma cabeça mais alto do que Lady Arline. Os cabelos loiros cortados curtos emolduravam um rosto mais do que belo. Lady Arline imaginou que a maioria das mulheres desmaiaria se ele escolhesse agraciá-las com um olhar daqueles olhos azuis escuros. E, caso os olhos não provocassem o desmaio, então talvez os músculos que palpitavam sob a sua túnica apertada bastariam.
Verdade seja dita, Lady Arline quase desmaiou ao vê-lo pela primeira vez, três dias antes. Eles foram apresentados apenas momentos antes de trocarem os votos de casamento. Havia sido tudo o que ela podia fazer para não pular de alegria por seu marido não só ter uma idade bem próxima à sua, mas também ser bonito.
Ele exalava poder, virilidade. Talvez, finalmente, existissem filhos em seu futuro.
Após a morte de seu primeiro marido, Lady Arline jurou que nunca mais seria ludibriada em outro casamento arranjado. Mas o pai dela, que Deus o abençoasse, foi bastante insistente para que ela desse outra chance ao casamento. Ela resistira ao pai até o momento em que viu Garrick Blackthorn pela primeira vez.
Havia algo, algo que ela não conseguia definir, algo nos olhos azuis de Garrick... eles guardavam alguma coisa. Mas, o quê? Um segredo, talvez? Ela ainda estava incerta, o que a deixava ainda mais nervosa. O que quer que fosse, achava difícil impedir que as suas pernas e os seus dedos tremessem. Apertou as mãos firmemente na frente do corpo e tentou pelo menos parecer não estar completamente aterrorizada.
Talvez fosse a antecipação do que estava por vir naquela sua primeira noite em sua nova casa como esposa dele. O marido ainda não tinha encostado um dedo nela, exceto pelo casto beijo no altar, três dias antes. Ele mal falara uma palavra para ela durante a viagem de Lochbraene para Ayrshire.
Ela se perguntou se, por acaso, ele também estava tão nervoso quanto ela.
Ela tinha dúvidas a esse respeito. Um homem tão atraente quanto Garrick Blackthorn deveria ter certamente uma boa dose de experiência com mulheres e o amor. Não, não poderia ser nervosismo que ela viu nas profundezas daqueles olhos escuros.
Era outra coisa.
18 de agosto de 2025
O Profundo Desejo do Highlander
Após a morte de um parente distante, os Tavinishes devem viajar para a propriedade que herdaram para reivindicá-la. Uma tarefa aparentemente fácil, se ao menos o mar do Norte não estivesse entre eles e seu destino, seria... Dinamarca! Lady Anna, a irmã de Lord Tavinish está sempre ansiosa por aventuras, então se oferece para a jornada imediatamente. Embora seja surpreendentemente bonita, Anna ainda não é casada e não tem obrigações. Assim, o Lord concorda com uma condição; ela deve ser escoltada. Mas uma surpresa aguarda a jovem moça, pois entre seus companheiros está Harold, que é um pouco mais que um amigo e um pouco menos que um amante para ela... Ao vê-lo, o coração de Anna pulsa um pouco mais. Os dois vêm escondendo seus sentimentos um pelo outro há anos, e no espaço apertado de um pequeno navio, o severo e durão Harold ficará cara a cara com seus desejos ocultos. Sabendo que Anna está bem além de seu alcance, Harold tenta de todas as maneiras imagináveis mantê-la fora de sua mente até que o capitão do navio aproxima-se dela. Louco de ciúmes, Harold tenta mostrar que o homem não tem sentimentos reais e está apenas tentando tirar vantagem dela. Mas preso no que ele pensa ser uma conspiração, Harold coloca a vida de todos em perigo e perde a confiança de Anna. Se não encontrar uma maneira de reverter a situação logo, perderá muito mais do que o coração de Anna, pois o navio está caminhando para a ruína desde o momento em que deixaram o porto...
—Oh, não! — Anna sabia que havia algo errado no momento em que viu a carta. A família na Dinamarca raramente escrevia para ela, a menos que houvesse algo errado. Ela não os conhecia muito bem, mas sabia que eles eram gentis e reservados. O fato do selo dinamarquês parecer um pouco surrado e molhado lhe disse que talvez uma tragédia viesse com essa nota aparentemente inocente.
—O que foi? — Hannah percebeu a aflição da irmã e foi até ela imediatamente. Anna colocou o dedo sob o selo para quebrá-lo e então começou a ler a carta.
—É como eu temia—, ela respondeu. —Lorde Terrence morreu.
