13 de agosto de 2010

Série Família Griffin

1 - MARIDO POR ENCOMENDA



A espera de um marido sedutor....

Eleanor Griffin sabe que um dia terá de se casar, mas até que esse dia chegue, ela quer flertar e namorar, como qualquer outra jovem de sua idade.
Entretanto, temeroso de que a irmã se envolva em um escândalo, o duque de Melbourne pede a seu melhor amigo, Valentine, que fique de olho na espevitada Eleanor....
Não poderia existir, em toda Londres, um acompanhante menos qualificado do que Valentine Corbett, um homem tão libertino e devasso quanto bonito e atraente.
Um conquistador incorrigível...e por quem Eleanor é apaixonada desde desde menina! Mas quem diria que Valentine seria capaz de se comportar de maneira tão honrosa e respeitável, como um perfeito cavalheiro, apesar do brilho de desejo que ilumina seus olhos sedutores? E Eleonor precisa tomar cuidado, pois ela prometeu se casar imediatamente com o homem escolhido por seus irmãos, ao menor sinal de escândalo...

Capítulo Um

Valentine Corbett, o marquês de Deverill, tomou um gole de uísque.
— Vamos ter encrenca, Lydia — ele murmurou.
— Não por parte de meu marido, suponho. — Lady Franch levantou a cabeça, interrompendo o que fazia naquele momento.
— Não, seu marido continua ocupado com Geneviève DuMer.
— Safado. — Lady Franch abaixou a cabeça novamente. Depois, olhou, curiosa, para o marquês.
— A que está se referindo, Valentine?
— John Priestley está colocando um bracelete de pérolas no pulso de Eleanor Griffin. — o marquês afastou mais a cortina, por onde podia ver o que acontecia no salão. — Os dois estão parados na frente de todos, incluindo os três irmãos de lady Griffin. Duvido muito que o duque de Melbourne aprove que a irmã aceite presentes de um cavalheiro em público, principalmente de um idiota que não pode nem ser considerado um pretendente à mão de Eleanor.
— Está mais interessado no que acontece no salão do que em mim? — lady Franch reclamou. — Não mais o satisfaço, Valentine?
O marquês suspirou. Mesmo excitado, nunca perdia o controle das emoções.Nem mesmo fechava os olhos quando uma mulher o estimulava sexualmente, por mais que tal atitude lhe desse prazer.
Lydia se recompôs e aceitou o copo de uísque que o amante estendia.
Valentine voltou a atenção ao que acontecia no salão.
— Acredito que seu marido possa estar procurando a esposa.
— Oh, sim, mas, já que ele não enxerga bem, não precisamos nos preocupar. Oh, querido, estarei na festa dos Beckwith na quinta-feira. — Lady Franch ajeitou o vestido. — E eles têm um jardim tropical adorável.
— E com muito pouca iluminação, pelo que ouvi dizer. — Dando um passo para o lado, Valentine permitiu que lady Franch retornasse ao salão primeiro.
Encostou-se na parede por um momento, ainda observando o que atraíra sua atenção havia pouco.
Eleanor Griffin era uma tola. Não apenas continuava com o bracelete em seu pulso, como parecia encorajar o rapaz, rindo com o que ele dizia.
Valentine deu uma olhada para o lado, localizando o irmão mais velho de Eleanor. Sebastian, o duque de Melbourne, continuava a conversar com lorde Tomlin, mas Deverill o conhecia o suficiente para saber que não estava satisfeito.
Talvez a noite ainda oferecesse alguns momentos interessantes.
— Ele é um louco!



2 - COMO FISGAR UM MARIDO


Infalível sedução!

Para Zachary Griffin, nada pode ser mais interessante do que ensinar às lindas irmãs Witfeld algumas técnicas especiais para conquistar o coração de um homem e levá-lo ao altar...
Além disso, instigar a encantadora Caroline à tentação será incrivelmente delicioso!
Caroline é mais inteligente e a menos fútil das irmãs, mas Zachary ainda não se deu conta de que os insistentes olhares dela nada têm a ver com atração e sim com a oportunidade de ser admitida num ateliê de arte. Se ela conseguir retratar na tela aquele rosto másculo, aquela expressão aristocrática e aqueles ombros fortes, talvez seu sonho se torne realidade. Caroline, porém, logo começa a ter outro tipo de sonho...Um comportamento não muito apropriado para uma dama dedicada à sua arte...a menos que ela se dedique a amar!

Capítulo Um

— Por Deus, depressa com isso — murmurou para si lorde Zachary Griffin um segundo antes de, sem tirar os olhos do par que rodopiava pelo recinto, servir-se de uma taça de clarete da bandeja que o criado lhe oferecia.
Embora outros trinta casais dançassem no salão de baile de Tamberlake, era como se Zachary não os visse.
Assim como também mal reparava no grupinho de jovens que, coladas à parede, vinham se aproximando dele aos pouquinhos.
Em circunstâncias normais, dançar com mocinhas encantadoras seria a ordem do dia num evento como aquele. Nessa noite, porém, a prioridade era outra.
Dançar ficaria para mais tarde.
Do outro lado do salão, seus irmãos mais velhos, Sebastian, o duque de Melbourne, e Charlemagne, também haviam declinado da valsa.
Ambos conversavam com lorde Harvey, certamente finalizando as negociações que visavam à aquisição da participação do visconde na empresa de navegação marítima da família. Mas, por mais que desejasse que tudo corresse bem, só de imaginar o emaranhado de cifras e percentagens típicas de uma transação como aquela, Zachary já sentia dor de cabeça.
A valsa afinal chegou ao fim.
A maioria dos dançarinos retornou para junto de seus acompanhantes ou se encaminhou para a mesa de petiscos, e o par em que ele havia grudado os olhos só foi se separar diante das taças de creme de chocolate.
Após uma última espiadela nos irmãos, Zachary se aproximou da mesa e, colocando a mão sobre o ombro agasalhado pelo vistoso uniforme vermelho do cavalheiro, observou:
— É uma satisfação saber que o senhor ainda se encontra em Londres, major.
Virando-se para ele, John Tracey o cumprimentou:
— Zachary. — Então lhe estendeu a mão.
— O senhor me parece muito bem. — Zachary apertou a mão dele com força.
— E por que motivo não haveria de estar? Isto é, tirando o fato de sua irmã ter decidido que não queria casar-se comigo.
— Ninguém contava com aquele imprevisto. — Zachary sentiu o sorriso murchar.
Praga de Eleanor. Ele já tinha complicações de sobra naquela noite. — À exceção de Melbourne, talvez. Parece que ele sempre sabe de tudo.
— Nesse caso, seu irmão bem que podia ter me avisado de que lady Eleanor pretendia casar-se com o marquês de Deverill antes de me perguntar se eu gostaria de me unir à família.



3 - A PRINCESA INDIANA



Londres, Século XIX
Desejo à primeira vista!
Ela era uma visão, uma princesa exótica que flutuava pelo salão de baile, evocando imagens de noites quentes e lençóis de seda, e Charlemagne Griffin sentiu como se tivesse sido atingido por um raio, e... Bem, ficou muito interessado. A dama não se enquadrava nos parâmetros exigidos pela aristocracia inglesa, como ele logo descobriu, mas seu rosto de beleza incomum e seu corpo tentador compensavam essa falha. E antes que se desse conta, Charlemagne começou a se vangloriar de um negócio que pretendia fechar, apenas para impressionar aquela jovem encantadora...
Sarala Carlisle podia parecer ingênua, porém, tarde demais, Charlemagne descobriu que ela encobria uma inteligência aguçada e uma intuição infalível... e que lhe passara a perna! Entretanto, tratava-se de um jogo para dois participantes, e uma das muitas habilidades de Charlemagne era a arte da sedução. Naquele duelo, porém, a única coisa que estava em risco ea o coração do perdedor...

