22 de fevereiro de 2010

Série Gladiadores

1 - NOITE DE NÚPCIAS



Unidos pelo casamento, movidos pelo desejo.
Ele foi tirado de Adrienna em sua noite de núpcias, e vendido como escravo.

Agora, novamente livre, Hugh de Ryebourne quer vingança... e sua esposa de volta.
No entanto, ele não a forçará a nada.
Será um prazer seduzi-la e fazê-la se entregar.
Adrienna fica chocada com o reaparecimento de seu marido, mas não consegue negar o desejo que Hugh lhe desperta.
Ele não é mais o jovem que conheceu, mas um homem de verdade, soturno e perigoso... Terá chegado o momento de se deliciarem com a noite de núpcias que lhes foi negada?


Capítulo Um

Corte da Rainha Eleanor em Poitiers, Maio de 1171

Durante os três meses em que ela estava na corte da rainha Eleanor, os homens a haviam chamado de muitas coisas — a menos desagradável, e a mais familiar, tinha algo a ver com sua extrema frieza.
Ouvira tal reclamação com muita freqüência.
Entretanto agora, cada peça de roupa sua parecia evaporar como a névoa da manhã.
Seu vestido caiu do corpo, deixando o ar noturno livre para sussurrar contra sua pele arrepiada. Com nada mais do que um olhar ardente, ele a despiu devagar, uma camada agonizante de cada vez.
Adrienna de Hallison tremeu em antecipação, de medo e por um desejo tão intenso que teve certeza de que morreria.
Queria mais do que apenas o olhar dele.
Queria a respiração quente em seu pescoço, os lábios sensuais contra seus próprios lábios. Os seios estavam retesados contra o corpete do vestido, suplicando por carícias, ansiando pelo toque das mãos dele.
Sob as camadas finas de linho e seda que escondiam seu corpo, a pele formigava.
Fogo e gelo lhe percorriam as veias.
Ela rezou para que não enrubescesse e revelasse seu desejo.
Para seu total desgosto, sentiu as faces esquentarem.
Estudou a mesa ricamente posta à sua frente, esperando esconder o rosto vermelho dele. Os homens eram iguais em qualquer lugar.
Não importava se em uma fortaleza ou em um palácio exuberante.Eles tinham lutado pelo direito de derreter a compostura de Adrienna. Todos haviam fracassado. A atenção falsa e quase afetada dos homens não a atraía.Às vezes, quando isso não era totalmente enfadonho, beirava o ridículo.
Se pudessem perceber seus pensamentos naquele instante, ficariam chocados.
Nenhum homem já conseguira fazer seu sangue ferver daquela maneira.
Nunca ninguém tinha sido capaz de lhe despertar um desejo espontâneo.
Ficariam apavorados pelo calor que percorria seu corpo com o mero olhar de um estranho. Um estranho perigoso, de pele bronzeada e vestido no tom de azul mais profundo que Adrienna já vira.
O traje quase preto o fazia ainda mais notável do que os pavões adornados que circulavam na corte de Eleanor.
Todavia, aqueles pavões estavam certos.
Seu corpo, assim como seu coração, tinha sido congelado pelo que parecia uma vida inteira. Até agora.
O olhar do estranho a penetrou, forçando sua atenção de volta para ele.Os olhos intensos a despiram e deixaram seu corpo nu.
Com a respiração ofegante, Adrienna ansiava pelos toques.
Os dedos dele seriam ásperos contra sua pele suave? As mãos carregariam a mesma chama que queimava naqueles olhos?
Adrienna desviou o olhar e fitou a tapeçaria ornada pendurada nas paredes.
Tudo que a atenção indesejada dele faria era desmentir a reputação que ela construíra tão cuidadosamente.
Ele rasgaria a capa que Adrienna envolvera ao seu redor com tanta cautela, numa tentativa de proteger seu coração da dor.
Não. Independentemente de quão extrema fosse a tentação, ela não deixaria que nenhum homem, especialmente aquele desconhecido, penetrasse sua proteção.
Adrienna tinha gostado de um homem e ele a abandonara, deixando-a sozinha e ainda virgem na fortaleza de seu pai.



2 - RENASCER DO DESEJO



Seu marido... um estranho...

Prisioneiro por sete anos, lorde Guy de Hartford sobreviveu motivado pelo momento em que veria novamente sua adorada esposa.
No entanto, ao entrar em sua fortaleza, seus próprios homens não o reconhecem e a culpa de Elizabeth está à vista de todos.
Poderia ela tê-lo traído?
Ele voltou para reivindicar sua esposa!
Elizabeth mal reconhece o marido no estranho cheio de cicatrizes.
Ainda assim, não é possível negar o apaixonado desejo entre eles.
Poderá ela encontrar segurança novamente em seus braços... e no amor que um dia compartilharam?

Capítulo Um

Março de 1171
Fortaleza de Hartford, costa noroeste da Inglaterra
Seu lar.
Guy de Hartford apegara-se a essa visão com toda a força de seu coração e de sua mente, como um moribundo agarra-se à vida, por mais tempo do que conseguia se lembrar.
Após uma ausência de quase sete anos, ele fitou a vastidão de terra da fortaleza de Hartford e deu um suspiro de alívio.
Por mais de um ano, ele e seus antigos companheiros de masmorra haviam viajado por desertos estéreis e por densas florestas nas montanhas até que ele chegasse onde estava agora.
Embora eles tenham dependido um do outro para garantir a própria sobrevivência ao longo do caminho, não foi difícil se separarem quando pisaram em solo inglês.
Cada um tinha a própria vida a ser descoberta, ou redescoberta.
Hugh de Ryebourne e William de Bronwyn haviam se encaminhado para a corte da rainha Eleanor para encontrar a esposa de Hugh.
Stefan de Arnyll saíra atrás de sua sorte e de seu futuro.
Enquanto ele, o conde de Hartford, finalmente voltara para casa.
Por muitas vezes, Guy pensou que não veria Hartford novamente.
Eram dias em que tinha medo de nunca mais pôr os pés naquele solo fértil. E noites passadas na agonia do luto por tudo o que perdera.
Ele fora privado de sua liberdade, arrancado da companhia da esposa e do calor dos seus braços.Perdera o direito de escolher suas batalhas, sua comida, suas roupas e até mesmo quando iria dormir.
Esteve muito perto de perder a vontade de viver.
Escravizado como um animal, tratado como se valesse menos que uma besta de carga, forçado a suportar meses sem fim, que acabaram por se transformar rapidamente em anos, de abuso, fome e dor.
Autorizado a viver apenas para derramar o sangue de outros com suas mãos e com sua espada.Guy estremeceu diante dos muitos pecados terríveis que cometera.
No entanto, permitiu que as lembranças fluíssem através dele.
Tentar deter a visão dos pesadelos, ou trancá-los dentro de si, serviria apenas para torná-los mais fortes.
E isso ele não permitiria mais.
Seu futuro não seria mais controlado por seu passado.
Não deixar que as lembranças de seu tempo de escravidão vissem à luz do dia diminuiria o mal que elas lhe causavam.
Guy estava tão certo disso, quanto da boa acolhida que o aguardava por trás das muralhas de Hartford.
Ele visualizava seu retorno ao lar em tal nível de detalhes que quase podia sentir os braços da esposa ao redor do seu pescoço, o sabor dos lábios dela nos dele. Sonhava em sentir o coração de Elizabeth batendo forte contra o seu peito quando a tomasse nos braços e se perdesse nas curvas sedutoras do seu corpo.
Ansioso por experimentar a acolhida com a qual vinha sonhando e por abrigar-se do frio que lhe gelava os ossos, ele esporeou o palafrém que montava, instigando o cavalo a apressar o passo.
O rei Henrique oferecera a ele uma boa montaria, mas Guy não desejava tirar proveito de nenhum despojo de guerra — nem mesmo um cavalo de batalha.
A bainha vazia pendurada em sua cintura fora a única coisa que guardara e, assim mesmo, apenas para que não se esquecesse no que o haviam obrigado a se tornar.
Haviam se passado 18 meses desde que deixara o palácio onde fora escravizado, encontrara o rei e conseguira voltar para casa, e durante este tempo ele não tirara nenhuma vida.
E com a graça de Deus jamais seria forçado a fazer isso de novo.
A escuridão que tomara conta de sua alma por tanto tempo começava a se dissipar conforme Guy atravessava o campo aberto.
Cada passo na direção de Hartford afastava mais e mais a tristeza e o desespero, permitindo que a alegria começasse a brilhar em seu coração.
Quando chegou próximo ao muro da propriedade, ele precisou se controlar para não gritar "Elizabeth, estou de volta!".
Ao invés disso, puxou a rédea do cavalo diante da ponte levadiça abaixada e olhou confuso para os homens que o encaravam furiosamente das torres de vigia.
Por que o grande portão de ferro fundido estava fechado?
Ele não vira nenhuma evidência de batalha ao longo do caminho, nem nas terras ao redor da propriedade.
Será que Hartford não acolhia mais os visitantes dentro de seus muros?
— Diga a que veio!
Guy estudou o homem inclinado por sobre o muro. Everard. Na última vez em que o vira ele era pouco mais do que um rapaz magricela, com apenas uma sugestão de masculinidade. A maturidade o encorpara, como Guy imaginara que aconteceria.
— Você está perguntando ao Lorde de Hartford o que está fazendo em seu próprio portão?
As sobrancelhas de Everard levantaram-se em descrença. Ele se virou e gritou:
— Sir, este homem alega ser o Lorde de Hartford.
O guarda olhou novamente para Guy e disse mais uma vez:
— Diga a que veio!
O fato de não ter sido reconhecido mostrou a Guy o quanto sua aparência se modificara nos últimos anos.
— Everard, eu quero ver a minha esposa.
— Sua esposa? — O homem piscou, claramente confuso. — Sir, não há nenhuma mulher na casa à exceção da Lady de Hartford.
Recostando-se em sua sela, Guy concordou:
— Sim, Elizabeth.