—Morreu? — Hannah disse. —Mas... eu pensei que estava tudo bem com ele? Quer dizer, eu sei que já faz algum tempo que não ouvimos nada dele, mas..
—Eu sei que você nunca o conheceu—, Hannah disse. —Eu só o conheci uma vez, quando eu era muito jovem… mas pelo que eu lembro das histórias do pai, ele nunca foi muito saudável.
—Mas parece tão repentino—, Hannah respondeu. —Não ouvimos nada da Dinamarca por quase um ano, e então isso? Eles não deveriam ter nos enviado uma carta dizendo que ele estava doente?
—De qualquer forma—, respondeu Anna, —temos que ajudar Reginald com todo o trabalho necessário, pois herdamos a propriedade.
—Que propriedade herdamos? — Seu irmão Reginald desceu as escadas confuso.
Embora Reginald fosse mais novo que Archibald, era quem administrava a propriedade na maioria dos dias. Archibald havia escolhido uma vida diferente: uma vida no mar, devido a uma doença de infância que todos tinham certeza que o mataria quando chegasse à idade adulta. Embora seu irmão estivesse vivo e bem, Anna foi lembrada de que haveria um futuro em que Reginald seria realmente o lord, e isso seria difícil. Não que ela não gostasse de Reginald, pois gostava dele o suficiente. Archibald, no entanto, entendia todos os motivos dela, e Reginald ficava frequentemente perplexo com ela.
—A propriedade na Dinamarca...— Anna entregou-lhe a carta. —Lorde Terrence morreu.
—Oh, meu Deus, — Reginald disse, enquanto o examinava. —Sim, você está certa. Nós herdamos sua propriedade, assim como seus parentes vivos mais próximos. A propriedade em que ele não morava
—Ele não morava lá? — Hannah perguntou, confusa. —Ele estava secretamente aqui?
—Não, ele apenas preferiu ficar perto do mar, e esta carta diz que tinha um amigo gentil que ofereceu sua propriedade perto do fim. Também diz que não recebeu pessoas na propriedade por um ano.
—Em um ano? Deve estar uma bagunça.
—Sim, deve estar. Imagine a poeira e as teias de aranha.
—O que você está pensando em fazer com isso, se fosse realmente nosso?
—Se eu for honesto com você, eu gostaria de saber o estado dela antes de pensar no que fazer com ela. Se eu quiser emprestá-lo, ou se eu quiser mantê-lo como uma casa de família, teria que estar em condições razoáveis
—Podemos convidar alguém de lá? — Hannah perguntou.
Anna balançou a cabeça. —Não. As únicas pessoas a perguntar são as pessoas que se beneficiariam de Reginald fazendo tal coisa, como servos ainda procurando emprego ou vizinhos que querem que tomemos posse sem ver. Precisamos de alguém que conhecemos e confiamos.
—Eu conheço e confio em você, querida irmã—, disse Reginald.
Anna olhou para ele surpresa. —Você quer que eu vá para a Dinamarca? Reginald, isto é…
11 de agosto de 2025
Príncipe das Trevas das Terras Altas
O passado os mudou, mas seus corpos ainda lembram...
O que vai, volta… com a cara do diabo. May McIver conheceu o amor de sua vida bem cedo. Mas quando seu pai, o Laird, o manda para o exílio, tudo o que ela pode fazer é recusá-lo e permanecer leal ao seu clã e ao seu dever. Mesmo que a escolha de não o seguir parta dois corações em pedaços.E nenhum deles jamais será o mesmo. Iain era um soldado órfão do clã MacIver. Mas hoje ele é apenas Diabhal e certamente ninguém com quem se possa mexer. Todos os seus sentimentos e afeição estão agora mortos e enterrados, nas profundezas do solo do castelo McIver. Mas os demônios do seu passado ressurgirão das ruínas… Em breve, Diabhal terá uma segunda chance de se vingar da mulher que o empurrou para o lado negro. E, dado seu passado pecaminoso, esta será a mais fácil de suas missões. Enquanto tudo se desenrola de acordo com seu plano tortuoso, uma conspiração contra ele muda as regras do jogo. Como ele cumprirá seu propósito? E como May poderá encontrar o homem que um dia amou por trás do Diabhal em que ele se tornou?
Capítulo Um
May não se importava com o barulho das suas botas batendo nas pedras do corredor. O castelo fervilhava de atividade no auge da luz do dia de verão, mas o burburinho do lugar só deixava May com uma forte sensação de pavor.
Ela correu pelos corredores do castelo, apertando os braços contra o peito, apesar do calor do dia. May sentia o coração disparado e engoliu em seco ao virar o corredor rapidamente, tomando cuidado para não esbarrar em nenhum dos criados apressados que vinham na direção oposta.
