9 de fevereiro de 2010

O Feitiço de Grey

Série Pine C. Highlander
Uma beleza com caráter, um audaz escocês e a tentação de uma carícia...

Depois de um acidente de avião, a brilhante cientista Grace Sutter se vê apanhada em uma gelada cúpula do Maine, isolada com o outro único passageiro sobrevivente: Greylen MacKeage, um atraente guerreiro medieval que atravessou o tempo em busca da mulher destinada a ser seu amor.
Obrigado a enfrentar juntos uma paisagem áspera e glacial, nenhum dos dois espera a violenta paixão que explode entre eles.
Mas Grace não está acostumada que o coração mande em sua vida...
E Greylen só parece disposto a aceitar uma rendição em toda regra.

Prólogo

Terras Altas de Escócia, ano 1200 D.C
O dia era realmente infernal para levar a cabo um feitiço.
O sol se aproximava de seu pico, e a luz, implacável e cegadora, refletia-se na ressecada paisagem em forma de sufocantes ondas de calor.
De vez em quando uma árida brisa levantava algum redemoinho de pó, o único movimento que se apreciava no vale abaixo.
Até os pássaros se negavam a afastar-se da sombra protetora que oferecia o sedento bosque de carvalhos.
Devagar, apoiando-se com força em seu velho bastão de cerejeira, Pendaär ia subindo laboriosamente para o topo do penhasco.
Em silêncio, o velho mago se amaldiçoava por ter vestido com o traje cerimonioso completo, porque mais de uma vez a túnica enganchava a uma moita e a cada passo tinha que parar para soltá-la.Pelos pregos de Cristo, como estava cansado!
Pendaär se deteve e se apoiou em uma rocha arredondada para recuperar o fôlego; enquanto separava da cara o comprido cabelo branco, já úmido de suor, olhou o caminho que tinha percorrido e ver se por acaso via algum rastro dos MacKeage.
Graças às estrelas, não demoraria para ir-se daquele lugar esquecido da mão de Deus.
Estava farto desta época áspera onde imperava a contínua luta pela sobrevivência; uma época cheia de guerras sem sentido entre homens arrogantes que combatiam pelo poder e a posição. Sim, estava desejando descobrir as comodidades de um mundo muito mais moderno.
Puxou a túnica e sacudiu o pó de baixo, amaldiçoando uma vez mais os corpos celestes pela ocorrência de adotar um perfeito alinhamento em um dia tão horroroso.
Mas Greylen MacKeage, latifundiário de seu clã, estava a ponto de começar uma viagem da mais singular, e Pendaär estava decidido a ter um bom lugar na despedida.
Ansioso por ocupar seu lugar, o cansado mago deu por terminado seu recesso e continuou subindo a colina.
Ao chegar por fim ao topo se acomodou sobre um afloramento de granito, elevou a face para o sol e deixou que a cálida brisa lhe agitasse o cabelo e lhe refrescasse o pescoço.
Quando por fim pôde respirar sem ofegos, colocou o rugoso bastão de cerejeira no colo e começou a acariciar os nós da madeira; ao mesmo tempo foi repetindo devagar as palavras de seu feitiço, concentrando-se em recitá-las de forma correta.
Trinta e um anos de consciencioso trabalho iam culminar naquele dia. Trinta e um anos de velar e de preocupar-se pelo forte, e freqüentemente briguento, laird do clã MacKeage, ao fim dariam fruto.
O sol quase tinha chegado a seu pico, os corpos celestes se alinhavam...
E Greylen MacKeage chegava tarde.
Ao Pendaär não surpreendia; aquele menino já se atrasou suas boas duas semanas na hora de nascer... E agora corria o perigo de perder até o destino que as estrelas lhe tinham prometido trinta e dois anos antes, a noite em que foi concebido, é que Greylen MacKeage levava a semente do sucessor de Pendaär.
Entretanto, o casal de Greylen tinha que nascer na América do Norte de finais do Século XX.
E a tarefa de reuni-los estava custando ao velho mago um sem-fim de ataques de frustração. Certamente seria mais fácil se soubesse quem era a mulher... Porque esse era o problema.
Os que mandam tinham um senso de humor cruel e, às vezes, até algo perverso; ao Pendaär não concederam saber a identidade das duas pessoas que engendrariam seu herdeiro, e sim só de uma, o homem ou a mulher.
Escolheu o feitiço que mostrou Greylen MacKeage...E depois se passou os primeiros trinta e um anos da vida de Greylen tentando mantê-lo vivo. Não foi fácil.
Os MacKeage eram um clã pequeno, mas poderoso, que parecia ter mais inimigos que quase todos os outros.
Sempre estavam em guerra com uma ou outra tribo, e seu impetuoso e jovem laird insistia em acudir primeiro à batalha.
Mas naquele momento de quem Pendaär queria saber mais coisas era da mulher.
Seria formosa? Seria inteligente? Teria o ânimo e a coragem precisos para estar à altura de um homem como Greylen MacKeage?
Certamente, em sua condição de metade do casal mágico, contaria com todo o necessário para dar a luz a um mago, não?
Essas preocupações o tinham deixado muitas noites sem dormir.
Inclusive chegou a visitar uma vez as montanhas do noroeste do Maine, depois de adiantar-se oito séculos no tempo, com a esperança de reconhecer aquela mulher.
Mas o feitiço que a protegia estava selado, e sua magia não podia abri-lo.Só a encontraria o homem destinado a possuí-la; a sua maneira e a seu modo, só Greylen MacKeage reclamaria à mulher que os antigos tinham eleito por companheira.
Quer dizer, se é que o laird apareceria de uma vez.
Quase uma hora mais tarde, Greylen e três de seus guerreiros dobraram a curva do caminho cheio de buracos e apareceram por fim.Eram toda uma visão.
Cavalgavam em silêncio, em fila, montados sobre fortes cavalos de guerra que controlavam sem aparente esforço.
Iam sujos e possivelmente um pouco cansados da comprida viagem, mas pareciam haver feito o trajeto sem contratempos.
Pendaär se levantou com esforço. Tinha chegado o momento.
Então enrolou para trás as mangas da túnica, assinalou com seu bastão ao céu e fechou os olhos enquanto começava a murmurar o feitiço que convocaria os poderes da natureza.
De repente, um grito de combate atravessou o ar.
Ao ouvi-lo, Greylen MacKeage deteve seu cavalo e desembainhou a espada; uns guerreiros abandonavam o refúgio das árvores e aproximavam rapidamente.
Caíram sobre Greylen e seu pequeno grupo de viajantes dispostos para a batalha: Levavam pinturas de guerra e avançaram com as espadas em alto.
Eram os MacBain, aqueles bastardos amantes das emboscadas.


Série Pine C. Highlander
1 - O Feitiço de Grey
2 - Amando o Highlander
3 - O Casamento do Highlander
4 - Tentar a um Highlander
5 - Só com um Highlander
6 - Segredos de Highlander
7 - O Natal de Highlander
8 - Highlander for the Holidays

O Segredo de um homem




Fugindo de cruéis perseguidores, Evanna e seu irmãozinho David são socorridos pelo belo Berawald.

