7 de maio de 2010

O Amanhecer nas Highlands

Série Vale dos Druidas
Um imortal com muitas perguntas sem resposta...

Ao imortal Dartayous, um guerreiro druida poderoso, é-lhe dado uma missão, guardar a Moira viva para que possa cumprir a profecia.
Mas com cada dia que passa o desejo ardente que sente por ela corrói mais e mais a parede que rodeia seu coração.

Uma sacerdotisa druida em busca de uma chave...

Moira Sinclair deve encontrar a chave para entrar em o Reino Fae, mas ao entrar na esfera sagrada, os segredos que manteve guardados saem à luz e a obrigam a ver-se como realmente é. O formoso e autoritário rei do Fae ganhará seu coração? Ou Dartayous a reclamará como sua definitivamente?

Capítulo Um

Highlands ocidental
Agosto de 1625

— Esse sim é um homem que eu reclamaria.
Moira levantou a cabeça deixando de examinar uma maçã, mas a velha bruxa que pensou que tinha falado começou a resmungar enquanto tirava mais fruta de debaixo das mesas. Moira olhou ao redor do mercado aberto e se encontrou sozinha.
Exceto pela velha.
Olhou à anciã outra vez, mas esta se ocupava de empilhar fruta e saudar com a mão às pessoas que passavam diante de sua cambaleante loja. Moira sacudiu a cabeça e voltou para exame da fruta.
Depois de muitas semanas da viagem ela e Dartayous finalmente tinham chegado a um pequeno povo de pescadores que pertencia definitivamente aos Macleod. Estavam na última etapa da sua viagem, ou ao menos esperava que esse fora o caso.
—Aye. Um homem como ele poderia esquentar inclusive estes velhos ossos.
Esta vez quando Moira levantou o olhar os olhos da mulher estavam cravados nela. Já não tinha o aspecto de uma anciã adoentada, em seu lugar se erguia com sábios olhos marrons. Seguiu o olhar fixo da velha em Dartayous.
Moira tinha estado ignorando ao seu companheiro da viagem durante semanas, mas presenciar como sorria e falava a uma menina do povo lhe dava um pequeno alívio. Sua cara áspera, quase severa se transformou com esse sorriso. Seus amplos e magros lábios se levantavam em um amplo sorriso, mostrando os brancos e nivelados dentes.
— É ele seu?
Girou-se para a velha.
— Não.
— Eu diria que era, — disse a bruxa e estendeu os nodosos dedos para tocar a mão de Moira. — Vi-os quando entravam no povoado. Ele te olha como se lhe pertencesse.
—Você está equivocada. — Entretanto, seus olhos procuraram Dartayous outra vez. Seu cabelo marrom ondulado à altura dos ombros se movia suavemente para a brisa do mar.
— Ele é meu guia. Nada mais, — respondeu e voltou a examinar a maçã.
— Não é bom mentir para nós mesmas. Já o tem feito muito tempo. — Moira semicerrou seus olhos e olhou à mulher. Havia poucas pessoas de quem ela tomara conselho, mas cada fibra de seu ser insistiu em escutar à bruxa.
— Tem uma viagem longa diante de você.
Moira riu. A mulher era uma fraude.
— Está enganada, velha. Fiz uma viagem longa. Está a ponto de terminar. — Isso creem vocês. Em realidade, sua viagem ainda tem que começar.
Suas palavras detiveram Moira. Ela procurou nos olhos castanhos da mulher.
— Você tem a visão. 

Série Vale dos Druidas
1 - Bruma das Highland
2 - Noites em Highland
3 - O Amanhecer nas Highlands
4 - Incêndio em Highland
5 - Magia na Highland
6 - Dragonfyre
Série Concluída

Noites em Highland

Série Vale dos Druidas
Um mercenário perseguido por um sinistro passado Gregor MacLachlan tem muito que ocultar. Não só tinha feito um nome em toda a Escócia como um mercenário, mas ninguém sabia a sua verdadeira identidade como o filho do MacLachlan Laird banido de sua casa. Gregor ficou satisfeito com sua vida, nunca confiar em nada e nunca em ninguém. Até que ele conheceu Fiona...
Uma sacerdotisa druida poderosa Fiona Sinclair depende de uma pessoa, ela mesma. Ela aprendeu cedo que ela estava sozinha no mundo, um mundo que teve suas irmãs e pais. A chamada para o Vale dos Druidas ainda é forte e é responsável pela morte de seu pai. Há apenas um homem que pode ter certeza de chegar ao vale, mas pode pagar o preço que exige Gregor, quando isso significa deixar a sua liberdade e seu coração?