Capitulo 01

Caine! Onde estão minhas botas? Charlemagne Griffin se inclinou para olhar debaixo da cama, afastando para longe os cobertores. Seus dedos encontraram apenas um livro.
— Logo estarão aqui, milorde — respondeu o valete com seu animado sotaque irlandês, ficando horrorizado ao ver o amo de cócoras, procurando debaixo da cama. — Foi difícil limpar a lama, depois de sua viagem a Tatterswall.
Charlemagne endireitou o corpo, retirou com a mão o pó das calças, e examinou o livro que pegara sob a cama. Cem Dias em Roma. Então fora lá que deixara, pensou.
— Vá dizer para os outros se apressarem — murmurou, distraído, sentando na beira do colchão e abrindo o volume. — Não quero ser motivo de chacota por não me vestir mais depressa que uma mulher.
— Já estou indo.
Uma batida na porta do quarto fez Charlemagne parar de folhear o livro, justamente no trigésimo sétimo dia da aventura em Roma.
— Entre.
Era seu irmão mais novo, Zachary.
— Não pode ir a uma festa só de meias, Shay.
— Obrigado — replicou Charlemagne com ironia. — Seria uma nulidade social se não fosse por você e seus conselhos.
— Ainda bem que reconhece isso... Dizem que esteve ocupado, hoje.
— Já soube que comprei o cavalo de Dooley?
— Encontrei Dooley no White's, e ele estava quase chorando por ter vendido o animal tão barato. Então adivinhei que fora você o comprador.
Charlemagne sorriu.
— Foi, de fato, um bom negócio.
— Conte-me seu segredo, Shay! Usa magia negra para enfeitiçar as pessoas? Não posso pensar em outra coisa quando vejo homens inteligentes e de bom senso vendendo a lua para você por quase nada.
— Não saberia o que fazer com a lua.
O valete bateu à porta, de modo discreto, e entrou.
— Suas botas, milorde. Ficaram novas.
Enquanto Caine o ajudava a calçá-las, Charlemagne riu.
— Já que perguntou, Zach, o segredo é paciência e espírito de observação. Um cavalo de raça, como o que comprei, de nada serve para seu dono se este não tem dinheiro nem para pagar as despesas de casa.
— Isso parece um tanto frio e desumano.
— Por isso chamamos de negócios e não de prazer. — Charlemagne se levantou. — Além disso, o cavalo de Dooley era meu único objetivo de hoje.
— Pelo amor de Deus! — exclamou Zachary, rumando para a porta. — Vamos para uma festa. Espero não estar olhando para uma série de convidados que meu irmão "levou na conversa" pela manhã...
Charlemagne balançou a cabeça. Não sabia como seu irmão caçula chegara a se casar diante da aversão que sentia pelos negócios. Afinal, casamento era um negócio também.
— Sei que os detalhes estratégicos do comércio não lhe agradam, Zach.
— É verdade. Converse sobre isso com alguém mais versado no assunto.
— O fato de não lidar com esses assuntos não tira sua esperteza.
Ouviram o rumor de passos nas escadas, o que indicava que o restante do clã dos Griffin chegara. No último ano, a família recebera dois novos membros: o marido de Eleanor, Valentine Corbett, marquês de Deverill, e a esposa de Zachary, Caroline. Por mais que amasse seus irmãos, às vezes Charlemagne não aguentava o barulho que faziam.
— Shay — disse Eleanor, quando o viu descer.
— Está linda, Neil; e você também, Caroline.
O olhar de Charlemagne encontrou Sebastian, duque de Melbourne, seu irmão mais velho. Sebastian era o único que compartilhava seu gosto pelos negócios.
— Como foi sua reunião com Liverpool?
— Promissora — respondeu o duque. — Creio que começa a perceber que o orgulho não é motivo para não comerciar com as colônias.
— Talvez orgulho não seja uma razão, mas falta de imaginação, sim; e esta é ainda mais difícil de vencer — ponderou Charlemagne.
— Concordo. E como foi o seu dia?
Zachary surgiu por trás dele e bateu em seu ombro.
— Fez Dooley chorar.
Apesar de a compra do cavalo ter sido excelente, Charlemagne tivera outro encontro naquela manhã, que lhe parecia muito mais interessante e com grandes possibilidades.
— Dooley não precisava aceitar minha oferta. Quanto à minha conversa com...
— Valentine já lhe contou as novidades? — interrompeu Sebastian. 


4 - O ESCÂNDALO DA PRINCESA



Inglaterra, 1813.

Pecados de um duque...
Sebastian Griffin, o Duque de Melbourne, criou os irmãos mais novos, educou-os muito bem e cuidou para que os três fizessem um bom casamento.
Considerado o homem mais poderoso da Inglaterra, Sebastian tem uma reputação impecável, de homem íntegro, que nunca se envolveu em escândalos. Até agora.
Josefina Katarina Embry é uma jovem belíssima, que afirma ser a princesa de um país longínquo. Enquanto ela deslumbra a alta sociedade com sua graça e encantos, Sebastian desconfia de que ela está tramando alguma coisa e decide desmascará-la... Sem imaginar que iria se sentir irresistivelmente atraído pela sensualidade de Josefina e por seus beijos apaixonados.
Ele sabe que um caso amoroso entre ambos provocará um escândalo, mas o homem mais poderoso da Inglaterra arriscará sua reputação por uma suposta princesa, ou permitirá que o mais pecaminoso desejo governe seu coração?

Capítulo Um

Junho de 1813.
A julgar pelo semblante dos soldados da Guarda Montada, alguém planejava algum banho de sangue... Após praguejar baixinho, Sebastian Griffin, duque de Melbourne, incitou o cavalo e, deixando o pelotão para trás, foi chegar a seu destino meio quilômetro à frente dos militares. O tempo urgia, e tempo era algo que ele não tinha para desperdiçar.
Alheio aos irmãos e ao cunhado que vinham no seu encalço, Sebastian saltou para o chão assim que o cavalo estacou para ir bradar diante da alvoroçada multidão:
— Quem está no comando aqui?
— Eu. — O sujeito atarracado em vestes surradas, como a maioria dos lavradores e demais trabalhadores reunidos ali, abriu espaço por entre os companheiros para puxar Sebastian de lado. — O que deseja, rapaz?
Rapaz. Ninguém falava assim com ele havia dezessete anos, ocasião em que herdara o ducado.
— Quero saber por que acham que pôr abaixo os portões de Carlton House irá trazer comida ou simpatia à causa de vocês. — Sebastian virou-se para seu secretário. — Compre tudo o que houver de alimentos no mercado da Piccadilly e mande entregar na Abadia de Westminster.
— Pois não, Vossa Graça. — Com isso, Rivers fez o cavalo dar meia-volta. — Vá com ele, Jennings. Também quero cobertores e roupas para quem estiver precisando.
— Sim, Vossa Graça.
— Então acha que bastam um pedaço de pão e uma camisa para nos mandar embora daqui?
— o líder da revolta interpelou Sebastian. — Ora, isso não...
— Vocês são em quantos, uns trezentos? — Sem esperar pela resposta, passou os olhos pelos rostos sujos e famintos da aglomeração às costas do grandalhão. — Vá para Westminster; vou encontrá-lo lá, e então discutiremos formas de manter sua gente em condições decentes até o replantio das lavouras e a melhora do sistema de irrigação.
— Mas nós...
— Insistir na ameaça à residência do príncipe regente só irá fazer com que ele se veja obrigado a chamar soldados para defendê-lo. De mais a mais, há crianças por aqui; não é justo colocá-las em perigo.
— Ainda não sei qual é o seu nome, sr... Vossa Graça. Nem se devo confiar num aristocrata.
— Sou o duque de Melbourne; se já ouviu falar de mim, você sabe que não volto atrás no que digo.


Série Família Griffin
1 - Marido por Encomenda
2 - Como Fisgar um Marido
3 - A Princesa Indiana
4 - O Escândalo da Princesa

Série Concluída

Um Cavalheiro Perigoso

Série Libertinos da Regent Street

Depois de provocar a morte de seu primo em um duelo, Adrian Spence volta a mansão Keeling em busca de um pouco de paz. 