Ele os acolhe na caverna em que vive e logo se vê cativado pelos dois, dispondo-se a arriscar a vida para mantê-los em segurança.
Porém, muitos segredos os cercam, e eles precisarão enfrentar as diferenças que podem afastá-los se quiserem se entregar à intensa atração e aos perturbadores sentimentos que experimentam...
Capítulo Um

Escócia, verão de 1512
Berawald MacNachton ignorou o pequeno espíri¬to que se aproximava lentamente e continuou a observar o pôr-do-sol.
Estava seguro, na boca da caverna, admirando as cores do céu e não queria ter de lidar com espíritos no momento.
Inalou profundamente para apreciar os perfumes das flores de verão que cresciam nas proximidades de seu novo lar.
Franziu o cenho e respirou fundo mais uma vez.
O frescor das flores estava maculado por outro cheiro menos agradável.
Parecia o odor de um menino sujo.
Olhando atentamente para o espectro que tentara ignorar, começou a suspeitar que ele fosse, de fato, um menino e não um espírito.
Por estar pálido e sujo de lama, pensara se tratar do fantasma de algum pobrezinho afogado. A maioria das áreas próximas a lagos e rios, como a de sua casa, era tomada pelos espectros dos afogados.
Naquele dia, porém, ao que tudo indicava, estava sendo abordado por um garoto molhado que quase havia se afogado.
Os espíritos não tinham cheiro.
Agora que o menino estava perto o suficiente para ser tocado, era fácil perceber que ele era sólido demais para ser um espírito.
Berawald suspirou. Não estava inspirado para bancar o salvador, mas sua consciência não o deixaria em paz.
— Menino, o que quer? — perguntou. — Está perdido?
— Acho que não — o garoto respondeu com voz trêmula. — Acredito que Evie saiba onde estamos.
— Quem é Evie? — Berawald olhou ao redor, mas não viu ninguém.
— Minha irmã.
— Ela deixou que você perambulasse por aí sozinho?
— Não, ela está doente. Evie me carregou ao atravessar o rio, depois caiu. Esperei e esperei, mas ela não se levantou. Então a cobri com folhas e vim procurar ajuda porque sou pequeno demais para carregá-la sozinho.
Berawald não se surpreendeu ao vê-lo inspirar profundamente, uma vez que o garoto não tomara fôlego nem uma vez durante aquela avalanche de palavras.
Ao término do relato, ele franziu a testa.
As chances de a irmã do pequeno ter se afogado eram grandes, porém não conseguia ver nenhum espírito rodeando-o.
De acordo com a sua experiência, o fantasma de uma mulher que havia morrido, tentando proteger uma criança, tendia a ficar próximo até se assegurar de que seu protegido estivesse são e salvo.
Suspirou mais uma vez e olhou para o céu. Já era quase noite.
Ao que tudo indicava estava prestes a salvar uma dama em apuros.
Fazia poucos meses que tinha se mudado para seu novo lar, e confusões já começavam a surgir. Admoestou-se por seus pensamentos pouco beneméritos ao se levantar e chamar o menino para perto com um aceno.
— Qual é o seu nome, garoto?
— David Massey. — O menino se aproximou.
— Venha comigo, David. Vou secá-lo um pouco antes de sairmos à procura de sua irmã. — Berawald sorriu quando o menino se apressou para o seu lado.
Poucas pessoas no mundo se aproximavam de um MacNachton.
Já estava escuro quando Berawald terminou de limpar, secar e vestir uma de suas camisas mais quentes no menino.
Ia pegar uma lamparina para ir atrás da irmã do garoto quando viu que David corria para fora da caverna sem temer a escuridão.
Antes de segui-lo, deteve-se para apanhar um saco com ervas medicinais.
— Saberá encontrar sua irmã no escuro? — perguntou a David, levando a lamparina para o caso de ser necessário.
— Sim, o escuro não me incomoda. — David olhou nervoso para Berawald. — Isto é, não quando estou com alguém. Evie não está muito longe daqui. Vamos depressa.
— Eu poderia carregá-lo e assim seríamos mais rápidos.
— Eu consigo me mover bem rápido.
O garoto praticamente corria ao terminar de falar.
Berawald não estava acostumado com crianças, mas não conseguia deixar de achar estranho o modo como aquele menino se movia com confiança e rapidez no escuro.
Até mesmo a maioria dos adultos Forasteiros corria para casa assim que o sol se punha.
Se precisavam sair à noite, sempre levavam uma tocha e procuravam andar em grupos. Ele também sabia detectar uma mentira e estava diante de uma; podia identificá-la no modo como o menino não parava de espiar por sobre o ombro.

O Toque Do Guerreiro

Série Irmãos MacEgan


Guerreiros indomados, corações apaixonados!

Connor MacEgan é um guerreiro.
Está em seu sangue.
Quando suas mãos são feridas em um ato brutal, ele descobre que talvez jamais possa empunhar uma espada novamente... ou tocar uma mulher...
Ele passa a contar com a ajuda de Aileen O’Duinne, uma mulher incapaz de ignorar o sofrimento alheio da mesma forma que é impossível para Connor fugir de uma batalha, Mas sobre ela paira um mistério; um segredo de paixão e subterfúgio, que pode partir seus corações mesmo depois que as mãos dele estiverem curadas...
Ela o escutou entrar, fechando a aba de couro atrás de si, até que estivessem cercados pela escuridão.
As peles macias lhe atormentavam a pele nua, sensuais e convidativas.
Aileen não podia acreditar que havia concordado com esta mentira.
Mas agora era tarde demais para voltar atrás.
Escutou o leve ruído das roupas de Connor caindo ao chão.
Depois, sentiu seu peso quando ele se sentou sobre o catre.
— Sabe o que esperam de nós — ele disse.
Sua voz, um som grave e ressonante, parecia acariciá-la.
— Sei.
A mão dele se moveu até alcançar a coroa. Ele a retirou, passando os dedos pelos cabelos dela. Aileen estremeceu, e as mãos dele seguiram para os ombros desnudos.
— Você é linda — ele disse, e, por um instante, ela acreditou nele.
Ela estendeu a mão e juntou sua palma à dele.
Isso é errado, pensou. Mas, esta noite, não terei arrependimentos.
Se Lianna não queria fazer o papel da deusa, Aileen o faria.
Por ora, por esta noite de Bealtaine, ele lhe pertencia. E ela pretendia aproveitar cada instante...

Capítulo Um

Irlanda, 1175
— Aileen! Tem um homem morto nos campos!
Lorcan entrou correndo na choupana de pedra, nervoso, jogando o peso do corpo de uma das pernas para a outra.
Um homem morto? Aileen O’Duinne deixou cair os bulbos de alho que havia colhido naquela manhã e ficou de pé.
— Tem certeza de que ele está morto?
A expectativa lhe percorreu o corpo, movida pela tênue esperança de que o homem ainda pudesse estar vivo. Lorcan deu de ombros.
— Ele não estava se mexendo.
E havia sangue espalhado por tudo quanto era lugar.
Provavelmente o menino tinha razão. Aileen esforçou-se para não alimentar esperanças. No entanto, se ele não estivesse morto, talvez ela pudesse salvá-lo.
— Onde o encontrou?
— Eu mostro. — Lorcan pensou por um instante, seus olhos castanhos demonstrando crescente preocupação. — Será que me meterei em confusão por lhe contar? Ele já está morto.
Aileen sacudiu a cabeça.
— Não se preocupe. Fez a coisa certa ao me procurar.
É proibido, sua mente a alertou. Se o chefe da aldeia, Seamus O’Duinne, descobrisse, ele a puniria. Ela não tinha permissão para curar nenhum dos membros da tribo.
Mas agora não havia tempo para se preocupar com isso.
Belisama, permita que ele ainda esteja vivo.
Lorcan a seguiu choupana adentro enquanto Aileen enchia sua cesta com bandagens de linho limpas, confrei e milefólio. Virando-se, observou Lorcan.
— Leve-me a ele.
O menino seguiu na direção do pasto norte.
Aileen correu atrás dele, passando por várias das choupanas de pedra de seus vizinhos. Um dos homens interrompeu seu trabalho nos campos, fitando-a com desgosto. Aileen forçou-se a desviar o olhar.
Não dê importância ao que ele pensa, disse para si mesma.
Você não fez nada de errado. Ainda assim, seu rosto ardeu de humilhação.
Os aldeões não haviam se esquecido do azar que a perseguia.
O orvalho matinal umedecia a barra de seu vestido, enquanto ela seguia Lorcan.
O menino seguia correndo na frente, apontando na direção do lado leste da colina.
A grama de verão balançava ao vento.
Uma pequena extensão estava amassada sob o corpo do homem deitado de barriga para baixo. A posição incomum dos membros sugeria uma queda do cavalo.
Seu sangue manchava a grama, e as mãos de Aileen tremeram quando ela as estendeu para tocá-lo. Um gemido baixinho veio do corpo.
Por todos os santos. Ele estava vivo.
Graças aos deuses. Eles haviam lhe concedido uma segunda chance, e ela pretendia aproveitá-la ao máximo.
— Vá buscar Riordan — Aileen pediu a Lorcan. — Vou precisar de ajuda para mover o homem. Diga-lhe para trazer um dos cavalos.
Ela não permitiria que este homem morresse. Independente do que os outros pensavam de seus talentos, ela o curaria.