3 - CORAÇÕES DOMADOS


Marcada como a prostituta da rainha,
Sarah de Remy devia se casar com William de Bronwyn.

Um guerreiro poderoso e notoriamente perigoso, ele faz seu corpo tremer de medo e desejo com sentimentos que nunca experimentou.
William sempre viveu na brutalidade. 

Ele não tem tempo para emoções.
Mas é um choque, quando seu desejo e paixão são despertados pela bela Sarah.
Muito pior foi descobrir que a dama em questão era inocente.
Seu casamento é conveniente para William, embora ele logo descubra que não é nada fácil ter Sarah como esposa.
Voluntariosa e desafiante, ele está disposto a domesticá-la começando as lições em sua cama!
Com coragem, Sarah olhou para ele.
Ele sorriu, com uma expressão que não tinha nenhum traço de humor. Ao invés, Sarah viu uma promessa que gelou seu sangue e a aturdiu.
_ Deixe-me ir, William.
_ Não. Eu não sou um de seus admiradores, que seguem todos os seus caprichos. Você se casou com um guerreiro, Sarah. Talvez seja a hora de perceber o que isso quer dizer...

Capítulo Um

Tribunal da rainha Eleanor em Poitiers—maio de 1171
_ Você devia ser grata por sua liberdade. A dura advertência contida nas palavras da rainha Eleanor era inconfundível.
Sarah de Remy sentiu o olhar da Rainha em suas costas, quando caminhou em direção a porta da câmara, sentindo calafrios na espinha, diante da dura ameaça contida.
Uma voz em sua cabeça lhe dizia para deixar aquela câmara, abandonar tudo.
Sarah se voltou e enfrentou a Rainha, que a observava com aquele olhar fixo e implacável.
_ O casamento com esse bruto não vale a minha liberdade?
_ Eu a conheço bem, Sarah. Um casamento temporário com Bronwyn será pior que apodrecer em uma prisão.
Sarah tremeu a simples menção de seu nome.
William de Bronwyn era enorme e assustador, seus ombros muito largos, seus modos muito bruscos.
Ela fechou os olhos, vindo a sua mente a lembrança de terem sido flagrados nus, em sua cama.
A tarefa atribuída para ela parecia tão simples.
E, como em um pesadelo, tudo saiu errado, lembrou-se com amargura.
Bronwyn e seu amigo, o Conde Hugh de Wynnedom estavam de alguma forma, envolvidos com o Rei Henry. Desde a morte do então Arcebispo Becket, no ano passado, a Rainha se tornou suspeita de qualquer coisa que acontecesse. Mesmo de coisas de que nem tinha conhecimento.
Ainda mais que seus segredos eram muito suspeitos.
O rei Henry tinha sido visto com Bronwyn e Wynnedom próximo ao castelo. Os três homens haviam se encontrado com um estrangeiro desconhecido e a Rainha queria saber o motivo.
Infelizmente, as perguntas que fez ao Conde não produziram respostas apropriadas. De fato, a arrogância do homem era tão grande quanto sua resistência a fornecer as informações que Sarah procurava.
Determinada a fazê-lo provar um bocado de sua própria arrogância, a Rainha armou um plano que o colocaria sob seu absoluto controle.
O Conde seria flagrado, na cama, com uma de suas damas favoritas—Sarah. Eleanor sabia que a honra do Conde o faria desposar Sarah, fazendo dele um de seus aliados. A Rainha estava certa de que assim ele comparilharia seus segredos com ela. O Conde de Wynnedom seria um excelente informante, uma vez que se curvasse à vontade de Eleanor.
Algo que Sarah sabia fazer muito bem.


Série Gladiadores
1 - Noite de Núpcias
2 - Renascer do Desejo
3 - Corações Domados
Série Concluída

18 de fevereiro de 2010

A Dama e o Cavaleiro







Inglaterra, 1252

Uma vez cavaleiro... Eterno amante!

Só mesmo uma ameaça à sua vida pode fazer com que Alisoun contrate David de Radcliffe para proteger seu castelo.
David foi um herói, um guerreiro habilidoso no manuseio da espada, e agora precisa de dinheiro para sustentar a filha órfã...
E Alisoun corre um perigo grande demais para regatear.
Ao chegar a George's Cross, David precisa recorrer à astúcia e à força que fizeram dele um guerreiro lendário, quando o inimigo de Alisoun começa a fechar o cerco.
No entanto, depois de salvar a vida da jovem dama, ele ficará surpreso ao descobrir que a bela Alisoun se apoderou de seu tão bem protegido coração...

Capítulo Um

Inglaterra Medieval Nortúmbria, 1252
Eu testemunhei tudo, do início ao fim, e peço que notem que não há muitas pessoas vivas hoje em dia que podem dizer o mesmo.
A maioria que ouve esta história diz que é uma lenda, um romance, uma daquelas histórias que as mulheres inventam como forma de entretenimento, dou minha palavra: vi tudo, e o que quer que tenham ouvido a respeito é a mais pura verdade.
A primeira coisa de que me lembro foi o piquenique.
Aconteceram outras coisas antes, mas eu era apenas um garoto, um pajem aos cuidados de lady Alisoun.
Dormia com os outros pajens, treinava e rezava com eles e, com muito sacrifício, escrevia aos meus avós uma carta por mês que lady Alisoun lia a pretexto de ver meus progressos na escrita.
Acreditava nessa desculpa na época, hoje entendo que ela só queria ter certeza de que eu era feliz sob seus cuidados
E eu era, apesar de meu contato direto com ela estar restrito a esse evento mensal no qual também questionava meus progressos nos treinamentos para escudeiro.
Sabia que poderia me tornar um deles, pois muitos outros jovens conseguiam, porém eu almejava mais. Queria ser cavaleiro, isso seria a maior honraria que eu poderia receber. Era meu maior sonho, meu maior desafio, e eu concentrava toda a minha atenção aos meus estudos.
Foi necessário, portanto, aquele terrível piquenique para que eu percebesse que havia problemas no reino de lady Alisoun.
O primeiro grito veio logo depois do almoço quando os jovens do castelo tinham se espalhado pela floresta que circundava o prado.
Eu gostaria de ter ido junto, mas os pajens eram subservientes a todos os demais, e tinham me ordenado a ficar com as mulheres para recolher os restos enquanto os homens relaxavam à sombra, preguiçosos depois de um lauto banquete.
Bem, não sei quem gritou, porém o que ouvi foi:
— Levaram lady Edlyn!
Aquilo captou minha atenção. Aos quinze anos, portanto quatro anos mais velha do que eu, lady Edlyn era generosa, bela e... Nem sabia que eu existia.
Eu, no entanto, a venerava.
O grito também chamou a atenção de lady Alisoun, que se levantou com rapidez.
Ninguém que morasse fora de George's Cross entenderia o significado daquilo, contudo foi o bastante para que todos se aquietassem no prado.
Todos os olhos se prenderam naquela figura alta e agitada.
Ela nunca fazia nada apressadamente.
Tudo era feito de modo deliberado e calmo.
Todos os dias se levantava de madrugada, ia à missa, tomava o desjejum e, então, prosseguia com suas tarefas diárias.
Todos os anos celebrava a véspera do dia de Reis, jejuava na Páscoa, supervisionava a tosquia das ovelhas na primavera e ia a Lancaster no outono.
Ela era a dama, a senhora, a pessoa que guiava nossos passos e nossa vida.
Estou fazendo com que pareça uma anciã, para mim ela era.
Olhando para trás, sei que não devia ter mais do que vinte e quatro ou vinte e cinco anos. Todavia, lady Alisoun não parecia velha, mas sim perfeita, e foi por isso que esse único gesto irrefletido nos revelou tanto.
Três criadas vieram correndo da floresta.
— Um homem! Ele a pegou!

17 de fevereiro de 2010

A Favorita do Príncipe




Perdidamente apaixonados, eram proibidos de se amar!

Com cabelos que se derramavam em cascatas de ouro e olhos de uma doçura infinita, Laura era irresistível. E o príncipe Klaus foi seduzido por essa mulher que sabia ouvir a linguagem cigana da terra, do ar e do fogo!
A alma de Laura era livre e selvagem, mas seu coração foi aprisionado por um homem que nunca poderia lhe pertencer. Porque Klaus reinava em um mundo perigoso para o amor. E Laura era apenas a favorita do príncipe!