Em vez de encontrar conforto, o Jovem aristocrata é deserdado pelo pai, em favor de seu irmão caçula. 
Cheio de dor e raiva, o aristocrata descobre a intenção de seu irmão de se casar com Lady Lilliana Dashell. Adrian, para vingar-se, decide comparecer perante a família da menina com uma proposta de casamento impossível de se recusar. 
Com a vingança consumada, Lord Albright se sente vitorioso. Mas ele não poderia estar mais enganado... Liliana não é qualquer mulher. E pela primeira vez o orgulhoso cavalheiro saberá o que é sentir... o verdadeiro amor.

Capítulo Um

Dunwoody, sul da Inglaterra, 1834
Phillip Rothembow já não pertencia a este mundo.
Nenhum dos reunidos ao redor da tumba teria imaginado que sua morte fosse ocorrer dessa maneira, embora entre eles sim havia quem tivesse apostado que não chegaria aos trinta e três anos. Mas jamais sonharam que morreria pela mão de seu próprio primo. E todos estavam de acordo (e com bastante firmeza, diante do juiz de paz) que Adrian Spence, conde do Albright, não teve outra alternativa, ou matava ou morria.
Em todo caso, alguns dos participantes alegaram (no pub, antes do serviço fúnebre) que Albright poderia ter evitado o enfrentamento se não houvesse dito a Rothembow que deixasse de fazer trapaças no jogo. Claro que ninguém podia discutir que as trapaças de Rothembow eram algo normal, nem que Albright tinha tido paciência de santo ao longo dos anos. Mas poderia ter pensado duas vezes antes de acusar a seu primo em uma sala cheia de gente.
Esse parecer foi rebatido pelo outro insistentemente, de que Rothembow estava fazendo trapaças com tanto descaramento que era evidente que buscava chamar atenção. uns quantos alegaram que Rothembow estava muito bêbado para saber o que fazia, o que foi provado pelo fato de ter chamado Albright de covarde. De todos os homens, o conde do Albright era o último a quem podiam chamar de covarde, e além disso, o que poderia ter feito Albright? Dificilmente um homem deixa que se insulte sua pessoa sem vingar sua honra. Nenhum dos participantes podia culpar ao Albright por aceitar a provocação a duelo do bêbado Rothembow.
Tampouco nenhum podia acreditar que os dois homens tivessem seguido até o fim. Assim, a opinião coletiva era que, à margem dos motivos que levaram ao Rothembow e Albright a enfrentar-se no campo de trigo, este último não teve alternativa. E sim que fez o honroso disparando ao ar; Rothembow, que seguia bêbado perdido essa manhã, respondeu lhe disparando ao corpo (falta tão enorme que os homens se estremeciam cada vez que o recordavam) e errou o tiro. Entretanto, isso não foi nada comparado com o que fez depois, e os participantes tinham as mesmas opiniões a respeito da culpabilidade de lorde Fitzhugh.
Tendo comprado recentemente uma formosa pistola alemã de dois canhões com incrustações de madrepérola, lorde Fitzhugh sentiu a necessidade de levá-la em sua nova capa de pele durante todo o fim de semana, não tinha como saber que seu grupo seria atacado por ladrões ou outro tipo de foragidos. Tão crédulo se sentia com sua nova pistola que adquiriu o costume de levar a capa amassada de modo que a arma ficasse à vista. E assim era como a levava quando Rothembow a tirou da capa; agarrou a pistola, preparada para qualquer emergência, naturalmente, e disparou pela segunda vez em Albright, com a clara intenção de matá-lo. 
Albright teve que defender-se, e muitos estavam de acordo em que foi um condenado milagre que alcançasse a tirar sua pistola e disparar antes que seu primo o abatesse com um terceiro disparo. Fitzhugh foi o descuidado e Rothembow o covarde, embora um do grupo fez notar que a loucura refletida nos olhos do Rothembow sugeria que talvez fosse mais que covarde.
Isso deu pé a outras alegações por escrito a respeito das intenções de Rothembow o que teria levado que Albright o matasse. Não era nenhum segredo no grupo que Rothembow estava até o pescoço de dívidas, tendo dilapidado sua fortuna e sua vida entre o excesso de álcool e as mulheres de Lady Farantino. Dava a impressão de estar empenhado em sua própria destruição. em que pese a isso, para eles era inconcebível que um homem estivesse tão desesperado por acabar com sua vida que recorresse a medidas tão extremas. Inconcebível, mas pelo visto, possível.
Nesse momento, junto à tumba, todos os que tinham ido presenciar o incrível final de sua partida de caça no campo observavam dissimuladamente Albright e a seus amigos por debaixo das asas de seus chapéus, enquanto o padre recitava monotonamente: «Conhece nesta morte a luz de nosso Senhor...

Série Libertinos da Regent Street
1 - Um Cavalheiro Perigoso
2 - Cláudia, Destino Insólito

Lorde Pirata

Trilogia dos Lordes

Uma grande oportunidade.

Um carregamento de mulheres... para ser conquistadas! 
O Capitão Gideon Horn não podia estar mais encantado.
Seus homens estavam cansados de vagar por alto mar e queriam estabelecer-se na paradisíaca ilha que tinham descoberto. 
Mas, para isso, não tinha mais remédio precisava encontrar companheiras que compartilhassem sua vida. E as mulheres tinham que sentir-se agradecidas por terem sido resgatadas de uma vida de escravidão em Nova Gales do Sul... Deus, ele era tão sagaz! Uma Paixão inigualável. Casar-se?! Com piratas?! Sarah Willis não podia estar mais horrorizada. Primeiro exigiu ser devidamente cortejada, ao menos durante um mês. Então, o misterioso e atraente Cavalheiro Pirata concedeu-lhe duas semanas.  Depois, Sarah insistiu em que os homens desalojassem as cabanas para ceder-lhe às mulheres... e Gideon voltou a lhe conceder seu desejo mas, em troca, reclamou seus beijos. E, enquanto suas discussões iam subindo de tom, também o faziam suas paixões... e logo Sarah não pôde recordar por que lutava tão ferozmente com o diabólicamente sedutor pirata...

Capítulo Um

Londres, Janeiro de 1818

Nos seus vinte e três anos, a menina Sara Willis já tinha passado por bastantes momentos desagradáveis na sua vida. Como quando na tenra idade de sete anos a sua mãe a apanhara  roubando bolachas na imponente cozinha de Blackmore Hall, ou quando pouco depois, sua mãe desposara o seu padrasto, o já falecido conde de Blackmore, caiu dentro da fonte. Ou quando no baile do ano anterior apresentou a duquesa de Merrington à amante do duque se sem dar conta disso.
Mas nenhuma dessas ocasiões se podia comparar com a que estava para viver naquele momento: a ser fisicamente agredida pelo seu irmão, quando saía da prisão de Newgate na companhia do Comité de Senhoras. Jordan Willis, o novo conde de Blackmore, visconde de Thornworth e barão de Ashley, não era da espécie de individuo capaz de esconder o seu mau humor quando não concordava com alguma coisa, assim como um grande numero de membros do Parlamento tinham podido sentir na pele. E agora tinha tomado a liberdade de vir buscar em pessoas, mostrando uma rudeza brutal, empurrando-a para a carruagem da família Blackmore como se fosse uma simples criança.
Sara conseguia ouvir as gargalhadas entre cortadas das suas amigas enquanto Jordan abria bruscamente a porta da carruagem e a cravejava com um olhar inflexível.
— Entra na carruagem, Sara.
— Jordan, sinceramente, não é necessário recorrer a esses modos tão pouco elegantes.
— Imediatamente!
Engolindo o orgulho e a vergonha, Sara entrou na majestosa carruagem com tanta dignidade como pode. Ele entrou atrás dela, fechou a porta com um puxão seco, e depois desmoronou no banco à frente de Sara com tanta força que a carruagem oscilou energicamente
Enquanto dava ordens ao cocheiro para que se pusesse em marcha, ela olhou para as suas amigas através da janela como se pretendesse pedir desculpas. Supunha-se que teria que ir com elas tomar chá na casa da senhora Fry, mas naturalmente já tinham percebido que isso não seria possível.
— Por amor de Deus, Sara. Deixa de olhar para as tuas amigas com essa cara de tristeza e olhe para mim!
Acomodando o seu frágil corpo nos almofadões de Damasco, Sara desviou o olhar e olhou para o irmão. Abriu a boca para reprovar a sua conduta execrável, mas fechou-a quando reparou no rosto franzido tão ameaçador. Apesar de estar habituada ao terrível gênio de Jordan, não gostava de ser a parte receptora. Praticamente, toda a sociedade londrina concordava com ela nesta questão, já que quando Jordan se aborrecia, conseguia ser realmente abominável.
— Diga, Sara, que aspecto tenho hoje? — rugiu ele.