Série Irmãos MacEgan
1 - Guerreiro Escravo
1.5 - The Viking's Forbidden Love-Slave
2 - Rei Guerreiro
3 - Guerreiro Guardião
4 - O Toque do Guerreiro
4.5 - A Virgem Proibida do Guerreiro
5 - Guerreiro Proibido
6 - Rendida ao Guerreiro
6.5 - Pleasured by the Viking
6.6 - Lionheart's Bride
7 - Guerreiros do Gelo (3 histórias em 1 livro)

Guerreiro Guardião

Série Irmãos MacEgan
Guerreiros indomados, corações apaixonados!

Genevieve de Renalt precisa escapar do homem ao qual foi prometida em casamento, mesmo que isso signifique ser forçada a confiar em seus inimigos.
O guerreiro irlandês Bevan MacEgan não pode abandonar uma donzela em apuros, mas até onde irá para mantê-la a salvo?
Um casamento beneficiaria a ambos, mas ele jurou jamais amar novamente... Orgulhoso e forte, ele se mantém distante de Genevieve.
Contudo, à medida que ela começa a derreter seu coração, Bevan se vê forçado a fazer uma escolha... que pode significar perdê-la para sempre!
Sua mente mandava que parasse. A voz da razão exigia que a soltasse.
Genevieve não lhe pertencia, nunca seria sua. Aquilo era errado.
As mãos dela tocaram timidamente seu peito, as palmas pousando de leve sobre o tórax antes de lhe cingirem o pescoço. Inexperiente e insegura, Genevieve parecia assustada, porém, determinada.
Lug! Não se lembrava da última vez em que uma mulher o abraçara.
Era tão bom, um atear de fogo. Seu corpo ficou impaciente, e por fim Bevan cedeu à vontade. Capturou os lábios de Genevieve, saboreando o doce calor de sua boca.
Ela estremeceu em seus braços, mas não o repeliu.
A respiração dele fluía entrecortada.
— Não devemos fazer isso — murmurou ela. — Não posso...
As mãos de Bevan desceram pelo corpo dela até alcançarem os quadris, puxando-a para perto.
— Eu sei. — Mas, enquanto dizia estas palavras, Bevan sabia que não seria capaz de parar de desejá-la.
E a beijou novamente…

Capítulo Um

A ilha de Erin, 1171 d.C.
O ar ardia nos pulmões de Genevieve de Renalt enquanto ela corria.
Cada músculo do corpo gritava de exaustão, mas ela se recusava a parar.
A liberdade se aproximava um pouco mais a cada passo.
Podia ouvir o som de cascos a distância. Ele vinha atrás dela.
Sou tão estúpida, pensou.
Precisaria de um cavalo, suprimentos e algumas moedas caso tivesse qualquer esperança de sucesso. Mas não houve tempo. Genevieve tinha visto a oportunidade para escapar e a aproveitara.
Mesmo que a fuga estivesse condenada ao fracasso, ela havia tentado.
Esta era a única chance de fugir do noivo.
Pensar em Sir Hugh Marstowe era como pôr o dedo numa ferida. Antes, Genevieve o amava. Agora, faria qualquer coisa para escapar dele. Hugh mantinha o cavalo num trote tranquilo. Brincava com ela, feito um falcão rodeando a presa.
Sabia que poderia apanhá-la sem qualquer esforço. Portanto, preferia que ela fosse alertada de sua aproximação, que sentisse medo.
Ele vinha mantendo controlo sobre ela desde o último mês, ditando como deveria se comportar como sua futura esposa.
Genevieve se sentia um cachorro, encolhendo-se diante de suas ordens.
Nada do que dizia ou fazia era bom o suficiente. Sentia-se nervosa só de lembrar dos socos dele. O ódio aumentava dentro de si. Por todos os santos!
Mesmo que todas as forças lhe faltassem, precisava fugir!
Ela tropeçava pela floresta, as costelas estavam doendo, sua energia se esgotando.
Logo teria que parar de correr.
Pedia a Deus por um milagre, por uma maneira de escapar daquele pesadelo.
Se ficasse lá por mais tempo, Genevieve se tornaria uma casca vazia, sem coragem, sem qualquer vestígio de vida.
Um ramo espinhento de amoreira lhe cortou as mãos, os arbustos agarrando sua capa.
A luz da tarde começava a desvanecer, o crepúsculo se aproximava de modo impertubável.
Genevieve lutava contra as lágrimas de exaustão, empurrando os arbustos até as mãos sangrarem.
— Genevieve! — chamou Hugh. A voz dele disparou o pavor dentro dela.
Ele havia detido o cavalo à margem da floresta. Vê-lo fez com que o estômago dela se apertasse.
Não voltarei. Obstinada, Genevieve abriu caminho entre as nogueiras retorcidas até alcançar a clareira. A geada cobria a relva, fazendo com que ela caísse de joelhos ao tentar subir o terreno escorregadio.
Um estranho silêncio permeava a campina.
De sua vantajosa posição no topo da colina, Genevieve vislumbrou um movimento.
A moribunda relva de inverno revelava a presença de um homem.
Não! Homens, ela percebeu.
Irlandeses, trajados com cores que os confundiam com a paisagem. Atrás deles, ao pé da colina, Genevieve viu um único homem a cavalo. O guerreiro estava escarranchado sobre o animal, a capa presa por um broche de ferro do tamanho da palma de sua mão. Ele não buscou pela espada ao lado, mas a postura se tornou alerta. Um capuz escondia o rosto do homem, que irradiava uma silenciosa confiança.
Alto e de ombros largos, ele a observava.
Genevieve não sabia distinguir se era um nobre ou um soldado, mas o homem se portava como um rei.
A um gesto dele, os homens se espalharam e desapareceram atrás de outra colina.
O coração de Genevieve estava disparado, pois o homem poderia abatê-la com a espada. Contudo, ela ergueu os ombros e o encarou.
Caminhou lentamente na direção dele, mesmo com o cérebro alertando que guerreiros assim não tinham misericórdia por mulheres.


Série Irmãos MacEgan
1 - Guerreiro Escravo
1.5 - The Viking's Forbidden Love-Slave
2 - Rei Guerreiro
3 - Guerreiro Guardião
4 - O Toque do Guerreiro
4.5 - A Virgem Proibida do Guerreiro
5 - Guerreiro Proibido
6 - Rendida ao Guerreiro
6.5 - Pleasured by the Viking
6.6 - Lionheart's Bride
7 - Guerreiros do Gelo (3 histórias em 1 livro)

Rei Guerreiro

Série Irmãos MacEgan
Uma chantagem forçou Patrick MacEgan a se casar, mesmo que ele não aceitasse ser forçado a possuir sua esposa normanda.

Mas Isabel de Godred era tão bela quanto determinada a não se deixar dominar.
Como rainha, ela poderia ajudar a firmar uma aliança entre seu povo e o dele.
Como mulher, ela logo desejava confortá-lo.
Afinal, sozinhos, poderiam deixar de lado a guerra... e ser apenas um casal entregue ao fogo da paixão...
— Sei por que se casou comigo. Só não entendo por que não me deixa ajudá-lo.
Tenho um dever para com estas pessoas. Não posso ficar isolada em Ennisleigh.
Embora o gesto fosse apenas o apelo de uma mulher, Isabel conjurava um inegável desejo. Patrick ficava tenso com o toque dela.
Qual era o problema com ele? Ela era uma normanda!
Isabel se aproximou. O cabelo estava solto, o leve aroma do mar a impregnava. Patrick se percebeu olhando para sua boca. Macia e carnuda, os lábios o fascinavam.
Ela é sua esposa, o corpo argumentava, e uma bela mulher...
— Não quero que seja ferida — disse ele.
Mentiroso, sua consciência acusava. Não queria era ser seduzido por ela...