Capítulo Um

Castelo MacDougal
Terras Altas do Noroeste
Junho de 1625

–Deve ser uma parva então. É a única explicação que me ocorre.
Fiona ignorou a Bridget, e tentou não pôr os olhos em branco enquanto caminhava em meio dos homens do clã MacDougal. Bridget constantemente colidia com qualquer homem que a percorresse com o olhar, e não entendia por que Fiona não fazia o mesmo.
Mas havia muitas coisas que Bridget não entendia.
–Além disso, continuo Bridget, – não é mais jovem. A quantos homens mais vais rechaçar?
O dia tinha começado tristemente nublado, e parecia que o humor da Fiona seguiria ao sol e ficaria detrás das nuvens. Girou-se e olhou a Bridget. Era bastante bonita com o escuro cabelo castanho avermelhado e os olhos sombreados de âmbar, mas os moços não emprestavam muita atenção.
Poderia ser porque se fazia completamente parva quando um homem estava perto dela. Justamente isso era o que tinha Fiona na ponta da língua para lhe dizer a Bridget, mas por que deveria dirigir sua irritação para a Bridget? Em lugar disso, Fiona se encolheu de ombros e seguiu passeando pelo muro exterior do abarrotado castelo. –Não encontrei um homem de meu gosto, – mentiu. Não havia necessidade de explicar a verdadeira razão.
–Bom, é uma boa coisa que Tio Cormag te mime em excesso como gosta a ti. Minha mãe diz que ele e a Tia Helen deveriam ter insistido em que encontrará um marido faz tempo. Não deveria importar que não fosse sua verdadeira filha, – declarou Bridget antes de fazer gestos com as mãos e lhe gritar a um moço que a tinha sorrido na semana anterior. –Deve ser porque é a única menina que conheceram alguma vez, – disse sobre seu ombro.
O moço agachou sua cabeça e caminhou com rapidez fora da vista. Fiona não pensava que pudesse agüentar outra conferência sobre «Você deveria estar casada». Era a mesma coisa todos os dias, e não sabia por que se fazia isso a si mesmo. Mas não ia estar sentada como observadora e trazer outra intriga.
Retornava sobre seus passos de volta ao castelo, quando foi apanhada por um enxame de meninos que corriam diante dela. Foi tempo suficiente para que Bridget a alcançasse.
–Se só tentar com um pouco mais de força encontraria a alguém que te aceitasse, apesar de sua idade e dessa tua má língua.
–Bridget, – começou Fiona antes que seus olhos se posassem em um recém-chegado que tinha entrado cavalgando através das portas do castelo.
Em todos seus anos olhando aos homens de seu clã, nunca tinha visto um sentar-se tão comodamente em um cavalo, e com tal controle, como este desconhecido. Ele atirou ligeiramente das rédeas e o cavalo instantaneamente se deteve.
Olhou casualmente ao redor do muro exterior do castelo até que seus olhos vagaram pelo caminho. A respiração lhe entupiu no peito, e a desilusão que a encheu porque não a tinha advertido a perturbou mais que Bridget e suas conferências. Logo seu olhar observador voltou com força para ela e a manteve arraigada ao lugar.
Durante um segundo, contemplou-a antes de continuar seu exame do muro exterior do castelo e seus ocupantes. Ela tinha a sensação que estava procurando algo, ou alguém, mas, além disso, estudava as pessoas.

Série Vale dos Druidas
1 - Bruma das Highland
2 - Noites em Highland
3 - O Amanhecer nas Highlands
4 - Incêndio em Highland
5 - Magia na Highland
6 - Dragonfyre
Série Concluída

Bruma nas Highland

Série Vale dos Druidas
Um laird honrado...

O Laird Connall MacInness nasceu de um clã que durante séculos foi encarregado de guardar os sagrados Druidas. É um dever que ele sempre exerceu com um coração disposto, até o dia em que sua irmã, uma sacerdotisa Druida, desaparece, e os próprios Druidas que ele protegeu se recusam a ajudá-lo a encontrar o último membro restante de sua família. Então, uma profecia de 300 anos coloca uma sacerdotisa Druida em suas mãos, por segurança. É a chance de vingança que ele está esperando, mas ele está disposto a pagar o custo que sua vingança exigirá - a perda de sua companheira e o futuro da Escócia?

Uma moça de vontade...

Glenna MacNeil quer apenas ser livre para encontrar o objetivo de sua vida. Quando lhe dizem para procurar o laird sombrio que ele iria libertá-la, ela avidamente vai com o poderoso laird que luta contra seu clã, sem perceber que ela acionou eventos que mudarão o curso da história.

Capítulo Um

Terras Altas De Escócia
Abril de 1625

Conall MacInnes nunca quis atravessar as portas do castelo MacNeil a quem queria destruir com sua própria mão, mas pelo bem de seu clã era o que estava fazendo nesse momento.
–É um bom momento para perguntar sobre Iona – disse Angus enquanto cavalgavam através das portas.
Conall olhou a seu amigo. – Sim. Já tinha pensado nisso.
A mera menção a sua irmã produzia um espasmo doloroso. Tinha passado quase um ano desde seu desaparecimento, e não tinham encontrado nenhum rastro. Não graças aos Druidas que mantinham escondidos. Afastou de lado seus pensamentos e se concentrou na tarefa pendente.
Angus grunhiu enquanto desmontava, seu gigantesco corpo ressaltava diante de qualquer homem, incluído Conall. –Não sei se quarenta de nossos homens são suficientes para meter-se neste poço Infernal.
–É uma reunião pacífica. Não podia trazer um exército, – vaiou Conall embora desejasse ter trazido mais. Olhou para cima e divisou a forma desajeitada de Alistair MacNeil caminhado para eles.
MacNeil mantinha o cabelo cinza separado do pescoço. A barba marrom claro era espessa e estava salpicada ligeiramente de cinza, mas ainda se comportava como um jovem guerreiro. A autoridade sobre seu clã se notava quando os homens inclinavam à cabeça respeitavelmente e as mulheres evitavam olhá-lo enquanto passava.
Não era exatamente o que Conall chamaria um bom líder, se todo mundo lhe temia, mas de todas as maneiras MacNeil era conhecido nas Highlands como um açougueiro que não conhecia o significado da palavra misericórdia.
–Estava temendo que não tomasse a sério minha oferta. Muitos diziam que é muito jovem e estúpido para vir, – disse MacNeil quando chegou até eles. Seus olhos castanhos vagaram sobre os homens de Conall avaliando-os para a batalha.
Conall tinha na ponta da língua lhe dizer que não tomava a sério a oferta.
–Os Lairds farão bem em manter seu clã seguro e feliz.
– Inclusive um como eu?
Conall literalmente podia sentir a Angus preparando-se para uma briga. –Sim, MacNeil, inclusive um como você.
–Mas tenho que me perguntar, – disse e se colocou diante de Conall. – Por quê? Todos outros recusaram e me desafiaram no campo de batalha.
–Lutei contra muitos clãs, mas quero a paz para o meu. E se o preço para consegui-la é ter uma trégua com você, então que assim seja.
– Não me teme?