Trilogia dos Lordes
1 - Lorde Pirata
2 - Lorde Proibido
3 - O Lorde Perigoso
Trilogia Concluída

Um Natal Inesquecível

Série Wallflowers

Era uma vez quatro meninas que sempre se sentava em um canto de cada dança, celebração e recepções em cada temporada de Londres. 
Esperando noite após noite em uma fileira de cadeiras, vasos, eventualmente, começaram a conversar. 
Elas descobriram que apesar de competir pelo mesmo grupo de cavaleiros, elas poderiam amigas em vez de rivais. 
Além disso, elas realmente gostaram-se. 
Decidiram, então, se unirem para encontrar maridos, começando com a mais velha, Anabelle, até atingir a mais nova Daisy. 
Anabelle, era sem dúvida a mais bonita, mas não tinha um centavo, colocando-a em grande desvantagem em comparação com outras senhoritas. 
Embora os solteiros em Londres, na esperança de encontrar uma namorada bonita, escolhia uma que tinha um grande dote. 
Evie era atraente de uma forma não convencional, com cabelos vermelhos e muitas muitas sardas. Era sabido que um dia ela iria herdar a fortuna de seu pai.
Comentário revisora Cee Austen: Este livro encerra a série Wallflowers (snif, snif), conta a história de Thomas Bowman irmão mais velho de duas das agora ex-Wallflowers (floreios) e da dama de companhia Hannah Appleton. Apesar de ser um livro curto dá alguma atenção, mas não muita, ao “Happy ever after” (Felizes para Sempre) dos outros livros da série e mostra um pouco da insegurança de Lillian Bowman no seu casamento com o Lord Westcliff e, também algo da vida de casado das outras ex-Wallflowers. Adorei a série e gosto muito da autora, pena que esta série termina aqui.

Capítulo Um

Londres -1845

- É oficial - Lillian, Lady Westcliff, disse com satisfação, deixando de lado a carta do seu irmão. - Rafe chegará em Londres em apenas duas semanas. - Olhou a Anabelle e Evie, que estavam sentadas no chão da sala de trabalho em um círculo enorme de veludo vermelho. Elas estavam reunidas na casa de Londres de Lillian, Marsden Terrace, para uma tarde de conversa e chá. Naquela época Anabelle e Evie estavam fazendo um tapete para a árvore, ou melhor, tentando salvar o tecido dos esforços anteriores de Lillian. Evie estava soltando as costuras de uma peça de brocado que foi costurada torta de um lado, enquanto Anabelle estava ocupada cortando um novo pedaço de tecido para costurá-lo. A única coisa que faltava era Daisy, a irmã mais nova de Lillian, que vivia em Bristol com seu novo marido. Annabelle estava ansiosa para ver Daisy e saber como ela estava em seu recente casamento. Graças a Deus, todas estariam juntas cedo para passar o Natal em Hampshire.
- Você acha que seu irmão vai ter dificuldade em convencer Lady Natalie se casar com ele? - Annabelle perguntou, franzindo a testa enquanto ele estava com uma mancha negra no tecido.
- Ah, com certeza, - disse Lillian. - Ele é bonito, charmoso e muito rico. O que poderia se opor Lady Natalie, além do fato de que ele é americano?
- Bem, Daisy disse que era um libertino. E algumas mulheres jovens podiam não...
- Bobagem! - disse Lillian. - Rafe não é um libertino. Ah, teve suas aventuras, mas é um homem com sangue nas veias, não?
Annabelle olhou para ela com a dúvida. Embora irmã de Lillian, Daisy, era geralmente vista como uma sonhadora e uma romântica, tinha um olhar muito perspicaz que faziam as suas opiniões serem muito confiáveis.
– Ele bebe e joga? - Annabelle perguntou a Lillian.
- Às vezes.
– Comportar-se rudemente ou inapropriadamente?
- É um Bowman. Nós não sabemos como nos comportar de outra maneira.
– Persegue as mulheres?
- Claro!
– Alguma vez ele foi fiel a uma mulher? Alguma vez ele já se apaixonou? -  Lilian olhou para ela com uma careta.

Série Wallflowers
Série Concluída

Uma Nova Vida



O caminho para o coração de uma mulher…

América do Norte, 1880
Isabella McCree queria ser amada. Por isso, trocou a existência solitária no Leste pela vida numa cabana nas montanhas com um marido de encomenda e seus filhos. Mas conseguiria superar seus segredos e tornar-se uma esposa de verdade?
Dedicado à arte de criar quatro filhos e domar cavalos selvagens, Matt Prescott já não sabia como cortejar uma mulher. Muito menos alguém como Isabella, linda e tímida. 

No entanto, em seus olhos azul-esverdeados viu força e sofrimento e soube que, de algum modo, encontraria o caminho para o coração daquela mulher!

Capítulo Um

Divisa da Califórnia e Nevada, 1880
Quanto falta, cocheiro? — gritou Izzy pela janela da diligência postal, em meio ao barulho dos cascos e arreios dos ca­valos. O vento forte balançou-lhe o chapéu e o teria ar­rebatado, se ela não o segurasse com a mão.
— Meu nome é Boone, dona, já disse! E já estamos nas terras de Prescott!
— Já?
— Entramos a uns três quilômetros! Vai ver a casa da fazenda além da próxima colina!
Izzy acomodou-se de novo no assento duro e olhou pela janela. Quem teria imaginado? Todas aquelas terras per­tenciam a Matthew Prescott. Embora o território lhe pa­recesse ameaçador, com áreas rochosas alcançando picos cobertos de neve, estava impressionada. Seu futuro ma­rido possuía toda aquela imensidão. Levou as mãos ao rosto, de repente afogueado.
Apressada, abriu a sacola de viagem e tirou um par de sapatos. Por serem finos demais, carregara-os desde a Pensilvânia, ou seja, por quase cinco mil quilômetros. No trem. Numa série de diligências. Protegendo-os como a um tesouro. Seu vestido estava todo sujo e coberto de pó e seus cabelos sob o gorro, embaraçados, mas os sa­patos continuavam reluzentes.
Descalçou as botas gastas e enfiou-as na sacola. Então, deslizou os pés para dentro dos sapatos e amarrou-os com todo o cuidado, o tempo todo ensaiando as palavras de sua apresentação.
Isabella McCree. Membro da Primeira Congregação da Pensilvânia. Muito prazer em conhecê-lo.
Ao levantar o rosto, viu pela primeira vez a casa da fazenda.
Sentiu o coração afundar. Não passava de uma cabana tosca rodeada por várias construções igualmente precá­rias. Tudo parecia diminuído em contraste com os picos verdejantes da Sierra Nevada ao fundo.
Os cavalos forçavam os arreios na subida da colina. Quando o solo se nivelou, dispararam pela campina, detendo-se bruscamente diante da cabana.
— Chegamos, dona!
O cocheiro grisalho saltou para o chão e escancarou a porta da diligência.
Izzy estendeu-lhe a sacola antes de descer. Os sapatos novos eram desconfortáveis, mas, para seu prazer, pro­porcionavam um andar seguro e preciso. Dinheiro bem gasto, aparentemente.
— Não estou vendo ninguém, Boone. — Olhou apreensiva para a porta da cabana. — Será que o sr. Prescott saiu?
O cocheiro sorriu, exibindo dentes manchados de tabaco.
— Deve estar na lida. — Estendeu-lhe um maço de correspondências. — Já fazia uns seis meses que eu não passava por aqui. Ele vai gostar de receber isso… e tam­bém de vê-la, dona, claro.
Retomando seu assento, pegou as rédeas e, com um estalo de chicote, fez os cavalos puxarem a carruagem numa ampla curva. Dali a minutos, todo o conjunto desaparecia sob a linha das árvores.
Izzy olhou para a porta fechada. Por mais exausta que estivesse da viagem, não lhe parecia correto invadir a moradia de alguém. Continuava aguardando de pé, por­tanto, fitando as colinas distantes, a mão sobre os olhos contra o fraco sol de outono.
Minutos depois, uma figura a cavalo saiu galopando do bosque próximo, acompanhada de um cão de caça. Da di­reção oposta aproximava-se outro cavaleiro, atravessando um córrego, com vários outros cães de caça. Sob os raios do sol, a água esparramada formava um arco-íris ofuscante.
Antes que pudesse admirar a beleza da cena, porém, Izzy ouviu latidos e uma voz de criança às costas.
— Del, veja. É… uma moça.
Izzy deu meia-volta e viu três garotos de calças remen­dadas e camisas desbotadas com as mangas arregaçadas até os cotovelos. Todos tinham os cabelos desgrenhados cortados no mesmo estilo, à altura das orelhas, com franjinhas sobre as sobrancelhas. O mais novo era loirinho, o do meio, ruivo, e o mais alto, moreno. Salvo pelos cortes de cabelo e roupas maltrapilhas, as crianças não se pare­ciam muito entre si. Seriam os filhos de Matthew?
Os cães de caça já a cercavam, farejando-lhe os tornozelos e latindo tão alto que seria impossível fazer-se ouvir.
Não obstante, tentaria:
— Olá! Eu sou…