Capítulo Um

Inglaterra, 1170.
Toda mulher considera a idéia de roubar um cavalo e fugir no dia do casamento, não?
Isabel de Godred lutava contra a inquietação crescente dentro de si.
Era seu dever obedecer ao pai.
Compreendia isso, mesmo apertando a seda carmesim de seu vestido e olhando para os estábulos. Em seu coração, sabia que fugir era inútil.
Mesmo que conseguisse deixar as terras, o pai mandaria um exército atrás dela.
Edwin de Godred não era conhecido pela tolerância. Tudo era feito de acordo com suas ordens, e pobre de qualquer um que desobedecesse.
Talvez o casamento não seja tão ruim, uma parte dela racionalizava.
Talvez o noivo fosse um homem amável e atraente que lhe concederia a liberdade de dirigir as propriedades dele.
Isabel fechou os olhos. Não, altamente improvável.
Do contrário, o pai teria ostentado o pretendente diante dela, gabando-se da união. Ela sabia pouco sobre o noivo, salvo sua descendência irlandesa e a posição.
— Está pronta, milady? — perguntou Clair, sua criada.
Com um sorriso conspirador, ela acrescentou: — Acha que ele é bonito?
— Não. Não é. — Desdentado e velho. Assim seria a aparência do homem.
Isabel sentia o pânico fervilhando dentro do estômago, seus passos pesando feito chumbo. O impulsivo plano de fuga parecia cada vez mais atraente.
— Mas certamente...
Isabel meneou a cabeça.
— Clair, papai nem me deixou conhecer o homem durante nosso noivado. Provavelmente é um meio-demônio.
A criada fez o sinal da cruz e franziu a testa.
— Ouvi dizer que é um dos reis irlandeses. Deve ser rico além do imaginável.
— Ele não é o alto-rei. — E deveria dar graças aos santos por isso. Embora fosse governar uma tribo, ao menos não teria o fardo de reger todo um país.
Enquanto desciam a escadaria de madeira para sair da fortaleza do castelo, Isabel se perguntava como o pai tinha conseguido arranjar um noivado em tão pouco tempo. Partira para ajudar na campanha do conde de Pembroke tão somente no último verão.
— Se eu pudesse, tomaria seu lugar — refletiu Clair, com um sorriso sonhador.
— E, se eu pudesse, o daria para você. — Infelizmente, isso era impossível.
A imaginação de Isabel conjurava um monstro.
O homem devia ser insuportável para exigir tamanho sigilo.
Embora soubesse que era injusto fazer julgamento antes de conhecer seu prometido, ela não podia evitar imaginar o pior.
— Você será a senhora de seu próprio reino. — Clair suspirou. — Imagine. Você será uma rainha.
— É o que parece. — E isso lhe dava ainda mais medo do iminente casamento. O que sabia sobre ser rainha? Sabia como conduzir uma propriedade e torná-la rentável, mas isto era tudo.
Seu pai, Edwin de Godred, barão de Thomwyck, a aguardava do lado de fora da capela entre um pequeno grupo de convidados e servos.
Alto e magro, estava com a barba grisalha e o bigode bem aparados. Ele a examinou numa rápida olhada, e Isabel se sentiu como uma égua prestes a ser vendida.
Teve que resistir à vontade de exibir os dentes para inspeção.
Não, não a aborrecia partir daquele lugar.
Mas o que deveria esperar do rei irlandês? Seria gentil? Cruel? Seus nervos ficavam mais tensos.
— Ele está aqui? — perguntou ao pai, olhando para os homens esperando junto à igreja.
Edwin lhe tomou os dedos gelados, mantendo-os bem apertados enquanto a escoltava até a capela.
— Você o encontrará muito em breve. Meus homens avistaram o grupo de viagem dele algumas horas atrás.
— Preferia o ter conhecido durante nosso noivado — murmurou ela.
O pai apenas resmungou uma resposta qualquer.
Isabel estremeceu. Até ver aquele homem com os próprios olhos, não desistiria dos planos de fuga. A cada passo, ela se sentia mais sozinha.
Suas irmãs não estavam ali para lhe oferecer apoio. Edwin não permitiu a presença delas, o que a magoou mais do que ela mesma esperava.
Quando chegaram ao pátio, um homem bem vestido falava com o padre.
Possuía pouco cabelo, salvo uma franja branca como neve ao redor da cabeça.
— Aquele é ele? — perguntou ela. O pai não respondeu. Ele parecia preocupado, o olhar concentrado ao longe.
O velho engoliu em seco e esfregou as mãos na barra da túnica. Olhou ao redor como se procurasse por alguém.
Isabel fez uma oração silenciosa, as faces ardendo. Deus, por favor; salve-me deste casamento, pensou ela, mesmo com a mão do pai firme em seu pulso


Série Irmãos MacEgan
1 - Guerreiro Escravo
1.5 - The Viking's Forbidden Love-Slave
2 - Rei Guerreiro
3 - Guerreiro Guardião
4 - O Toque do Guerreiro
4.5 - A Virgem Proibida do Guerreiro
5 - Guerreiro Proibido
6 - Rendida ao Guerreiro
6.5 - Pleasured by the Viking
6.6 - Lionheart's Bride
7 - Guerreiros do Gelo (3 histórias em 1 livro)

Guerreiro Escravo

Série Irmãos MacEgan
Os irmãos MacEgan.
Guerreiros indomados, corações apaixonados!

Kieran Ó Brannon não é um escravo comum. Insubordinado, ousado e perigoso, ele é indomável. Iseult MacFergus se vê atraída por esse poderoso homem com a força de um guerreiro e a honra de um rei, e confia nele para ajudá-la a encontrar seu filho desaparecido...
Kieran se vendeu como escravo para salvar a vida de seu irmão, mas Iseult, com suas feições angelicais, lhe dá a esperança de ele voltar a ser um homem livre. Contudo, ainda que o preço da liberdade de Kieran seja encontrar o filho dela, seu coração pertencerá a Iseult para sempre...

Capítulo Um

Irlanda — 1102 D.C.


— Ele vai morrer, não vai? — perguntou Iseult MacFergus enquanto baixava os olhos para o corpo ferido do escravo.
As costas do homem estavam cobertas por marcas de chicotadas ainda em carne viva. Estava pálido e com as costelas ressaltadas, como se não comesse adequadamente há muitas luas. Iseult estremeceu só de pensar no tormento pelo qual ele devia ter passado.
— Não sei. — disse Davin Ó Falvey, passando uma bacia de água fria para Iseult — Acho que desperdicei um bom punhado de prata.
Usando uma esponja, Iseult começou a enxugar o sangue nas costas do homem.
— Davin, não precisamos de um escravo para nossa casa. Não devia tê-lo comprado. — A aquisição de escravos vinha se tomando uma prática menos comum nas tribos. A própria família de Iseult jamais tivera condições de possuir escravos, fato que a fez recordar dolorosamente de que pertencia a uma casta inferior.
— Se não o tivesse comprado, outra pessoa teria. — Davin chegou por trás dela e pousou as mãos em seus ombros — Ele estava sofrendo muito, a stór. Quase não sobreviveu aos espancamentos sofridos durante o leilão.
Iseult cobriu as mãos de Davin com as suas. Seu noivo jamais conseguira deixar um homem sofrer se pudesse fazer algo para intervir. Esse era um dos motivos pelos quais Davin era seu amigo mais querido e o homem com quem concordara em casar.
Iseult sentiu um peso súbito no coração. Davin merecia uma mulher melhor que ela. Ela fizera tudo ao seu alcance para salvar sua reputação, mas os mexericos não haviam diminuído, mesmo passados três anos. Iseult não sabia por que Davin a pedira em casamento, mas sua família ficara muito feliz com a oportunidade oferecida pela aliança. Não era todo dia que a filha de um ferreiro se casava com o filho de um chefe.
— Deixe a curandeira cuidar dele. — disse Davin.
Iseult reconheceu o tom na voz do noivo, juntamente com o convite subjacente.
— Venha comigo, Iseult. Passamos uma semana inteira sem nos ver. Senti saudades.
Iseult sentiu um arrepio, mas forçou um sorriso. Vá com ele, comandou sua mente. Embora Davin nunca a houvesse culpado por seus pecados, ela se sentia indigna de seu amor.
Depois de chamar a curandeira, Davin segurou a mão de Iseult e a conduziu para fora, onde a lua deitava uma sombra sobre seu rosto.

Com cabelos claros e penetrantes olhos azuis, Davin era o homem mais bonito que Iseult já vira.
Ele conduziu a mão de Iseult até sua face barbada. Uma pontada de temor trespassou seu coração, porque ela sentiu que ele estava prestes a beijá-la.

