Série Irmãs Merridew
Nos braços de um libertino!
Inglaterra, 1816
Cansada da tirania do avô, Prudence Merridew foge com suas irmãs para Londres.
Uma delas precisa se casar, e para viajar como acompanhante das irmãs, Prudence simula um noivado secreto com um duque recluso.
Mas quando o duque inesperadamente chega em Londres, ela é obrigada a contar com a ajuda dele para evitar uma situação desastrosa...Aristocrático, bonito e charmoso, Gideon entra de bom grado no jogo de Prudence, já que a encenação lhe possibilitará roubar alguns beijos da adorável dama.
Habituada a conviver apenas com as irmãs e com pessoas idosas, Prudence fica fascinada com aquele homem charmoso e sedutor. E então seu plano começa a ir drástica e deliciosamente por água abaixo...
Capítulo Um
Dereham Court, Norfolk, Inglaterra, 1816
― Prue! Prue! Corra! Ele está surrando Grace lá no sótão!
Ao ouvir os gritos de Hope, sua irmã de dezessete anos, Prudence Merridew largou a pena sobre o livro de registros.
O gesto apressado lançou pequeninos borrões de tinta sobre as contas da casa em que ela trabalhava, mas Prudence nem percebeu: já havia disparado porta afora.
No corredor, passou por Hope e também por Faith, irmã gêmea de Hope.
Com os olhos esbugalhados, as duas se puseram nos calcanhares da irmã mais velha.
— O que deu nele desta vez? — perguntou Prudence por sobre o ombro.
— Charity disse que ele encontrou Grace no sótão fazendo um presente para você.
— Hope arquejou. — Charity tentou contê-lo — interveio Faith. — Mas ele bateu nela também. — Eu quis ir lá socorrer Grace, mas como iria ajudar com o braço neste estado? — Hope ergueu a mão esquerda, em cujo punho ainda eram visíveis as marcas deixadas pela corda. — Além do quê, ele trancou a porta.
— Pode deixar, tenho as chaves aqui comigo. James! James!
O robusto e leal criado foi alcançar as três irmãs quando elas já se achavam no segundo piso do casarão.
— Depressa! Lorde Dereham está batendo em Grace lá em cima! — explicou Prudence, antes de se lançar ao terceiro pavimento e dali em direção ao estreito lance de escada que levava ao alojamento dos criados e ao sótão.
Num daqueles degraus estava sentada Charity. Entre soluços, ela quis explicar:
— Oh, Prue, eu tentei...
Com um gesto zeloso, Prudence afastou a mão com que a irmã cobria uma das faces. Dois vergões avermelhados maculavam a pele muito clara da jovem de dezenove anos de idade. Oh, como ele pudera...?
Charity era a meiguice em forma humana!
— Você foi muito corajosa, querida. — Virando-se para Faith, a mais tímida delas e que agora tremia da cabeça aos pés ante mais aquele assomo de fúria do avô, Prudence instruiu: — Faith, leve Charity para o meu dormitório, depois vá pedir um pouco de bálsamo ou ungüento à sra. Burton. Charity cuide dessas marcas no seu rosto e deixe tudo pronto para Grace.
Enquanto as duas mocinhas punham-se escadaria abaixo, Prudence continuou a galgar os degraus em direção ao sótão na companhia de Hope e James. Assim que chegaram ao último piso, ela se deteve.
— Entraremos sem fazer barulho, então deixem que eu me ocupe dele. Vocês cuidam de levar Grace para baixo.
O jovem lacaio fez um gesto afirmativo, porém Hope protestou:
— Mas ele está furioso, Prue! Vai acabar batendo em você também!
Série Irmãs Merridew
1 - Inadequado mas Irresistível
2 - O Homem Perfeito
3 - Um Estranho em Minha Vida
4 - Amante Cigano
Série Concluída
27 de março de 2010
O Homem Perfeito
Série Irmãs Merridew
Ele queria uma noiva... e encontrou o amor!
Londres, 1818
Os salões de baile londrinos não são o ambiente adequado para um pária da sociedade como Sebastian Reyne.
Mas suas irmãs mais novas precisam urgentemente de alguém que cuide delas, e por isso Sebastian está à procura de uma moça ajuizada e responsável com quem possa se casar. Certamente, não alguém como Hope Merridew, uma jovem linda, mas impetuosa e atrevida!Hope nota o evidente interesse de Sebastian, e se sente atraída por seu charme sedutor. Para ela, Sebastian Reyne parece um príncipe encantado, o homem que tem tudo para realizar seu sonho de dançar a valsa perfeita!
Mas quem poderia imaginar que uma simples dança acenderia a chama de uma paixão tão intensa, que os envolveria numa emocionante intriga de sensualidade e desejo?
Capítulo Um
Londres, Inglaterra, Abril de 1818
— Mas ela não tem seios! Como você pode querer se casar com uma mulher que não tem seios?!
Sebastian Reyne deu de ombros.
— De acordo com o relatório de Black, a fama preenche todos os requisitos necessários. Além do mais, é claro que lady Elinore tem seios. É uma mulher, não é?
— Quem pode ter certeza? — Giles Bemerton meneou a cabeça, sombrio. — Envolta em mil camadas de roupas como costuma andar, quem poderia garantir?
— O que está dizendo é bobagem, Giles.
Os dois conversavam numa sala minúscula que era parte da residência de solteiro que Giles costumava ocupar quando estava em Londres. Era tarde, e o fogo da lareira quase se extinguira.
— Além do mais, Elinore é quase dez anos mais velha que você.
— Apenas seis. — Sebastian tomou um gole de seu conhaque.
— Ela foge das pessoas e do casamento e, apesar da aparência, deve até ter recebido alguns pedidos. O pai da dama deve ter deixado uma boa herança. Por que Elinore iria querer mudar de idéia agora?
— Porque não tem opção. A mãe morreu no ano passado, deixando-a sozinha no mundo, e Elinore só receberá a fortuna paterna depois de três anos de casamento.
— Entendo. Mas você não precisa do dinheiro. Sendo assim, por que se unir a uma solteirona como lady Elinore? Sabia que já dancei com ela? Na ocasião, Elinore fez questão de deixar bem claro que me achou repugnante!
Sebastian conteve o riso. Giles era bem apanhado e costumava fazer muito sucesso com as mulheres.
Série Irmãs Merridew
1 - Inadequado mas Irresistível
2 - O Homem Perfeito
3 - Um Estranho em Minha Vida
4 - Amante Cigano
Série Concluída
Ele queria uma noiva... e encontrou o amor!
Londres, 1818
Os salões de baile londrinos não são o ambiente adequado para um pária da sociedade como Sebastian Reyne.
Mas suas irmãs mais novas precisam urgentemente de alguém que cuide delas, e por isso Sebastian está à procura de uma moça ajuizada e responsável com quem possa se casar. Certamente, não alguém como Hope Merridew, uma jovem linda, mas impetuosa e atrevida!Hope nota o evidente interesse de Sebastian, e se sente atraída por seu charme sedutor. Para ela, Sebastian Reyne parece um príncipe encantado, o homem que tem tudo para realizar seu sonho de dançar a valsa perfeita!
Mas quem poderia imaginar que uma simples dança acenderia a chama de uma paixão tão intensa, que os envolveria numa emocionante intriga de sensualidade e desejo?
Capítulo Um
Londres, Inglaterra, Abril de 1818
— Mas ela não tem seios! Como você pode querer se casar com uma mulher que não tem seios?!
Sebastian Reyne deu de ombros.
— De acordo com o relatório de Black, a fama preenche todos os requisitos necessários. Além do mais, é claro que lady Elinore tem seios. É uma mulher, não é?
— Quem pode ter certeza? — Giles Bemerton meneou a cabeça, sombrio. — Envolta em mil camadas de roupas como costuma andar, quem poderia garantir?
— O que está dizendo é bobagem, Giles.
Os dois conversavam numa sala minúscula que era parte da residência de solteiro que Giles costumava ocupar quando estava em Londres. Era tarde, e o fogo da lareira quase se extinguira.
— Além do mais, Elinore é quase dez anos mais velha que você.
— Apenas seis. — Sebastian tomou um gole de seu conhaque.
— Ela foge das pessoas e do casamento e, apesar da aparência, deve até ter recebido alguns pedidos. O pai da dama deve ter deixado uma boa herança. Por que Elinore iria querer mudar de idéia agora?
— Porque não tem opção. A mãe morreu no ano passado, deixando-a sozinha no mundo, e Elinore só receberá a fortuna paterna depois de três anos de casamento.
— Entendo. Mas você não precisa do dinheiro. Sendo assim, por que se unir a uma solteirona como lady Elinore? Sabia que já dancei com ela? Na ocasião, Elinore fez questão de deixar bem claro que me achou repugnante!
Sebastian conteve o riso. Giles era bem apanhado e costumava fazer muito sucesso com as mulheres.
Série Irmãs Merridew
1 - Inadequado mas Irresistível
2 - O Homem Perfeito
3 - Um Estranho em Minha Vida
4 - Amante Cigano
Série Concluída
Um Estranho em Minha Vida
Série Irmãs Merridew
Eu juro te amar, respeitar e ser fiel... Depois te conhecer!
França, 1818
Com sua natureza livre e espírito aventureiro,
Faith Merridew abriu mão da estabilidade e da segurança pelo homem que acreditava ser o grande amor de sua vida.
Mas tudo o que ele fez foi destruir sua reputação e seus sonhos... Até seu caminho cruzar com o de Nicholas Blacklock, que se ofereceu para salvar o bom nome de Faith com um casamento de conveniência.
Veterano da batalha de Waterloo, Nick guarda um terrível segredo.
Embora seja capaz de comandar uma legião de soldados com a simples autoridade de sua voz, suas ordens são sumariamente ignoradas pela doce e meiga esposa.
E à medida que se conhecem melhor, Faith pouco a pouco consegue despertar em Nick sentimentos que ele julgava soterrados para sempre em seu coração: carinho, alegria... e amor!
Capítulo Um
Calais, França, Setembro de 1818
Vozes de vários homens ecoavam na escuridão.
Faith Merridew se levantou. Uma luz se aproximava do local onde ela se escondia.
— Onde você está, minha pombinha? — O homem parecia embriagado.
— Você tem certeza de que ela está aqui? — Um segundo homem indagou. Eles conversam em francês.
— Eu a vi entrando e sei que não saiu. Está esquentando o nosso ninho. — O sujeito que respondeu soltou uma risada rouca. Mais dois riram também. Talvez três ou mais; não dava para ter certeza.
Faith vestiu seu casaco de lã, calçou as botas e resolveu que não esperaria mais nenhum minuto.
Logo adiante, a cidade repousava. Mas ela não tinha intenção de voltar para lá.
A cidade estava cheia de homens como aqueles. Homens cruéis que queriam se aproveitar dela.
Sua única alternativa era fugir para a direção da praia.
— Lá embaixo! — Eles a avistaram e começaram a perseguição.
Não adiantava mais se preocupar com o barulho.
Faith correu o mais rápido que podia, passando por arbustos e gramados. Sua saia se enrascava em galhos e espinhos, dos quais ela ia se livrando em cego desespero, sem perceber os arranhões em suas pernas.
Atrás dela, seus perseguidores.
Faith tropeçou numa raiz e foi ao chão. Caída, ela buscava pelo ar, que parecia fugir. Finalmente, recuperou o fôlego e no mesmo instante se levantou e retomou sua fuga desesperada.
Nesse momento, o silêncio da noite foi rompido por uma melodia suave e não muito distante.Onde havia música havia pessoas. Pessoas que poderiam ajudá-la. Não havia outra opção.
A música, que já tinha sido seu refúgio, ultimamente era sua ruína.
Arriscando tudo, Faith tomou o caminho da praia. Pedaços de troncos e pedras castigavam seus pés a cada passo.
Não muito distante, seus perseguidores.
Ela correu para salvar sua vida, correu na direção da música.
Era um pequeno acampamento com uma fogueira acesa no centro.
Uma figura solitária, sentada próxima ao fogo, tocava a música suave; o som de cordas espanholas ecoava na noite. Um enorme cachorro se ergueu das sombras. Faith ficou paralisada, temendo o animal.