Capítulo Um

Naquele verão agitado de 1865, a grande sensação da temporada londrina eram as festas deslumbrantes oferecidas pelos príncipes de Gales.
Determinados em fazer da vida um culto ao prazer, o jovem casal recebia em seus lalões o que havia de melhor na sociedade de Londres.
Seus convites, muito disputados, eram um atestado de inteligência, nobreza e elegância.
Dentre as estrelas dessa corte cintilante, nenhuma se comparava em brilho a Laura de Coniston, a jovem duquesa-viúva.
Bela como uma deusa, ela movia-se com desenvoltura pela alta sociedade internacional, cativando simpatias e colhendo sucessos.
Uma certa manhã de julho, de volta a Coniston House após sua cavalgada diária, ela teve de súbito a curiosa sensação de que sua brilhante temporada londrina estava por interromper-se.
Essa impressão permaneceu em seu íntimo e ainda se expandia, quando chegou ao salão azul, onde era servido o pequeno almoço.
Encontrou a família já reunida em torno da mesa e desculpou-se com um sorriso que tornava seu lindo rosto ainda mais luminoso.
Gwendolin, a atual duquesa, ergueu os olhos do prato e submeteu-a a um severo escrutínio.
Era uma fatalidade que ela fosse sempre a ultima a chegar!
Não havia amizade em suas relações com Laura.
E como poderia haver, com essa sogra vinte anos mais moça? Mas estaria disposta a suportá-la, se ela não os importunasse periodicamente com a sua presença, rompendo a austera rotina da casa com sua turbulenta agitação e com seus modos livres e arrojados.
— Lorde Bracewell está à sua espera na biblioteca — anunciou-lhe, procurando manter a voz distante e impessoal.
Laura acomodou-se na cadeira, como se estivesse disposta a iniciar sua refeição matinal.
— Deve ter vindo pedir, mais uma vez, que eu colabore com as obras de caridade da esposa. Não compreendo essa insistência. Já lhe disse que não tenho tempo!
Gwendolin franziu a testa, como numa censura.
— Lorde Bracewell estimava muito seu finado marido.
— Isso não é motivo para aparecer aqui numa hora tão imprópria!
A resposta de Gwendolin, antes que ela tornasse a debruçar-se sobre o seu prato, foi um irônico erguer de sobrancelhas.
Laura afastou a cadeira e levantou-se, num gesto de renúncia.
— Pois bem! — disse com petulância. — Irei vê-lo. Parece que não há outro jeito.
Mas, assim que fechou a porta atrás de si, despiu-se de seus modos frívolos e precipitou-se corredor afora, em direção à biblioteca, os olhos escuros brilhando de excitação.
Um homem alto e magro, de rosto inteligente, levantou-se do sofá quando a viu entrar e fez-lhe uma leve inclinação de cabeça.
Lorde Bracewell devia ter pouco mais de cinqüenta anos e não era apenas um Par do Reino. Era o chefe do serviço Secreto de Sua Majestade, um fato que poucas pessoas sabiam.
— E um prazer vê-lo novamente, milorde — saudou-o Laura.
— Também sinto a maior alegria em revê-la.
— Espero que essa visita signifique trabalho para mim. Estava começando a me aborrecer.
Bracewell esboçou um súbito e leve sorriso.
— Aborrecer-se? Soube que seus admiradores não a deixam em paz!

O Highlander Disfarçado

Trilogia Lockhart
Afligida pelas dificuldades financeiras, 
a família Lockhart encomenda a Griffin, o menor dos irmãos, a tarefa de recuperar um talismã familiar, em concreto um valioso dragão de ouro e rubis que lhes roubaram seus parentes ingleses. 

Liam, o maior, fracassou quando lhe encomendaram o trabalho, e só pode proporcionar uma vaga informação: supostamente uma tal lady Battenkirk comprou a jóia para dar de presente a uma amiga sua chamada Amélia.
Grif viaja até Londres fingindo ser outra pessoa e começa a assistir a bailes e jantares para descobrir lady Battenkirk ou a sua amiga Amélia, mas nenhuma das Amélias que lhe apresentam é a correta.
Anna Addison descobre muito rapidamente que Grif não é quem diz ser, o qual faz que ante ela se abram muitas interessantes perspectivas.
Para começar poderia ser o modo de conquistar por fim a Drake Lockhart, o amor de sua vida...

Capítulo Um

Esculpe Dileas, Perto de Loch Chon,
Trossachs das Highlands 1817
Necessitavam dinheiro. Bilhetes de banco ou moedas, isso não importava, mas necessitavam muito.
Os sete Lockhart estavam de acordo em que não tinham outra opção mais que voltar para a Inglaterra e tentar encontrar o antigo tesouro da família, um monstro de ouro puro com olhos de rubis, para sair da ruína total.
Entretanto, não enviariam Liam para trazê-la.
Esse tinha sido seu primeiro equívoco; Liam havia tornado de Londres com uma mulher e uma jovem e formosa menina. Mas sem o monstro.
Não, esta vez, iria o irmão menor; e o mais elegante; Grif.Inclusive Aila, lady Lockhart, tinha muitas reservas quanto a uma segunda tentativa para recuperar a figurinha.
– Será um desastre seguro – disse enquanto a família repassava seu último plano na mesa do jantar – Estamos tentando ao destino sem ter a mais mínima idéia de onde pode estar. Não sabemos nada mais que lady Battenkirk se apoderou do maldito objeto!
– E se Amélia odiou – recordou Ellie, a noiva do Liam, com amabilidade.
Todos fizeram uma pausa para olhá-la enquanto ela seguia comendo tranquilamente.
Porque Ellie tinha roubado o monstro ante os narizes do Liam, e logo tinha vendido a feia estátua, por uma quantidade ridícula, a uma mulher de Londres que tinha conhecido em uma pequena loja de quinquilharias e adornos para a casa em Cambridge. Agora, a única coisa que sabiam com certeza era que o nome da mulher de Londres era lady Battenkirk, e que lady Battenkirk havia dito no momento da compra que tinha intenções de dar de presente a sua amiga Amélia.
Isso era; em resumo, tudo o que sabiam da valiosa estatueta. O resto eram conjeturas e imaginações.
Mas Grif confiava em sua capacidade para trazer o monstro para casa, e apertou carinhosamente a mão de sua mãe.
– Liam era um soldado, não um cavalheiro, como eu. Era totalmente inadequado para introduzir-se na alta sociedade, mas eu sou perfeito para fazê-lo.
– Alta sociedade! – resmungou Liam – Pode ficar com todos eles!
 

Trilogia Lockhart
1 - O Highlander Indomável
2 - O Highlander Disfarçado
3 - O Highlander Apaixonado
Trilogia Concluída

Ao Encontro do Amor





Quando o conde Thurton pediu a sir Guilhoumme de Heigham para retirar sua sobrinha do convento, ele não imaginou que encontraria o grande amor de sua vida.

Menos ainda que fosse correspondido.
Mas o conde Thurton não estava disposto a deixar que esse amor florescesse seus planos maquiavélicos poderiam separar os apaixonados para sempre.
Guilhoumme tinha motivos de sobra para detestar o conde, mas precisava se controlar para não demonstrar quais eram seus planos.
Ele tinha certeza de que seus esforços para proteger Margheritte poderiam colocá-la em perigo

Capítulo Um

Inglaterra 1539
Era dia de mercado em Norwich, e a cidade estava cheia.
As pessoas que habitavam a zona rural e as pequenas aldeias ao redor tinham vindo, trazendo animais e produtos de seu trabalho para vender.
Tudo o que podia ser vendido estava exposto em cestas ou pendurado em pequenas barracas. Naquela quente manhã de verão, também aqueles que viviam dentro dos enormes muros da cidade fortificada estavam do lado de fora, ajudando a lotar as ruas muito estreitas.
E faziam-no barganhando, vasculhando entre as mercadorias, bebendo e comendo, ou apenas juntando-se a conhecidos e amigos para partilhar algumas novidades.
Lady Margheritte Thurton procurava abrir seu caminho de volta ao convento, levando um cesto de vime numa das mãos.
Erguia as saias vastas do vestido, numa tentativa vã de não sujá-las na lama ou de evitar os respingos provocados pela passagem de algum cavalo, ou, ainda, e muito pior do que isso, procurando não sujá-las no lixo que era lançado das janelas mais altas das residências que ladeavam a via.
Margheritte buscava seu caminho, como todos os demais, e, como todos também, estava usando trajes bastante simples.
Passou, apressada, por Goat Lane, e depois por Pottergate, sabendo que ficara fora durante tempo demais, já que encontrara a pobre e doente Betsy Carter tão mal que quase não podia erguer-se do leito de palha em que se encontrava, retorcida pela artrite. Dera-lhe uma dose do remédio à base de ervas que preparara usando plantas das vizinhanças de Norwich e dos jardins do convento.
A senhora idosa agradecera-lhe num murmúrio, abençoando-a pela bondade que percebia em seu gesto.
Estava tão doente e fraca que Margheritte hesitara em deixá-la, pois não havia ninguém que pudesse olhar por ela, a não ser seu marido, Davy, que era cego e pouco inteligente, e que passava mais tempo fora de casa do que em sua companhia.
Caminhando, Margheritte lembrava-se ainda das palavras que a doente lhe dissera, num esforço enorme:
— Fiquei muito triste ao saber do falecimento de sua mãe, minha querida. Lembro-me ainda tão bem da primeira vez em que ela a trouxe para me ver! Você era tão pequenina...
— Isso deve ter sido há catorze anos, sra. Carter. Eu tinha três anos, naquela época — Margheritte comentara, bastante emocionada.
Sua mãe, lady Elizabeth Thurton, era uma viúva recente naquela ocasião, e fora obrigada a fugir quando seu terrível cunhado, Edmund, o conde Thurton, apossara-se de todas as propriedades de seu irmão mais velho: o castelo, as terras vastas e as riquezas.
E a pobre e desesperada viúva não tivera forças suficientes para resistir às ameaças dele. Quando protestara, chegara a sofrer ameaças físicas em relação a si mesma e a sua filha pequena, Margheritte.
Assim, lady Elizabeth se abrigara no convento nos arredores de Norwich, onde a madre superiora era uma parente distante. Ela as recebera com frieza, mas, como parte de suas obrigações religiosas, forneceu tudo de que precisavam, incluindo a privacidade de pequenos aposentos, dado seu status nobre.
Ali tinham vivido com conforto modesto, de maneira frugal e segura.
Margheritte não conhecera nenhum outro tipo de vida.
Agora, porém, tudo estava prestes a mudar.
O rei Henrique VIII promulgara um edito que estabelecia a dissolução de todas as casas religiosas, incluindo o convento beneditino.
O futuro era incerto para todas as residentes, e Margheritte não tinha para onde ir. O que sabia com certeza era que não possuía nenhuma inclinação religiosa.
E calafrios de pavor costumavam passar por sua espinha cada vez que se atinha à realidade.