Escândalo na Primavera

Série Wallflowers

Daisy a mais nova e romântica das floreiros há finalmente sido entimada por seu pai, depois do casamento de sua filha maior com um conde Thomas Bowmam não quer que sua caçula se case com João ninguém, para isso lhe dá um ultimto. 
Ou arruma um marido em dois meses ou ele se casará com um homem que ele quer.Mathew Swift. 
Opior pesadelo da infância de Daisy, o jovem magricelo que tanto havia iritado a ela e a Lillian, ela não quer ouvir nem falar no assunto. 
E junto com suas amigas, eseus maridos, resolvem uma nova empreitada a caminho de achar à um lord há altura de Daisy, porém Daisy não contava com o fato de Mathew ter se tornado um homem extremamente atrativo e muito menos com a atração eu sente por ele. E agora?

Prólogo

—Tomei uma decisão sobre o futuro de Daisy—Thomas Bowman anunciou a sua esposa e filha—. Embora um Bowman nunca gosta de admitir a derrota, não podemos fazer caso omisso da realidade.
—Que realidade é essa, pai? —perguntou Daisy.
—Você não esta feita para a nobreza britânica —franziu o cenho, e acrescentou—, ou possivelmente a nobreza britânica não esta feita para ti. A rentabilidade de meu investimento na busca de marido para ti é má, sabe o que significa isso, Daisy?
—Que sou um  investimento que rendeu menos do esperado? —adivinhou.
A gente nunca suporia que Daisy era uma mulher de vinte e dois anos. Pequena, magra, e de cabelo escuro, ainda tinha a agilidade e a euforia de uma menina quando outras mulheres a sua idade já eram matronas jovens e sóbrias. Quando se sentava dobrando os joelhos, parecia uma boneca de porcelana abandonada na esquina do sofá. Incomodou ao senhor Bowman ver sua filha emprestar atenção ao livro em seu colo com um dedo entupido entre suas páginas. Obviamente logo que podia esperar a que ele terminasse para reatar a leitura
—Deixa isso.
—Sim, pai. —Sigilosamente, Daisy abriu o livro, para verificar o número da página e assinalá-lo, com o fim de continuar depois. Até esse pequeno gesto incomodava a seu pai. Livros, livros... A simples visão de um tinha chegado a representar o fracasso vergonhoso de sua filha no mercado matrimonial.
Enquanto fumava seu grande charuto, o senhor Bowman estava sentado em uma cadeira acolchoada no salão da suíte de hotel que tinham habitado durante mais de dois anos. Mercedes, sua  esposa se sentou como um fortificação magricela perto dele. Bowman era como a cerveja negra de barril, tão intenso em suas dimensões físicas como em seu temperamento. Embora era calvo, possuía um espesso bigode, como se toda a energia requerida por cabelo sobre sua cabeça para crescer, tivesse sido desviada a seu lábio superior.
Mercedes se uniu em matrimônio sendo uma jovem extraordinariamente esbelta e se tornou ainda mais esbelta através dos anos, da mesma maneira que uma pastilha de sabão que se vai gastando gradualmente. Seu cabelo negro e suave estava penteado sobriamente, as mangas de seu vestido se ajustavam a umas pulsos tão diminutas que o senhor Bowman poderia romper as da mesma maneira que galhos de abduz. Inclusive quando estava perfeitamente sentada, como agora, Mercedes transmitia uma energia nervosa.
Bowman nunca tinha lamentado escolher a Mercedes como esposa, sua dura ambição correspondia perfeitamente com a sua. Era uma mulher implacável, de instintos afiados, lutando sempre por ter um lugar para os Bowman na sociedade. Foi Mercedes quem tinha insistido em que, devido a que não podiam ser aceitos na alta sociedade de Nova Iorque, trouxessem para as meninas a Inglaterra. “Procuraremos pretendentes com um titulo”, havia dito com determinação. E sem dúvida, tinham tido êxito com sua filha maior Lillian.
Lillian as tinha arrumado para agarrar o prêmio maior de todos, lorde Westcliff, cujo pedigree era ouro puro. O conde tinha sido uma aquisição segura para a família. Mas agora Bowman estava impaciente por retornar a América. Se Daisy fora a conseguir um marido com titulo o teria feito já. Era tempo de cortar suas perdas.
Refletindo sobre seus cinco filhos, Bowman se perguntava como podia ser que tivessem tão pouco dele. Ele e Mercedes tinham produzido três  filhos varões passivos, que aceitavam as coisas como eram, seguros de que tudo o que queriam simplesmente cairia em suas mãos como fruta amadurecida de uma árvore. Lillian era quão única tinha herdado algo do espírito agressivo dos Bowman... Mas era uma mulher e portanto era um desperdício completo.
E logo estava Daisy. De todos seus filhos, Daisy tinha sido a que menos parecia um Bowman, nem entendia a seu pai quando falava de negócios, nem parecia absorver nada do que ele dizia. Quando lhe tinha explicado por que deviam pôr seu capital em ações de dívida pública investidores que queriam rentabilidades de pouco risco e regulares, Daisy o tinha interrompido perguntando: “Pai, não seria estupendo se os colibris tivessem serviço de chá e fôssemos o bastante pequenos para ser convidados?”.
Através dos anos, os esforços de seu pai por mudar a Daisy tinham obtido uma firme resistência. Daisy era obstinada, sentia-se a gosto com sua maneira de ser e portanto tratar de trocá-la era como provocar a um enxame de abelhas.
Posto que Bowman conhecia a natureza imprevisível de sua filha, não lhe surpreendeu absolutamente a carência de pretendentes que queriam tomá-la por esposa, que classe de mãe seria ela? Tagarelando sobre fadas que voam sob o arco íris, em lugar de inculcar regras sobre o decoro em seus filhos.
Mercedes interveio na conversação, sua voz tensa pela consternação.
—Querido senhor Bowman, a temporada está longe de terminar ainda, acredito que Daisy fez excelentes progressos. Lorde Westcliff a apresentou a vários cavalheiros prometedores, quais estão muito interessados na perspectiva de ter ao conde como cunhado.
—Estimo —disse Bowman sombrio—, que é precisamente esse o interesse de tais cavalheiros, ter a Westcliff como cunhado, e não a Daisy como esposa. —Fixou em Daisy um olhar duro—. vai propor te matrimônio algum desses cavalheiros?

Série Wallflowers
Série Concluída

O Diabo no Inverno

Série Wallflowers

Agora é a vez de Evangenile Jenner, a Wallflower mais tímida que será também a mais rica quando receber sua herança. 