— Lá embaixo! — As vozes de seus perseguidores se aproximavam cada vez mais e nada seria pior daquilo que planejavam fazer com ela.
— Ajude-me! — Faith suplicava, desesperada. — Ajude-me... eu lhe imploro!
A música parou. Os olhos do imenso cachorro refletiram na noite e ele rosnou.
— Quieto, Wulf!
Série Irmãs Merridew
1 - Inadequado mas Irresistível
2 - O Homem Perfeito
3 - Um Estranho em Minha Vida
4 - Amante Cigano
Série Concluída
Eu juro te amar, respeitar e ser fiel... Depois te conhecer!
França, 1818
Com sua natureza livre e espírito aventureiro,
Faith Merridew abriu mão da estabilidade e da segurança pelo homem que acreditava ser o grande amor de sua vida.
Mas tudo o que ele fez foi destruir sua reputação e seus sonhos... Até seu caminho cruzar com o de Nicholas Blacklock, que se ofereceu para salvar o bom nome de Faith com um casamento de conveniência.
Veterano da batalha de Waterloo, Nick guarda um terrível segredo.
Embora seja capaz de comandar uma legião de soldados com a simples autoridade de sua voz, suas ordens são sumariamente ignoradas pela doce e meiga esposa.
E à medida que se conhecem melhor, Faith pouco a pouco consegue despertar em Nick sentimentos que ele julgava soterrados para sempre em seu coração: carinho, alegria... e amor!
Capítulo Um
Calais, França, Setembro de 1818
Vozes de vários homens ecoavam na escuridão.
Faith Merridew se levantou. Uma luz se aproximava do local onde ela se escondia.
— Onde você está, minha pombinha? — O homem parecia embriagado.
— Você tem certeza de que ela está aqui? — Um segundo homem indagou. Eles conversam em francês.
— Eu a vi entrando e sei que não saiu. Está esquentando o nosso ninho. — O sujeito que respondeu soltou uma risada rouca. Mais dois riram também. Talvez três ou mais; não dava para ter certeza.
Faith vestiu seu casaco de lã, calçou as botas e resolveu que não esperaria mais nenhum minuto.
Logo adiante, a cidade repousava. Mas ela não tinha intenção de voltar para lá.
A cidade estava cheia de homens como aqueles. Homens cruéis que queriam se aproveitar dela.
Sua única alternativa era fugir para a direção da praia.
— Lá embaixo! — Eles a avistaram e começaram a perseguição.
Não adiantava mais se preocupar com o barulho.
Faith correu o mais rápido que podia, passando por arbustos e gramados. Sua saia se enrascava em galhos e espinhos, dos quais ela ia se livrando em cego desespero, sem perceber os arranhões em suas pernas.
Atrás dela, seus perseguidores.
Faith tropeçou numa raiz e foi ao chão. Caída, ela buscava pelo ar, que parecia fugir. Finalmente, recuperou o fôlego e no mesmo instante se levantou e retomou sua fuga desesperada.
Nesse momento, o silêncio da noite foi rompido por uma melodia suave e não muito distante.Onde havia música havia pessoas. Pessoas que poderiam ajudá-la. Não havia outra opção.
A música, que já tinha sido seu refúgio, ultimamente era sua ruína.
Arriscando tudo, Faith tomou o caminho da praia. Pedaços de troncos e pedras castigavam seus pés a cada passo.
Não muito distante, seus perseguidores.
Ela correu para salvar sua vida, correu na direção da música.
Era um pequeno acampamento com uma fogueira acesa no centro.
Uma figura solitária, sentada próxima ao fogo, tocava a música suave; o som de cordas espanholas ecoava na noite. Um enorme cachorro se ergueu das sombras. Faith ficou paralisada, temendo o animal.
— Lá embaixo! — As vozes de seus perseguidores se aproximavam cada vez mais e nada seria pior daquilo que planejavam fazer com ela.
— Ajude-me! — Faith suplicava, desesperada. — Ajude-me... eu lhe imploro!
A música parou. Os olhos do imenso cachorro refletiram na noite e ele rosnou.
— Quieto, Wulf!
Série Irmãs Merridew
1 - Inadequado mas Irresistível
2 - O Homem Perfeito
3 - Um Estranho em Minha Vida
4 - Amante Cigano
Série Concluída
Amante Cigano
Série Irmãs Merridew
1 - Inadequado mas Irresistível
2 - O Homem Perfeito
3 - Um Estranho em Minha Vida
4 - Amante Cigano
Série Concluída
Inglaterra, 1826
Para salvar a amiga, ela terá de entrar na toca do lobo...
Depois de três anos tentando arrumar namorado, Gracie não conheceu nenhum cavalheiro que fizesse seu coração palpitar. Então começou a sonhar com uma vida de aventuras, como ver o sol se pôr atrás das pirâmides do Egito e dançar em meio às ruínas na Grécia. Antes, porém, ela precisa ajudar uma amiga a se safar de um noivo indesejável...
Melly foi prometida em casamento a Dominic Wolfe, que receberá por herança uma vasta propriedade no dia em que se tornar chefe de família. Quando ela pede ajuda a Gracie para escapar do casamento, esta decide atuar como uma acompanhante enfadonha e insossa, na visita da amiga ao noivo. Mas algumas surpresas aguardam as duas jovens... Para começar, Dominic é o homem mais charmoso e atraente que Grace já viu na vida, e parece estar mais interessado nela do que na noiva! E Grace começa a achar cada vez mais difícil continuar representando seu papel...
Capítulo Um
Shropshire, Inglaterra, 1826
Dominic Wolfe cavalgava para dentro da aldeia levando o coração pesado pelo desejo de vingança. A toda velocidade em seu garanhão branco, chamava a atenção das pessoas, mas mantinha-se indiferente ao interesse geral. Saltou do animal diante da taverna e para lá se dirigiu. Uma cadela branca, de manchas pretas, o seguiu, exausta.
Três senhores idosos se sentavam no banco do lado de fora, à sombra de uma árvore. Uma criança magra e em farrapos veio atendê-lo aos gritos:
— Posso ajudar, senhor? Pegar-lhe uma cerveja, talvez? Ou água para seu cavalo? Para seu cachorro?
Ele se voltou, deixando ver sua alta estatura.
— Que estrada devo pegar para chegar ao Castelo de Wolfestone?
— O castelo, senhor? Mas o sr. Eades se foi há...
— Ei, Billy Finn, não incomode o cavalheiro com boataria da aldeia! — exclamou um homem corpulento que surgiu e afastou o garoto com um safanão. Abrindo um sorriso ao recém-chegado, ofereceu:—Uma bebida, senhor? Tenho cerveja boa, fresca. Ou, se preferir, a comida é ótima. Minha mulher faz uma torta de carne deliciosa!
Capítulo Um
Shropshire, Inglaterra, 1826
Dominic Wolfe cavalgava para dentro da aldeia levando o coração pesado pelo desejo de vingança. A toda velocidade em seu garanhão branco, chamava a atenção das pessoas, mas mantinha-se indiferente ao interesse geral. Saltou do animal diante da taverna e para lá se dirigiu. Uma cadela branca, de manchas pretas, o seguiu, exausta.
Três senhores idosos se sentavam no banco do lado de fora, à sombra de uma árvore. Uma criança magra e em farrapos veio atendê-lo aos gritos:
— Posso ajudar, senhor? Pegar-lhe uma cerveja, talvez? Ou água para seu cavalo? Para seu cachorro?
Ele se voltou, deixando ver sua alta estatura.
— Que estrada devo pegar para chegar ao Castelo de Wolfestone?
— O castelo, senhor? Mas o sr. Eades se foi há...
— Ei, Billy Finn, não incomode o cavalheiro com boataria da aldeia! — exclamou um homem corpulento que surgiu e afastou o garoto com um safanão. Abrindo um sorriso ao recém-chegado, ofereceu:—Uma bebida, senhor? Tenho cerveja boa, fresca. Ou, se preferir, a comida é ótima. Minha mulher faz uma torta de carne deliciosa!
O estranho o ignorou, falando com o menino:
— Qual estrada devo tomar?
O pequeno, que dava água à cadela, olhou para o dono da estalagem e apontou para a bifurcação que se podia ver dali.
— Por ali. Do lado direito. Não há como errar. O dono do lugar olhou feio para o menino.
— Não há ninguém...
Mas o estranho o interrompeu jogando uma moeda de prata ao garoto e se afastou, tornando a montar.
— O que ele pode querer no castelo? — O estalajadeiro cocou a cabeça, vendo-o tomar a direção indicada pela criança.
O mais velho dos dois senhores do banco assentiu.
— Você nunca teve bons olhos para coisa alguma, Mort Fairclough. Não o reconheceu?
— Pois se nunca o vi antes!
— Não notou seus olhos? Castanho-claros e frios. Com olhos assim e cabelos negros como carvão, está claro que só pode ser um Wolfe de Wolfestone!
Algumas pessoas já tinham se aproximado, e um murmúrio de susto se fez ouvir. Uma moça comentou, ainda vendo o cavalo ao longe, levantando atrás de si uma onda de poeira:
— Ah, ele é, sem dúvida, muito bonito! Adoro homens , grandes, com esse ar de seriedade, de maldade até. Adoraria saber se é assim tão mau de verdade...
— Pois estou mais interessado em que tipo de Wolfe ele é — continuou o ancião. — Tem havido senhores naquele castelo por mais de seiscentos anos, e existem apenas duas espécies deles: bons ou maus. E o destino de nossa aldeia depende disso.
Como naquele momento todos tinham se reunido em torno dele, o velhinho continuou, sempre assentindo, muito devagar:
— Só temos tido maus Wolfe desde que a maioria de vocês nasceu, mas quando eu era rapaz... Aquele senhor era bom! O melhor. Por isso fico imaginando como será esse aí.
— Acho que ele vai ser bom. — Billy Finn sorriu, cheio de confiança, apertando com força a moeda em sua palma.
O dono da taverna o olhou de soslaio ao opinar:
— Ser mão aberta não significa ser bom, rapazinho. O velho lorde era perdulário quando lhe interessava, mas ruim como uma cobra. — E, com desprezo, cuspiu para o lado.
Uma idosa que saiu de entre a multidão também teve sua vez de se manifestar:
— Devemos esperar a Dama de Cinza.
Série Irmãs Merridew— Qual estrada devo tomar?
O pequeno, que dava água à cadela, olhou para o dono da estalagem e apontou para a bifurcação que se podia ver dali.
— Por ali. Do lado direito. Não há como errar. O dono do lugar olhou feio para o menino.
— Não há ninguém...
Mas o estranho o interrompeu jogando uma moeda de prata ao garoto e se afastou, tornando a montar.
— O que ele pode querer no castelo? — O estalajadeiro cocou a cabeça, vendo-o tomar a direção indicada pela criança.
O mais velho dos dois senhores do banco assentiu.
— Você nunca teve bons olhos para coisa alguma, Mort Fairclough. Não o reconheceu?
— Pois se nunca o vi antes!
— Não notou seus olhos? Castanho-claros e frios. Com olhos assim e cabelos negros como carvão, está claro que só pode ser um Wolfe de Wolfestone!
Algumas pessoas já tinham se aproximado, e um murmúrio de susto se fez ouvir. Uma moça comentou, ainda vendo o cavalo ao longe, levantando atrás de si uma onda de poeira:
— Ah, ele é, sem dúvida, muito bonito! Adoro homens , grandes, com esse ar de seriedade, de maldade até. Adoraria saber se é assim tão mau de verdade...
— Pois estou mais interessado em que tipo de Wolfe ele é — continuou o ancião. — Tem havido senhores naquele castelo por mais de seiscentos anos, e existem apenas duas espécies deles: bons ou maus. E o destino de nossa aldeia depende disso.
Como naquele momento todos tinham se reunido em torno dele, o velhinho continuou, sempre assentindo, muito devagar:
— Só temos tido maus Wolfe desde que a maioria de vocês nasceu, mas quando eu era rapaz... Aquele senhor era bom! O melhor. Por isso fico imaginando como será esse aí.
— Acho que ele vai ser bom. — Billy Finn sorriu, cheio de confiança, apertando com força a moeda em sua palma.