Série Vale dos Druidas
1 - Bruma das Highland
2 - Noites em Highland
3 - O Amanhecer nas Highlands
4 - Incêndio em Highland
5 - Magia na Highland
6 - Dragonfyre
Série Concluída

O Destino do Highlander

Série Irmãos MacCurrie


"Nota da Tradutora": A saga dos MacCurrie deveria ter uma continuação, sobre o primo deles, Duncan MacKenzie, mas infelizmente a autora faleceu no começo de 2010, deixando ,digamos assim, a trilogia inacabada. 
E só resta a cada fã imaginar um final feliz para Ducan também, até que outra escritora assuma o trabalho. 
Foi um prazer fazer essa tradução.
Katia Van Hellsing

Capítulo Um

Novembro, 1691. Warwickshire, Inglaterra.
—Está morto?
Eram tão somente dois pequenos que murmuravam com voz excitada enquanto discutiam se ele ainda estava com vida.
Nem sequer o próprio Neil MacCurrie estava seguro disso.
Teria que abrir os olhos e lhes dizer algo aos pequenos,fazer que lhe dissessem onde se achava.
E o faria em um momento, quando pudesse certificar-se de que seu corpo ainda lhe respondia. Não tinha se congelado durante a noite, desgraçada eventualidade que tinha parecido muito factível; tampouco tinha se dirigido para o norte de Londres, feito extremamente positivo também.
Mas em geral, a viagem tinha resultado um desastre desde o momento em que se despediu de seu primo Duncan.
—Acredito que está morto —sussurrou um dos meninos—. Toque-o.
—Não! Toque você!
Neil abriu os olhos. Os meninos se afastaram para um canto da habitação e o observaram com expressão aterrorizada. recordou-se que devia falar em francês.
—Bonjour —disse.
Os meninos trocaram um olhar.
—Olá. —Fez a tentativa em sua língua natal e conseguiu apaziguar o temor dos meninos. Um deles tragou com dificuldade e lhe respondeu a saudação. Neil fez um gesto com a mão em direção a humilde cabana em que se achavam—. Onde...?
—Ronley Hall, senhor —disse o menino.
Neil sorriu.
Apesar das intensas nevascas e dos selvagens ventos que o obrigou a procurar refúgio, tinha-a achado. Tivesse sido melhor ficar ontem em Warwick no meio da tormenta, mas estavam o observando com muita curiosidade no botequim, por isso se encaminhou para o norte.
Com bom clima teria chegado a Ronley Hall em poucas horas, mas a tempestade de neve o obrigou a avançar lentamente, chegou a pensar que teria que passar semelhante noite à intempérie.
Ao divisar a cabana através da tempestade de neve, elevou uma prece de agradecimento; depois de entrar a tombos e de comer rapidamente, envolveu-se em seu casaco e deixou que o sono se apoderasse dele. Começou a relaxar.
Em Londres lhe haviam dito que aquela casa, localizava-se entre Warwick e Coventry, era segura, e que sir Adam Ronley recebia bem aos que compartilhavam suas idéias políticas.
Conforme parecia, finalmente sua sorte estava mudando.
—Sir Adam? —perguntou. Os meninos trocando outro olhar, e lhe fizeram um gesto para que os seguisse.
Tinha passado a noite na velha cabana de um guarda localizada no limite da propriedade do latifundiário, só a poucos minutos de distância da casa principal.
A tormenta não lhe permitiu ver que se achava tão perto, tampouco tinha avistado o pequeno grupo de construções nem o longo caminho para a elegante casa de campo.
Ao que parecia, sir Adam era um homem rico.
Os meninos o conduziram ao jardim, onde foram recebidos por alguns criados que os acolheram com curiosidade, mas sem hostilidade.
Neil falou com os servos em francês e em inglês muito entrecortado, com sotaque muito carregado, e lhes perguntou que distância o separava de Coventry.
Não lhe entenderam, era óbvio que não sabiam o que fazer com ele.
Observaram-no com os olhos muito abertos e, depois de falar entre eles, decidiram que alguém devia ir procurar Milford; finalmente o conduziram à sala e uma vez ali lhe indicaram um assento junto ao fogo.
A menina que lhe trouxe um prato de comida quente disse que Milford chegaria logo; pareceu duvidar durante um momento, como se fosse dizer lhe algo. Quando lhe sorriu, a pequena fugiu como um camundongo assustado.
Tomou a comida depressa, ignorando os curiosos olhares que lhe dispensaram os servos. Milford devia ser o administrador do lugar; entretanto, aguardaria até falar com sir Adam em pessoa.
A espera foi tediosa, mas Neil estava contente de achar-se frente à grande lareira e deixou que o calor do fogo o envolvesse. Jogou o casaco sobre um banco próximo e desabotoou a jaqueta.
Estava satisfeito, tinha se aquecido e logo poderia falar em inglês novamente.