16 de fevereiro de 2010

Sedução Nas Terras Altas

Série Irmãos McTiernay
Obrigado pelo dever

O laird das terras altas Conor McTiernay sempre sonhara com um amor duradouro. Mas a realidade era que as mulheres o desejavam apenas por seu título e terras, o que o fez jurar que nunca se casaria. Até que ele viu, pela primeira vez, a inglesa que seus homens encontraram escondida na floresta. Sob a sujeira e lama, estava claro que Laurel Cordell era linda. Mas ela provaria ser outra sedutora enganadora ou Conor teria finalmente encontrado a única mulher que poderia reivindicar seu coração?

Possuída pelo desejo

Laurel confiava que o chefe escocês a manteria a salvo do cruel Lorde de quem ela escapara. Olhando profundamente nos olhos prateados de Conor, ela viu não apenas seus métodos calculistas de guerreiro, mas também sua excitação rápida para a paixão. Mas antes que eles pudessem explorar o crescente desejo entre eles, seu novo amor é ameaçado por segredos do seu passado.

Capítulo Um

Escócia 1307 

E milorde, não pensa em se casar?
A pergunta vinha sendo feita de maneira incessante nas últimas semanas, desde que seu irmão mais novo decidira subir ao altar. — Agora é a sua vez, Conor!
— era o comentário daqueles que o encontravam.
Os ligados a ele com certa intimidade nada ousavam perguntar, mas os outros não se furtavam à indagação fatídica.
— E milorde, quando resolverá se casar?
— Nunca, se é que isso é da sua conta — era a resposta brusca com que ele brindava a maioria dos curiosos que o haviam aborrecido durante a cerimônia.
No caminho de casa, os cavaleiros que cavalgavam a seu lado não se cansavam de provocá-lo: — E então, Conor, quando vai escolher uma noiva?
— um deles imitou a voz dissonante de uma das matronas escocesas que haviam atormentado Conor naquela última semana.
Risos se sucederam entre o grupo de homens, todos morenos de olhos azuis.
Qualquer dia desses, Craig, ele vai lhe dar urna surra.
— Espero que ele acerte a boca de Craig — disse um dos mais jovens defendendo o irmão mais velho. Conor ignorou a tagarelice dos irmãos e liderou o grupo até um riacho próximo para refrescar as montarias.
A viagem estava chegando ao fim, e logo ele estaria de volta às terras dos McTiernay, onde retomaria seus deveres como chefe do clã.
— Cuidem bem dos cavalos. Acamparemos mais à frente, no vale.
Os homens obedeceram. Eles não chegariam antes do anoitecer ao destino sugerido, a muitos quilômetros ao norte, onde não havia sequer um regato para matar a sede dos homens e dos animais.
No entanto, era uma decisão acertada. Nenhum deles gostaria de dormir próximo às terras dos Douglas.


Série Irmãos McTiernay

1 - Sedução nas Terras Altas
2 - Corações Rendidos
3 - A Noiva do Guerreiro
4 - Tempting the Highlander

Série Lessons In Love

1 - A Aposta
Inglaterra, lição de amor

No passado, o notório visconde Dare seduzira Georgiana Halley e roubara sua inocência...
Somente para ganhar uma aposta! Mas agora ele iria pagar caro.
O plano era simples: ela usaria cada artimanha sedutora que conhecia, com o intuito de conquistar o coração de Dare, para depois parti-lo!
Porém, aqueles olhos azuis mais uma vez tentavam Georgiana a ceder ao desejo... e quando ele a surpreendeu com um pedido de casamento, ela hesitou: estaria Dare enganando-a de novo, ou dessa vez poderia ser amor verdadeiro?

Capítulo Um

Lady Georgiana Halley observou lorde Dare entrar no salão de baile e perguntou-se por que as solas das botas lustrosas do visconde não esfumaçavam, já que o homem caminhava pelas trilhas do inferno.
O restante dele certamente ardia em chamas enquanto, moreno e diabolicamente sedutor, dirigia-se às salas de jogos. Ele nem sequer notou quando Elinor Blythem lhe deu as costas.
— Eu odeio aquele homem — Georgiana murmurou.
— Como disse? — lorde Luxley perguntou, empreendendo os passos da quadrilha.
— Nada, milorde. Estou pensando em voz alta.
— Pois então partilhe seus pensamentos comigo, lady Georgiana. — Luxley tocou a mão dela, virou-se e desapareceu atrás da srta. Partrey antes de voltar novamente a encará-la. — Nada me agrada mais que o som de sua voz.
Exceto, talvez, o ouro que tilinta em minha bolsa. Georgiana suspirou. Ela se tornava cada vez mais intolerante.
— Está apenas sendo gentil, milorde.
— Essa é uma impossibilidade no que lhe diz respeito, milady.Quando deram outra volta no salão, ela notou que Dare saía de seu campo de visão.
Provavelmente o devasso ia fumar um charuto com seus amigos igualmente libertinos.
A presença do visconde havia estragado a noite agradável.
Como fora sua tia quem organizara a soirée, não podia imaginar quem o convidara.
Seu parceiro de dança se juntou a ela outra vez.
Georgiana presenteou o garboso barão com um sorriso determinado.
Tinha de eliminar o diabólico Dare de seus pensamentos.
— Está muito disposto esta noite, lorde Luxley.
— A senhorita me inspira — o barão disse.
A dança terminou. Enquanto o barão pegava um lenço no bolso, Georgiana avistou Lucinda Barrett e Evelyn Ruddick juntas à mesa de refrescos.
— Obrigada, milorde — Georgiana agradeceu e fez uma cortesia antes que ele a convidasse para um passeio pelo salão. — Milorde me exauriu. Poderia me dar licença?
— Eu... E claro, milady.



2 - Adorável Pecador


Sedutor ou seduzido?...

O marquês de St. Aubyn é conhecido por "Saint",
mas está bem longe de ser um "santo".
Evelyn Ruddick sabe que deve evitá-lo a qualquer custo, mas ela quer muito ajudar as crianças do orfanato do qual Saint é o presidente do conselho.
Está determinada a ensinar o arrogante e atraente marquês a arte de se tornar um cavalheiro exemplar, mas isso não será nada fácil, até porque a simples proximidade daquele homem a faz desejar inverter os papéis para que ele lhe ensine a arte da sedução...
A ideia de colaborar para o projeto de Evelyn é absurda para Saint, porém aquela jovem linda e teimosa se recusa a desistir!
Sendo assim, o que mais resta a um libertino que se preze além de seduzir a formosa dama?
O problema é que Saint logo descobre que é ele quem está sendo seduzido pela pureza e inocência da encantadora Evelyn.
A tentação de viver uma ardente paixão nos braços dela será capaz de realizar o impossível e corrigir aquele adorável pecador?...