Como primeiro deve escapar das garras de seus ambiciosos parentes, Evie acode ao Sebastian, visconde do St Vincent, um conhecido mulherengo, com uma proposta incrível:que se case com ela!
A fama de Sebastian é tão perigosa que trinta segundos a sós com ele arruínam o bom nome de qualquer donzela. 
Mesmo assim, esta cativante jovenzinha se apresenta em sua casa, sem acompanhante, para lhe oferecer sua mão.
Mas a proposta impõe uma condição: depois da noite da lua-de-mel, o casal não voltará a ter relações íntimas. 
Evie não deseja converter-se em um mais dos corações quebrados que Sebastian despreza sem piedade, o que significa que estará obrigado a esforçar-se mais para seduzi-la... ou possivelmente entregar pela primeira vez seu coração em nome do verdadeiro amor.

Capítulo Um

Londres, 1843

Enquanto observava entrar a jovem que acabava de receber em sua casa de Londres,a Sebastian, lorde St. Vincent, lhe ocorreu que talvez se equivocou de herdeira na sua tentativa de rapto na semana anterior.
Embora o seqüestro figurava desde fazia pouco em sua larga lista de infâmias, deveria ter sido mais inteligente. Para começar, tendo escolhido uma vítima menos enérgica. Lillian Bowman, uma briosa herdeira americana, resistiu-se com unhas e dentes até que seu prometido, lorde Westcliff, tinha-a resgatado.
Vendo-o com perspectiva, escolher a Lillian tinha sido uma estupidez, embora naquele momento lhe tivesse parecido a solução ideal a sua encruzilhada. A família de Lillian  era rica, enquanto que ele, em que apesar a seu título nobiliário, só tinha dificuldades financeiras. E além disso prometia ser uma amante entretida, com sua beleza moréia e seu caráter explosivo.
Em troca, a senhorita Evangeline Jenner, aquela moça de aspecto dócil, não podia ser mais distinta. Sebastian repassou rapidamente o que sabia dela. Era a filha única de Ivo Jenner, proprietário do conhecido clube de jogo londrino. Embora a mãe de Evangeline descendia de uma boa família, seu pai era pouco mais que escória. Apesar de sua ignominiosa linhagem, Evangeline poderia haver-se casado bem se não tivesse sido por seu terrível acanhamento, que lhe provocava uma gagueira mortificante. Sebastian tinha ouvido alguns homens assegurar que prefeririam flagelar as costas a manter uma conversação com ela. Sebastian, é obvio, fazia todo o possível por evitá-la. Não tinha sido difícil. A tímida senhorita Jenner acostumava esconder-se detrás das colunas nos salões. Nunca tinham cruzado palavra alguma; circunstância que tinha parecido conveniente a ambos por igual.
Mas agora não tinha escapatória. Por alguma razão, ela tinha considerado oportuno apresentar-se em sua casa inopinada e escandalosamente tarde. E para que a situação resultasse ainda mais comprometida, não ia acompanhada, quando passar mais de um minuto a sós com o Sebastian bastava para arruinar a reputação de qualquer garota. Era libertino, amoral e perversamente orgulhoso disso. Destacava na ocupação que tinha eleito (a de sedutor incorrigível), e tinha alcançado um nível ao que poucos libertinos podiam aspirar.
Sebastian se ajeitou em sua poltrona enquanto observava com uma ociosidade enganosa como Evangeline Jenner se aproximava. A biblioteca estava às escuras salvo por um pequeno fogo na chaminé, cuja luz que piscava acariciava a cara da jovem. Não aparentava mais de vinte anos, e tinha uma cútis viçosa e uns olhos cheios de inocência. Sebastian nunca tinha valorado nem admirado a inocência, antes bem, desdenhava-a.
Embora o mais cavalheiresco teria sido que se levantasse, não parecia muito importante mostrar bons maneiras dadas às circunstâncias. Assim assinalou a outra poltrona que havia junto à chaminé com um movimento da mão.
—Sinte-se se quer —disse—. Embora eu em seu lugar não ficaria muito momento. Aborreço-me em seguida e você não tem fama de conversadora estimulante.
Sua grosseria não alterou a Evangeline. Sebastian não pôde evitar perguntar-se que classe de educação teria a tornado imune aos insultos, quando qualquer outra garota se teria ruborizado ou se posto a chorar. Ou era tola ou muito valente.
Evangeline tirou a capa, deixou-a no braço da poltrona estofada de veludo, e se sentou desgracioso nem artifício.
«Uma das floreiros», pensou Sebastian ao recordar que era amiga não só de Lillian Bowman, mas também de sua irmã menor Daisy e de Annabelle Hunt. As quatro moças tinham permanecido sentadas em numerosos bailes e veladas toda a temporada anterior sem que ninguém as tirasse dançar. Entretanto, parecia que sua má sorte tinha trocado, porque Annabelle tinha encontrado marido por fim, e Lillian acabava de apanhar a lorde Westcliff. Sebastian duvidava que a boa sorte se estendesse a essa muchachita tão desajeitada.
Embora tentado de lhe perguntar pelo objeto de sua visita, temeu que isso provocasse uma gagueira prolongada que os atormentaria a ambos. Assim, esperou com paciência forçada enquanto Evangeline parecia lhe dar voltas ao que ia dizer. Enquanto o silêncio se prolongava, Sebastian a contemplou ao agitado resplendor do fogo e se precaveu, com certa surpresa, de seu atrativo. Nunca a tinha observado e só tinha a impressão de que era uma ruiva desalinhada com má postura. Mas hei aqui que era uma moça preciosa.
Apertou a mandíbula mas manteve seu aspecto impertérrito, embora fincou os dedos na suave tapeçaria de veludo. Resultou-lhe estranho não haver-se fixado nunca nela, já que havia muito em que fixar-se. Seu cabelo, de um vivo tom avermelhado, parecia alimentar do fogo e brilhava incandescente. Suas magras sobrancelhas e suas densas pestanas eram de um tom mogno, enquanto que sua pele era a de uma autêntica ruiva, branca e com sardas no nariz e as bochechas. Fez-lhe graça a alegre dispersão daqueles pontinhos dourados, pulverizadas como se as tivesse orvalhado uma fada bondosa. Tinha lábios carnudos e uns enormes olhos azuis, bonitos mas impassíveis, como de boneca de cera.
—Me... hão-me dito que minha  amiga, a senhorita Bowman, agora lady Westcliff —comentou Evangeline por fim—. O conde e ela foram a Gre... Gretna Gree n depois de que ele... Livrou-se de você.
—Seria mais correto dizer «depois de que me desse uma surra» —indicou Sebastian em tom afável, já que a moça estava olhando os machucados que os justificados murros do Westcliff lhe tinham deixado na mandíbula—. Não pareceu alegra-lo muito de que tomasse emprestada a sua prometida.
—Vo... você a ra... raptou —replicou Evangeline—. Tomá-la emprestada implicaria que tinha intenção de... Devolvê-la.
Sebastian esboçou o primeiro sorriso de verdade desde fazia muito tempo. Ao parecer, a moça não era nenhuma simplória.
—Raptei-a, sim, se o preferir. Veio para ver-me para isso, senhorita Jenner? Para me informar sobre o feliz casal? Já estou informado. Mais vale que diga logo algo interessante ou me temo que terá que partir.
—Você que... Queria à senhorita Bowman porque herdará uma fortuna —soltou Evangeline—. NE... necessita CA... casar-se com alguém que tenha dinheiro.
—Certo —admitiu Sebastian—. Meu pai, o duque, não cumpriu com sua obrigação nesta vida: conservar intacta a fortuna familiar para me deixar isso em herança. Quanto a minha responsabilidade, consiste em me dedicar à ociosidade mais dissoluta e esperar a que ele faleça. Eu cumpri com meu dever às mil maravilhas, mas o duque não. administrou muito mal as finanças familiares e, hoje em dia, é imperdoavelmente pobre. E, ainda pior, goza de boa saúde.

Série Wallflowers
Série Concluída

Aconteceu no Outono

Série Wallflowers
Quatro jovens damas se introduzem na sociedade londrina com um objetivo prioritário: utilizar todos os ardis e artimanhas femininos a seu alcance para encontrar marido. assim, formam uma equipe: as Wallflowers. 