— Desculpe — ela murmurou, enquanto andava ainda mais rápido e esbarrava no ombro de uma criada.
May podia ouvir os sussurros dos criados que a seguiam pelo corredor, todos fofocando sobre o que a faria estar com tanta pressa.
Não era segredo que seu pai estava doente. May sabia que a notícia se espalhava entre os funcionários do castelo sem parar, como um rio que não tinha nada para deter sua correnteza.
— A notícia é verdadeira? — perguntou May, ao entrar na sala.
A cena à sua frente parou assim que ela entrou. May olhou ao redor e viu que havia um curandeiro ao lado da cama de seu pai e vários criados espalhados pelo quarto.
— Deixem-nos — disse Alistair, erguendo a mão debilmente. Ela estremeceu ao ver o quanto seu pai havia enfraquecido, mas não foi o suficiente para abafar sua raiva.
May esperou o clique da porta antes de falar novamente.
— Quero saber se é verdade.
— O que é verdade, May? — ele questionou, e sentou-se lentamente, dolorosamente lento.
— Soube da notícia. Você vai me casar com um estranho e decidiu contar para o reino inteiro antes de me contar? — May disparou.
— Estou fazendo o que é melhor para o nosso clã — respondeu Alistair.
— Eu sei que as finanças estão ruins. Só não imaginei que você me casaria tão cedo. Fiquei surpresa ao descobrir isso por outras pessoas.
— Sinto muito que você tenha tido que ouvir isso dos outros, mas você sabe que isso aconteceria um dia. Um casamento de conveniência manterá nosso clã vivo.
May sabia que esse era seu destino, mas isso não tornava a tarefa mais fácil.
— Não posso fazer isso, não com a situação atual em que nos encontramos — seu pai balançou a cabeça.
— E fazendo isso, salvarei o clã? — May perguntou em um tom mais baixo.
— Sim, minha filha. Você vai fazer algo que vai ajudar a todos nós, eu prometo. Nossos fundos estão acabando, e eu não posso aumentar os impostos de novo, isso vai arruinar o nosso povo.
— Pai, o senhor está doente demais para tomar tais decisões. Já consultou seus conselheiros sobre isso?
— Sim, e me disseram para casar você em um casamento forte. Um que financiará nossas terras e nos permitirá prosperar novamente — Alistair tossiu enquanto falava.
May assentiu com a cabeça ao ouvir as palavras do pai. Ela sabia que um momento como esse iria acontecer, entretanto não estava preparada para isso.
— Gostaria que houvesse outra maneira — ela suspirou.
May notou que a tosse do pai não passava. A tosse persistia e o som ecoava pela sala, interrompendo a conversa sem piedade. Suas sobrancelhas estavam franzidas, a pele um pouco mais pálida do que o normal, e havia uma quantidade considerável de suor em sua testa.
— Curandeiro!
5 de agosto de 2025
Doutora do meu Coração
Capítulo Um
Margareth conversava com a mãe sobre o futuro, mas não estava conseguindo muito fazê-la entender a maneira como ela via as coisas.
— Mãe, por favor. Estou apenas fazendo o que a senhora me ensinou por anos. Você queria que eu fosse uma mulher independente, sem medo de desafios, mas agora que estou agindo assim, você não concorda.
— Maggie, fico mais do que feliz que você seja independente, mas ir sozinha para terras selvagens, onde pode ser sequestrada por índios ou bandidos, é desproporcional, minha filha, — disse a mulher, abanando-se, como se pudesse ter uma convulsão a qualquer momento.
— Pelo amor de Deus, não exagere! Não vou a qualquer lugar; vou para uma das maiores fazendas de Montana. Tenho um emprego me esperando lá como médica, algo que não é fácil de conseguir hoje em dia.
— Eu sei. Sei que a ideia de uma mulher poder ser médica é algo que deixa mais de um homem à beira de um ataque, e me sinto tremendamente orgulhosa, filha. Mas continua sendo uma dama, e há coisas que um homem faz melhor, como se defender se alguém o agride fisicamente.
Margareth ia argumentar, mas não queria colocar mais lenha na fogueira. — De qualquer forma, o dono da fazenda, o Sr. Arnold, providenciou que me busquem na estação e me levem imediatamente para a fazenda. Quando estiver lá, estarei dentro da fazenda, cercada por muitos homens que poderão me defender se algo acontecer.
Sua mãe olhou para ela alarmada. — Haverá algumas mulheres, imagino.