Série Irmãos MacEgan
1 - Guerreiro Escravo
1.5 - The Viking's Forbidden Love-Slave
2 - Rei Guerreiro
3 - Guerreiro Guardião
4 - O Toque do Guerreiro
4.5 - A Virgem Proibida do Guerreiro
5 - Guerreiro Proibido
6 - Rendida ao Guerreiro
6.5 - Pleasured by the Viking
6.6 - Lionheart's Bride
7 - Guerreiros do Gelo (3 histórias em 1 livro)

7 de fevereiro de 2010

A Águia e o Anjo



O cavaleiro mercenário Sir Garren devia muito a William, Conde de Readington: a espada que o protegia, o cavalo que montava, até mesmo seu título de nobreza.

Por sua vez, Garren salvara a vida do Conde na Terra Santa.
Mas William fica gravemente enfermo quando retornaram.
E cabe a Garren salvá-lo novamente a qualquer custo: mesmo que isso signifique fazer outra peregrinação e rezar por um deus a muito abandonado, prometendo deflorar uma jovem dama inocente caso seu senhor se recupere da doença...
E Garren já fizera sua escolha para o sacrifício: a religiosa Dominica, para quem Sir Garren era um sinal dos céus.
A peregrinação, abençoada com a presença do belo e heróico cavaleiro, certamente era uma orientação para que ela tomasse o hábito. A cada passo da jornada, porém, Dominica parecia se desviar um pouco mais de Deus e ir diretamente para os braços de Garren.
A ponto de começar a se perguntar se sua verdadeira missão não seria abrir o coração frio do mercenário para o verdadeiro amor.
Será que o beijo de Dominica teria mais poder do que as armas de Sir Garren?

Capítulo Um

Castelo de Readington, Inglaterra, junho de 1357
— Deus me trouxe de volta dos mortos, Garren — disse William. — Você foi Seu instrumento.
Garren fitou o amigo, deitado em seu leito. Quando William, Conde de Readington, estava no campo de batalha em Poitiers, Deus não levantara um dedo.
Agora, Garren se questionava se devia ter feito aquilo. Talvez a morte em solo francês tivesse sido melhor para ele.
Pela vida de William, contudo, Garren lutaria até com Deus o tempo que fosse necessário.
— Você foi o único — disse William. — Os outros me deixaram lá para morrer.
Mas William não estava morto, mesmo tendo havido dias em que Garren não tinha certeza disso. Depois que as tropas vitoriosas caminharam por toda a França e, finalmente, navegaram de volta para a Inglaterra, William começou a viver um purgatório na terra; mantinha-se vivo porque Garren forçava-o a engolir água, mingau e carne moída.
— Sou teimoso demais para abandoná-lo.
— Mais que isso. — Entre cada palavra, William ofegava para respirar. — Você me carregou. Nas costas.
— Você e sua armadura. — Garren sorriu, os lábios apertados, e simulou um soco no ombro de William. — Não esqueça a armadura.
Os Readington regozijaram-se mais com o retorno da armadura do que de seu dono. Enquanto o resto dos cavaleiros ingleses voltava para casa com os produtos dos saques, Garren limitou-se a trazer William.
Para carregá-lo, deixou para trás as riquezas que tinham sido a promessa da campanha francesa.Tudo parecia valer a pena à medida que William recuperava as forças.
Porém, nas semanas que se seguiram ao seu retorno, os vômitos começaram.
Alguns dias estava melhor, outros pior.
Agora, William estava deitado em um leito de morte. Durante o dia, sua cor variava entre o vermelho e o marrom, de uma extremidade a outra.
Os criados trocavam os lençóis, uma tarefa vã, contudo um sinal de respeito.
Não tinham muito mais a fazer.
Pelo menos, pensou Garren, William poderia morrer em sua própria cama.
— Preciso pedir mais... uma... coisa... — Seus dedos frios agarraram os de Garren com a força da morte.
Dei-lhe a vida, o que mais posso fazer? Pensou Garren. Mas, quando fitou William, com pouco mais de trinta anos, e incapaz de se levantar da cama, teve dúvidas se o seu presente de vida havia sido tão valioso, afinal.
— Vá à peregrinação para mim. Peregrinação. Um pagamento prévio a um Deus que jamais cumpre o que promete. Uma jornada a um túmulo que abrigava os ossos de uma mulher e as plumas de um anjo.
— William, se Deus ainda não o curou, duvido que a Abençoada Larina o faça.
— Vou pagá-lo pela tarefa.
Garren retirou sua mão. Desistira de quase tudo por William, de bom grado. Só lhe restava seu orgulho.
— Você pode encontrar muitos tolos para fazerem a jornada como seus peregrinos.
A dor contraiu o rosto de William. Com o braço esquerdo, protegeu o estômago, tentando conter o próximo acesso de vômito.
— Não confio... em mais ninguém.
Garren murmurou alguma coisa, nem sim nem não, com a intenção de acalmá-lo.
Abrigou a mão esquelética de William entre as suas, grandes e quadradas.
Muito tempo já se passara desde que William o assumira, um garoto de dezessete anos que ninguém mais queria, velho demais para iniciar um treinamento para escudeiro. Tudo o que era devia a este homem.
William agarrou-se ao braço de Garren e levantou o corpo, quase chegando a sentar. Era cinco anos mais velho do que Garren, mas parecia estar com uns oitenta.
Depois de assegurar-se de que estavam a sós, William estendeu a mão e apanhou um pergaminho dobrado que não era maior que sua mão.
— É para o monge do santuário.
Pegando a mensagem dos dedos trêmulos de William, Garren espantou-se como ele tinha conseguido segurar uma pena para escrever.
A voz de William também estava trêmula.
— O lacre não pode ser violado.
Garren sorriu em silêncio. Mesmo no mosteiro, tinha sido um mau leitor.
William acenou com o braço para chamar sua atenção, forçando uma resposta.
— Por favor. Não tenho mais ninguém.
Garren olhou nos olhos do amigo, e decidiu que, enquanto William respirasse, cederia aos seus pedidos.
— Não quero o seu dinheiro. — Queria dar a jornada de presente ao amigo.
William balançou a cabeça indicando que não, soltando na fronha da cama um novo chumaço de cabelo louro. Sabia que o amigo não tinha dinheiro para ir mais longe que a próxima batalha.
— Aceite-o. Compre-me uma pluma de chumbo.
Um emblema de chumbo de peregrino. Prova da jornada. Um sinal para alardear sua fé. Garren agarrou os dedos de William.
— Trarei algo melhor. Já que não pode viajar até o santuário, trarei o santuário até você. Vou trazer-lhe uma pluma de verdade.

5 de fevereiro de 2010

Reclamando a Cortesã







Ele iria se casar com ela, e a possuiria de cada modo possível.

O Duque de Kylemore conhece-a como Soraya, a cortesã mais famosa de Londres.
Os homens duelam para passar uma hora em sua companhia.
E somente ele conseguiu abrir caminho e se aproximar dela.
Diante de toda a sociedade londrina, ele decide fazê-la sua noiva; então, de repente, ela desaparece no ar.
As circunstâncias horríveis forçaram Verity Ashton a trocar a sua inocência e mudar o seu nome por causa da sua família.
Mas Kylemore destrói seus planos de uma vida respeitável quando ele descobre seu porto seguro.
Ele rapta-a, levando-a para sua isolada cabana de caça na Escócia, onde ele jura curvá-la à sua vontade.
Lá ele a seduz novamente. Verity passa noite após noite em sua cama… e embora ela ainda planeje fugir, ela sabe que nunca poderá abandonar o amor inesperado e mal acolhido pelo seu amante orgulhoso e poderoso, que reclama tanto o corpo dela quanto a sua alma...