O dono da taverna o olhou de soslaio ao opinar:
— Ser mão aberta não significa ser bom, rapazinho. O velho lorde era perdulário quando lhe interessava, mas ruim como uma cobra. — E, com desprezo, cuspiu para o lado.
Uma idosa que saiu de entre a multidão também teve sua vez de se manifestar:
— Devemos esperar a Dama de Cinza.
1 - Inadequado mas Irresistível
2 - O Homem Perfeito
3 - Um Estranho em Minha Vida
4 - Amante Cigano
Série Concluída
21 de março de 2010
Bela E Escandalosa
Desafiante!
A bela Samantha Davidson, sensação dos palcos de Londres, havia sido perseguida por muitos homens, mas nunca fora assediada por suas famílias!
E certamente nunca pela família do maior duque da Inglaterra bem, eles não
representavam nada para ela, nem mesmo o belo e assustador filho mais velho, Langston, que parecia pensar ser capaz de impedi-la de se casar com seu irmão...
Determinado!
O marquês de Langston não permitiria que o irmão caçula fosse enganado por uma aventureira mesmo que isso o obrigasse a tomar medidas drásticas para expor a famosa viúva. Mas de repente descobriu que o irmão não era o único com um inusitado interesse por Samantha. Seu vizinho Huntly estava determinado a conquistá-la. E existiam rumores de que o marido dela estava vivo...
Prólogo
Castelo Langston, Kent, Inglaterra, 1805
― Ahhhh! ― O grito de agonia ultrapassou a pesada porta de carvalho.
No corredor escuro o marquês de Langston, Jonathan Gervase Maurice St. Simon passou as mãos pelos cabelos já em desalinho.
Era difícil não invadir o quarto onde a esposa dava à luz o filho.
Gostaria que tudo acabasse depressa. Gostaria que Annabelle não tivesse de sofrer tanto. De repente se deu conta de que ela poderia morrer.
O pânico provocado pela possibilidade congelou seu sangue.
― Meu lorde. ― A voz abafada do médico interrompeu a sombria reflexão de Langston.
― Ela está bem? E o bebê? ― Langston sentia-se como se houvesse cavalgado por muitas horas, fugindo do inferno.
― É pai de um belo menino, meu lorde ― o médico anunciou. ― Mas minha lady perdeu muito sangue. Ela quer vê-lo.
Langston sentiu o peito contrair-se numa onda de dor. Annabelle, a mulher bela e cheia de vida com quem se casara um ano antes. Amava-a com uma intensidade que jamais esperara experimentar. Respirou fundo para controlar-se antes de entrar no quarto. Não queria que ela percebesse seus temores.
Capítulo Um
Londres, 1815
O marquês de Langston, herdeiro do duque de Rundell, assistia à apresentação da atriz da companhia Drury Lane.
Sua mãe, Alicia, duquesa de Rundell, dissera que a mulher estava empenhada em levar Deverell, seu filho caçula, à ruína.
Deverell dissera que ela era encantadora.
A elite a apontava como a sucessora de Sarah Siddons. Langston concordava com todos.
Cabelos castanhos com reflexos de cobre cobriam suas costas, provocando nele o desejo de tocá-los. E não sentia essa urgência há anos.
O rosto da atriz era delicado, com maçãs proeminentes, testa ampla e uma provocante covinha no queixo. A boca era cheia e um tanto larga demais para o gosto corrente, mas intrigante. Uma boca feita para ser beijada.
A distância, e com a iluminação do teatro, não podia dizer qual era a cor de seus olhos, mas Deverell os descrevera diversas vezes.
Costumava chamá-los de "mel verde", referindo-se ao tom esverdeado com reflexos castanho-claros que lembravam o ouro.
Langston sorriu. Dev conseguia ser poético quando seus afetos eram conquistados, o que acontecia freqüentemente.
A silhueta da mulher também era impecável.
Alta e esguia, era chamada pelos homens da elite de Divina Davidson.
As damas eram mais reservadas em seus elogios.
E compreendia por quê. Nenhuma mulher gostaria de competir com Samantha Davidson pelas atenções masculinas.
― Magnífica, não?
A voz de Dev interrompeu sua reflexão.
Deverell tinha cabelos claros, olhos castanhos e um sorriso cativante.
E mantinha uma postura militar que, apesar de arrogante, era graciosa.
Mas era volúvel demais. Generoso, perdoava com facilidade e era incapaz de guardar ressentimentos por mais do que uma quinzena.
Langston fitou o irmão com ar indulgente e assentiu.
― Sim, ela é extraordinária. Pretende torná-la sua próxima amante?
17 de março de 2010
Serie Veludo Clayburn
1- Veludo Azul
Ele lutava contra o fascínio da mulher que lhe fora imposta como esposa!
Inglaterra, 1355.
Forçada a se casar, lady Elizabeth Clayburn não encontrou, no leito nupcial do castelo do barão de Warwicke, os deleites do amor...
Havia muito tempo, o enigmático lorde Raynor Warwicke erguera muralhas em volta do próprio coração. Porém, sua esposa ousou penetrá-las, desafiando-o a afastar as suspeitas e a render-se ao poder da paixão!
Capítulo Um
Inglaterra, 1355.
Elizabeth Clayburn estava sentada no banco de pedra da janela, apoiando as costas eretas nas do irmão. Apesar da almofada de veludo, não se sentia confortável e, pela terceira vez, desejou estar em casa.
Contudo, havia prometido ficar ao lado de Stephen até lady Helen dirigir as atenções a outro homem. Por mais que detestasse o castelo de Wihdsor, tinha de assumir o compromisso.Não era hábito seu envolver-se nos assuntos do irmão, mas lady Helen estava custando a se convencer e Stephen chegara quase a implorar seu auxílio.
Ele achava que, vendo-o acompanhado, a ex-amante acabaria desistindo de importuná-lo.
Descontente, Elizabeth percorreu o olhar pela antecâmara repleta de pessoas. As três janelas deixavam entrar luz suficiente para iluminar o aposento grande e alto. Porém, ela não viu nada que lhe prendesse a atenção.
Apesar das paredes frias de pedra, o ar estava quente. Não havia móvel algum, ou adornos, exceto as ricas cortinas.
Homens e mulheres exibiam suas melhores roupas, capas túnicas e meias das mais variadas cores. Os homens mais velhos usavam capas compridas, mas os jovens
atreviam-se a usar as curtas tão censuradas pela igreja.
As das mulheres tinham fendas dos lados para mostrar as túnicas justas de seda adamascada. Uma profusão de jóias e peles era apreciada enquanto as pessoas
moviam-se pela antecâmara à espera de serem atendidas pelo monarca.
Atônita, Elizabeth olhou para baixo quando o trovador, a seus pés, começou a tocar o alaúde e a cantar.
"Lábios do mais puro vermelho
Olhos brilhantes como o orvalho"
— Deus misericordioso, Beth, esta é pior do que a última — reclamou Stephen a seu ouvido.
— Por favor, mano, não fale assim — protestou Elizabeth temendo que Percy ouvisse e se ofendesse.
Mas sir Percy Hustace havia ouvido o comentário. Desapontado, largou o instrumento no chão, arrebentando-lhe uma corda. Depois, tomou uma das mãos de Elizabeth.
— My lady, a senhora achou minha canção muito feia? Levada pela compaixão, Elizabeth respondeu:
— Nem um pouco, sir Percy. Percebe-se que tanto a letra como a melodia foram bem trabalhadas. Eu me sinto lisonjeada.
Percy fitou Stephen com ar de triunfo, mas este não escondeu o desdém. Com os olhos azuis faiscando, Elizabeth ameaçou o irmão.
— Se você não se comportar, vou embora e o deixo sozinho para enfrentar lady Helen.
Stephen empertigou-se.
— Ora, Beth, eu estava apenas brincando com Percy. Ele não devia ser tão sensível — declarou ao virar o rosto para o trovador.
Elizabeth não podia ver-lhe a expressão, mas pelo que conhecia do irmão, calculou ser desagradável. Todavia, não reclamou. Percy podia ser cansativo com suas canções piegas, isso sem mencionar a maneira exagerada de se vestir. Ela sorriu e disse:
— Está bem, vamos esquecer o assunto.
2- Veludo Vermelho
Eles viveram uma paixão sem limites e… proibida!
Inglaterra, 1360.
Sir Stephen Claybum sabia que o destino de lady Fellis Grayson era deitar-se no leito nupcial de outro homem. E, como emissário real, seria obrigado a entregar a mulher amada aos braços do inimigo.
O rei ordenara que Fellis se casasse com um estrangeiro por razões de Estado. Mas ela tomou uma decisão perigosa: desafiar a autoridade do soberano e obedecer aos ditames do próprio coração, que pertencia a Stephen!
Capítulo Um
Stephen Clayburn mexeu-se na sela para relaxar os músculos e inspirou profundamente o ar matinal.
Havia dormido ao relento, sob o manto das estrelas, preferindo não buscar o abrigo de mais um mosteiro.
Estava cansado da comida sem gosto que os monges costumavam comer. Na certa serviam aquela comida justamente para afugentar os visitantes.
Talvez adivinhando o pensamento do dono, Gabriel, o alazão, sacudiu a cabeça e resfolegou.
— Comidinha ruim, hein, companheiro? — disse Stephen, rindo e batendo no pescoço do animal.
Ele queria chegar logo ao castelo Malvern para cumprir a tarefa e voltar para casa. Ao receber a incumbência do rei Edward III, vira aquilo como uma solução para os problemas imediatos.
A ex-amante dele, Helen Denfield, não estava querendo aceitar o rompimento.
A princípio a mulher havia concordado que não existiria compromissos entre eles, mas com o passar do tempo Stephen chegara à conclusão de que a rica viúva o queria como segundo marido.
E não ajudava em nada o fato de a irmã dele, Elizabeth, ter se casado tão inesperadamente. Aquilo só incentivara o assédio de lady Helen.
Beth casada… Stephen balançou a cabeça. Não havia pensado que ficar sem a presença da irmã na pequena casa em Windsor o afetaria tanto, que sentiria tanto a falta dela. Na verdade devia se alegrar por estar livre de Beth, que vivia se intrometendo nos assuntos dele, perguntando a que horas voltaria para o jantar.
Nenhum homem gostava de ser tão paparicado.
Mas o fato era que Stephen sentia muita saudade da irmã.
Beth representava alguém para quem ele sempre voltava, alguém com quem podia conversar nas noites em que não estava viajando a serviço do soberano.
Como mensageiro do rei Edward, nunca podia prever o momento em que seria convocado para uma nova missão.
Elizabeth tinha sido sempre uma boa amiga e companheira, sem criar as inevitáveis complicações de uma esposa. E, para dizer a verdade, Stephen se sentia solitário sem ela. Agora a casa parecia quieta demais, sem vida.
Por isso era até bom estar outra vez na estrada.
Stephen nunca achara complicado desincumbir-se de missões diplomáticas, e agora o rei confiava na habilidade dele para arranjar o casamento entre um membro da baixa nobreza do País de Gales e a filha de um barão inglês.
Na ocasião o soberano o elogiara muito, qualificando-o como um homem simpático e possuidor de tato, perfeito para a missão.
Stephen balançou a cabeça de cabelos ruivos. Sim, ele até podia ter o dom da palavra, mas tinha sido escolhido porque os negociadores mais experimentados do rei estavam ocupados com os escoceses e os franceses.
Não que duvidasse das próprias qualidades, mas não achava nada atraente a tarefa de arranjar casamento para outras pessoas.
E isso porque ele próprio não pensava em se ligar a uma mulher pelo resto da vida.
A imagem que fazia do casamento não era das melhores.
Série Clayburn
1 - Veludo Azul
2 - Veludo Vermelho
Serie Concluída
Ele lutava contra o fascínio da mulher que lhe fora imposta como esposa!
Inglaterra, 1355.
Forçada a se casar, lady Elizabeth Clayburn não encontrou, no leito nupcial do castelo do barão de Warwicke, os deleites do amor...
Havia muito tempo, o enigmático lorde Raynor Warwicke erguera muralhas em volta do próprio coração. Porém, sua esposa ousou penetrá-las, desafiando-o a afastar as suspeitas e a render-se ao poder da paixão!