Capítulo Um

Um ano depois.
― Eu realmente gostaria que você não criasse caso por tão pouco. — Evelyn Ruddick deu um passo para trás, afastando-se do irmão. — Lucinda Barrett e eu somos amigas desde que debutamos juntas.
Victor venceu a distância que os separava. Seu tom de voz demonstrava aborrecimento.
— Desfrutem dessa amizade em qualquer outra festa. O pai dela não tem direito nem a um voto no Parlamento, e hoje à noite eu preciso que você converse com lady Gladstone.
— Não gosto dela — Evie murmurou, resmungando quando Victor a segurou pelo braço, evitando que ela se afastasse outra vez.
— Ela bebe uísque como um homem.
— E o marido dela é um proprietário influente em West Sussex. Ser um pouco mais tolerante é um preço pequeno em troca de um assento na Casa dos Comuns.
— Fala isso porque não será em você que ela vai soltar o bafo de bebida. Victor, eu vim aqui esta noite para dançar e conversar com minhas...
Ele franziu a testa e a interrompeu.
— Você veio aqui hoje porque eu a acompanhei. E só fiz isso porque queria que me ajudasse na minha campanha.
Ambos sabiam que ela perderia a discussão antes mesmo de iniciá-la. Evie era capaz de jurar que Victor permitia que debatesse com ele apenas para colocá-la em seu devido lugar mais vezes.
— Oh, droga! Eu preferia que você ainda estivesse na índia.
— Eu também. Agora, vá, antes que uma das Plimpton chegue até ela primeiro.
Armando-se de um sorriso educado e amigável, Evelyn abriu caminho por entre os convidados em busca da mais recente fonte de possíveis votos para o irmão. O apego de lady Gladstone ao uísque não era o único problema.
Trinta anos mais nova que o marido, a viscondessa tinha hábitos piores do que a bebida.
E Evelyn escutara rumores de que um deles estava ali naquela noite.



3 - O Segredo de Carroway




Londres, 1816

Lições de Amor
Com suas duas melhores amigas casadas e felizes, Lucinda Barrett percebe que não pode mais adiar suas aulas de amor. 

O homem que ela espera ensinar precisa ser alguém que não mexa com seu coração, e esse alguém, definitivamente, não é Robert Carroway! O atraente e reservado herói de guerra é complicado demais, sempre evitando os círculos sociais de Londres e suas frivolidades. Ainda assim, é uma agradável surpresa quando ele se oferece para ajudar Lucinda na missão de corrigir e preparar para o casamento um outro nobre, mais adequado. 
O problema é Lucinda conseguir resistir ao incrível feitiço dos olhos azuis de Robert e à sua sensualidade, que a deixa sem fôlego. Lucinda quer um marido, não um amante apaixonado e irresistível, capaz de abalar o seu mundo com um único beijo! 

Capítulo Um

— Não, você não trapaceou, Evie, e espero que pare de dizer que sim. — Lucinda Barret, exasperada com a amiga, ajeitou-se melhor no largo peitoril da janela.
— Eu sei, minha intenção era ensinar um cafajeste, e acabei me casando com ele. — Preocupada, Evelyn levantou-se, foi em passos longos ao refúgio de Lucinda e voltou.
— Há menos de dois meses eu era a reles e insípida Evelyn Ruddick, e agora sou a marquesa de St. Aubyn. Nem posso acreditar...
— Você não era reles e insípida, Evie. — Georgiana entrava apressada na sala íntima, acenando para o mordomo fechar a porta. — E não se desculpe, porque eu, além de estar atrasada para o chá, também me casei com o objeto de minhas aulas.
— Não precisa se desculpar por nenhum dos dois casos, Georgie. — Lucinda sorriu, divertida.
Georgiana sorriu de volta, acenou para Evelyn sentar-se no sofá e se acomodou a seu lado.
— Pode ser, mas há pouco mais de um ano eu teria fuzilado quem sugerisse que eu iria me casar com Tristan Carroway. E agora eis-me aqui, lady Dare, a dois meses de pôr mais um Carroway no mundo.
— Quem sabe será menina? — Evelyn ria.
— Isso que não compensa as outras desvantagens. — Georgiana moveu-se, pouco à vontade. — Nunca vou entender a valentia da mãe de Tristan: fez mais quatro varões depois de já ter feito um! Se não fossem as tias dele, eu seria absoluta minoria.
E mesmo assim elas me abandonaram... Foram para as águas termais de Bath.
— Por falar nos irmãos Carroway... — Lucinda começou, enigmática, pois enfim se decidira a contar seus planos às amigas. — Vocês sabiam que o tenente Bradshaw Carroway vai voltar para Londres?
— Eu sabia. O navio chega a Brighton no fim de se¬mana. Ele espera ser indicado para um novo posto nas Índias Ocidentais. Logo onde!


Série Lessons In Love
1 - A Aposta
2 - Adorável Pecador
3 - O Segredo de Carroway
Série Concluída

O Highlander Indomável

Trilogia Lockhart

Depois de dez anos de serviço na Armada, Liam Lockhart abandona o Regimento das Highlands e volta com sua família, no Aberfoyle.
Mas as terras dos arredores do Loch Chon não estão sendo muito produtivas e só a lenda de uma antiga estatueta de ouro incrustada de rubis permite que os Lockhart tenham alguma esperança.
Há séculos, os ramos ingleses e escoceses da família brigam por essa valiosa estatueta, que neste momento possui a parte inglesa.Reunida ao redor de um frugal almoço de papa de aveia, que é no que habitualmente consiste sua comida, a família risca um plano: bastaria ir a Londres e roubar a figurinha.
Liam é o encarregado de levar a cabo a missão.
Naturalmente não pode imaginar que vai passar de ser o caçador a ser a presa.
A bela Ellen Farnsworth provoca no inocente Highlander um tempestuoso desejo.
Logo, depois de lhe haver roubado o coração, faz-lhe sofrer a mais humilhante das traições……


Prólogo

Perto do Aberfoyle, nas Highlands escocesas, 1449 

Durante anos, nos arredores do Loch Chon, contava-se à queda da noite, que a formosa dama do Lockhart ria como uma louca enquanto seu marido enforcava seu amante, antes de cair também ela sob a tocha do verdugo.
Nesse outono de 1449, corriam maus ventos sobre as Highlands.
O obeso conde do Douglas terminou por sucumbir a sua gulodice e seu filho William herdou o título.
O jovem mostrava toda a coragem e a inteligência dos quais carecia seu pai, até o ponto de que os tutores do rei Jacobo se sentiram ameaçados.
O jovem soberano, a ponto de entrar na idade adulta, cada vez fazia menos caso de seus sábios conselhos. William Douglas viu nisso uma excelente oportunidade para fazer-se com o poder, e decidiu aliar-se com um dos conselheiros, Crichton, contra outro, Livingstone.
A partir de então, todos os familiares e amigos deste último, converteram-se em inimigos de William, ficando, portanto ameaçados…
Para desgraça dela, Anice do Lockhart, famosa em toda Escócia tanto por sua beleza como por sua bondade, formava parte deles.
Tinha sido entregue em matrimônio a um sobressaio de William, Eoghann, senhor do Lockhart. Mas a dama logo descobriu que quão único interessava a seu marido era seu dote, e que sua crueldade não era uma lenda.
Apesar de tudo lhe deu cinco filhos e uma filha.
Eoghann adorava a seus filhos, e os levava de expedição com ele tão freqüentemente como lhe era possível, deixando a Anice só com sua filha, Margaret.
Foi nesse mesmo outono maldito quando o destino levou a Kenneth, um jovem e valoroso guerreiro, sobrinho do conselheiro Livingstone, até o castelo do Lockhart.

Capítulo Um

Loch Chon, perto do Aberfoyle, em Escócia, 1816

Uma espessa bruma subia do chão, lhe impedindo de ver onde punha os pés.
Felizmente, os sapatos de pele de cordeiro, afogavam o ruído de seus passos.
Através da cortina de árvores, podia vislumbrar o acampamento francês.
Como tinham conseguido lhe seguir o rastro até Escócia? Evidentemente, não tinham renunciado a lhe eliminar.
Liam se agachou detrás de uma árvore para observá-los.
Estavam levantando o acampamento para passar a noite, alheios ao perigo que corriam. Se ao menos pudesse ver onde estavam seus homens!
Seus camaradas o esperavam ao outro lado do campo inimigo. Incorporou-se, quis avançar, mas se viu incapaz de dar um só passo, como se tivesse as pernas de chumbo.
Percebeu um movimento a sua direita, e distinguiu uma forma com uniforme.
Um francês!
Procurou sua adaga, mas não já não estava sujeito ao cinturão do kilt.
O soldado, que retornava depois de aliviar-se de suas necessidades naturais, sobressaltou-se ao lhe ver e procurou a pistola.
Onde estava a adaga? Sem pensá-lo, Liam tirou a comprida adaga com a manga de madeira de ébano que tinha escondido na média, e saltou sobre o soldado antes que este último tivesse tempo de emitir um só som.
Ambos os homens caíram ao chão, Liam ficou em cima esmagando o francês com todo seu peso, lhe obrigando a soltar a arma. Com um rápido gesto de caçador habituado a matar, Liam lhe cortou a garganta, logo se levantou rapidamente e esperou o soldado seguinte.
Ouviu um assobio. O maldito francês tinha conseguido alertar a seus companheiros. Bom Deus onde estavam seus homens?
Ofegando, Liam deu um passo e logo outro.
Um ligeiro movimento a sua esquerda atraiu sua atenção. Girou-se e se deu de bruços contra o troll de duas cabeças que lhe perseguia nos pesadelos quando era menino.
Não lhe deu tempo de pensar.
O monstro avançava para ele coxeando, com as mãos estendidas como se quisesse lhe estrangular. Com o coração pulsando com força, Liam apertou a adaga ensangüentada e se preparou para o ataque.
Estava a ponto de lançar-se contra ele, quando espirrou.
Abriu os olhos e descobriu a seu irmão Griffin inclinado em cima dele, com uma pluma de galo na mão, e recordou que a guerra contra França tinha terminado fazia meses.
– Estava sonhando de novo. Espero que fosse com uma formosa mulher.
– Por que tem que me incomodar sempre? – grunhiu Liam escondendo a cabeça sob o travesseiro.
– Não pode me deixar dormir?
– O sol já está alto. Mamãe te chama, e chegou Payton Douglas. Prometeu-lhe uma lição de esgrima recorda?
Maldição era certo! A contra gosto se sentou na cama. Estava empapado em suor, devido a sua luta com os franceses. Quando ia deixar de ter pesadelos?