Capítulo Um

Londres, 1825.
Justin Kinmurrie, Duque de Kylemore, olhou através dos lençóis molhados onde sua amante havia se deitado, aparentemente esgotada.
Sua graça suspeitava que esse esgotamento fosse fingido, mas ele havia tido uma perfeita performance dela para discordar disso.
Ele parou de fazer o laço em seu lenço dele para admirar o corpo inerte dela nu, cremoso e incandescente na luz de tarde.
As pernas longas os quadris delicadamente arredondados, o estômago ligeiramente côncavo, os peitos magníficos que almofadavam o pendente de rubi de sangue em forma de pombo, que ele tinha dado há duas horas, para marcar o fim do primeiro ano deles juntos.
Por um momento longo e encantador, a atenção dele demorou nesses montículos brancos luxuriantes com os mamilos rosados.
Então os olhos dele viajaram para cima, para a face dela, pálida e pura como qualquer Madonna pintada.
Mesmo depois de todo esse tempo, o contraste entre o corpo de meretriz e a face de santa enviava uma vibração muito masculina para ele.
Ela era bonita. Ela era a mulher mais notória em Londres. E pertencia a ele, uma parte do prestígio que possuía assim como sua vestimenta impecável, os estábulos famosos ou as ricas propriedades dele.
Ele se permitiu um sorriso leve, enquanto voltava a se vestir em frente ao espelho dourado e grande.
— Devo chamar Ben Ahbood para ajudá-lo, Sua Graça?
Os olhos extraordinários dela, um cinza iluminado e claro como água, estavam, como sempre, inexpressivos na máscara deslumbrante de sua face.
Ele às vezes se perguntava, se isto era o âmago de sua fascinação — o natural desinteresse dela apesar de sua habilidade como amante.
Não, era mais que isso.
Era a promessa de que pelo toque certo, a palavra certa, o homem certo, mundos de calor, sentido e significado estariam esperando atrás daquele olhar sereno.
O duque, para sua consciência, nunca se enganou pensando que ele havia quebrado esta reserva formidável.
E depois de um ano como protetor dela, ele estava começando a entender que ele nunca iria alcançá-la. Ela sabia o quão intrigante se tornava por conta dessa distância? Ele seria pego de surpresa se ela não o fizesse.
Sua restrição emocional jamais significou que ela não era tão inteligente quanto um vale cheio de raposas.
— Meu senhor?
Ele balançou a cabeça.
— Não. Eu posso cuidar disso.
Na verdade, o criado dela mudo e enorme, com muitos rumores de que fosse eunuco, o fazia se sentir incômodo, embora antes fosse submetido a um castigo a ter de confessar esse fato vergonhoso.
Ela estirou seu corpo flexível, o corpo que o enlouqueceu e lhe deu mais prazer que ele alguma vez houvesse imaginado. Kylemore reconheceu o retorno da excitação.
E pelo reflexo nos olhos dela, ela também retornava a tal estado, condenando sua alma conhecedora.
— Não é tão tarde. — Uma mão esbelta deslizou para cima para brincar com o rubi.
O movimento chamou a atenção dele, percebendo que ela estava perfeitamente ciente de seus peitos cheios que ele achava fascinante.
— Eu não estarei de folga nesta tarde, senhora.
— Isso é uma vergonha —, ela disse em tom neutro, levantando-se para tirar um penhoar azul do chão.
Kylemore ignorou deliberadamente suas costas nuas e o modo que os traseiros dela se apertaram quando ela se dobrou. Ignorando assim, tal visão tanto quanto qualquer homem vigoroso poderia.
Sempre foi assim entre eles, desde o momento em que ele conheceu seu olhar fresco e avaliador num salão abarrotado. Isso foi há seis anos.
Ela tinha sido, até então, amante de outro homem, tendo desse modo, outro guardião, apesar dos esforços de Kylemore para capturar o interesse dela.

1 de fevereiro de 2010

Sempre



Filha ilegítima do rei, Rosamunde foi criada em um convento e foi totalmente preparada para assumir o véu... 
até que o Rei Henry aparece com um marido relutante para ela. 

De repente, ela se encontra prometendo amar, honrar e obedecer a Aric... para sempre.

Uma quase freira com uma educação sexual muito peculiar... Educação.
Rosamunde não inclui uma noite de núpcias, e o que os animais fazem nos estábulos é a única referência sexual desta donzela sem experiência. Oh Deus... Aric vai morder seu pescoço como os animais ao emparelhar-se?
Noite de núpcias de breves minutos e com testemunhas.
Aric é um guerreiro, viril e capaz de expressar uma paixão animal, mas tem que consumar um casamento em poucos minutos e com testemunhas apressando-o, o que se torna uma missão quase impossível.
Amar, sim. Honrar, sim. Obedecer?
Rosamunde logo descobre que, enquanto pode ter dificuldade em obedecer as ordens e pedidos extravagantes do marido, não será difícil amá-lo para sempre.
Um Compromisso para sempre... Amor para sempre... Honra para sempre... E...
Sempre obedecer.

Capítulo Um

Lady Adela, abadia de Godstow, franziu a testa ao observar a extensão da mesa onde todas as freiras estavam sentadas para a comida do meio-dia. A irmã Clarice, a irmã Eustice... e lady Rosamunde estavam faltando.
Não era estranho que a irmã Clarice se atrasasse.
A mulher estava atrasada para todas suas tarefas. Muito provavelmente ela se esqueceu de ir procurar o incenso para a missa que teria lugar após o almoço, e tinha ido buscá-lo, irmã Clarice sempre esquecia o incenso.
Mas a irmã Eustice e lady Rosamunde sempre eram pontuais, previsíveis como uma regra. Mas elas tampouco estiveram na refeição da manhã. Tampouco estiveram nas orações da madrugada e da manhã. 

Em Godstow, precisava de uma emergência para que uma freira não assistisse às orações, e esta não seria uma exceção. A irmã Eustice e lady Rosamunde tinham estado nos estábulos durante a noite e boa parte da manhã, ocupando-se de uma égua que estava por parir seu potro.
Mas certamente elas não estavam ainda ocupadas com isso! ela se irritou, então olhou em direção à irmã Beatrice, que tropeçava com as palavras da passagem que estava lendo.
Adela arqueou uma sobrancelha interrogativamente. A irmã Margaret fez um movimento com suas mãos, imitando a ação de ordenhar uma úbere.
Adela piscou, logo se deu conta que ela sustentava a jarra com leite enquanto pensava nas mulheres desaparecidas. Passando a jarra à irmã Margaret, a abadessa fez um gesto para que as outras continuassem com sua comida, então levantou-se e se moveu para a porta. Ela mal tinha entrado no corredor quando viu a irmã Clarice que se apressava pelo corredor com um ligeiro rubor culposo em seu rosto.
Como não podia falar durante a refeição, Lady Adela uma vez mais arqueou uma sobrancelha, exigindo uma explicação da mulher atrasada.
Suspirando, Clarice levantou sua mão e inseriu um dedo em sua fossa nasal, em um gesto para avisar que esqueceu o incenso para a missa - tal como Adela suspeitava.
Sacudindo a cabeça, a abadessa fez um gesto para que Clarice fosse à comida; em seguida partiu para os estábulos.
O lugar estava em silêncio salvo pelo sussurro suave de feno quando vários animais se moveram e olhavam curiosamente para ela quando entrou. Levantando a bainha de sua saia para evitar arrastá-la e sujá-la em algo desagradável, ela avançou até alcançar o último compartimento. Lá, a irmã Eustice e lady Rosamunde estavam ajoelhadas diante de uma égua ofegante. A abadessa ficou parada por um momento, observando afetuosamente as costas curvadas enquanto as mulheres trabalhavam com o animal; então sua boca se curvou com desânimo quando Eustice se moveu e ela pôde ver exatamente como lady Rosamunde estava trabalhando.
- Em nome de Deus, que estão fazendo?
Rosamunde ficou rígida ante essa exclamação de horror vinda detrás, sua cabeça girando brevemente para ver a abadessa boquiaberta observando-a com desânimo.

Gawain

Série Cavaleiros da Távola Redonda



Camelot, Século XI

Um amor mais forte que a magia...