Capítulo Um
Inglaterra, 1355.
Elizabeth Clayburn estava sentada no banco de pedra da janela, apoiando as costas eretas nas do irmão. Apesar da almofada de veludo, não se sentia confortável e, pela terceira vez, desejou estar em casa.
Contudo, havia prometido ficar ao lado de Stephen até lady Helen dirigir as atenções a outro homem. Por mais que detestasse o castelo de Wihdsor, tinha de assumir o compromisso.Não era hábito seu envolver-se nos assuntos do irmão, mas lady Helen estava custando a se convencer e Stephen chegara quase a implorar seu auxílio.
Ele achava que, vendo-o acompanhado, a ex-amante acabaria desistindo de importuná-lo.
Descontente, Elizabeth percorreu o olhar pela antecâmara repleta de pessoas. As três janelas deixavam entrar luz suficiente para iluminar o aposento grande e alto. Porém, ela não viu nada que lhe prendesse a atenção.
Apesar das paredes frias de pedra, o ar estava quente. Não havia móvel algum, ou adornos, exceto as ricas cortinas.
Homens e mulheres exibiam suas melhores roupas, capas túnicas e meias das mais variadas cores. Os homens mais velhos usavam capas compridas, mas os jovens
atreviam-se a usar as curtas tão censuradas pela igreja.
As das mulheres tinham fendas dos lados para mostrar as túnicas justas de seda adamascada. Uma profusão de jóias e peles era apreciada enquanto as pessoas
moviam-se pela antecâmara à espera de serem atendidas pelo monarca.
Atônita, Elizabeth olhou para baixo quando o trovador, a seus pés, começou a tocar o alaúde e a cantar.
"Lábios do mais puro vermelho
Olhos brilhantes como o orvalho"
— Deus misericordioso, Beth, esta é pior do que a última — reclamou Stephen a seu ouvido.
— Por favor, mano, não fale assim — protestou Elizabeth temendo que Percy ouvisse e se ofendesse.
Mas sir Percy Hustace havia ouvido o comentário. Desapontado, largou o instrumento no chão, arrebentando-lhe uma corda. Depois, tomou uma das mãos de Elizabeth.
— My lady, a senhora achou minha canção muito feia? Levada pela compaixão, Elizabeth respondeu:
— Nem um pouco, sir Percy. Percebe-se que tanto a letra como a melodia foram bem trabalhadas. Eu me sinto lisonjeada.
Percy fitou Stephen com ar de triunfo, mas este não escondeu o desdém. Com os olhos azuis faiscando, Elizabeth ameaçou o irmão.
— Se você não se comportar, vou embora e o deixo sozinho para enfrentar lady Helen.
Stephen empertigou-se.
— Ora, Beth, eu estava apenas brincando com Percy. Ele não devia ser tão sensível — declarou ao virar o rosto para o trovador.
Elizabeth não podia ver-lhe a expressão, mas pelo que conhecia do irmão, calculou ser desagradável. Todavia, não reclamou. Percy podia ser cansativo com suas canções piegas, isso sem mencionar a maneira exagerada de se vestir. Ela sorriu e disse:
— Está bem, vamos esquecer o assunto.
2- Veludo Vermelho
Eles viveram uma paixão sem limites e… proibida!
Inglaterra, 1360.
Sir Stephen Claybum sabia que o destino de lady Fellis Grayson era deitar-se no leito nupcial de outro homem. E, como emissário real, seria obrigado a entregar a mulher amada aos braços do inimigo.
O rei ordenara que Fellis se casasse com um estrangeiro por razões de Estado. Mas ela tomou uma decisão perigosa: desafiar a autoridade do soberano e obedecer aos ditames do próprio coração, que pertencia a Stephen!
Capítulo Um
Stephen Clayburn mexeu-se na sela para relaxar os músculos e inspirou profundamente o ar matinal.
Havia dormido ao relento, sob o manto das estrelas, preferindo não buscar o abrigo de mais um mosteiro.
Estava cansado da comida sem gosto que os monges costumavam comer. Na certa serviam aquela comida justamente para afugentar os visitantes.
Talvez adivinhando o pensamento do dono, Gabriel, o alazão, sacudiu a cabeça e resfolegou.
— Comidinha ruim, hein, companheiro? — disse Stephen, rindo e batendo no pescoço do animal.
Ele queria chegar logo ao castelo Malvern para cumprir a tarefa e voltar para casa. Ao receber a incumbência do rei Edward III, vira aquilo como uma solução para os problemas imediatos.
A ex-amante dele, Helen Denfield, não estava querendo aceitar o rompimento.
A princípio a mulher havia concordado que não existiria compromissos entre eles, mas com o passar do tempo Stephen chegara à conclusão de que a rica viúva o queria como segundo marido.
E não ajudava em nada o fato de a irmã dele, Elizabeth, ter se casado tão inesperadamente. Aquilo só incentivara o assédio de lady Helen.
Beth casada… Stephen balançou a cabeça. Não havia pensado que ficar sem a presença da irmã na pequena casa em Windsor o afetaria tanto, que sentiria tanto a falta dela. Na verdade devia se alegrar por estar livre de Beth, que vivia se intrometendo nos assuntos dele, perguntando a que horas voltaria para o jantar.
Nenhum homem gostava de ser tão paparicado.
Mas o fato era que Stephen sentia muita saudade da irmã.
Beth representava alguém para quem ele sempre voltava, alguém com quem podia conversar nas noites em que não estava viajando a serviço do soberano.
Como mensageiro do rei Edward, nunca podia prever o momento em que seria convocado para uma nova missão.
Elizabeth tinha sido sempre uma boa amiga e companheira, sem criar as inevitáveis complicações de uma esposa. E, para dizer a verdade, Stephen se sentia solitário sem ela. Agora a casa parecia quieta demais, sem vida.
Por isso era até bom estar outra vez na estrada.
Stephen nunca achara complicado desincumbir-se de missões diplomáticas, e agora o rei confiava na habilidade dele para arranjar o casamento entre um membro da baixa nobreza do País de Gales e a filha de um barão inglês.
Na ocasião o soberano o elogiara muito, qualificando-o como um homem simpático e possuidor de tato, perfeito para a missão.
Stephen balançou a cabeça de cabelos ruivos. Sim, ele até podia ter o dom da palavra, mas tinha sido escolhido porque os negociadores mais experimentados do rei estavam ocupados com os escoceses e os franceses.
Não que duvidasse das próprias qualidades, mas não achava nada atraente a tarefa de arranjar casamento para outras pessoas.
E isso porque ele próprio não pensava em se ligar a uma mulher pelo resto da vida.
A imagem que fazia do casamento não era das melhores.
Série Clayburn
1 - Veludo Azul
2 - Veludo Vermelho
Serie Concluída
Suave é a Noite
Desde criança, Kenna sempre acreditou que Rhys Canning fosse o responsável pela morte de seu pai.
Entretanto, no momento em que se depara com Rhys, depois de tantos anos. Kenna fica sem ação, fascinada diante daquele homem atraente e carismático de olhar penetrante e sedutor...
E tudo o que ela consegue fazer é entregar apaixonadamente seu coração...
Seria melhor Rhys não ter encontrado aquela jovem tão linda e provocante. Durante anos ela povoou seus sonhos e pensamentos, e agora é chegada a hora de compensar isso. Ele já esperou tempo demais para deixar escapar a oportunidade de tê-la em seus braços, e esta será a noite perfeita para realizar um desejo há muito adormecido... Mas ele não pode revelar á verdade a Kenna sem pôr em risco sua importante missão...
Prólogo
Novembro de 1805
Kenna Dunne encostou-se no corrimão, mantendo-se nas sombras junto à escadaria. Por entre os dois pilares entalhados de madeira, que cheiravam vagamente a cera de abelha, podia observar a movimentação no salão lá embaixo. Segurou uma risadinha ao ver o mordomo, Henderson, auxiliando mais uma recém-chegada com detalhes da fantasia. E, ao segurar-lhe a capa de veludo, o criado, muito mais alto, teve uma bela visão do colo descoberto pelo vestido de camponesa que a mulher usava. Por trás dela, as sobrancelhas grisalhas de Henderson se ergueram avaliadoras.
— Coitado... — Kenna segredou à sua meia-irmã. —Aposto que a Sra. Henderson vai furar-lhe os olhos antes do fim da noite. Essa é a terceira camponesa que chega e que tem o corpete tão apertado que seus seios quase saltam para fora.
— Kenna! — Yvonne repreendeu-a. — Cuidado com a linguagem! E esta é a terceira vez que contei até agora. — A garota parecia tensa. — Olhe, acho que devemos sair daqui. Alguém vai acabar nos vendo. — Começou a se levantar, mas foi puxada com força para que tornasse a se abaixar.
— Ainda não! Quero ver tudo! Nunca houve uma festa assim em Dunnelly! Você contou lady Dimmy como uma das camponesas?
— Não.
— Ah, então foi isso.
— Mas ela parecia mais uma governanta.
Kenna cobriu os lábios para abafar a risada, porém não deixou de olhar para baixo.'
— E, parecia mesmo — concordou. — Mas acho que a fantasia de lady Dimmy era para ser de camponesa. Então devemos contá-la como se fosse uma. Pelo menos, acho que era a intenção dela. Afinal, ninguém viria a um baile a fantasia usando roupas de governanta. Embora eu também não consiga imaginar por que tantas mulheres acabam vindo como camponesas.
Yvonne sorriu.
— Acho que é por ser romântico.
— Bobagem. Não há nada de romântico em cuidar de carneiros. Devem cheirar mal. Mas acho que nenhuma delas pensou nisso. — Kenna acompanhou a mais nova "camponesa" com os olhos, vendo-a ser escoltada pelo mordomo até o salão principal. — O que acha que aconteceria se soltássemos umas dez ovelhas?
— Acho que ficaríamos presas na sala de estudos pelo resto das nossas vidas, Kenna! Pode não acreditar, mas mamãe disse que vai ser dura com você e obrigá-la a estudar como nunca. Acho que eu morreria se tivesse de decorar a geografia da índia outra vez.
Palavras tão dramáticas fizeram Kenna encarar a irmã; por gostar tanto de estudar, nunca lhe ocorrera que isso pudesse ser uma tortura para Yvonne. Sua mente jovem e curiosa não admitia tal idéia. Pensativa, colocou uma mecha fina de cabelos entre os lábios, como sempre fazia quando ficava absorta. Aos treze anos, não eram freqüentes momentos assim, porém Kenna estava ciente de todas as boas qualidades que possuía, bem como das que lhe faltavam...
Entretanto, no momento em que se depara com Rhys, depois de tantos anos. Kenna fica sem ação, fascinada diante daquele homem atraente e carismático de olhar penetrante e sedutor...
E tudo o que ela consegue fazer é entregar apaixonadamente seu coração...
Seria melhor Rhys não ter encontrado aquela jovem tão linda e provocante. Durante anos ela povoou seus sonhos e pensamentos, e agora é chegada a hora de compensar isso. Ele já esperou tempo demais para deixar escapar a oportunidade de tê-la em seus braços, e esta será a noite perfeita para realizar um desejo há muito adormecido... Mas ele não pode revelar á verdade a Kenna sem pôr em risco sua importante missão...
Prólogo
Novembro de 1805
Kenna Dunne encostou-se no corrimão, mantendo-se nas sombras junto à escadaria. Por entre os dois pilares entalhados de madeira, que cheiravam vagamente a cera de abelha, podia observar a movimentação no salão lá embaixo. Segurou uma risadinha ao ver o mordomo, Henderson, auxiliando mais uma recém-chegada com detalhes da fantasia. E, ao segurar-lhe a capa de veludo, o criado, muito mais alto, teve uma bela visão do colo descoberto pelo vestido de camponesa que a mulher usava. Por trás dela, as sobrancelhas grisalhas de Henderson se ergueram avaliadoras.
— Coitado... — Kenna segredou à sua meia-irmã. —Aposto que a Sra. Henderson vai furar-lhe os olhos antes do fim da noite. Essa é a terceira camponesa que chega e que tem o corpete tão apertado que seus seios quase saltam para fora.