Trilogia Lockhart
1 - O Highlander Indomável
2 - O Highlander Disfarçado
3 - O Highlander Apaixonado
Trilogia Concluída

Lenda da Paixão



Ele queria salvar seu povo.

Ela, sua própria honra!

Irlanda, século XIII.
Em busca do segredo que salvaria seu povo de uma terrível maldição, o valoroso guerreiro Robert McLir velejou pelo tempestuoso mar da Irlanda, rumo à inimiga Inglaterra.
Ferido, Robert foi aprisionado no castelo de lady Serine, belíssima e corajosa senhora feudal. Ela, porém, não se lembrou de aprisionar também o próprio e traiçoeiro coração...

Capítulo Um

Eles vieram do mar.
Um pequeno grupo de bárbaros celtas. Homens rudes, vestindo roupas de pele e calçando polainas de couro. Protegidos pelas sombras marchavam na direção da aldeia inglesa.
Levavam armas de ferro e no rosto de cada um deles estava a desesperada determinação de quem só tinha duas opções: sair-se bem na empreitada ou ser aniquilado.
O último canto dos pássaros juntou-se em dueto aos primeiros gritos das criaturas da noite.
Alheia àqueles sons, a ordenhadora de vacas da aldeia, Gerta, sentou-se perto do fogo em sua choupana para alimentar o filho no seio.
A canção de ninar que ela entoava foi interrompida pelo rosnar do cachorro.
Antes que o animal saísse do lugar, porém, a porta foi arrombada.
Um homem entrou correndo e arrancou o bebê dos braços da mãe enquanto outro tentava amordaçá-la.
Mas Gerta resistia e gritava tanto que chamou a atenção do líder dos celtas, que passava por ali naquele momento e resolveu ver o que estava acontecendo naquela casa.
— Levem também a mulher — ele decidiu antes de sair. — Pelo menos ela servirá para amamentar o filho.
O mesmo acontecia em outras casas da aldeia.
Enquanto isso, um grupo maior investia contra o castelo.
Lá dentro, sob o comando do líder, os celtas reuniram as crianças e as levaram para a cozinha, onde as criadas comiam a refeição vespertina.
Terrinas de carne e papa de aveia foram jogadas ao chão, espatifando-se, enquanto as mulheres juntavam seus gritos aos dos pequenos.
A gritaria alcançou o terraço onde lady Serine fazia contas.
Com o marido participando da Cruzada, ela devia cuidar para que o patrimônio da família estivesse intacto quando fosse legado ao filho pequeno, Hendrick, agora com dez anos de idade.
Serine levantou-se para ir ver o que estava acontecendo.
Soavam também vozes masculinas, um som que não se ouvia em Sheffield desde que o marido dela havia reunido todos os homens do feudo para ir lutar na Terra Santa em nome do rei. Teriam os homens retornado de surpresa?
Ou o castelo fora invadido por inimigos?
Tão logo viu a cena lá embaixo Serine teve a resposta.
Concentrados demais no que faziam os invasores não viram a mulher que descia rapidamente a escada.
Toda a atenção de Serine estava no homem moreno que agarrava o filho dela.
O celta tinha os longos cabelos pretos soltos sobre os ombros, emoldurando o rosto barbado. Superando o medo ela retirou uma lança do suporte que havia ao pé da escada e investiu contra o celta.
— Cuidado, Robert! — gritou uma voz.
O homem com o menino no colo usou apenas a mão livre para deixá-la sem a lança.
Por alguns instantes os olhos deles se encontraram, em mudo desafio.
Serine voltou os dela para o filho, mas no instante seguinte sentiu na face o golpe desferido pelo celta e caiu de costas nos degraus da escada.
Ao ver a mãe sem sentidos, o menino redobrou seus esforços para escapar, com uma coragem que não estava de acordo com a idade ou o tamanho dele.
— Ela não está morta — resmungou o celta, enquanto o garoto batia com os pés no estômago dele. — Na certa não está sofrendo tanto quanto eu. Agora pare com isso.
Mas Hendrick não parou.
O líder dos celtas enrolou-o no manto e o carregou para fora do castelo, com um sorriso de satisfação no rosto.
Aquele menino tinha tempera, merecia o orgulho do pai.
Eles arriscariam tudo para se apoderar de uma criança como aquela.
Era a única esperança de sobrevivência, a última chance de imortalidade.

15 de fevereiro de 2010

Algo Proibido

















Capítulo Um

Wessex, Inglaterra, 716 d. c.
- Terão de matar esse.
- O quê! - Rowena sobressaltou-se.
- Por que não? - perguntou cadward, o senescal do rei. - Não é mais do que um escravo, e dizem que é indomável. Se não o conseguirem vender, para quê incomodar-se em continuar a alimentá-lo?
- Mas... - ela não se podia mostrar alarmada.
Inquietar-se pela sorte de um escravo seria um sinal de debilidade do qual cadward se aproveitaria imediatamente.
Rowena afastou o olhar do seu acompanhante e observou a fila de escravos para venda que havia naquele canto do mercado, acorrentados pelo pescoço para não puderem fugir: mendigos; prisioneiros, devedores, criminosos, escravos por nascimento... porém, não era correto que...
Não devia mostrar que se interessava.
- Refere-se ao último da fila?
O sol refulgia na pele bronzeada, endurecida pelos músculos.
Era um perigo. Um perigo que ia ser eliminado.
Aquele homem tinha o cabelo indecorosamente comprido, de uma cor que Rowena não sabia qual era. A da luz da lua entre as sombras. A dos sonhos.
- Por amor de Deus, Rowena, se pudesse ver a sua cara... Tem o coração mais terno do que uma menina. É realmente comovente.
A raiva contida crispou cada músculo do corpo de Rowena.
Ela não era uma menina.
Já não o era, e um coração não podia partir-se duas vezes. Já não era uma ingénua que se pudesse manipular. cadward deveria saber.
- Engana-se - disse lady Rowena. - Pouco me importa o que aconteça a esse escravo. Encontraremos um mais conveniente - afastou o olhar dos ombros largos do escravo destinado à morte e, olhando para a sua saia azul escura, agarrou-a para que não se manchasse de pó.
Mas, enquanto o fazia, alguém que tentava abrir passagem até ao posto do mel, empurrou-a por trás.
Rowena perdeu o equilíbrio e precipitou-se para a frente.
O véu caiu sobre a sua cara. Cega, procurou o braço de cadward.
Agarrou-se a ele. Conseguiu deter a queda.
Por pouco. O saiote do vestido encheu-se de lama.
- Podia ajudar-me - disse secamente.
Ele guardou silêncio ao sentir a frieza do seu tom.
Já não tinha a sua túnica.
A mão de Rowena tocava a pele nua.
O estômago encolheu. As dobras do seu véu caíram para um lado e, de repente, encontrou-se a olhar para a pele desconhecida e nua à qual se agarrava a sua mão.
- A senhora tem bom olho. Este é o melhor do lote - disse alegremente uma voz com sotaque forte. Uma voz lisonjeadora. E ávida.O negociante de escravos. O melhor do lote. Rowena atreveu-se a olhar de soslaio.
O braço nu parecia prolongar-se interminavelmente, sinuoso, forte e sólido sob a luz do sol. Em algum ponto longínquo fundia-se num ombro brilhante, numas costas tão largas que pareciam impossíveis de abraçar por completo.
Um pescoço preso por uma argola de ferro larga da qual pendiam umas correntes grossas e pesadas.
Rowena compreendeu a quem estava a agarrar.
Ao escravo do final da fila. O que era indomável. O que iam matar.
- Ah, não o quer soltar! Estou vendo que a bela dama... e o senhor. - em frente a ela, o negociante lançou um olhar calculista à figura elegantemente vestida que permanecia junto a Rowena.
- Sabem reconhecer uma autêntica pechincha.
- Asseguro que sabemos... que sei. Se o quiser comprar - disse cadward, com desdém.
Rowena advertiu que o semblante do mercador se endurecia.
Os seus olhos penetrantes e malévolos observavam a mercadoria humana como se não se tratassem de pessoas.

Domínio dos Deuses




O sonho

A luz que se filtrava pelas folhas do carvalho sagrado caía sobre os ombros, o pescoço e o colo alvo da jovem ajoelhada junto ao arroio, envolvendo-a numa dourada opalescência.
Ela estava com os braços mergulhados na água fresca, e os luminosos reflexos de tons rosados desciam-lhe ao longo dos pulsos.
Parecia distraída. Mas, quando uma corça e sua cria aproximaram-se cautelosamente da margem relvosa, estendeu impulsivamente as mãos transbordantes e deu-lhes de beber.
Depois, ao sentir o contato macio do focinho dos animais, riu com a cabeça tombada para trás e, sob a caricia do sol, seus cabelos vermelho-dourados pareceram feitos de luz. O homem que a observava, oculto pelos ramos das árvores, descobriu uma felicidade intensa na quietude da cena deliciosa.
Permaneceu imóvel, sem outro pensamento que não o de contemplar a própria beleza através daquela graciosa criatura.