— Claro, mãe. A esposa do Sr. Arnold, a filha dele e alguns funcionários estarão lá, pelo que entendi.
Sua mãe abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas interrompeu. — Por favor, não me faça mais perguntas, porque não tenho todos os detalhes. Não era uma carta de vinte páginas; era apenas uma confirmação de que o emprego era meu e das coisas mais importantes que eu precisava saber.
— Ainda acho que você poderia ter mais sorte como médica no Canadá. E também poderia conhecer um bom homem; um cavalheiro digno de você, com quem poderia começar uma linda família.
— Ah, mãe! Não vamos voltar a isso. Você sabe que não estou interessada em me casar.
— Margareth Cecilia Dawson! Não ouse me dizer isso de novo — suas mãos foram ao peito como se estivesse prestes a ter um ataque cardíaco — Eu quero netos, e você não pode me negar esse desejo, não a mim. Não à sua mãe!
— Mãe!
29 de julho de 2025
Arrebatada pelo Highlander
Uma prisão escura abriga o amor deles, mas a verdade rasga a tela de sua paixão...
Adelaine Watson, filha do Conde de Daffield, aguarda ansiosamente o retorno do irmão da guerra. Mas quando seu pai retorna, ele traz outra pessoa: o assassino de seu irmão. Falsamente acusado de assassinar o filho de um conde, Caelan McLagen, Laird de Loch Mahrais, aceitou sua sentença de morte. Isso até que a sedutora Adelaine começa a visitar sua cela e ele sente o calor da esperança. Convencida da inocência de Caelan, Adelaine se apaixona perdidamente por ele e está desesperada para encontrar uma maneira de impedir que seu pior pesadelo se torne realidade. Quando a única testemunha ocular da morte de seu irmão morre, Adelaine percebe que o verdadeiro assassino está mais perto do que eles pensavam. Com a execução de Caelan pairando sobre suas cabeças como o machado do carrasco, Adelaine deve fazer uma escolha terrível...Capítulo Um
O Condado de Daffield
Adelaine apertou os lábios com força para abafar o grito de dor que quase lhe escapou, enquanto mais uma vez se furava com a coisa. Olhando para a agulha ofensiva, ela brevemente considerou ir até a janela e jogar o pano fora. O bordado estava desleixado de qualquer maneira e não seria um grande presente de boas-vindas para seu irmão quando ele voltasse.
Em vez de jogá-lo fora, ela largou a costura e foi até a janela para olhar para o terreno além. A alta fortaleza escura estava à vista e, além dela, ela podia ver os estábulos, lavanderias, cabanas de carvão e os pequenos jardins dos servos. Havia uma nuvem escura no horizonte, e ela viu lampejos de relâmpagos dentro dela. Ela inclinou a cabeça para o lado, tentando ver se a nuvem estava se movendo em direção à sua casa. As pontas de seu cabelo roçavam seu ombro e desciam por seu braço. Era estranhamente pacífico.
Depois que o Rei pediu soldados armados para enviar à Escócia duas semanas atrás, ela sempre tinha os olhos no horizonte, procurando por seu irmão Peter, que era um soldado nas forças de seu pai. Não quer dizer que seu pai não fosse uma boa companhia. Harold Watson, o Conde de Daffield em Northumberland, a adorava desde o dia em que ela nasceu, e ele sempre tirava um tempo para falar com ela quando ela precisava dele.
Aos seis anos, quando ela quis um pônei, no dia seguinte ele apareceu no estábulo. Ele tinha o pelo dourado mais lindo que ela já tinha visto. Aos doze, quando ela quis uma viagem para a costa, ela conseguiu uma viagem para Bamburgh e uma estadia de três dias em uma pousada com sua mãe, agora falecida, uma empregada e seu irmão de dezesseis anos.
Ela sempre foi amada e cuidada, mas Adelaine tinha uma preocupação.
Agora tenho vinte e um anos... quando é que o pai vai deixar-me casar?
O céu estava ficando mais escuro e as nuvens mais espessas. Distraída, ela se perguntou se uma tempestade estava soprando do norte, onde ficava a Escócia. Uma semana atrás, seu pai, que havia acompanhado seu contingente até a Escócia, havia retornado para se reportar ao Rei. Então, dois dias atrás, seu pai havia voltado às pressas para a Escócia. Ela se perguntou por que Peter não tinha voltado com ele na primeira vez, mas ela raciocinou que havia uma boa razão para ele ter ficado para trás. Sempre o pacificador, Peter era muito bom em acalmar a tensão; talvez eles o tivessem usado para encorajar alguma tranquilidade entre os ingleses e os escoceses.