— Kenna! — Yvonne repreendeu-a. — Cuidado com a linguagem! E esta é a terceira vez que contei até agora. — A garota parecia tensa. — Olhe, acho que devemos sair daqui. Alguém vai acabar nos vendo. — Começou a se levantar, mas foi puxada com força para que tornasse a se abaixar.
— Ainda não! Quero ver tudo! Nunca houve uma festa assim em Dunnelly! Você contou lady Dimmy como uma das camponesas?
— Não.
— Ah, então foi isso.
— Mas ela parecia mais uma governanta.
Kenna cobriu os lábios para abafar a risada, porém não deixou de olhar para baixo.'
— E, parecia mesmo — concordou. — Mas acho que a fantasia de lady Dimmy era para ser de camponesa. Então devemos contá-la como se fosse uma. Pelo menos, acho que era a intenção dela. Afinal, ninguém viria a um baile a fantasia usando roupas de governanta. Embora eu também não consiga imaginar por que tantas mulheres acabam vindo como camponesas.
Yvonne sorriu.
— Acho que é por ser romântico.
— Bobagem. Não há nada de romântico em cuidar de carneiros. Devem cheirar mal. Mas acho que nenhuma delas pensou nisso. — Kenna acompanhou a mais nova "camponesa" com os olhos, vendo-a ser escoltada pelo mordomo até o salão principal. — O que acha que aconteceria se soltássemos umas dez ovelhas?
— Acho que ficaríamos presas na sala de estudos pelo resto das nossas vidas, Kenna! Pode não acreditar, mas mamãe disse que vai ser dura com você e obrigá-la a estudar como nunca. Acho que eu morreria se tivesse de decorar a geografia da índia outra vez.
Palavras tão dramáticas fizeram Kenna encarar a irmã; por gostar tanto de estudar, nunca lhe ocorrera que isso pudesse ser uma tortura para Yvonne. Sua mente jovem e curiosa não admitia tal idéia. Pensativa, colocou uma mecha fina de cabelos entre os lábios, como sempre fazia quando ficava absorta. Aos treze anos, não eram freqüentes momentos assim, porém Kenna estava ciente de todas as boas qualidades que possuía, bem como das que lhe faltavam...
12 de março de 2010
A Deusa de Gelo
Derretendo um coração de gelo...
Escócia, 1206
George Grant, chefe de um clã da Escócia, foi o único sobrevivente de um naufrágio. Ao acordar em uma ilha gelada e estranha, sentiu-se subitamente apreensivo, pois teria de dar um jeito de voltar logo para casa e cumprir seu dever: casar com a bonita e elegante noiva escolhida pelo rei da Escócia.Mas ao conhecer a mulher de quem se tornara prisioneiro, uma viking destemida, forte e obstinada, seus planos mudaram!
Rika era tão fria e dura quanto os braceletes de metal trabalhados que lhe cobriam os pulsos. No entanto, o rubor de sua face negava seu exterior gélido.
Ela precisava de um marido guerreiro para reivindicar seu dote com o qual pretendia comprar a liberdade do irmão, e George parecia ser o homem ideal para isto!
Capítulo Um
Ilhas Shetland, 1206George estava sonhando. Sim, era essa a explicação para o que estava acontecendo.
Os olhos ardiam por causa da areia e do sal. A água gelada corria sobre seu corpo enregelando-lhe os ossos. Já não sentia as pernas. Se pelo menos pudesse fazer algum movimento ou gritar.
— Ele é perfeito — uma voz feminina sussurrou bem perto do seu ouvido.
Ele sentiu um dedo macio passando ao redor do seu queixo.
— Aposto que ele está completamente morto. — A voz grossa era agora, evidentemente masculina e tinha um sotaque muito estranho.
Com esforço George entreabriu os olhos para a claridade do amanhecer e tentou focalizá-los nas pessoas que estavam falando.
— Que aposta infeliz a sua, Legislador. Veja, ele está acordando — tornou a voz feminina.
Não, ele não estava sonhando. Estava morto. Só podia estar.
A visão que parecia flutuar acima dele era suficiente para convencê-lo de que não se encontrava entre os mortais. É claro que ele já ouvira falar sobre mulheres como aquela que no momento olhava para ele com atenção. Os navegantes dinamarqueses que iam a Inverness para negociar reuniam-se ao redor de fogueiras nos acampamentos e contavam lendas de sua terra. Mas ele era cristão e não acreditava naquelas histórias.
No entanto, ali estava ela. Podia vê-la perfeitamen¬te, acima dele, observando-o, esperando.
— Valquíria — George murmurou.
A visão franziu a testa e estreitou os pálidos e frios olhos azuis que continuavam fixos nele.
— Você tem razão — a voz masculina disse de algum lugar, no limite da consciência dele. — Ele não está morto, é apenas maluco.
Oh, ele estava morto, sem dúvida. Se não estivesse, como explicar a presença daquela criatura?
Ela analisava-o atentamente. Tinha duas grossas trancas loiras e sedosas, presas com argolas de bronze trabalhado, caídas sobre o colo nu. Usava um elmo, como o de um guerreiro, e túnica longa de cota de malha de ferro. O elmo era ornado com relevos estranhos, semelhantes às letras rúnicas que ele já vira nas pedras muito antigas que se erguiam perto da baía de Firth.
Apesar do traje e da expressão severa e perspicaz, ele não teve dúvida de que ela era uma mulher. Isso era revelado nas maçãs do rosto coradas e nos lábios cheios e vermelhos.
O homem deitado passou lentamente o olhar pela curva do pescoço dela e pelos ombros estreitos. Os bra¬ços nus eram bronzeados e adornados com mais argolas de metal trabalhado, iguais as que lhe prendiam as tranças. A cada movimento respiratório o peito dela erguia-se sob a cota de malha.
— Eu estou... em — ele começou a falar com dificuldade, a voz grossa e áspera. — Aqui é...
Ele tossiu, sentindo a água salgada raspar-lhe a gar¬ganta. Notou o olhar penetrante da Valquíria e completou a pergunta:
— Aqui é Valhalla?
O som de risadas de homens perturbou a melancólica harmonia do crocitar das andorinhas-do-mar e dos cormorões.
— Este é, provavelmente, o lugar mais distante de Valhalla — respondeu a Valquíria. — Aqui é Frideray. Fair Isle.
Ele sentiu a cabeça girando e um súbito enjôo.
— Mas... então... — George tentou sentar-se e recebeu um forte empurrão da Valquíria, que o derrubou na areia novamente.
Uma onda de água gelada cobriu-lhe as pernas e ele começou a tremer.
— Quem... são vocês?— Sou Ulrika, filha de Fritha. Ou apenas Rika.
10 de março de 2010
A Tentação Mora ao Lado
Entregando o Coração!
Ferido na guerra, Tristan Llevanth não pode retomar a vida que tinha antes, e que tanto adorava, navegando no oceano.
Para Tristan, a vida perdeu o desafio. Pelo menos é o que ele pensa...
Até seu leal mordomo Reeves insistir em trazer para o convívio de seu lar a jovem linda e petulante que mora na casa vizinha...Reeves acredita que Tristan precisa de um estímulo para recuperar a alegria de viver. E quem melhor para isso que Prudence Thistlewaite, a adorável dama que mora na casa ao lado?
Prudence quer distância de seu vizinho, um homem perigosamente atraente e mal-humorado.
Mas a quantia que Reeves lhe oferece para suavizar os maus modos de capitão é irrecusável.
Ela será capaz de domar o rebelde capitão, ou ele conseguirá o que mais almeja, conquistar o coração da adorável Prudence?
Capítulo Um
Solar Rochester, Somerset, Inglaterra, 1806.
Manso e límpido, o rio deslizava pelos bosques viçosos, flertando aqui e acolá com o caminho pavimentado por pedras, antes de desembocar suavemente numa enorme lagoa cristalina. As águas azuladas refletiam os contornos impecáveis de uma praça meticulosamente planejada, enfeitada por várias colunas e uma fonte de mármore róseo. No transcorrer dos anos, aquele largo servira como lugar secreto de encontros amorosos não só para nobres como também para plebeus.
Próximo àquele bem orquestrado pedacinho de paraíso erguia-se uma colina. No alto dela, como uma coroa disposta sobre uma almofada de veludo verde, ficava uma sólida e majestosa mansão de tijolos aparentes numa tonalidade que tendia ao dourado.
Suas janelas em painéis cintilavam de um modo encantador ao sol do fim de tarde.
O solar Rochester era tido como um exemplo ideal de refinamento, ilustração e civilidade.
O próprio rei já tinha enaltecido a mansão e seus aprestos, referindo-se a eles como: "os mais seletos e requintados de toda a Inglaterra". O comentário fora feito havia um bom par de anos e, à época, o sexto conde apenas meneara de leve a cabeça como forma de agradecer ao elogio; por dentro se sentia radiante, evidentemente, no entanto demonstrar tal satisfação teria sido um gesto grosseiro. E Rochester podia ser tudo, menos uma pessoa mal-educada.
De qualquer modo, ainda hoje o conde se permitia o prazer de pôr-se a rememorar a afirmação do rei. Quase toda noite, antes de fechar os olhos, recordava-se não somente das palavras elogiosas, mas também da exata expressão do monarca ao proferi-las. Além de ajudá-lo a adormecer, a lembrança lhe propiciava sonhos deliciosos.
Exceto agora, obviamente. No momento Rochester andava ocupado demais com a irritante obrigação de morrer com dignidade. A parte de morrer, calculava, era a mais simples; o que dava trabalho era o complemento "com dignidade".
Como sempre, a compostura tinha seu preço. Isso era algo que ele aprendera muito, muito tempo atrás. A bem da verdade, a morte em si não o preocupava nem um pouco.
8 de março de 2010
Foi um Amor do Futuro
Ah! esta história é linda, começa contemporâneo mas o desenrolar e final medieval.
Inglaterra, 1994.
Quando a amada esposa de Richard Lambert morre, ele acha que nunca vai encontrar o amor novamente.
Até que, ao explorar uma torre medieval, ele cai das escadas para outra época...
Inglaterra, 1214.
Quando ele acorda, ele está no corpo de seu ancestral, que está perto da morte.
Tendo sua esposa como enfermeira, ele recupera sua saúde, e ela descobre que ele não é o homem cruel que ela conhecia. E ele descobre uma segunda chance - com o seu primeiro e único amor...
Capítulo Um
Inglaterra, 1994
O caminho serpenteava entre os tetos de palha do povoado, passava em frente de jardins distribuídos com filas de rabanetes e repolhos, malmequeres, varais carregados de lençóis e roupas íntimas, e cercas baixas de pedra onde as bicicletas se apoiavam como avós retorcidas que descansam no último resplendor da tarde. Richard Lambert reduziu a velocidade do pequeno Morris alugado até uma parada próxima e colocou a cabeça fora da janela para tentar ver pela esquerda e direita no cruzamento.
A sua direita, uma igreja antiga, se atava ao pequeno morro como se tivesse sido plantada, não construída, e as lápides irregulares do cemitério brotavam como cogumelos
expostos à intempérie. Atrás da igreja, estendendo-se para o horizonte, as montanhas de Gales eram uma cortina de fundo azul escuro frente ao céu azul claro.
Enquanto observava, quatro mulheres com batas descoloridas saíram da igreja levando faxineiras e baldes de onde saiam trapos úmidos. Detiveram-se no pórtico e o olharam; o que lhe pareceu, com receio.
Olhou à esquerda. Ao final da fila de lojas, além do mercado e o açougue, a padaria e a agência de correios, havia uma taberna de dois pavimentos, com a estrutura de madeira. Em cima da porta estava escrito “CORAGEM”. Uma placa ao vento revelava que o nome da taberna era “CORDEIRO E OS URSOS”.
—Muito bom, L — disse em voz alta, por costume.
Esse apelido tinha surgido como uma brincadeira, apoiada no cadastro de Lucy no guia de telefones, quando se conheceram. — Eu fiz. — Não tinha passado tempo suficiente desde que ela se foi para que ele notasse sua ausência.
Seis meses depois de sua morte, seu primeiro impulso ainda era esperar uns minutos sempre que entrava no carro, chamá-la ao acabar o dia, consultar com ela primeiro antes de fazer planos
Inglaterra, 1994.