Capítulo Um

Lívia Augusta Basilius, filha mais velha do mercador Marcus Basilius, cavalgava mergulhada em cismas.
As folhagens espessas do bosque de pinheiros e carvalhos que ela atravessava turbilhonavam, inclinavam-se e afastavam-se à sua passagem.
Na villa sentia-se sem defesa, mas, ali, uma força estranha apoderava-se dela e lhe dava a impressão de ser completamente livre. Um sentimento ao mesmo tempo puro e excitante que fazia seus olhos brilharem e seus lábios entreabrirem-se.
Dominada por uma sensação de bem-estar, de leveza do coração, com a sua voz ecoando no silêncio do bosque, gritou:
— Livre! Estou livre!
Ofuscada por aquela emoção, estimulou o cavalo, que passou do trote para o galope.
O movimento rápido fazia seus cabelos desmancharem-se à brisa carregada com o odor de pinho e seu rosto brilhar de contentamento.
Quando atingiu a clareira, puxou suavemente a rédea, para que, a agitação do animal se abrandasse aos poucos, e depois desmontou.
Esticou então sensualmente os braços, deliciando-se com os primeiros raios de sol que atravessavam a densa folhagem escura.
Por um instante ainda, permitiu-se saborear esse encantamento no fundo de si mesma.
Subitamente, outras lembranças afloraram-lhe à mente.
Seu sorriso desvaneceu-se e, suspirando, ela deixou cair os braços ao longo do corpo, sentindo-se instintivamente envergonhada de seu bem-estar.
Depois de alguns dias, iria casar-se com o nobre tribuno Lucius Quintus, e seus momentos de liberdade estariam acabados para sempre.
Seu noivo era ambicioso e não fazia segredo de que o melhor meio de alcançar a glória era seguir a carreira militar.
Estava pensando em voltar para Roma, onde seu pai era senador, para provar que, à diferença de outros tribunos, era também um soldado valente e um hábil condutor de homens. Lívia angustiava-se com a idéia da nova vida que iria levar: uma vida completamente estranha a ela.
Para escapar a esse futuro que não conseguia imaginar, curvou-se para apanhar algumas flores silvestres, suas preferidas.
Aceitava o amor de Lucius e esforçava-se para lhe corresponder, mas não o amava.
No entanto, não era isso que a fazia perder a serenidade de espírito, mas a idéia de que, algum dia, ele a levaria para longe dessa Ilha que era o seu lar.

9 de fevereiro de 2010

Deusa Cativa










“Na praia vagamente vislumbrada
Através da névoa densa,
Onde as insolentes hostes inimigas
Repousam em silêncio temível...”

Francis Scott Key
“The Star-Spangled Banner”
Baltimore, 1814

Capítulo Um

6 de abril de 1814
Baltimore, Maryland
_Como ousam atirar em nós aqui! _protestou Brett Benton indignada.
Surpreso, Jacques, o camareiro de treze anos, viu a srta.
Benton correr pelo convés rumo ao lado de onde viera o estrondo da bala de canhão. Brandindo as mãos enluvadas no ar como se desejasse agredir o culpado e apesar da saia justa e das sapatilhas de seda, ela movia-se tão depressa que o rapazinho mal podia acompanhá-la.
Felizmente, a escuna francesa, Le Havre, seguia devagar pelos baixios enevoados do rio Patapsco, a caminho do porto, e mos¬trava-se bem estável.
Ao lado da moça alta e magra, ele agarrou-se ao gradil da popa.
_Não, srta. Benton, não estão atirando- em nós _explicou no inglês pouco fluente que ela tentara melhorar durante as cinco semanas agitadas da viagem iniciada na França. _O capitão Piquet diz que os navios de Baltimore atiram com canhão quando sé passam com segurança o bloqueio inimigo inglês.
Aliviada, ela suspirou e, instintivamente, corrigiu o menino:
“Quando conseguem passar com segurança pelo bloqueio inimigo”, é como se diz, Jacques.
Embora mais calma, Brett Benton não conseguiu abafar a irritação provocada pelo susto.
Não havia percorrido a longa distância entre Londres e Baltimore, suportando tempestades, falta de conforto e febres ocasionais, para no último instante algo acontecer e impedi-la de receber a herança.
Ela não se deixara intimidar por ser uma súdita britânica com destino a Baltimore denominada pelo jornal London Times como “ninho de piratas e cidade anárquica da América”.
Também não a amedrontava o fato de ter sido pedida em casamento pelo oficial da marinha britânica em comando do bloqueio que a escuna Le Havre acabava de varar. Apesar de esta terra de rebeldes sediciosos e a sua amada Inglaterra estarem em guerra, o seu tio-avô havia morrido e lhe deixado a parte dele, a metade dos direitos de uma firma de frota mercante sediada em Baltimore.
Isso constituía seu único bem num mundo sombreado por lutas e revoltas.
Ela estremeceu quando o navio, envolto pela neblina e logo atrás da escuna, atirou novamente quebrando o silêncio do amanhecer.



O HOMEM DO REI



Lorde Nicholas Spencer não tinha medo de nada nem de ninguém! 

Fortalecido pela confiança do rei Henrique VIII, sua missão era impor a justiça real no litoral sul da Inglaterra. 
Desbaratar uma quadrilha de contrabandistas não seria problema para um homem tão destemido, que desejava se ver frente a frente com o perigoso marinheiro que, pelo que se dizia, liderava o bando.
A jovem viúva Rosalind Barlow era mulher de grande coragem. Dona de
uma hospedaria, à noite chefiava um grupo de contrabandistas. Rosalind havia jurado derrotar o homem do rei, mas acabou descobrindo que seu coração a traía... 
Levando-a irremediavelmente para os braços do inimigo!

Capitulo Um

22 de setembro de 1539
Cidade litorânea de Deal, Inglaterra.
— Quietos, todos vocês! — murmurou a pequena figura. — Esta noite Percy está na cidade e não quero que ele acabe sabendo deste carregamento! Todos para dentro do túnel.
Sete homens corpulentos, vergados pelo peso da carga que transportavam, apressaram-se em obedecer. Por cerca de quinze minutos eles carregaram desde a praia caixas, barris e peças de tecido, percorrendo o escuro túnel que ia até a única hospedaria da cidade. No interior do túnel, o mais magro daqueles homens acendeu nervosamente uma lanterna e abriu caminho entre os demais.
— Sacre bleu, Rosalind! Você é uma mulher com caráter forjado em aço. — Nesse ponto o francês passou a falar no idioma de sua terra natal, que ela dominava. — Mesmo sendo pequena e encantadora, você faz o papel de um fantástico general para a nossa audaciosa empreitada! Quem mais ousaria esconder me¬cadorias francesas bem diante do nariz do fiscal de tributos? Ah, eu a amo!
— Contenha-se, amigo Pierre — respondeu Rosalind, também falando em francês. — Como já lhe disse, devemos ser amigos, nada além disso.
Enfatizando a advertência, ela balançou levemente a cabeça, que estava encapuzada para esconder a identidade. 
— Sobre o que ele está tagarelando, Ros? — perguntou um homem alto e corpulento, aproximando-se. — Não quer mais lã ou dinheiro pelas mercadorias, não é?
— Nada disso, Wat. Está apenas nos cumprimentando por termos coragem de fazer isto bem diante do nariz de Putnam.
— Não temos escolha, Pierre — resmungou Wat. — Além disso, nunca tivemos medo daquele idiota. A única coisa que nos preocupa é o grande castelo que o rei Henrique VIII está construindo na praia, para nos proteger caso vocês franceses resolvam nos invadir. Fala-se que talvez sua majestade poderosíssima mande um militar de alta patente para supervisionar a obra. É esse que não queremos ver enfiando o nariz por aí.
— Cuidaremos desse problema direitinho, no momento em que ele se apresentar, não é mesmo, meus Rosados? — pronunciou-se Rosalind.
Quando ela voltou a cabeça para sorrir para o grupo, o capuz caiu, revelando os cabelos loiros que brilhavam à luz da lanterna.
Renovando os votos de implacável oposição ao rei e seus aliados, todos se despediram e foram se retirando. Quando Rosalind ia seguir o grupo, o francês segurou no pulso dela.
— Preste atenção nisso, Rosalind — ele recomendou, com ênfase, embora falasse quase num cochicho. — Embora tudo para nós tenha saído às mil maravilhas nos últimos três anos, um homem do rei que seja esperto poderá acabar nos levando à destruição!


O Casamento do Highlander

Série Pine C. Highlander
Libby Hart é uma cirurgiã de sucesso, mas as circunstâncias a obrigaram a escapar para salvar sua vida.

Durante a fuga perde o controle de seu carro e cai em um lago, de onde a resgata Michael MacBain, um guerreiro medieval apanhado na época atual por um feitiço.
Michael foi rejeitado por uma mulher moderna e jurou não voltar a relacionar-se com nenhuma, mas a paixão que desperta Libby é muito forte.
O orgulhoso guerreiro deverá fazer frente não só a seus instintos, mas também ao segredo que guarda Libby, um segredo que ameaça mudar suas vidas para sempre.