Série Irmãos MacCurrie
1 - A Lenda do Highlander
2 - O Destino do Highlander
Série Concluída

5 de maio de 2010

Romance no Castelo




















Faltando apenas algumas semanas para fazer os votos sagrados,
Nell do Bonvile se inteirou da trágica morte de sua irmã.

Essa morte a tirou do convento e a obrigou a ocupar o posto da Sybilla como prometida do Roger do Roche, herdeiro do ducado mais poderoso de toda Bretanha.
Nell encantadora e ingênua e sem nenhuma preparação para a vida fora do convento, ela enfrentou o seu futuro incerto com valentia.
Roger achava que o matrimônio era uma ferramenta para conseguir benefícios políticos e estava disposto a esperar até que sua inocente prometida fosse a ele voluntariamente.
Mas à medida que Roger presenciava como Nell se transformava na valente senhora da casa, aumentava o desejo que sentia por ela.
Mas a guerra não tinha clemência com ninguém, nem sequer com os apaixonados e explodiu provocando o confronto de pais com filhos, invasores com partidários do regime e pondo a prova todas as promessas

Capítulo Um

O funeral pela Sybilla do Bonvile foi celebrado na catedral do Lincoln, um dia nublado e com vento.
Nell do Bonvile caminhou com seus pais depois que o ataúde de sua única irmã, foi carregado nos ombros por seis cavalheiros, pelo corredor central do templo para os pés do altar.
O arcebispo esperou ali para espargir água benta no féretro. Depois subiu com majestade até o altar para rezar a missa.
Nell se ajoelhou junto a sua mãe para ouvir as palavras em latim, com os olhos fixos no ataúde onde repousava sua irmã Sybilla, de dezoito anos. Sentia uma tristeza imensa ao pensar em que uma febre levara a vida de sua irmã.
«Se tivessem chamado à irmã Helen possivelmente ela teria salvado Sybilla», pensou Nell.
Mas a irmã Helen, uma das monjas do convento onde Nell vivia desde que tinha oito anos, não tinha recebido aviso nenhum, e Sybilla tinha morrido.
Junto de Nell, sua mãe cobriu o rosto com um lenço e começou a soluçar. Nell queria consolá-la, mas não se atrevia a tocá-la.
Não estava segura de que sua mãe quisesse o consolo de sua única filha que lhe restara.
Nell sabia que nunca poderia ocupar o lugar de sua bela irmã nem de seu brilhante irmão. Possivelmente sua mãe se sentisse ferida se lhe recordasse que os dois tinham morrido e que somente ela sobrevivera.
Olhou o seu pai.
O conde do Lincoln tinha uma expressão pétrea. Não fez nem um só gesto para consolar a sua esposa.
Timidamente, Nell tocou o braço a sua mãe. A condessa nem deu sinal de notar os dedos do Nell; continuou soluçando brandamente. Depois de um minuto, Nell afastou a mão e continuou rezando.
«Querido Deus, por favor, recebe a Sybilla na alegria de sua presença e ajude a mamãe e a papai a encontrarem consolo para sua dor».
Quando terminou a missa, deixaram o ataúde da Sybilla na igreja, onde seria enterrada junto a seu irmão.

1 de maio de 2010

Um Amor Perigoso


Escócia, 1375

Ela buscava vingança... e encontrou a paixão!

Quando os pais de Cat MacDougal foram executados pelos temíveis MacPherson, ela jurou se vingar do líder do clã. Fazendo segredo de sua identidade, Cat corajosamente se aventurou nas terras hostis do inimigo, mas sua sede de vingança enfraqueceu quando Duncan MacPherson a tomou apaixonadamente nos braços e a fez querer ficar ali para sempre...

Duncan ficou ao mesmo tempo intrigado e fascinado com aquela jovem linda e audaciosa, que fazia seu sangue fervilhar de desejo. Até que ele descobriu que Cat pertencia ao clã que era seu inimigo de longa data, e a fez sua prisioneira. Mas quando eclodiu uma violenta guerra entre os dois clãs, Duncan se viu dividido entre defender o seu povo e seguir seu próprio coração...