Esta é a história de uma delas.....
Aconteceu em um baile.... Inteligente, desrespeitosa e impulsiva, Lillian Bowman compreendeu rapidamente que seus costumes americanos não eram recebidos com simpatia pela sociedade londrina. 
E quem mais as desaprovavam era Marcus, Lorde Westcliff, um insofrível e arrogante aristocrata que, por desgraça, tambem era o solteiro mais cobiçado da cidade. 
Aconteceu em um jardim.... Ali Marcus a estreitou entre seus braços e Lillian se sentiu consumida pela paixão para um homem que nem sequer lhe caía bem. 
O tempo se deteve; era como se o mundo não existisse mas que eles dois... E quase os apanham nessa atitude tão escandalosa. 
Marcus era um homem que controlava suas emoções, um paradigma de aprumo. Com Lillian , entretanto, cada carícia supunha uma deliciosa tortura, cada beijo um convite a procurar mais, mas como poderia considerar sequer tomar como sua prometida uma mulher tão obviamente inapropriada?

Capítulo Um

Stony Cross Park, Hampshire

—chegaram os Bowman —anunciou lady Olívia Shaw da entrada do estudo, onde seu irmão maior estava sentado atrás de seu escritório em meio de um montão de livros de contabilidade.
O sol do entardecer penetrava através das enormes janelas retangulares de cristal tinto, que eram a única ornamentação de uma estadia cujas paredes estavam cobertas com painéis de palisandro.
Marcus, lorde Westcliff, levantou a vista de seu trabalho com um sinistro cenho franzido que uniu suas sobrancelhas por cima dos olhos cor café.
— Que comece o caos... —murmurou.
Lívia pôs-se a rir.
—Suponho que refere às filhas. Em realidade não são tão más, verdade?
—São piores —afirmou Marcus de forma sucinta; seu cenho se acentuou ainda mais quando viu que a pluma que tinha esquecido entre seus dedos acabava de deixar uma enorme mancha de tinta na, até esse momento, imaculada coluna de números—. Não conheci duas jovens tão mal educadas em toda minha vida. Sobre tudo, a maior.
—Bom, são americanas —assinalou Lívia—. Seria justo que gozassem de certa flexibilidade, não te parece? Não se pode esperar que conheçam cada um dos complexos detalhes de nossa interminável lista de regras sociais...
—Posso permitir certa flexibilidade com os detalhes —interrompeu Marcus de forma cortante—. Como bem sabe, não sou o tipo de homem que se queixaria pelo ângulo impróprio do dedo mindinho da senhorita Bowman ao agarrar a taça de chá. O que não posso passar por cima são certos comportamentos que se encontrariam inaceitáveis em qualquer canto  do mundo civilizado.
«Comportamentos?» Nossa aquilo se estava pondo interessante. Lívia entrou no estudo, uma habitação que estava acostumada a lhe resultar do mais desagradável devido ao muito que recordava a seu defunto pai.
Nenhuma lembrança do oitavo conde de Westcliff era agradável. Seu pai tinha sido um homem frio e cruel que parecia absorver todo o oxigênio de uma habitação quando entrava. Não havia nada nem ninguém que não tivesse decepcionado o conde em vida. De suas vergônteas, tão somente Marcus se aproximou de suas elevadas expectativas, já que, sem importar quão impossíveis fossem seus requerimentos ou quão injustos resultassem seus julgamentos, Marcus jamais se queixou. Lívia e Aline admiravam seu irmão maior, cujo esforço constante por alcançar a excelência o tinha conduzido a obter as mais altas qualificações na escola, a romper todas as marcas em seus esportes preferidos e a julgar-se com mais dureza do que o teria feito ninguém. Marcus era um homem que sabia montar a cavalo, dançar uma contradança, dar uma conferência sobre uma teoria matemática, enfaixar uma ferida e reparar a roda de uma carruagem. Não obstante, nenhuma de sua vasta coleção de habilidades tinha merecido nunca uma felicitação por parte de seu pai.
Ao voltar a vista atrás, Lívia se deu conta de que a intenção do anterior conde devia ter sido eliminar qualquer vestígio de amabilidade ou compaixão que possuísse seu filho. E, ao parecer, durante uma época o tinha conseguido. Entretanto, depois da morte de seu progenitor, cinco anos atrás, Marcus tinha demonstrado ser um homem muito diferente ao que se supunha que devia ser. Lívia e Aline tinham descoberto que seu irmão maior nunca estava muito ocupado para escuta-las; sem importar o insignificante que parecesse seus problemas, sempre estava disposto a ajudar. Para falar a verdade, era pormenorizado e incrivelmente atento; que não deixava de ser um milagre se se tinha em conta que a maior parte de sua vida tinha transcorrido sem que ninguém lhe demonstrasse essas qualidades.
Além de todo o dito, também terei que admitir que Marcus era um pouco dominante. Bom... Muito dominante. Quando se tratava daqueles a quem amava, o atual conde de Westcliff não mostrava reparo algum em manipulá-los para que fizessem o que ele considerava que era melhor. Essa não era uma de suas virtudes mais encantadoras. E se Lívia se visse obrigada a afundar em seus defeitos, também teria que admitir que Marcus possuía um molesto convencimento a respeito de sua própria infalibilidade.
Com um sorriso só dirigido a seu carismático irmão, Lívia se perguntou como podia o adorar dessa maneira quando se parecia tanto a seu pai no aspecto físico. Marcus possuía os mesmos rasgos severos, a frente larga e a boca de lábios finos. Tinha o mesmo cabelo abundante e negro como a asa de um corvo; o mesmo nariz amplo e proeminente; e o mesmo queixo, pronunciada e tenaz. A combinação era mais  impactante que formosa... mas era um rosto que atraía com facilidade as olhadas femininas. Ao contrário que acontecia com os de seu pai, nos atentos e escuros olhos do Marcus estava acostumado a brilhar uma faísca de humor e possuía um particular sorriso que permitia que seus branquíssimos dente iluminassem seu bronzeado rosto.

Série Wallflowers
Série Concluída

Seduza-me ao Amanhecer

Série Hathaways

O cigano Kev Merripen é apaixonado pela bela e bem-educada Win Hathaway desde que a família dela o salvou da morte e o acolheu, quando era apenas um menino. Com o tempo, Kev se tornou um homem forte e atraente, mas ainda se recusa a assumir seus sentimentos por medo de que sua origem obscura e seus instintos selvagens prejudiquem a delicada Win.
Ela tem a saúde fragilizada desde que contraiu escarlatina, num surto que varreu a cidade. Sua única chance de recuperação é ir à França, para um tratamento com o famoso e bem-sucedido Dr. Harrow.
Enquanto Win está fora, Kev se dedica a coordenar os trabalhos de reconstrução da propriedade da família, em Hampshire, transformando-se num respeitável administrador, mas também num homem ainda mais contido e severo.
Anos depois, Win retorna, restabelecida, mais bonita do que nunca...e acompanhada por seu médico, um cavalheiro sedutor que demonstra um óbvio interesse por ela e desperta o ciúme arrebatado de Kev.
Será que Win conseguirá enxergar por baixo da couraça de Kev o homem que um dia conheceu e tanto admirou? E será que o teimoso cigano terá coragem de confrontar um perigoso segredo do passado para não perder a mulher da sua vida?