Nota da Revisora Tessy: Adorei!!! É uma historia linda, gostosa de ler, cheia de encanto e divertidíssima e com um mocinho tudo de bom e uma mocinha que é uma graça e completamente das minhas....kkkkkkk. Pequena no tamanho, mas toda mulher e leva o feroz mocinho com o dedo mindinho.

Capítulo Um

Pine Creek, Maine, 22 de Outubro

Um grito o despertou justo quando atravessava dando voltas no terrível vazio, recuando e arranhando em busca de algo sólido ao que agarrar-se. 
Mas não havia nada; só uma segadora luz branca e o horror de saber que não tinha controle sobre seu destino.
Michael MacBain abriu os olhos, manteve-se absolutamente quieto e escutou o silêncio, quebrado tão somente pelo ofego de sua própria respiração. 

Devagar, levantou-se e esfregou a face para limpar o suor; depois desenrolou o lençol das pernas, jogou para um lado a roupa de cama e se levantou.
Foi até a janela, abaixou o vidro de cima, com baforadas lentas e medidas, inspirou o fresco ar de outubro e deixou que alagasse os trêmulos músculos.
Ao cabo de uns bons dois minutos, por fim o coração tranquilizou e limpou a cabeça. 

Depois de lançar um suspiro na noite, cravou o olhar na escuridão e decidiu que tudo ia bem. 
As montanhas, banhadas com a luz da lua, seguiam jogando sua sombra sobre a fazenda; as estrelas continuavam brilhando firmemente, sua casa estava tranquila… 
Seu filho, Robbie, estava seguro na cama, e John dormia no piso de baixo.
Michael voltou a esfregar a face com cansada impaciência. 

Os sonhos se voltavam cada vez mais detalhados… E muito mais frequentes.
Sempre começavam com Maura, com seu funeral. 

No sonho via a si mesmo agachado na ladeira da colina, escondido dos MacKeage, olhando como enterravam a sua mulher do outro lado da cerca que separava os pecadores das pessoas decentes.
Ian MacKeage depositava a sua filha em terra sem consagrar. 

E enquanto cobriam Maura com terra impura o sonho avançava, Michael revivia a cólera e a absoluta impotência que havia sentido naquele dia.
Ela não se matou: desviou-se por engano do caminho até meter-se no gelo quebradiço do lago por culpa da tempestade de neve. Ia buscá-lo; fugia de seu clã para casar-se, para que o filho de ambos nascesse com a bênção da Igreja.
Nesse momento o sonho saltava até seu enfrentamento com o Ian MacKeage aquele fatídico dia fazia oito séculos. 

As duras palavras de Ian tinham acentuado o sentimento de dor de Michael, que, incapaz de raciocinar com o pai de Maura, afastou-se dali.
Sim; foi então quando decidiu entrar em guerra.
O sonho trocava rapidamente, e desta vez se encontrava em um vale situado não longe da torre dos MacKeage. Com aspecto satisfeito, Greylen, Ian, Morgan e Callum MacKeage retornavam a casa depois de negociar com êxito a ajuda do clã dos MacDonald em sua luta contra os MacBain.
Era exatamente nesse momento quando Michael e seus cinco homens atacavam…


Série Pine C. Highlander
1 - O Feitiço de Grey
2 - Amando o Highlander
3 - O Casamento do Highlander
4 - Tentar a um Highlander
5 - Só com um Highlander
6 - Segredos de Highlander
7 - O Natal de Highlander
8 - Highlander for the Holidays

Amando o Highlander

Série Pine C.Highlander

Quando Sadie Quill encontra um homem incrivelmente atraente tomando sol nu, ao lado de um lago, não consegue resistir à tentação de fotografá-lo.

A reação do estranho é quase animal. Em segundos a tem presa contra o chão, arrebatando sua câmara. 

Sadie se defende e consegue fugir, mas será uma fuga temporária.
Descobrir a identidade do irresistível selvagem complicará a já difícil busca de uma lendária mina de ouro, que Sadie leva a cabo para honrar a memória de seu pai.
O estranho é Morgan MacKeage, um guerreiro escocês medieval transportado no espaço e no tempo até o estado de Maine na atualidade, um homem com a força da natureza selvagem pulsando em suas veias... 

E o poder de libertar o frágil coração de Sadie.

Capítulo Um


No profundo dos bosques do Maine, época atual. Sentado no alto escarpado de granito, o velho mago refletia em silêncio, alheio ao despertar do bosque que o rodeava, à catarata que caía bramando do precipício e à agitada poça, cheia de água espumante, que estava situada a uns trinta metros abaixo de onde ele se encontrava.
Alisou a barba com o punho da bengala e deu um suspiro; seus preocupados pensamentos se centravam por completo no solitário pescador que estava lá abaixo.
Fazia seis anos tinha causado um tremendo prejuízo a aquele jovem.
Sim: ele e só ele era responsável por ter transformado a vida de Morgan MacKeage no desastre que era agora.
Mediante um feitiço, Daar tinha levado Greylen MacKeage ao século XXI, laird e irmão de Morgan; era seu maior deslize até a data.
De acordo: Greylen realizou a viagem sem muitos problemas… Mas também o fizeram seis de seus inimigos, dois de seus homens e Morgan, seu irmão caçula.
O feitiço alcançou inclusive seus zangados cavalos de guerra, e os catapultou a toda uma viagem inimaginável que os fez avançar no tempo.
Daar atribuía aquele desastre a sua avançada idade.
Era velho, estava cansado e às vezes se despistava um pouco; por isso, em algumas ocasiões, a magia saía errada.
Em teoria, Morgan MacKeage devia estar morto há oito séculos, depois ter desfrutado de uma ou duas esposas e uma dúzia de filhos, mais ou menos.
Mas em vez disso, o guerreiro escocês das Terras Altas que agora estava pescando tinha trinta e dois anos, não tinha se casado ainda e era um solitário.
A Daar parecia quase um pecado que sua incompetência como mago tivesse jogado à deriva um guerreiro tão magnífico, tão forte e inteligente, e que se visse assim por sua culpa, sem objetivo nem direção.
Os ombros venceram sob o peso da culpa. Sim, ele e ninguém mais era o causador do desgosto daquele jovem, e já tinha passado da hora de consertar as coisas.
Uma mulher lhe viria bem…
Embora, por outro lado, talvez uma mulher só servisse para aumentar os problemas do jovem guerreiro.
Daar tinha descoberto que as mulheres do século XXI constituíam uma raça muito rara. Eram impetuosas, diretas, dogmáticas e teimosas; e, sobretudo, condenadamente independentes.
Atreviam-se a viver sozinhas, trabalhavam para manter-se e com bastante freqüência possuíam terras, ocupando postos de poder nos negócios e nos governos.
Como um homem nascido em uma época em que as mulheres eram um simples equipamento ia lidar com as deste século, tão independentes?
Como um viril guerreiro do século XII ia aceitar uma nova vida em uma época tão extravagante?
Os MacKeage viviam a seis anos no mundo moderno; seis anos adaptando-se, evoluindo e aceitando, por fim… Mas Morgan MacKeage seguia sozinho.
Seu irmão, Greylen, estava felizmente estabelecido; tinha uma esposa, uma filha e um par de gêmeas a caminho.
Quanto a Callum, cortejava uma mulher que vivia no povoado, e Ian se via em segredo com uma viúva duas noites por semana.
Até Michael MacBain, o único de seus inimigos que tinha sobrevivido, era pai de um filho e seguia adiante com sua vida.
Apenas Morgan permanecia desligado não apenas da companhia das mulheres, mas também das próprias paixões da existência.
Caçava, pescava e caminhava pelos bosques sem se dar trégua, como se procurasse algo que acalmasse o desejo de seus instintos.
— Vá com cuidado, ancião, a não ser que queira cair e se transformar em comida para os peixes!
Daar esteve a ponto de cair ao ouvir atrás dele a voz familiar de Morgan; então se levantou, voltou-se e olhou o jovem guerreiro com um cenho feroz.
— É um pagão, Morgan MacKeage, por tirar dez anos de vida do susto a um velho sacerdote.
Morgan elevou uma sobrancelha.
— A próxima vez que veja um padre, assegurarei-me de confessar os meus pecados.
Daar tentou endireitar os ombros e inchar o peito diante aquele insulto, mas em seguida desistiu, ao compreender que isso não mudaria nada.
— Agora está vendo um padre.
Morgan elevou a outra sobrancelha.
— Que Igreja aceita um druida em suas filas?
Daar apontou com o dedo ao guerreiro.
— Eu era sacerdote muito antes de me transformar em mago — apressou-se a replicar. — E, além disso, uma coisa não contradiz a outra; os dois caminhos vão na mesma direção.


Série Pine C. Highlander
1 - O Feitiço de Grey
2 - Amando o Highlander
3 - O Casamento do Highlander
4 - Tentar a um Highlander
5 - Só com um Highlander
6 - Segredos de Highlander
7 - O Natal de Highlander
8 - Highlander for the Holidays