Capítulo Um

Terras Altas da Escócia

Não se preocupe, amor. Prometo tratá-lo bem. Ao ouvir voz tão suave, Duncan MacPherson parou e pensou se não estaria imaginando coisas ao escutar as delicadas palavras trazidas pelo vento.
—Não seja tímido. Saboreie esta fruta — continuou a voz doce e sedutora. — Garanto que jamais provou uma tão gostosa.
Cuidadoso, Duncan avançou na direção de onde provinha a voz, esquecendo-se da busca do corcel selvagem que o levara a sair do castelo e avançar pelas terras do feudo. Agora, o tom suave e convidativo da voz feminina já produzia uma reação instantânea na região de seu corpo escondida sob o kilt escocês.
—Como você é teimoso...
Vendo o corpo reagir ainda com mais força, Duncan se sentiu como um adolescente incapaz de controlar os hormônios.
O que o motivava a avançar era a tentação de descobrir quem era aquela mulher, cuja maneira de falar o atingia tão fortemente.
—Venha... Você é grande e poderoso, mas não me amedronta. Vê o que tenho para lhe entregar? Prove para ver que sabor tem.
Tomado pelo desejo, ele de repente compreendeu como Adão sucumbira aos encantos de Eva.
Será que o homem sabia o risco que corria ao se deixar envolver pelo paraíso escondido entre as coxas de uma mulher? Se Eva falasse como aquela que ele ouvia, suas palavras seriam capazes de enrijecer e tornar afiada até mesmo uma espada velha e enferrujada.
Sem fazer ruído, ocultou-se atrás do tronco de uma árvore centenária, refletindo que talvez fosse necessário lutar com aquele ao qual a voz se dirigia.
Com a excitação crescendo a cada instante, pensou que seria capaz de enfrentar um exército para ver aquela moça!
Talvez ela o aceitasse de bom grado, pois apesar de ele trazer no corpo cicatrizes de lutas e batalhas, muitas mulheres haviam dito que era um homem bonito e atraente.
Oculto pela árvore e arbustos, Duncan afastou as folhas cuidadosamente e foi brindado com a visão de curvas perfeitas sob o tecido de uma longa saia.
Viu também que a desconhecida não se dirigia a um homem e sim a Atlas, seu próprio cavalo, que ele deixara solto, após desmontar, para caminhar pelas redondezas. Inadvertidamente, contudo, ao criar mais espaço entre as folhas, Duncan provocou um ruído que chamou a atenção da mulher, fazendo-a se virar, alarmada, e arregalar os olhos cor de ametista.
Flagrado espionando como um tolo resolveu se revelar e emergiu por detrás das plantas. Ao ver a desconhecida de frente, confirmou que a moça era atraente como seu tom de voz o fizera pressupor.
Seu pensamento seguinte, entretanto, mudou o curso das reflexões: aquela mulher não era uma MacPherson e, portanto, estava invadindo o feudo do qual ele era senhor.
Os MacPherson e os MacDougal eram clãs inimigos, envolvidos em lutas feudais havia muitos anos.
Desde criança, Duncan ouvia dizer que os MacDougal roubavam as provisões alimentícias dos MacPherson, vivendo assim dos frutos do trabalho alheio.
A despeito disso, hoje em dia era o clã Gordon que os atacava para roubar o que seu povo obtinha à custa de árduo trabalho...
De qualquer modo, trespassar os limites das terras dos MacPherson era uma ofensa punível com morte, e tanto os MacDougal quanto os Gordon sabiam disso.
Todavia, Duncan jamais impingiria tal castigo a uma mulher.
Mesmo sendo guerreiro, nunca atacaria mulheres ou crianças, e impunha tal princípio a seus comandados.

29 de abril de 2010

Prazeres Encantados

Trilogia Prazeres
―Bem-vinda a Inglaterra, senhorita Jerningham.

Quill Dewland vai ao porto receber a sua futura cunhada que chega da Índia e mal pode dissimular sua surpresa; esperava ver uma herdeira e quem desce do navio em seu lugar é uma jovem despenteada e gordinha, cuja espontaneidade se choca com os estritos costumes da sociedade vitoriana.
De fato seu irmão Peter, o noivo, esta horrorizado.
É impossível que acreditem que realmente vai se casar com esse espantalho que não sabe comportar-se. Se o fizer se converterá no bobo de toda Londres.
Quill por sua parte não pensa o mesmo. Desde que a conhece, essa voluptuosa sereia embota seu sentido fazendo desejar estar no lugar de seu irmão Peter… Se não fosse pelo terrível segredo que o impede de ter qualquer tipo de intimidade com uma mulher.

Capítulo Um

St James Square, Londres, 1806.

A sorte acabava de dar ao visconde Dewland um golpe que teria derrubado um indivíduo menos forte, ou mais sensível, que ele. Olhava seu filho mais velho com a boca aberta sem fazer caso do balbuceio de sua esposa.
Depois passou pela sua cabeça uma ideia: essa mesma esposa tinha lhe dado dois filhos varões.
Sem dar mais voltas, girou sobre seus calcanhares e ladrou dirigindo-se a seu filho mais novo:
―Já que seu irmão não pode sacrificar-se no dever conjugal, será você o que se encarregue. Por uma vez em sua vida, comportará-se como um homem.
A Peter Dewland pegou de surpresa esse ataque. Acabava de levantar-se para comprovar no espelho do salão o estado do nó de sua gravata, evitando desse modo encontrar-se com o olhar de seu irmão. Em nome de Deus que se podia fazer diante uma revelação como essa?
Foi sentar no sofá.
―Suponho que esta sugerindo que me eu case com a filha de Jerningham.
―Evidentemente! ― Gritou o visconde ― Algum dos dois tem que fazê-lo e seu irmão acaba de declarar-se incapaz.
―Rogo que me perdoe ― Disse Peter com expressão realmente enojada ― Mas não tenho nenhuma intenção de me casar só para agradar você.
―E que quer dizer com isso? Casar-se-á com ela se eu lhe ordenar isso!
―Não tenho pensado me casar, pai, ordene você ou qualquer outra pessoa.
―Tolices! Todo mundo se casa.
―Isso não é certo ― Suspirou Peter.
― Foi o acompanhante de um montão de garotas apropriadas durante seis anos, se alguma tivesse gostado cederia a seus desejos, mas como esse não parece ser o caso, casar-se-á com a filha de Jerningham. E o fará porque seu irmão está incapacitado. Tive muita paciência contigo; neste momento poderia estar no sétimo de infantaria, tinha ocorrido pensá-lo?
―Preferiria isso antes que tomar uma esposa ― Decretou Peter.
―Nem pensar! ― Grunhiu o visconde dando a volta ― Seu irmão esteve entre a vida e a morte durante anos.
Fez-se um pesado silêncio. Peter fez uma careta em direção a seu irmão mais velho.
Quentin Dewland, que estava um momento olhando a ponta das botas, levantou os olhos para seu pai.
―Se Peter tiver decidido não casar-se, eu o farei ― Disse com sua grave voz.
―Para que? Não poderia fazer frente a suas obrigações como marido, e essa pequena tem direito a ter um digno de tal nome, diabo!
Quentin, a quem seus amigos chamavam Quill, abriu a boca para responder, mas a voltou a fechar.
Podia consumar o matrimônio, mas certamente não seria uma agradável experiência. Qualquer mulher merecia algo melhor que o que ele podia oferecer.
Embora suas feridas tivessem deixado de fazê-lo sofrer, as enxaquecas de três dias de duração que implicava qualquer tipo de movimento repetitivo, certamente não favoreciam uma união agradável.
―Não responde? ― Disse o visconde, triunfante ― Não estou falando por falar, nem tento fingir que é um garanhão quando não é assim. Dá conta de que poderia fazê-lo já que a garota não saberia nada até que fosse muito tarde.
E seu pai se tornou tão miserável que nem sequer a acompanhou a Inglaterra. Seja como for ― Prosseguiu dirigindo-se de novo a seu filho mais novo ― Ela vem para casar-se. E se não poder ser com Quill, será contigo. Enviarei-lhe teu retrato no próximo navio.
―Não quero me casar, pai ― Insistiu Peter marcando cada sílaba.
O visconde ficou vermelho como um tomate.
―Já vai sendo hora de que deixe de se divertir. Por Deus que me obedecerá!