Voltando ao lenço que estava bordando para seu presente de boas-vindas, ela pegou o pano e a agulha novamente. Ela o torceu e mordeu o lábio na flor torta e começou a costurá-lo cuidadosamente novamente. Ah, como eu queria ter prestado mais atenção quando minha mãe tentou me ensinar tantos anos atrás. Agora que ela se foi, eu queria poder voltar...
21 de julho de 2025
Um duque, o Espião, um Artista e uma Mentira
18 de outubro de 1814
Desvaneça-se nas paredes polidas do estudo pitoresco. Não revele nada sobre a pintura ou seu artista. Finja que sua alma não foi vivificada ao ver suas pinceladas.
—Os Ashbrooks me deram. — A duquesa de Repington estava atrás de Felton nesta sala da frente da Finchely House, a residência de Lord e Lady Ashbrook. —Lord Gantry? Você está bem?
Não vacile, David Felton Lance.
Não se mova. Viva para ver outro dia.
Seu corpo enrijeceu enquanto o sangue pulsava em seus ouvidos. Se ele se aproximasse da pintura, o poder hipnótico da artista e seu aroma de mel viriam através dos óleos e comandariam seu pulso?
Sua determinação de não admitir nada, de proteger seu coração das perguntas condenatórias que roíam seu peito, assumiu o controle.
Mas ele não conseguiu desviar o olhar e encarar a duquesa.
Como ele poderia fingir que não conhecia a artista? Se fechasse os olhos, veria os braços pequenos e talentosos de Cilia se esticando, suas mãos talentosas passando um pincel sobre uma tela enquanto sua figura perfeita de ampulheta anunciava que o tempo deles havia acabado, para o casamento deles, para os sonhos que ele começara a imaginar antes que ela o abandonasse.
Sua Graça deu um tapinha em seu ombro. —Lorde Gantry, você não parece nada bem. Devo chamar um médico?
—Não. — Foi tudo o que ele conseguiu dizer. Ele viera buscar a duquesa a serviço de seu amigo, o Duque de Repington. Olhar para Sua Graça entregaria suas esperanças. A tortura de desejar um semblante diferente, mas semelhante, para olhar de volta para ele seria sua ruína.
Os passos dela ecoavam na frente dele, bloqueando sua visão da pintura, a paisagem tropical do mítico Port Royal.
—Você não está bem. Alguns homens não conseguem lidar com uma mulher com criança. Até um militar pode ficar enjoado.
Não era isso. Ele era um tenente militar de carreira com anos de serviço em inteligência para o Departamento de Guerra e as Colônias. Ele tinha visto todo tipo de coisa e feito o indescritível a serviço da Coroa. —Não, uma mulher grávida é linda.
A testa morena da duquesa arqueou-se. Ela pensou que ele estava mentindo.
Esta mulher não conhecia a dor em seu coração. Frio e calculista para alguns, atrapalhado e alegre para outros, retraído e analítico para a maioria — ninguém viu sua verdadeira natureza... bem, uma pessoa viu.
Então ela o deixou.
Sua Graça o cutucou. —Lorde Gantry?
Era melhor ficar em silêncio do que dar informações que o fariam parecer mais tolo ou dizer algo que pudesse chocar uma moça.
—Eu sei que algo está errado. Diga-me agora. O duque, eu e até mesmo a Graça da Viúva ajudaremos.
Sua voz era suave, como se ela soubesse que havia invocado Felton de um pesadelo que o consumia pelos últimos dez meses.
O pânico, o terror absoluto de que seus cílios estivessem desaparecidos, de que ele estivesse sozinho em algum lugar da Inglaterra, fez sua pele ficar tensa e as cicatrizes em seus ombros doerem.
Juntando as mãos atrás de si, ele andou até a pintura e a tirou da parede. —Muitas coisas na minha cabeça. Acho que vi uma cópia disso em algum lugar. Eu... eu deveria levar você de volta para Sandlin Court.
Sua Graça colocou uma mão no cotovelo dele. —Estou cativada pelas praias também. A cidade portuária parece como se você pudesse andar direto para a tela e estar lá. Estou hipnotizada.
Hipnotizado era uma boa maneira de descrever o que ele sentia.
—Senhor, você parece pálido, como se tivesse visto um fantasma.
—Um espírito Obeah, Vossa Graça?
1- Um Duque, a Dama e um Bebê
2-O Conde, a Menina e uma Criança
3-Um duque, o Espião, um Artista e uma Mentira
Série concluída