Quando a amada esposa de Richard Lambert morre, ele acha que nunca vai encontrar o amor novamente.
Até que, ao explorar uma torre medieval, ele cai das escadas para outra época...
Inglaterra, 1214.
Quando ele acorda, ele está no corpo de seu ancestral, que está perto da morte.
Tendo sua esposa como enfermeira, ele recupera sua saúde, e ela descobre que ele não é o homem cruel que ela conhecia. E ele descobre uma segunda chance - com o seu primeiro e único amor...
Capítulo Um
Inglaterra, 1994
O caminho serpenteava entre os tetos de palha do povoado, passava em frente de jardins distribuídos com filas de rabanetes e repolhos, malmequeres, varais carregados de lençóis e roupas íntimas, e cercas baixas de pedra onde as bicicletas se apoiavam como avós retorcidas que descansam no último resplendor da tarde. Richard Lambert reduziu a velocidade do pequeno Morris alugado até uma parada próxima e colocou a cabeça fora da janela para tentar ver pela esquerda e direita no cruzamento.
A sua direita, uma igreja antiga, se atava ao pequeno morro como se tivesse sido plantada, não construída, e as lápides irregulares do cemitério brotavam como cogumelos
expostos à intempérie. Atrás da igreja, estendendo-se para o horizonte, as montanhas de Gales eram uma cortina de fundo azul escuro frente ao céu azul claro.
Enquanto observava, quatro mulheres com batas descoloridas saíram da igreja levando faxineiras e baldes de onde saiam trapos úmidos. Detiveram-se no pórtico e o olharam; o que lhe pareceu, com receio.
Olhou à esquerda. Ao final da fila de lojas, além do mercado e o açougue, a padaria e a agência de correios, havia uma taberna de dois pavimentos, com a estrutura de madeira. Em cima da porta estava escrito “CORAGEM”. Uma placa ao vento revelava que o nome da taberna era “CORDEIRO E OS URSOS”.
—Muito bom, L — disse em voz alta, por costume.
Esse apelido tinha surgido como uma brincadeira, apoiada no cadastro de Lucy no guia de telefones, quando se conheceram. — Eu fiz. — Não tinha passado tempo suficiente desde que ela se foi para que ele notasse sua ausência.
Seis meses depois de sua morte, seu primeiro impulso ainda era esperar uns minutos sempre que entrava no carro, chamá-la ao acabar o dia, consultar com ela primeiro antes de fazer planos
4 de março de 2010
Meu Amor, Meu Inimigo
Trilogia Conqueror
Inimigos jurados... Destinados ao amor.
O barão Mathieu Fitz Autier esperava alguma resistência ao reivindicar o domínio saxão que conquistara em batalha.
Porém, jamais esperaria que a senhora daquelas terras tivesse coragem de enfrentá-lo... com uma flecha apontada para sua cabeça!
Lady Aelia vira seu mundo ruir quando os normandos tomaram seu amado lar.
E o pior: ela se sentia atraída por Fitz Autier, seu maior inimigo!
Ela não sucumbiria à paixão pelo implacável guerreiro, não quando era obrigada a se render a um normando.
Mas uma jornada por terras assoladas pela guerra testaria ambos muito além do que poderiam imaginar...
Capítulo Um
Norte da Inglaterra, começo do outono, 1068
Lady Aelia fez o que podia para manter seus homens calmos antes da batalha iminente. Caminhou pelas ameias e falou com os arqueiros, elogiando sua coragem e habilidade na luta.
— Sobrevivemos nestes últimos meses por causa de sua capacidade contra o inimigo! Vocês são os heróis de Ingelwald! Não temam o bastardo normando, Fitz Autier, que invade nossas terras. Ele não é diferente de Gui de Reviers ou de nenhum dos outros que vocês mataram na luta, não tem poder contra nossa força!
Aelia esperava que fosse verdade.
As histórias das conquistas de Mathieu Fitz Autier eram muitas e aterrorizadoras. Tornara-se uma lenda na Nortúmbria por sua impiedade, enviado pelo rei Guilherme para conquistar onde outros guerreiros haviam falhado.
Nenhum saxão, homem, mulher ou criança, era poupado quando Fitz Autier vencia.
Aelia se asseguraria de que ele não venceria em Ingelwald.
Estava perto do amanhecer e um nevoeiro cobria a terra. Podia mais sentir do que ver a atividade no terreno além das muralhas de pedra de Ingelwald.
Sem dúvida Fitz Autier colocava seus homens em posição.
Mas Aelia se recusou a temer o inimigo que ainda não vira.
Muitos nobres importantes da Nortúmbria tinham vindo para Ingelwald quando suas mansões foram conquistadas e jurado lealdade a Wallis, pai de Aelia.
Agora que Wallis e tantos outros guerreiros saxões estavam mortos, cabia a Aelia salvar seu povo do perigo normando.
Trilogia Conqueror
1 - Refém do Desejo
2 - Meu Amor, Meu Inimigo
3 - Feita para Amar
Trilogia Concluída
Inimigos jurados... Destinados ao amor.
O barão Mathieu Fitz Autier esperava alguma resistência ao reivindicar o domínio saxão que conquistara em batalha.
Porém, jamais esperaria que a senhora daquelas terras tivesse coragem de enfrentá-lo... com uma flecha apontada para sua cabeça!
Lady Aelia vira seu mundo ruir quando os normandos tomaram seu amado lar.
E o pior: ela se sentia atraída por Fitz Autier, seu maior inimigo!
Ela não sucumbiria à paixão pelo implacável guerreiro, não quando era obrigada a se render a um normando.
Mas uma jornada por terras assoladas pela guerra testaria ambos muito além do que poderiam imaginar...
Capítulo Um
Norte da Inglaterra, começo do outono, 1068
Lady Aelia fez o que podia para manter seus homens calmos antes da batalha iminente. Caminhou pelas ameias e falou com os arqueiros, elogiando sua coragem e habilidade na luta.
— Sobrevivemos nestes últimos meses por causa de sua capacidade contra o inimigo! Vocês são os heróis de Ingelwald! Não temam o bastardo normando, Fitz Autier, que invade nossas terras. Ele não é diferente de Gui de Reviers ou de nenhum dos outros que vocês mataram na luta, não tem poder contra nossa força!
Aelia esperava que fosse verdade.
As histórias das conquistas de Mathieu Fitz Autier eram muitas e aterrorizadoras. Tornara-se uma lenda na Nortúmbria por sua impiedade, enviado pelo rei Guilherme para conquistar onde outros guerreiros haviam falhado.
Nenhum saxão, homem, mulher ou criança, era poupado quando Fitz Autier vencia.
Aelia se asseguraria de que ele não venceria em Ingelwald.
Estava perto do amanhecer e um nevoeiro cobria a terra. Podia mais sentir do que ver a atividade no terreno além das muralhas de pedra de Ingelwald.
Sem dúvida Fitz Autier colocava seus homens em posição.
Mas Aelia se recusou a temer o inimigo que ainda não vira.
Muitos nobres importantes da Nortúmbria tinham vindo para Ingelwald quando suas mansões foram conquistadas e jurado lealdade a Wallis, pai de Aelia.
Agora que Wallis e tantos outros guerreiros saxões estavam mortos, cabia a Aelia salvar seu povo do perigo normando.
Trilogia Conqueror
1 - Refém do Desejo
2 - Meu Amor, Meu Inimigo
3 - Feita para Amar
Trilogia Concluída
3 de março de 2010
Série Amor e Redenção
1- TEMPO DE AMAR
Forçada a se casar com o homem escolhido por seu pai, nada mais restou a lady Beatrice Somerton senão desistir de sua paixão por Sir Richard Stafford.
Mas a morte de seu marido, lorde Somerton, em uma batalha, muda completamente seu destino.Pois Beatrice voltou a ser uma mulher novamente livre e dona de seus próprios desejos. Porém, poderá ela ter uma segunda chance de ser feliz com o homem que sempre amou, mesmo sabendo que seu marido morreu pelas mãos dele?
Capítulo Um
Julho de 1460.
Great Houghton Hall, uma mansão de pedras douradas.
Lady Beatrice Somerton seguiu uma de suas serviçais — que habilmente equilibrava canecas e uma jarra de cerveja sobre uma pesada bandeja — até o interior do grande salão.
Duas outras serviçais, roubadas às pressas de suas tarefas na cozinha, vinham atrás dela com travessas de pão, queijo e fatias de carne fria.
Outra trazia um prato de tortinhas de carneiro.
No salão, meia dúzia de cavalheiros, sentados ou em pé, estavam conversando.
Recém-chegados, suas roupas e botas estavam cobertas de poeira, devido à cavalgada matinal. As espadas e os punhais compridos revelavam que estavam bem armados.
A conversa, sobre política e repleta de comentários grosseiros, cessou quando a dama entrou. Apesar da pouca idade, ela era, sem dúvida, a senhora da mansão.
Embora jovem e de estatura baixa, era dona de inconfundível dignidade e discreta autoridade. Seu porte decidido deixava transparecer que estava acostumada a ser obedecida por aqueles que a serviam.
Os cavalheiros que estavam sentados ficaram de pé, e curvaram-se com respeito, e até um pouco de admiração. Lady Beatrice Somerton era muito bonita e digna de ser respeitada.
— Fiquem à vontade, cavalheiros. — Ela cumprimentou os presentes com um sorriso.
— Suponho que uma cerveja será bem-vinda.
— Muito bem-vinda. Nós lhe somos gratos, lady Somerton.
Um dos cavalheiros adiantou-se e curvou-se diante dela com galanteios ensaiados.
Era uma dama muito atraente, e, conhecendo Sir William Somerton, um tipo que ninguém esperaria encontrar naquela casa.
A dama era muitos anos mais nova do que o senhor da mansão.
2 - DOCE SEDUÇÃO
Um terrível acidente rouba toda a alegria de viver do conde Griffin Branwynne...
Recluso em seu castelo, ele recebe a inusitada visita da bela e obstinada Gwendolyn Davies.
Ela viera lhe pedir recursos para um orfanato... e acaba ficando presa em sua residência por conta de uma tempestade de neve.
Gwendolyn não acredita em amor à primeira vista, mas Griffin se torna outro homem ao conhecê-la. E não medirá esforços para convencê-la do contrário!
Capítulo Um
20 de dezembro, 1860
Llanwyllan, País de Gales
A jovem criada segurou com força o corpete preto de lã com as mãos calejadas, ao observar a patroa se preparando para partir.
— Ah, srta. Davies, acho que está se arriscando muito! Eu ficaria apavorada de ir até lá sozinha!
— Besteira — Gwen disse, de forma ríspida, ao ajeitar o gorro marrom-escuro. — Não há nada a temer. Tenho certeza de que o conde de Cwm Rhyss não deve ser tão ruim quanto dizem.
— Ah, mas ele é! Vil, malvado e terrível! — exclamou Molly. — Ora, ele jamais recebe ninguém, nem sai de seu castelo, desde o acidente. E dizem que é horrivelmente desfigurado.
Gwen virou-se para a ansiosa jovem e lhe ofereceu um sorriso tranquilizador.
— Ele sai do castelo. Pelo que eu soube, costuma sair para cavalgar. E ele tem uma governanta que, todo sábado, vem à aldeia, além de um outro empregado.
Não considero isso viver como eremita.
— Mas, com exceção deles, ninguém jamais o vê.
— Não me parece tão estranho assim que um homem horrivelmente desfigurado queira se esconder de olhares curiosos e perguntas indiscretas.
— Não se lembra do que ele fez da última vez que alguém foi até lá pedir contribuições para a caridade? Ele ameaçou atirar neles!
Gwen vinha se esforçando para não se lembrar das histórias que se espalharam pelo vale a respeito do incidente de três anos atrás.
— Estou certa de que isso não passa de exagero. — Molly sacudiu a cabeça rapidamente.
— Na época, eu estava trabalhando na estalagem. Dizem que o conde pegou a espingarda e ameaçou usá-la se eles não fossem embora.
— Se eu perceber que ele vai começar a atirar, saio correndo — garantiu Gwen.