Capítulo Um


Londres, 1848, Inverno
Win sempre tinha pensado que Kev Merripen era bonito, do modo que uma austera paisagem ou um dia de inverno podia ser bonita.
Era um homem alto e atraente, inflexível sob qualquer ângulo. A exótica audácia em suas feições era o complemento perfeito para olhos tão escuros que quase não permitiam distinguir as pupilas.
Seu cabelo era espesso e tão preto como a asa de um corvo, suas sobrancelhas fortes e retas, e sua grande boca, combinada com uma constante linha de preocupação, conferiam‐lhe um ar irresistível.
Merripen. Seu amor, mas nunca seu amante.
Conheciam‐se desde a infância, quando ele tinha sido acolhido por sua família. 
Embora os Hathaways sempre o tivessem tratado como da família, Merripen agia como se fosse um empregado. Um protetor. Um estrangeiro.
Ele foi ao quarto de Win e deteve‐se na porta para observar enquanto ela enchia uma maleta com alguns artigos pessoais do seu toucador. Uma escova para o cabelo, uma almofada de alfinetes, um punhado de lencinhos bordados para ela por sua irmã Poppy. Enquanto Win colocava os objetos na bolsa de couro, estava muito consciente do corpo imóvel de Merripen. Sabia o que se ocultava sob sua quietude, porque ela sentia o mesmo repuxo desejoso.
A idéia de deixá‐lo estava partindo o coração. E ainda assim não havia outra opção. Estava inválida desde que adoecera de escarlatina há dois anos. Estava magra e frágil, muito propensa a episódios de desmaios e cansaço. Pulmões fracos, tinham dito todos os médicos. Nada a fazer, senão ceder. 
Uma vida inteira de repouso seguida por uma morte prematura. Win não aceitaria esse destino.
Desejava curar‐se, aproveitar as coisas que a maioria das pessoas tinha
como certas. Dançar, rir, caminhar pelo campo. Queria liberdade para amar...casar‐se... ter sua própria família algum dia.

Série Hathaways
2 - Seduza-me ao Amanhecer
3 - Tentação ao Pôr-do-sol (Não será traduzido)
4 - Manhã de Núpcias (Não será traduzido)
5 - Apaixonados ao Entardecer
Série Concluída

Segredos de uma Noite de Verão

Série Wallflowers
As Wallflowers são quatro garotas com sérios problemas na hora de conseguir um bom marido. 

São aquelas que passam os bailes e reuniões apartadas a um lado como meras espectadoras.
Seus nomes são Annabelle Peyton, Lillian e Daisy Bowman e Evie Jenner.
Ante a dificuldade por caçar uma boa partida, decidem unir seus esforços para ajudá-las uns aos outro em tão complicada trabalho....
Annabelle Peyton pertence a uma família acomodada, tem um nome respeitável, mas depois da morte de seu pai, a situação econômica de sua família piorou drasticamente e têm sérios problemas para subsistir pelo que é imperioso conseguir um marido da nobreza que se faça cargo da situação de sua família.
Apesar de ser uma jovem de grande beleza não conseguiu a tão ansiada petição de mão, pois não dispõe de dote. 
Está em que é já sua quarta temporada e com não muito boas perspectivas... até que as Wallflowers se unem em seu objetivo...o que pode ocorrer?
Simon Hunt provém de uma família de classe média, de fato é o filho de um humilde açougueiro, mas é um homem ambicioso que lutou e escalou socialmente.
Hoje em dia é um homem rico que investe que numerosos negócios, acotovela-se com os homens mais influentes e enriquecidos do país, de fato é amigo de Lorde Westcliff ( a quem já conhecemos na antiga magia)e a nobreza solicita seu conselho e opinião financeira.
Não obstante não é considerado um igual, ninguém esquece seu passado, nem tampouco o faz ele.
Simon é o único que mostra interesse pelo Annabelle, mas ele tampouco pensa em matrimônio, ele não é dos que se casam, e acredita que esperando pacientemente a que finalize a temporada e ela volte a fracassar em seus intentos de caçar um marido da nobreza, poderá fazê-la seu amante...

Capítulo Um

Londres, 1841

Apesar de que a Annabelle Peyton tinham advertido durante toda sua vida que jamais aceitasse dinheiro de desconhecidos, fez uma exceção certo dia... e descobriu logo por que deveria ter seguido o conselho de sua mãe.
Aconteceu durante uma dessas estranhas ocasiões nas que seu irmão, Jeremy desfrutava de um dia livre no colégio e, tal e como era seu costume, Annabelle e ele tinham ido ver o último espetáculo panorâmico no Leicester Square. Havia-lhe custado duas semanas de economizar os gastos juntar o dinheiro necessário para pagar as entradas. Dado que eram os únicos desendentes sobreviventes da família Peyton, Annabelle e seu irmão pequeno sempre se sentiram muito unidos, apesar dos dez anos de diferença que os separavam. As enfermidades infantis levaram aos dois meninos que tinham nascido depois de Annabelle, antes de que nenhum deles tivesse chegado a cumprir seu primeiro ano de vida.
— Annabelle —disse Jeremy ao retornar do posto de entradas para o panorama—, tem algo mais de dinheiro?
Ela negou com a cabeça e o olhou de forma inquisitiva.
— Temo-me que não. por que?
Com um breve suspiro, Jeremy se apartou uma mecha de cabelo cor de mel que lhe tinha cansado sobre a frente.
— Dobraram o preço das entradas para este espetáculo... Ao parecer, é muito mais caro que suas cenografias habituais.
—O anúncio do periódico não dizia nada a respeito de um aumento de preços —disse Annabelle com indignação. Baixou a voz e sussurrou: «Pelos sinos do inferno!» enquanto rebuscava em seu moedeiro com a esperança de encontrar alguma moeda que antes tivesse passado por alto.
Jeremy, que tinha doze anos, jogou um carrancudo olhar ao enorme pôster que tinha pendurado entre as colunas da entrada do teatro panorâmico:
«A QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO: UM ESPETACULO DE ILUSIONISMO DO MAIS ALTO NÍVEL COM as IMÁGENS DIORÁMICAS.»
Desde sua abertura fazia quinze dias, o espetáculo tinha recebido uma avalanche de visitantes que se mostravam  impacientes por contemplar as maravilhas do Império romano e sua trágica queda... «É como voltar atrás no tempo», elogiavam os espectadores ao sair. O tipo habitual de panorama consistia em um tecido com uma intrincada cena pictórica que pendurava em uma habitação circular e que rodeava aos espectadores. Em algumas ocasiões, utilizava-se a música e uma iluminação especial para o espetáculo ainda mais entretido enquanto um conferencista se deslocava ao redor do círculo para descrever lugares longínquos ou famosas batalhas.
Entretanto, segundo The Teme, esta nova produção era um espetáculo «diorámico», o que significava que o tecido pintado estava fabricado com calico transparente azeitado que se iluminava algumas vezes do fronte e outras desde atrás com luzes de filtros especiais. Trezentos e cinqüenta espectadores permaneciam o centro, sobre um carrossel que dirigiam dois homens para que a audiência girasse lentamente durante o espetáculo. O jogo de luzes, cristais chapeados, filtros e atores contratados para representar aos assediados romanos produziam um efeito que tinha sido etiquetado como “exibição animada”. Pelo que Annabelle tinha lido. Os culminantes momentos finais de erupções vulcânicas simultâneas eram tão realistas que algumas das mulheres do público se deprimiram entre gritos.
Jeremy lhe arrebatou o moedeiro das mãos aa Annabelle, puxou o cordão que o fechava e o devolveu a sua irmã.
—Temos dinheiro suficiente para uma entrada—disse de forma prática—.Entra você. De todas formas, não gosta de ver o espetáculo.
sabendo de que o menino mentia em seu favor, Annabelle meneou a cabeça.
—Certamente que não. Entra você. Eu posso ver o espetáculo sempre que quiser… É você quem sempre está no colégio. Além disso, só durasse um quarto de hora. Irei a alguma das lojas de por aqui enquanto está dentro.
— Para que comprar sem dinheiro?— perguntou Jeremy, e seus olhos azuis refletiam uma franca incredulidade—.Vá, isso sim que parece divertido.
—O melhor de ir comprar é ver as coisas, não comprar.
Jeremy soprou.
—Isso é o que sempre diz a gente pobre para consolar-se enquanto passeia pelo Bond Street. Além disso, não penso deixar que vá a nenhum sítio só… Te molestariam todos os homens dos arredores.
—Não seja tonto—murmurou Annabelle.
Seu irmão sorriu de repente. Percorreu com o olhar o elegante rosto da Annabelle, seus olhos azuis e o arbusto de cachos recolhidos com forquilhas que brilhavam com um tom castanho dourado sob a ajustada borda de seu chapéu.

Série Wallflowers
Série Concluída