Trilogia Prazeres
1 - Poderosos Prazeres
2 - Prazeres Noturnos
3 - Prazeres Encantados
Trilogia Concluída

A Lenda do Dragão





Irlanda, 1820 Entre o amor e a missão...

Apesar da reputação de libertino e jogador inveterado,
o charme sedutor de Garrett Lynch cativa as mulheres.
Será possível que ele seja o homem conhecido como "Dragão Verde",
que secretamente luta pela Irlanda contra as injustiças sofridas pela Inglaterra?
Garrett não deixa transparecer indícios, até que uma missão importante o leva a pedir ajuda à bela Maura Fitzgerald.
Maura já tem sua própria missão, como professora de jovens sem posses do interior da Irlanda. 

O que leva o impertinente Garrett a achar que pode invadir sua vida e sua escola, sem mais nem menos?
A vontade de Maura é expulsá-lo e livrar-se dele o quanto antes... Porém, quando Garret a toma nos braços, ela é incapaz de negar a paixão que seus beijos lhe despertam!

Capítulo Um

Dublin, Irlanda, 1820
— Eu amo você. — Freddie suspirou, beijando de leve os lábios da amante.
Maura retribuiu o beijo, esforçando-se para não pensar nas conseqüências que poderiam advir dessa declaração de amor.
Meia hora mais tarde, ela escovava os cabelos, sentada na frente do espelho da penteadeira. A luz do abajur iluminava o corpo bem delineado de Freddie, que se vestia.
Maura devia se sentir lisonjeada pela atenção daquele homem. Freddie tinha muito mais do que apenas uma bela anatomia. Era muito jovem, embora apenas dois anos mais novo que ela. E era natural que se sentisse apaixonado pela primeira mulher com quem mantinha uma ligação mais íntima.
— Deixe-me fazer isso. — Freddie se aproximou e tomou-lhe a escova.
Gentil, mas com firmeza, pôs-se a escovar a linda cabeleira negra de Maura, mirando-lhe o reflexo.
— Sei bem o que estou dizendo, Maura. Eu amo você. Case-se comigo.
Freddie pôs a escova de lado e acariciou-lhe os cabelos, antes de apoiar as mãos nos ombros da amante. O calor dele a arrepiou.
Freddie podia ser jovem, mas não era tão ingênuo a ponto de ignorar o significado daquela proposta.
Maura ficou de pé e olhou para ele, que pôs o dedo sobre sua boca para calar seus protestos.
— Sei que você pode pensar que não estou sendo sincero, ou que não sei o que digo. Mas eu sei, Maura, esteja certa. — E Freddie a beijou com carinho.
Seria preciso muito pouco esforço para fingir que também o amava, para acreditar que poderia ser capaz de aceitar a respeitabilidade que perdera anos antes e deixar aquela parte de sua vida enterrada para sempre.
— Você é tão linda... Volte para a cama.

28 de abril de 2010

Prazeres Noturnos

Trilogia Prazeres
Depois de rejeitar vinte e dois pedidos a sua mão,Sophie York se resigna a aceitar o de Braddon Chatwin, conde de Slaslow.
Evidentemente teria sido muito mais excitante aceitar o pedido de Patrick Foakes; entre seus braços se desfazia e perdia toda noção de bom comportamento.
Mas ele era um sedutor sem remédio e Sophie queria evitar a humilhação de ser enganada constantemente como aconteceu com sua mãe.
Com o tranquilo Braddon não existe essa possibilidade. Embora o rejeite, Patrick não desiste de conquistar Sophie embora para isso tenha que comprometê-la.
De modo que não duvida em disfarçar-se e fazer-se passar por Braddon em uma rocambolesca simulação de sequestro.
O truque não a engana por muito tempo, entretanto cede às carícias desse habilidoso amante.