Gawain fará qualquer coisa para servir a seu rei.
Por isso, quando uma velha senhora estranhamente aparece na floresta e promete dar a Arthur a solução de um enigma que lhe salvará a vida em troca do compromisso de Gawain se casar com ela, o leal cavaleiro não pensa duas vezes...
Porém, aquela mulher horrível não é quem parece ser.
Na verdade, ela é a adorável Aislyn, antiga aprendiz de uma feiticeira.
Ela foi um dia perdidamente apaixonada por Gawain, que a rejeitou por causa de seus poderes mágicos... ou, pelo menos, é o que ela acredita que aconteceu.
E agora ela se transformou naquela bruxa hedionda para poder se vingar...
No entanto, a gentileza e amabilidade de Gawain suavizam o coração amargurado de Aislyn, e ela fica horrorizada ao descobrir que está, de fato, enfeitiçada, e que só um beijo realmente apaixonado poderá quebrar o encanto e fazê-la voltar a ser a moça linda e encantadora que ela é.

Capítulo Um

Sir Gawain detestava magia.
A floresta de Inglewood assomava diante dele, e o espaço entre as árvores se enchia de sombras mutantes. O próprio ar exalava bruxaria.
Ele, porém, prepa¬rou-se e galopou em frente, alcançando o rei.
— Pensou que poderia se esgueirar assim? — indagou, emparelhando a montaria com a do tio.
— Um rei não se esgueira — o rei Artur retrucou, altivo. — Eu lhe disse que pretendo fazer isso do meu jeito.
— E eu disse que iria com você. — Gawain reprimiu um calafrio ao passarem para a penumbra fria da floresta. — Na verdade, seria melhor se voltasse e me deixasse...
— Não — o rei disse, com dureza. — E se pedir de novo, eu o mandarei de volta a Camelot.
— Não estou pedindo — Gawain respondeu com impaciência. — Estou lhe dizendo...
— E eu estou ordenando que fique longe disso. Não pode lutar minhas batalhas por mim, Gawain, e não lutará. Primeiro, foi o Cavaleiro Verde. E agora esse Somer Gromer Jour.
— Estou fazendo apenas o que jurei fazer. O que cada um de seus cavaleiros jurou...
— Sim, mas nenhum deles deu um passo à frente e aceitou o desafio do Cavaleiro Verde, não é? Não que não seja grato. Você sabe que sou, mas basta.
Somer Gromer Jour é meu adversário, e eu agradeceria se você me deixasse lidar com ele a meu modo.
Gawain respirou fundo. Arthur sorriu e esporeou o cavalo.
Era próprio de Arthur encarar o perigo com um sorriso e, se estivessem cavalgando para uma batalha, o coração de Gawain estaria igualmente tranqüilo.
Contudo, Somer Gromer Jour era, obviamente, uma criatura sobrenatural, aparecendo do nada como no ano anterior para desafiar o rei para um combate.
E quando Arthur fora derrotado, o cavaleiro apresentara ao rei uma pergunta singular que nenhum homem pensaria em fazer, e exigira que Arthur, sob pena de morte, se apresentasse a ele dentro de um ano com a resposta.
O que todas as mulheres desejam?
Como seria possível a um homem adivinhar a resposta de tal enigma?
Qual seria o intento? A coisa toda cheirava à bruxaria.
— Arthur, isso é sério — disse, ao alcançar o rei.
Arthur lançou um olhar triste para seu alforje, estufado com um grosso volume encadernado em couro, resultado de um ano inteiro de trabalho penoso, tanto de sua parte quanto de Gawain.
— Quem haveria de pensar que seria tão difícil conseguir uma resposta direta para uma pergunta simples?


Série Cavaleiros da Távola Redonda
1 - Lancelot
2 - Geraint
3 - Gawain
Série Concluída

22 de janeiro de 2010

A Dama e o Rebelde

















Capítulo Um

Junho, 1747,
Próximo da Costa Oeste da Irlanda

Ela ainda estava lá.
Agarrado à escorregadia balaustrada, o capitão Padraic Rafferty observava as velas infladas da nau que perseguia a The Rebel´s Pride.
Fizera de tudo para despistá-la, mas a embarcação, inglesa, a julgar por sua bandeira, ainda os perseguia.E os alcançava.
Normalmente, já a teriam despistado, mas depois da tempestade violenta que haviam enfrentado na travessia do canal, tudo mudara.
Uma das velas se rompera, o que representava acentuada lentidão.
— O que acha disso, Paddy?
Padraic olhou para o amigo, Coyle Burns, co-proprietário do barco The Rebel's Pride.
— O que acho é que vamos ter de dar muitas explicações, caso eles nos abordarem.
— E se não nos abordarem? Eles nos afundarão, sem sombra de dúvida.
Coyle empalideceu, mas sua voz permaneceu firme.
— A nau traz muitas armas, então?
— Pelo que posso ver daqui, sim. E se esperarmos mais um quarto de hora, verei não só as armas da embarcação inglesa, mas os botões da casaca de seu capitão, também.
— Maldição! Não há nada que possamos fazer?
— Não, a menos que tenha um dos seus milagres escondido na manga.
Padraic arrependeu-se imediatamente do comentário sarcástico. Não tinha o direito de debochar da fé de um amigo a quem devia tanto, e por tanto tempo.
A dívida de gratidão era antiga, desde os tempos de seus pais. E se ele queria acreditar em milagres, fadas duendes, homenzinhos verdes, enfim... Que acreditasse. Desde que não tentasse convencê-lo de suas crenças malucas...
E por que se preocupava com isso agora? Em breve não estariam mais ali para discutir crenças e milagres.
Padraic tomou uma decisão.
— Aos postos de batalha, homens! — gritou, para a tripulação. — E tentem parecer espertos!
— Vai lutar contra eles?
— O que espera que eu faça? Sabe o que nos espera se formos capturados.
— Sim, eu sei, mas estou pensando em Alison e... Deus, daria tudo para ser como você agora. Tão destemido...
Padraic sabia que o amigo o julgava inconsequente, um simples amante da aventura. Discutiram várias vezes por isso, e a discussão ganhara intensidade depois de Coyle ter se casado com a bela jovem irlandesa chamada Alison Regis.
Coyle tornara-se mais cauteloso.
Quanto a Padraic, cautela era uma palavra que não fazia parte de seu vocabulário. Não era amante do perigo, longe disso, mas, em alguns momentos, era preciso
enfrentá-lo sem pensar nas eventuais consequências.
Infelizmente, dessa vez não tinham escolha.
— Coyle, vamos ter de... Coyle? Coyle!
O amigo estava de costas para ele, olhando para algum ponto no horizonte.
— O que falávamos há pouco sobre um milagre, Paddy?
— Dizíamos que...— Padraic parou, olhando por cima do sócio. Um sorriso iluminou seu rosto moreno.
— Baixem as velas e preparem-se para a abordagem — gritou alguém da outra embarcação.
A escuna britânica estava muito próxima do The Rebel's Pride, mas Padraic tinha os olhos azuis muito brilhantes.
— Ponha essa sua língua de advogado para funcionar, meu caro. Comece a falar. Faça-os pensar que vamos nos render, mas tente obter condições vantajosas para nós.

14 de janeiro de 2010

Na Cama Do Duque

Série Irmãs Cameron
Escócia, 1807 

Um escândalo levou uma dama recatada aonde ela menos esperava ir... 


O atormentado viajante que Charlotte encontrou numa noite chuvosa era o último homem a quem ela pensaria em oferecer carona em sua carruagem! 

Phillip Maddox, o infame duque de Colster, instigou a revolta da sociedade londrina contra Charlotte, só porque ela persuadiu a irmã a não se casar com ele. 
E agora, aquele nobre sedutor e atrevido, responsável por sua ruína social, estava ali, sentado a seu lado, perto o suficiente para beijá-la... 
A antipatia de Charlotte por Phillip era recíproca, embora em outras circunstâncias ele tivesse adorado apelar para seu charme sensual e conquistar aquela jovem encantadora. 
Um perigo mortal, porém, aguardava Phillip e Charlotte naquela viagem relutantemente compartilhada. 
Mas poderia uma paixão indesejada e nascida em meio a uma calamidade apagar um passado doloroso e conduzir dois inimigos declarados ao mais inesperado dos destinos?... 