Ela não estava brincando, pois as histórias que escutara a respeito do recluso conde de Cwm Rhyss não eram nada encorajadoras, especialmente, considerando o propósito de sua visita.
Molly apontou para a janela.
— Parece que vai chover, srta. Davies. Não quer ficar presa na tempestade, quer?
Gwen seguiu o olhar da mulher mais jovem, até um ponto entre o orfanato de pedras cinzentas e o muro que o cercava, uma construção remanescente de quando o local era uma casa correcional.
Atrás dele, estendiam-se as rochosas montanhas galesas. O céu acinzentado que as cobria não parecia lá muito promissor, mas ela não se permitiria ser demovida por um pouquinho de neve.
— Faltam apenas quatro dias para o Natal, e se eu não for a Rhyss Hall hoje...
Série Amor e Redenção
1 - Tempo de Amar
2 - Doce Sedução
Série Concluída
Forçada a se casar com o homem escolhido por seu pai, nada mais restou a lady Beatrice Somerton senão desistir de sua paixão por Sir Richard Stafford.
Mas a morte de seu marido, lorde Somerton, em uma batalha, muda completamente seu destino.Pois Beatrice voltou a ser uma mulher novamente livre e dona de seus próprios desejos. Porém, poderá ela ter uma segunda chance de ser feliz com o homem que sempre amou, mesmo sabendo que seu marido morreu pelas mãos dele?
Capítulo Um
Julho de 1460.
Great Houghton Hall, uma mansão de pedras douradas.
Lady Beatrice Somerton seguiu uma de suas serviçais — que habilmente equilibrava canecas e uma jarra de cerveja sobre uma pesada bandeja — até o interior do grande salão.
Duas outras serviçais, roubadas às pressas de suas tarefas na cozinha, vinham atrás dela com travessas de pão, queijo e fatias de carne fria.
Outra trazia um prato de tortinhas de carneiro.
No salão, meia dúzia de cavalheiros, sentados ou em pé, estavam conversando.
Recém-chegados, suas roupas e botas estavam cobertas de poeira, devido à cavalgada matinal. As espadas e os punhais compridos revelavam que estavam bem armados.
A conversa, sobre política e repleta de comentários grosseiros, cessou quando a dama entrou. Apesar da pouca idade, ela era, sem dúvida, a senhora da mansão.
Embora jovem e de estatura baixa, era dona de inconfundível dignidade e discreta autoridade. Seu porte decidido deixava transparecer que estava acostumada a ser obedecida por aqueles que a serviam.
Os cavalheiros que estavam sentados ficaram de pé, e curvaram-se com respeito, e até um pouco de admiração. Lady Beatrice Somerton era muito bonita e digna de ser respeitada.
— Fiquem à vontade, cavalheiros. — Ela cumprimentou os presentes com um sorriso.
— Suponho que uma cerveja será bem-vinda.
— Muito bem-vinda. Nós lhe somos gratos, lady Somerton.
Um dos cavalheiros adiantou-se e curvou-se diante dela com galanteios ensaiados.
Era uma dama muito atraente, e, conhecendo Sir William Somerton, um tipo que ninguém esperaria encontrar naquela casa.
A dama era muitos anos mais nova do que o senhor da mansão.
2 - DOCE SEDUÇÃO
Um terrível acidente rouba toda a alegria de viver do conde Griffin Branwynne...
Recluso em seu castelo, ele recebe a inusitada visita da bela e obstinada Gwendolyn Davies.
Ela viera lhe pedir recursos para um orfanato... e acaba ficando presa em sua residência por conta de uma tempestade de neve.
Gwendolyn não acredita em amor à primeira vista, mas Griffin se torna outro homem ao conhecê-la. E não medirá esforços para convencê-la do contrário!
Capítulo Um
20 de dezembro, 1860
Llanwyllan, País de Gales
A jovem criada segurou com força o corpete preto de lã com as mãos calejadas, ao observar a patroa se preparando para partir.
— Ah, srta. Davies, acho que está se arriscando muito! Eu ficaria apavorada de ir até lá sozinha!
— Besteira — Gwen disse, de forma ríspida, ao ajeitar o gorro marrom-escuro. — Não há nada a temer. Tenho certeza de que o conde de Cwm Rhyss não deve ser tão ruim quanto dizem.
— Ah, mas ele é! Vil, malvado e terrível! — exclamou Molly. — Ora, ele jamais recebe ninguém, nem sai de seu castelo, desde o acidente. E dizem que é horrivelmente desfigurado.
Gwen virou-se para a ansiosa jovem e lhe ofereceu um sorriso tranquilizador.
— Ele sai do castelo. Pelo que eu soube, costuma sair para cavalgar. E ele tem uma governanta que, todo sábado, vem à aldeia, além de um outro empregado.
Não considero isso viver como eremita.
— Mas, com exceção deles, ninguém jamais o vê.
— Não me parece tão estranho assim que um homem horrivelmente desfigurado queira se esconder de olhares curiosos e perguntas indiscretas.
— Não se lembra do que ele fez da última vez que alguém foi até lá pedir contribuições para a caridade? Ele ameaçou atirar neles!
Gwen vinha se esforçando para não se lembrar das histórias que se espalharam pelo vale a respeito do incidente de três anos atrás.
— Estou certa de que isso não passa de exagero. — Molly sacudiu a cabeça rapidamente.
— Na época, eu estava trabalhando na estalagem. Dizem que o conde pegou a espingarda e ameaçou usá-la se eles não fossem embora.
— Se eu perceber que ele vai começar a atirar, saio correndo — garantiu Gwen.
Ela não estava brincando, pois as histórias que escutara a respeito do recluso conde de Cwm Rhyss não eram nada encorajadoras, especialmente, considerando o propósito de sua visita.
Molly apontou para a janela.
— Parece que vai chover, srta. Davies. Não quer ficar presa na tempestade, quer?
Gwen seguiu o olhar da mulher mais jovem, até um ponto entre o orfanato de pedras cinzentas e o muro que o cercava, uma construção remanescente de quando o local era uma casa correcional.
Atrás dele, estendiam-se as rochosas montanhas galesas. O céu acinzentado que as cobria não parecia lá muito promissor, mas ela não se permitiria ser demovida por um pouquinho de neve.
— Faltam apenas quatro dias para o Natal, e se eu não for a Rhyss Hall hoje...
Série Amor e Redenção
1 - Tempo de Amar
2 - Doce Sedução
Série Concluída
Refém do Desejo
Trilogia Conqueror
Inglaterra e Escócia, 1072
Sua vida estava nas mãos de um homem que ela não ousava amar...
Na noite em que Isabel Louvet escolheria um noivo, o castelo de seu pai é atacado e ela é raptada e entregue como escrava a um líder escocês.
Ao tentar salvar a vida de Isabel, o valente Anvrai d'Arques também é capturado,
mas graças às suas habilidades de guerreiro, ele consegue escapar, levando consigo a jovem prisioneira.Isabel desperta em Anvrai uma ardente paixão, mas ele não ousa esperar que uma mulher tão linda e cobiçada possa amar um homem que traz marcas profundas das batalhas que enfrentou.
No entanto, ao se aventurarem naquela fuga arriscada, Anvrai descobre o brilho do desejo nos olhos de Isabel.
Perseguidos por inimigos implacáveis, Isabel e Anvrai têm de enfrentar uma árdua batalha para salvar a si mesmos, seu povo e um amor que tem o poder de libertá-los para sempre!
Capítulo Um
Nortúmbría, 1072, fim de verão. Castelo de Kettwyck
Sir Anvrai d'Arques olhava para os lados, inquieto, incapaz de descontrair-se.
Não conseguia se envolver no ambiente alegre, nem com as músicas que eram executadas sem parar. As obras do castelo-forte não tinham sido concluídas.
Além disso, nos últimos tempos os cavaleiros de lorde Kettwyck haviam se dedicado mais a ajudar na construção do que ao treinamento com objetivos de defesa.
Seria muito fácil para os escoceses atacarem o castelo durante as festividades em comemoração à chegada de Isabel e Kathryn, as duas filhas do lorde.
Apoiado na balaustrada superior, observava lady Isabel dançando com os incontáveis pretendentes.
— Anvrai d'Arques! — Hugh Bourdet, o auxiliar de maior confiança de lorde Kettwyck, estendeu a mão para saudá-lo efusivamente.
— Bem que disseram que o senhor veio no lugar do barão Osbern. Fico satisfeito em encontrá-lo. Já faz dois anos que não nos vemos?
Apesar de respeitar o cavaleiro idoso, não se encontrava com disposição para conversar. — Sim, se não for mais — Anvrai respondeu, com o cenho franzido.
— Noto que o senhor está muito sério. Hoje é um dia de festividades e descontração.
— Hugh riu. — Segundo me consta, o senhor não assumiu o comando da guarnição do rei em Winchester. Anvrai cerrou os dentes.
Havia um ressentimento profundo entre ele e o rei Guilherme.
De todos os cavaleiros que estavam na corte e podiam aproveitar a notoriedade de comandar um dos exércitos do monarca, Anvrai d'Arques fora o que recebera menores recompensas. Pelo menos, nada de substancial.
Anvrai teria encontrado muita satisfação em possuir uma pequena propriedade... um lar... como recompensa pelos anos em que estivera a serviço de Guilherme.
Antes e depois da batalha de Hastings.
Mas Guilherme não tinha intenção de recompensar o homem que o desafiara.
Por esse motivo, Anvrai d'Arques vivia nas casernas de Belmere, a serviço do barão Osbem d'Ivry, lorde de Belmere.
O fato era uma permanente fonte de irritabilidade, mas não havia solução possível. Anvrai d'Arques era tão obstinado quanto Guilherme, o Conquistador.
Anvrai apontou para as muralhas de Kettwyck e explicou os motivos de sua preocupação.
— Sir Hugh, as fortificações ainda não foram terminadas. Será que
lorde Henri não receia o ataque de escoceses?
— Nossos inimigos nunca demonstraram interesse em conquistar nosso longínquo território a oeste — Hugh retrucou. — Mesmo assim, não deixamos de tomar precauções. Temos cavaleiros patrulhando o perímetro das muralhas que não estão terminadas e...
Anvrai escutara histórias a respeito das incursões violentas contra os cavaleiros normandos. Os escoceses eram bárbaros. Seqüestravam mulheres e crianças para serem escravizadas ou vendidas. O melhor seria poder contar com muralhas altas, além de cavaleiros armados nas rondas.
— O senhor acha que isso seria o suficiente para deter um bando de escoceses selvagens?
— Em breve esses ataques terminarão. Os arautos do rei Guilherme estão atualmente percorrendo a Nortúmbria, arregimentando vassalos para a luta. — Hugh observou as festividades que tinham lugar embaixo, no salão. — O rei foi pessoalmente para o norte e reuniu legiões de cavaleiros no trajeto.
— Ir ao encontro do rei Malcolm em seu torrão natal será uma aventura arriscada.
— Concordo com sua opinião, mas o exército de Guilherme é muito mais numerosos.
Trilogia Conqueror
1 - Refém do Desejo
2 - Meu Amor, Meu Inimigo
3 - Feita para Amar
Trilogia Concluída
Inglaterra e Escócia, 1072
Sua vida estava nas mãos de um homem que ela não ousava amar...
Na noite em que Isabel Louvet escolheria um noivo, o castelo de seu pai é atacado e ela é raptada e entregue como escrava a um líder escocês.
Ao tentar salvar a vida de Isabel, o valente Anvrai d'Arques também é capturado,
mas graças às suas habilidades de guerreiro, ele consegue escapar, levando consigo a jovem prisioneira.Isabel desperta em Anvrai uma ardente paixão, mas ele não ousa esperar que uma mulher tão linda e cobiçada possa amar um homem que traz marcas profundas das batalhas que enfrentou.
No entanto, ao se aventurarem naquela fuga arriscada, Anvrai descobre o brilho do desejo nos olhos de Isabel.
Perseguidos por inimigos implacáveis, Isabel e Anvrai têm de enfrentar uma árdua batalha para salvar a si mesmos, seu povo e um amor que tem o poder de libertá-los para sempre!