Londres, mansão dos marqueses de Brandenbourg.
Dezembro 1804
Lady Sophie York, única filha do marquês de Brandenbourg, tinha rejeitado o pedido de matrimônio de um barão, dois cavalheiros, um punhado de senhores muito convenientes e de um visconde que tinha pedido de forma muito adequada no escritório de seu pai o privilégio de obter sua mão.
Inclusive descartou um marquês em metade de uma caçada e ao simples senhor Kissler na Ascot.
Outras garotas menos afortunadas não podiam entender Sophie.
Nas duas últimas temporadas havia feito perder as esperanças à maioria dos homens mais procurados.
Mas a partir de agora já não haveria mais pedidos de matrimônio tanto se eram oficiais como se não.
As más línguas iam estar de acordo: a jovem tinha entregado seu afeto a um homem da nobreza. Lady Sophie seria condessa na seguinte temporada.
Olhou-se no espelho e fez uma careta ao pensar nas caras de curiosidade e as numerosas reverências que teria que suportar no baile dos Dewland.
Estremeceu interiormente com uma indecisão totalmente desacostumada nela.
Não sabia se estava corretamente vestida para o anúncio de seu compromisso.
Usava um vestido de seda prateada; era possível que a cor lhe permitisse desaparecer entre a multidão de mulheres com roupas apertadas, grandes decotes e com vivas cores que abarrotavam o salão de baile.
O cinza prata era uma cor de monjas, pensou divertida, mas uma religiosa desmaiaria se tivesse que usar uma roupa como esta, era de uso Império com o corte alto e umas fitas que rodeavam o sutiã.
A marquesa de Brandenbourg entrou na habitação.
― Esta pronta Sophie?
― Sim, mamãe ― Ela renunciando à ideia de trocar-se, pois já iam com atraso.
A marquesa a observou entrecerrando os olhos.
Ela usava um vestido de cetim cinza bordado com flores que se parecia muito aos que estavam de moda uns vinte anos antes quando se casou.
― O vestido que usa é indecente ― Declarou secamente.
― Sim mamãe.
Essa era a sistemática resposta de Sophie as ácidas recriminações de sua mãe.
Pegou o xale e seu ridículo e se dirigiu para a porta.
Heloise parecia um pouco indecisa e a olhou ressentida.
A marquesa, de origem francesa, parecia pensar que o mundo era um campo de batalha e ela o general chefe. Era muito raro vê-la tão insegura de si mesma.
― Esta noite vai anunciar que aceita o pedido de matrimônio do conde de Slaslow.
― Sim mamãe.
Houve um breve silêncio. Sophie se perguntou qual seria o problema. A sua mãe rara vezes faltavam às palavras.
― Estou segura de que pedirá uma prova de seu afeto.
― Sim mamãe ― Disse Sophie baixando os olhos para dissimular sua diversão.
Educada em um convento, Heloise tinha chegado a sua noite de bodas terrivelmente mal preparada.
Casou-se com um inglês tão apaixonado de tudo quão francês não aceitava nenhum criado que não o fosse.
A babá de Sophie tinha sido francesa, as donzelas, os lacaios e naturalmente o cozinheiro eram franceses. Heloise não podia imaginar reveladoras conversas que se desenvolviam no quarto dos meninos.
Sua filha não necessitava que ninguém a pusesse a par do que os homens esperavam das mulheres.
― Pode lhe conceder um beijo, dois como muito ― Continuou Heloise ― Estou segura de que entende a importância desses limites Sophie. Sua reputação…


Trilogia Prazeres
1 - Poderosos Prazeres
2 - Prazeres Noturnos
3 - Prazeres Encantados
Trilogia Concluída

27 de abril de 2010

Poderosos Prazeres

Trilogia Prazeres
A ponto de fazer sua apresentação na sociedade,Charlotte Calverstill abandona Londres para passar uns dias no campo na casa de sua amiga Julia.
Esgotadas pelas intermináveis lições de comportamento, as duas estão completamente decididas a aproveitar esses poucos dias de liberdade; de modo que Julia propõe que vão ao baile de mascara de Stuart Hill.
Essas festas populares não são muito adequadas para que duas jovenzinhas da alta sociedade, mas com os disfarces postos, ninguém poderá as reconhecer.
Certamente Charlotte não tinha pensado que essa noite perderia sua virgindade, entretanto isso é exatamente o que acontece quando um atraente desconhecido a leva até o jardim.
Arruinadas suas expectativas de matrimônio, decide que ficará solteira. Três anos mais tarde, Charlotte reconhece seu amante de uma noite na pessoa de Alexander, conde de Sheffield.

Nota da Revisora Tessy: É uma história surpreendente, no começo parece ser sem graça, mas a trama se desenvolve de maneira simples e clara e você se prende no enredo cada vez mais. Não é hot, mas têm cenas bem sensuais com uma mocinha a frente de seu tempo e um mocinho meu confuso e machão, mas lindo de morrer... E com um gêmeo a reboque... kkkkk... Resumindo Adorei e mal posso esperar para ler à próxima.


