Vencera antes os cavaleiros do rei e, com astúcia e habilidade evitaria, mais uma vez, ser levada como premio a ser disputada em um torneio.
Lorde Royce era um cavaleiro diferente, um guerreiro cuja força era lendária. Tinha uma grande cicatriz em sua bochecha, além do caráter difícil, para mantê-lo afastado das mulheres.
Entretanto, é este cavaleiro que a leva prisioneira a Londres. No esplendor da corte de William, o Conquistador, em Londres, depois de ter salvado a vida da sobrinha do rei e, sendo uma cativa, Lady Nicholaa foi forçada a escolher um esposo entre os nobres normandos. Ela escolheu Royce, o barão não podia esconder seu coração terno e cavalheiresco dela. Engenhosa, rebelde e totalmente ingênua, Nicholaa prometeu conquistar Royce para si, pois o turbilhão de sentimentos que ele despertou nela são provas do que pode haver entre eles.
Feroz em batalha, temperamental na paixão, Royce foi surpreendido pela profundidade de seu sentimento, enquanto acariciava sua noiva charmosa. Em um clima de traição, onde saxões conspiram contra seus invasores normandos, Nicholaa e Royce descobrem um precioso amor.
Juntos deverão averiguar quem é realmente o novo senhor de Rosewood e como se comportará frente aos irmãos de Nicholaa, Justin que perdeu sua mão direita em batalha e Thurston um traidor do rei que quer matar seu esposo. Uma ligação fervorosa que logo será posta a prova pelo chamado do sangue, da família e do país!
Capítulo Um
Inglaterra, 1066
Nunca soube o que lhe tinha golpeado. Em um momento, o barão Royce estava secando o suor da testa com o dorso de seu braço vestido de couro e, no minuto seguinte se encontrava estendido de costas no chão. Ela o tinha derrubado. Literalmente.
Tinha esperado até que ele tirasse o elmo. Logo, tinha desenhado um círculo muito alto, por cima de sua cabeça, com a estreita tira de couro.
A pequena pedra que se encontrava no centro de sua funda improvisada tinha ganhado tanta velocidade que era impossível segui-la com a vista. O som que emitiu o couro ao cortar o ar foi similar ao grito de uma fera em agonia: meio grunhido, meio assobio. Entretanto seu objetivo estava muito afastado para escutar o ruído, pois ela se ocultou nas gélidas sombras matinais do caminho, no alto da muralha, enquanto que ele estava muito mais abaixo, junto à base de uma ponte levadiça de madeira, a uns vinte metros, segundo seus cálculos. O monumental normando acabou sendo um alvo simples.
O fato de que ele fosse também o líder dos infiéis, que tratavam de roubar as posses de sua família, havia adoçado sua concentração.
Para ela, o gigante havia se convertido em Golias. E ela era o seu David. Mas a diferença do santo herói da antiga lenda, ela não tinha tido intenções de matar seu adversário. Se fosse esse seu objetivo, teria apontado diretamente à têmpora. Não, ela só tinha querido golpeá-lo. E por essa razão tinha escolhido a testa. Se Deus quisesse, talvez o tenha marcado para o resto de seus dias, como aviso, pela atrocidade que ele tinha cometido nesse triste dia de vitória.
Os normandos estavam ganhando essa batalha. Em uma hora ou duas a mais, invadiriam o santuário interno. Ela sabia que era inevitável. Seus soldados saxões, desgraçadamente, encontravam-se nesse momento em uma desfavorável desigualdade numérica.
A única alternativa lógica que restava era empreender a retirada. Sim, era inevitável, mas também odiosamente exacerbado. Esse gigante normando era o quarto homem que o bastardo do William da Normandia, tinha enviado, desafiando-a, nas últimas três semanas, para apoderar-se de sua fortaleza.
Os três primeiros lutaram como meninos. Tanto ela como os homens de seu irmão conseguiram reprimi-los com facilidade. Mas este era diferente. Não se entregaria tão fácil. Muito cedo, ficou evidente que tinha muito mais caráter que seus predecessores. Certamente, parecia muito mais ardiloso.