Capítulo Um
Nortúmbría, 1072, fim de verão. Castelo de Kettwyck
Sir Anvrai d'Arques olhava para os lados, inquieto, incapaz de descontrair-se.
Não conseguia se envolver no ambiente alegre, nem com as músicas que eram executadas sem parar. As obras do castelo-forte não tinham sido concluídas.
Além disso, nos últimos tempos os cavaleiros de lorde Kettwyck haviam se dedicado mais a ajudar na construção do que ao treinamento com objetivos de defesa.
Seria muito fácil para os escoceses atacarem o castelo durante as festividades em comemoração à chegada de Isabel e Kathryn, as duas filhas do lorde.
Apoiado na balaustrada superior, observava lady Isabel dançando com os incontáveis pretendentes.
— Anvrai d'Arques! — Hugh Bourdet, o auxiliar de maior confiança de lorde Kettwyck, estendeu a mão para saudá-lo efusivamente.
— Bem que disseram que o senhor veio no lugar do barão Osbern. Fico satisfeito em encontrá-lo. Já faz dois anos que não nos vemos?
Apesar de respeitar o cavaleiro idoso, não se encontrava com disposição para conversar. — Sim, se não for mais — Anvrai respondeu, com o cenho franzido.
— Noto que o senhor está muito sério. Hoje é um dia de festividades e descontração.
— Hugh riu. — Segundo me consta, o senhor não assumiu o comando da guarnição do rei em Winchester. Anvrai cerrou os dentes.
Havia um ressentimento profundo entre ele e o rei Guilherme.
De todos os cavaleiros que estavam na corte e podiam aproveitar a notoriedade de comandar um dos exércitos do monarca, Anvrai d'Arques fora o que recebera menores recompensas. Pelo menos, nada de substancial.
Anvrai teria encontrado muita satisfação em possuir uma pequena propriedade... um lar... como recompensa pelos anos em que estivera a serviço de Guilherme.
Antes e depois da batalha de Hastings.
Mas Guilherme não tinha intenção de recompensar o homem que o desafiara.
Por esse motivo, Anvrai d'Arques vivia nas casernas de Belmere, a serviço do barão Osbem d'Ivry, lorde de Belmere.
O fato era uma permanente fonte de irritabilidade, mas não havia solução possível. Anvrai d'Arques era tão obstinado quanto Guilherme, o Conquistador.
Anvrai apontou para as muralhas de Kettwyck e explicou os motivos de sua preocupação.
— Sir Hugh, as fortificações ainda não foram terminadas. Será que
lorde Henri não receia o ataque de escoceses?
— Nossos inimigos nunca demonstraram interesse em conquistar nosso longínquo território a oeste — Hugh retrucou. — Mesmo assim, não deixamos de tomar precauções. Temos cavaleiros patrulhando o perímetro das muralhas que não estão terminadas e...
Anvrai escutara histórias a respeito das incursões violentas contra os cavaleiros normandos. Os escoceses eram bárbaros. Seqüestravam mulheres e crianças para serem escravizadas ou vendidas. O melhor seria poder contar com muralhas altas, além de cavaleiros armados nas rondas.
— O senhor acha que isso seria o suficiente para deter um bando de escoceses selvagens?
— Em breve esses ataques terminarão. Os arautos do rei Guilherme estão atualmente percorrendo a Nortúmbria, arregimentando vassalos para a luta. — Hugh observou as festividades que tinham lugar embaixo, no salão. — O rei foi pessoalmente para o norte e reuniu legiões de cavaleiros no trajeto.
— Ir ao encontro do rei Malcolm em seu torrão natal será uma aventura arriscada.
— Concordo com sua opinião, mas o exército de Guilherme é muito mais numerosos.
Trilogia Conqueror
1 - Refém do Desejo
2 - Meu Amor, Meu Inimigo
3 - Feita para Amar
Trilogia Concluída
24 de fevereiro de 2010
Um Amante para Rosie
Inglaterra, 1600
O maior amante da Inglaterra...
Desde a infância, a vida de Rosie foi o palco, fazendo-se passar por um rapaz que interpreta personagens femininos, como parte da trupe da companhia de teatro itinerante de seu pai.Quando um inesperado perigo os obriga a deixar Londres, eles se refugiam na propriedade de campo de Anthony Rycliffe, um homem experiente que logo percebe o disfarce de Rosie.
No entanto, um corpo tentador e lábios irresistíveis não são os únicos segredos da graciosa Rosie, e a atração impetuosa que ela desperta em Anthony em nada colabora para diminuir o perigo que a bela jovem, inadvertidamente, levou consigo à casa do lorde.
Agora, o charmoso e atraente Anthony está determinado não só a desvendar os mistérios de Rosie, como a livrá-la de vez daquelas roupas masculinas, usando todo o seu poder de sedução.
Capítulo Um
— Atores, filhos de uma égua! Atrás deles, soldados!
A fúria dos gritos parecia empurrar Danny, fazendo com que corresse cada vez mais depressa. Tinha os joelhos respingados com a lama das ruas pobres de Londres e, de quando em quando, via-se forçado a saltar por sobre porcos que fuçavam no lixo.
— Detenham esses miseráveis e serão recompensados pelo conde de Essex!
Grupos de curiosos espiavam, enquanto Danny e seu protegido dobravam a esquina com pés deslizantes.
Não demonstravam, no entanto, disposição para se colocarem entre perseguidores e perseguidos. A cada estrondo das pesadas botas dos soldados contra o solo, a cada grito e imprecação, o propósito assassino que mobilizava os perseguidores tornava-se mais evidente.
Danny se deleitava com a dramaticidade da cena.
Regado a intriga, ele crescia como imponente carvalho e, nos tumultos da vida, parecia florescer.
Responsabilidade era para homens sem imaginação.
Sir Daniel Plympton, Cavaleiro, vivia para rir, beber, brigar, amar e, sobretudo, atuar. Ao ver a multidão de pedintes, bêbados e prostitutas às portas das tavernas e moradias decadentes, que se erguiam ao longo da rua, o ator elevou a mão aos céus, em atitude dramática.
— Maldito sejas, sol abrasador! Que Deus, que dissipou a bruma densa que repousava sobre Londres, cubra-te a face brilhante e pecadora, a fim de ocultar-nos aos olhos dos inimigos...
— Cale-se e corra! — gritou o protegido, enquanto empurrava Danny pela rua ensolarada.
Querido Rosencrantz, sempre preocupado em proteger-lhe a vida, temendo que cada aventura viesse a ser a última, Danny pensou.
Será que o rapaz não se dava conta de que os cinqüenta anos que o padrinho vivera nesta terra não tinham sido suficientes para que cumprisse seu destino?
Que platéias inteiras ainda esperavam para serem arrebatadas por seu gênio dramático? Que ainda não havia lutado em defesa do reino de Elizabeth I?
E que, acima de tudo, ainda tinha o destino do próprio Rosencrantz para resolver?
— Para o beco, Danny. Depressa!
Arrancando em frente, lançou-se beco adentro, onde se projetavam beirais de esquálidas moradias de dois andares.
Passou pela lavadeira corpulenta, que estendia lençóis nos varais, ignorando os gritos furiosos, e mergulhou sob a lona branca que balançava mais adiante.
— Oh, lama imunda sob nossos pés, sempre a nos fazer recordar a condição de pobres mortais! O cheiro da morte paira sobre nossa bela cidade! — Danny gritou para os que passavam na rua.
Movendo-se por entre lençóis úmidos, a lavadeira agarrou o braço de Rosencrantz com força.
— Rapazinho imbecil, como se atreve a sujar as roupas que acabei de lavar?
— Solte-me! — ordenou Rosencrantz.
Danny voltou-se e deparou com a cena.
Rosencrantz se debatia, na tentativa de se soltar, mas a lavadeira o erguia, chacoalhando-o no ar.
— Este é o meu beco, e vagabundo nenhum vai entrar aqui sem a minha permissão! — ela ameaçou. — Claro que não, milady — o rapaz respondeu. — E que os soldados estão vindo para nos matar.
— Soldados? — Imediatamente, a lavadeira colocou Rosencrantz no chão e dirigiu-se até a entrada do beco, tapando a réstia de luz do sol que penetrava no lugar, com a circunferência do corpo volumoso.
Danny usou as roupas molhadas como cortina.
— Aí vêm eles, ímpios gentios que nos amaldiçoam com seu hálito quente, e o próprio Júpiter... — começou a recitar.
23 de fevereiro de 2010
A Dama Misteriosa
Inglaterra, 1164
Ele sacrificaria a confiança da esposa para salvar o amor de ambos?
Após três longos anos lutando pelo rei de seu país, chegara a hora de William retornar para casa e para a esposa cujo rosto não esquecera nem por um momento sequer.Mas William tem certeza de que o reencontro de ambos não será tão excitante quanto espera, pois ele carrega um pesado fardo: a amante grávida do rei, a quem ele tem de proteger de espiões galeses.
Desesperado para manter a amada esposa e a filha em segurança, William precisa ocultar a verdade sobre a mulher que está levando com ele, mesmo que isso lhe custe o amor e a confiança da esposa que tanto ama!
Capítulo Um
Novembro de 1164
Nordeste de Nottingham
Pouco antes do anoitecer, em meio ao vasto vale à frente do rio, as plantações de Lundale flamejavam sob o céu cinzento.
A fumaça invadia o ar parado, tornando ainda mais escuro o firmamento.
O forte odor de queimado atingia a pequena elevação, onde William de Macon havia parado seu cavalo para apreciar as fabulosas terras de sua esposa.
Já alcançara a curva da estrada, e logo percorreriam a trilha estreita que contornava a extremidade leste da grande floresta e o levaria a um abrigo.
— Algum problema? — indagou uma voz suave.
William olhou a luxuosa liteira, cuja cobertura ocultava o passageiro, e ergueu o braço para que os soldados não avançassem. Então respondeu:
— Não. Nenhum.
Ao longe, figuras minúsculas se destacavam diante das chamas ardentes de Lundale, montando guarda entre a aldeia e o corredor de fogo que cobria a terra outrora fértil. Para além da queimada, a pequena fortaleza recebia os últimos raios de sol e a chaminé da lareira da velha moradia saxônia expelia uma fumaça pálida que se elevava, lenta.
Mulheres caminhavam entre os demais habitantes, que vigiavam a plantação.
Catherine não estava com elas. Mesmo a distância, William teria reconhecido o andar gracioso que só ela possuía.
Na Normandia, enquanto se recuperava dos severos ferimentos de guerra, vira por entre as frestas da tenda pássaros moverem-se com a mesma elegância.
— É o povo de sua esposa que está queimando o solo? William soltou um suspiro e voltou a olhar para Lundale.
Esquecera, por um breve período de tempo, a tarefa em mãos.
— Sim, é.
— Todo o território? De uma só vez?
Atrás de William, os cavalos selados e as mulas que puxavam o vagão de suprimentos se tornaram irrequietos devido ao frio seco de outono.
Pesadas nuvens aglomeravam-se no horizonte, cobrindo o sol poente.
— Não há muito perigo.
— Então, não está zangado? William fez que não.
— Minha esposa sabe quando esperar e quando agir.Nunca corre riscos muito graves.
Ele escutou uma risada suave.
— Nesse caso, ela é capaz de reconhecer uma ameaça. William virou-se na sela.
Atrás dele, uma coluna silenciosa de batedores em suas montarias formava uma linha fechada.
Devido ao excelente treinamento, não deixavam à mostra nenhuma superfície de metal sob a luminosidade, que poderia brilhar, atraindo a atenção de outros. Quarenta soldados, bem pagos para esquecer o que veriam naquele inverno, aguardavam em silêncio. William os escolhera com cuidado e os recompensara muito bem.
Não podia permitir nenhum imprevisto naquela jornada, tampouco nos meses seguintes.
Assim, abaixou-se para falar com a acompanhante:
— Eu não seria tão imprudente, minha senhora. Acredite-me, estará segura e também sozinha, como deseja estar. Cada um desses homens jurou sobre a própria espada protegê-la.
— E sua mulher? Se ela me descobrir, não irá me mandar embora?
— Catherine não a verá ou tomará conhecimento de sua presença. Fiz uma promessa em Winchester. Ninguém a trairá, milady.
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