Capítulo Um 


Londres, 1807 

A multidão, que lotava o Parlamento, recuou um passo, para dar passagem a Phillip Maddox, o duque de Colster, homem de poder invejável. 
Ele caminhava garboso e indiferente aos olhares curiosos daqueles que, por certo, assim que passasse, murmurariam entre si os mais picantes comentários a respeito do recente escândalo que atingira a reputação do duque. 
De fato, a maneira como Miranda Cameron havia rompido o noivado em plena festa e fugido com o amante o humilhara. 
Sem falar do desafio público feito por Charlotte, uma mulher sem princípios, que seria sua cunhada. 
O que tinha acontecido oito meses antes era problema particular do nobre, mas a sociedade não lhe permitia esquecer. 
A proposta de casamento feita a Miranda Cameron surpreendera a todos. 
Afinal, o duque havia jurado não se casar outra vez, desde a morte da esposa Elizabeth, ao dar à luz o primeiro filho que nascera sem vida. 
O povo tinha imaginado que a beleza da moça fosse o motivo da repentina decisão. 
Mas não o era. Phillip vira em Miranda uma semelhança muito grande com a falecida es-posa, e, de forma inconsciente, havia fantasiado uma vida como a que tivera com Elizabeth. 
E esse fora o maior erro de sua vida. 
Desde o acontecido, o nobre retomou a decisão de permanecer viúvo, apesar dos constantes arranjos das casamenteiras que minavam a sociedade londrina. 
Phillip não se importava mais com o título nem se preocupava em gerar um herdeiro. 
Caso algo lhe acontecesse, o primo o sucederia. 
E, pelo que conhecia dele, daria um excelente duque. 
Pensando por esse prisma, Phillip conseguira manter a paz de espírito que tanto almejava desde a perda da esposa. 
Assim, havia decidido sua vida de maneira definitiva. 
— Espere, Colster. — A voz de Heaton soou às costas do duque. Phillip estacou. Conhecia Heaton desde os tempos de colégio e o considerava um bom amigo. 
Os pais de ambos eram inseparáveis e realizaram juntos numerosas missões diplomáticas. 
Além da amizade, também o considerava inteligente. 
Valorizava seus conselhos quando atuava na Casa dos Lordes. — Como está, Vossa Alteza? 
— Muito bem, Heaton — respondeu Phillip, gesticulando para que o amigo o acompanhasse. 
— Minha carruagem está logo à porta. Posso oferecer-lhe condução? 
— Aceito a gentileza. A minha ficou no clube. Não quer juntar-se a nós? 
— Adoraria. Mas, no momento, tenho outros planos — desculpou-se Phillip. O olhar de Heaton revelava que sabia a verdade por trás da recusa. 
— Tem medo de conhecer alguém que possa interessá-lo? 
— Não. Heaton ergueu as sobrancelhas. 
— Cuidado para não se tornar um eremita. A observação trouxe desconforto a Phillip, que não poderia negar a verdade. 
Porém, disfarçou, mudando de assunto: 
— O que acha de... Heaton o interrompeu com um leve cutucão no braço. 
— Droga! Lá está Monarch! 

Série Irmãs Cameron
1 - Não Digitalizado
2 - Não Digitalizado
3 - Na Cama do Duque
4 - Não Digitalizado
5 - Não Digitalizado

13 de janeiro de 2010

Beijar na Escuridão

Série De Piaget
Jason de Artane tem seu coração empenhado em uma nobre busca, mas seus planos trocam quando se encontra com uma misteriosa donzela que se oculta atrás do marco de sua tapeçaria... 
Que consegue conquistar seu coração.

Capítulo Um

Diz-se que nos aposentos das mulheres é onde se decide o curso das guerras e o destino dos países.
Também se diz que isto vem determinado pelo modo dos homens e como atuam na cama de uma mulher.
Lianna de Grasleigh suspeitava que uma mulher houvesse dito a primeira sentença e um homem a segunda já que, certamente, nenhum dos homens que conhecia teria concedido que uma mulher tivesse a inteligência suficiente para determinar o destino do reino.
Mas se qualquer homem tivesse ouvido os planos e projetos que se faziam ao redor dela, pode que tivesse trocado de opinião. Como mínimo se se pôs a tremer pelo destino de sua pobre alma.
—Atem — sugeria uma das mulheres.
—Não, seduzam — dizia uma segunda.
—Façam que se passe de goles, seduzam e logo retenham - disse a terceira. Então tragou saliva surpreendida, como se essa idéia fosse muito atrevida para expressá-la em voz alta.
Lianna deixou que a fumaça da turfa, o perfume dos azeites e as artimanhas fluíram sobre ela. Não tinha estômago para unir-se à conversação, até se as damas detrás dela o tivessem permitido.
Embora fosse um membro da corte por ordem do rei, não tinha sido aceita entre eles. Ao princípio, isso a tinha preocupado, mas já se acostumou.
Além disso, era melhor que se mantivesse ocupada com o assunto entre mãos. Que a tapeçaria da corte se tecesse sem que seu solitário fio o atravessasse. Tinha uma tapeçaria própria de que ocupar-se.
Inclinou o bastidor para apanhar melhor o último raio de sol que se atrevia a entrar corajosamente na estadia, desafiando os grossos muros.
Para conseguir ver bem seu trabalho tivesse tido que voltar o rosto para as mulheres que se encontravam atrás dela, mas não podia fazê-lo.
De modo que se sentou de costas a elas e as arrumou com menos luz da necessária.
Igual ao tinha feito muitas vezes ao longo de sua vida.


Série de Piaget
1 - Amor, Paixão e Promessas
2 - Se Fosses Minha
3 - Entre Dois Mundos
4 - Quando Me Apaixonei
5 - O Presente dos Natais Passados
6 - One Enchanted Evening
7 - Tudo Que Peço
8 - O Cavaleiro dos Meus Sonhos
9 - Para Sempre Jamais
10 - Beijar na Escuridão
11 - Stardust of Yesterday
12 - Till There Was You
13 - One Magic Moment
14 - All for You
15 - Dreams of Lilacs
16 - Stars in Your Eyes

Para Sempre Jamais

Série De Piaget
Prólogo

Refletindo a luz do fogo da lareira, a dourada e cordial bebida caiu em brilhantes e dançarinas gotas nas taças que a aguardavam.
Cada taça foi devidamente agitada e o líquido devidamente admirado e inalado por narinas peritas a esse tipo de trabalho.
Mãos experientes levaram as taças aos lábios para consumir confidencialmente seu conteúdo com toda a esperança de um saudável arroto e de golpes na mesa para manifestar a avaliação.
Desta vez, os golpes na mesa após a degustação indicaram menos apreciação que em outras ocasiões.
- Pelo fogo do inferno, Magda! - gritou uma das provadoras, cuspindo a bebida no chão e inspirando baforadas de ar.
Magda, mulher de avançada idade, de cabelos brancos e rosto doce, que ainda não havia tragado a cerveja enriquecida com ervas, reteve-a em sua boca, com os olhos aumentados.
- Diga-lhe Berengaria! - disse a outra, olhando a terceira ocupante do quarto. Diga que jamais conseguirá preparar uma poção decente.
Berengaria serviu-se de um pouco de vinho para tirar o mau sabor da bebida, mas se absteve de criticá-la.
- Só falta adoçá-la um pouco, Nemain.
- Não há abelha neste lado do inferno que possa fazer um mel capaz de converter isto em algo potável - grunhiu Nemain. Voltou sua atenção à desventurada fabricante da beberagem. Engula isso, monja tola.
Magda aumentou ainda mais os olhos.
Nemain, que não era dada a empregar palavras quando era mais efetivo atuar, apertou-lhe o nariz.
E apertou com mais vigor que o que teria sido necessário, observou Berengaria, mas o apertão conseguiu o efeito desejado; Magda engoliu, desesperou-se e tossiu, jogando um pouco de porção sobre o vestido de Nemain.
Ah, bom, haveria represálias dignas do inferno.


Série de Piaget
1 - Amor, Paixão e Promessas
2 - Se Fosses Minha
3 - Entre Dois Mundos
4 - Quando Me Apaixonei
5 - O Presente dos Natais Passados
6 - One Enchanted Evening
7 - Tudo Que Peço
8 - O Cavaleiro dos Meus Sonhos
9 - Para Sempre Jamais
10 - Beijar na Escuridão
11 - Stardust of Yesterday
12 - Till There Was You
13 - One Magic Moment
14 - All for You
15 - Dreams of Lilacs
16 - Stars in Your Eyes