Uma nobre, atormentada pelos credores de seu irmão, oferece uma preciosa tapeçaria para um rico comerciante de Londres - que tem mais em mente do que liquidar suas dívidas...
Relaxe e aproveite Uma Tapeçaria Interrompida. Estou entusiasmada para transportar você para outro tempo e lugar e para introduzir um dos meus dois personagens preferidos e sua linda história de amor.
Madeline Hunter
Capítulo Um
Giselle teve tempo suficiente para praticar engolir seu orgulho.
Ela passou a maior parte da tarde fazendo isso, enquanto andava de um lado para o outro do salão luxuoso de Andreas Von Bremen’s. Ela conheceu seus móveis entalhados muito bem e memorizou cada imagem das quatro tapeçarias que enfeitavam suas paredes.
Ocasionalmente, ela pausava para olhar através das janelas abertas para o pátio, cercado por estábulos e construções de armazenagem. Carroções continuavam chegando das docas, carregando os produtos que certamente garantiam a riqueza de Andreas. Como um membro da Liga Hanseatic, a rede germânica de comerciantes cujas engrenagens famosas dobraram os mares do norte, Andreas von Bremen não era um comerciante comum.
Por isso ela tinha vindo.
Ela esforçou-se para dominar não somente seu orgulho, mas seu crescente ressentimento. De certo modo, era culpa de Andreas que ela estava ali. Só por esse motivo especificamente, ele deveria ser mais agradável e não a manter esperando por tanto tempo. Eles tinham uma antiga amizade, também. Isso deveria valer para alguma coisa, mesmo que eles não tenham se falado em quatro anos.
Sua irritação cravou novamente, colorida pelo desapontamento e dor. Ela ansiava sair desta casa.
Não saiu. Uma profunda emoção continuava a mantê-la esperando.
Medo.
Ela tinha que lidar com isso. Andreas era sua única esperança. Se ele recusasse, ela não tinha a quem recorrer, e seu irmão estaria perdido para ela.
Passos de botas nas escadas e vozes conversando baixinho penetrou o ruído vindo do pátio.
Ela oscilou ao redor. Os corpos de dois homens baixaram à vista enquanto desciam do nível superior da casa.
Um baixo de meia-idade, que vestia um manto ricamente bordado e um chapéu enfeitado com tapeçarias, não lhe interessava. O outro, o jovem de alta estatura e músculos fortes, com cabelo escuro e lindos olhos azuis, atiçou sua atenção.
Exceto por vislumbres à distância na cidade, ela não o via há muito tempo. Ela havia esquecido como era fácil sorrir sempre que ele chegava. Até mesmo agora, apesar de suas preocupações a atormentarem, a velha alegria brilhava através dela.
Enquanto ele acompanhava seu convidado pelo corredor, Andreas se deu conta dela. Ele olhou por cima e a luz do reconhecimento chamejou.
Fragmentos da conversa baixa dos homens alcançaram seus ouvidos. Eles não falavam em inglês, ou francês, ou mesmo a língua de Andreas.
Ela lentamente percebeu quem era o outro homem. As galés venezianas chegaram a Londres alguns dias atrás, e ele deve ser um dos poderosos comerciantes daquela cidade.
O veneziano partiu. Andreas permaneceu na entrada, observando até o cavalo trotar além do portão.
Ele voltou sua atenção para ela.
— Giselle.
Ele não disse nada mais, apenas olhou para ela com aqueles olhos azuis. As luzes da mocidade dele ainda brilhavam neles, mas outras, ainda mais profundas, também. Aos vinte anos, Andreas possuía bom humor apesar de ser naturalmente reservado. Agora, dez anos depois, seu silêncio se tornara mais complexo.
E perigoso. Isso não fazia sentido, mas ela não podia escapar dessa sensação. Quando a pausa se estendeu, ela ficou ainda mais perturbada.
— Minhas desculpas, Giselle. Meu criado disse que tinha uma mulher aqui. Ele não explicou que era você.
— Você está muito ocupado quando visita Londres. Você dificilmente poderia pedir ao seu convidado que esperasse enquanto falava comigo.
— Isso seria um pouco difícil de explicar, eu admito.
01- Por Posse