Capítulo Um

Kent, Inglaterra, abril 1798.
Para Charlotte faltava uma semana para fazer dezessete anos quando sua vida deu um giro de cento e oitenta graus; sempre haveria um “antes” e um “depois”.
O “antes” era quando estava com Julia Brentorton, sua melhor amiga do colégio. Tinham passado juntas os anos de internato e tinham sobrevivido à monotonia das aulas que faziam que todos os dias parecessem iguais: latim, música, baile, educação artística, comportamento e normas sociais com lady Sipperstein.
A verdade era que esse último curso tinha sido o mais fastidioso de todos.
― Julia ― Repreendia lady Sipperstein aparecendo repentinamente atrás delas ― Cruze os tornozelos quando se sentar em um sofá…
Suba de novo as escadas, Charlotte, e desta vez faça sem mover os quadris. Você rebola de uma forma totalmente inadequada.
Lady Sipperstein era uma dama temível cujo impressionante seio sobressaía como se fosse à proa de um navio. Sabia exatamente o grau de inclinação que devia ter uma reverência conforme se tratasse de uma duquesa ou do rei, e o repetia a suas alunas como se elas fossem ver-se obrigadas a fazê-lo todos os dias.
Do mesmo modo as bombardeava com um montão de normas.
― Aos criados despede do mesmo modo que os meninos: com firmeza, rapidez e mantendo a distância.
Os presentes para os doentes dependem do lugar onde vivam, se viverem em sua propriedade devem dizer à cozinheira que faça uma gelatina de medula e a dão vocês mesmas junto com um pouco de fruta.
Se viverem no povoado ordene a algum criado que leve um frango sem cozinhar. E, naturalmente, antes de entrar na casa devem assegurar-se de que a enfermidade não é contagiosa.
Devem mostrar-se compassivas, mas não inconscientes.
As aulas supunham frequentemente uma hora de intermináveis pergunta.
― Julia! Se um lacaio entrar no salão do café da manhã com uma bochecha inchada que deve fazer?
― Mando para sua casa ― Assegurou Julia.
― Não. Primeiro deve fazer averiguações. O inchaço pode ser consequência de uma dor de dente, mas também pode ser o resultado de uma briga de bêbados. Se se tratar deste último deve o despedir. Julia O que faria se fosse dor de dente?
― Bem… Digo que vá ver o médico ― Balbuciou a aludida.
― Falso! Deve ordenar ao mordomo que atribua um trabalho afastado dos donos da casa. Não terá que consentir aos criados.
Para Charlotte o momento mais agradável do dia era a aula de desenho. Sentia-se completamente feliz na sala de aula de pintada de branco onde havia doze cavaletes. Sempre pintavam o mesmo: duas laranjas e um limão. Ou duas maçãs e uma pêra. Mas para Charlotte dava o mesmo. Entretanto Julia não opinava o mesmo; imitava a perfeição a voz maravilhada da senhorita Frollip quando preparava uma nova natureza morta.
― Hoje uma cabaça!
A Julia adorava as aulas de dança, mas não porque gostasse de dançar, mas sim pelo senhor Luskie. Este era um homem mais peludo, pai de família, robusto e afável; em resumo, segundo as professoras, não representava nenhum perigo para as jovenzinhas. Mas Julia adorava e acreditava ver algum tipo de mensagem na forma em que o lhe apertava a mão quando a dirigia dançando a equipe.
- Adoro-o ― Murmurava a Charlotte pelas noites.
Esta franzia o cenho.
- Escute Julia, é um pouco… Enfim, não é…


Trilogia Prazeres
1 - Poderosos Prazeres
2 - Prazeres Noturnos
3 - Prazeres Encantados
Trilogia Concluída

24 de abril de 2010

Encantos Ocultos - Adele Ashworth



Aborrecida de pretendentes pomposos,
a senhorita Natalie Haislett deseja viver uma história de amor e aventuras.

Suspira pelo misterioso Cavalheiro Negro: um ladrão inglês que lhe roubou o coração a distancia com suas legendárias proezas.

Para lhe conhecer, Natalie deve recorrer, embora a contra gosto, à única pessoa que conhece famoso cavalheiro: Jonathan Drake, um don juán exímio que a cortejou anos atrás.
Jonathan aceita acompanhá-la a França, onde corre rumores que se esconde o Cavalheiro Negro.
Para limpar toda sombra de dúvida, viajam como se fossem um casal casado, compartilhando intimidades que desembocam na amizade, e beijos que despertam uma fome insaciável...
Quando começam a produzir-se roubos a seu redor, Natalie já está apanhada na rede de desejo tecida pelo homem de seus sonhos.

Inglaterra, 1842
—Esmeraldas.
Ela piscou.
—Dizia algo?
O homem esboçou um débil sorriso.
—Estava pensando, senhorita Haislett, que nesta esta pista de baile, sob a luz de milhares de velas, seus olhos cintilam como esmeraldas.
Ela tragou saliva com nervosismo e lhe olhou fixamente aos olhos.
A voz do homem era tão profunda e sonora, quase acariciadora, que de repente sentiu um arrebatamento de intenso acanhamento, um sentimento que a senhorita Natalie Haislett, de Sherborne, não tinha experimentado nunca antes em presença de ninguém.
—Obrigado — sussurrou ela, e baixando o olhar a cravou nos botões de marfim da camisa do homem.
Ele continuou sorrindo, mas não disse nada mais enquanto a fazia girar rapidamente pela pista ao compasso da valsa.
Natalie não era capaz de entender a causa da inquietação que sentia, pois, em resumidas contas, aquele era o baile de disfarces de seu pai, e o cavalheiro em questão, nada mais que um hóspede convidado que lhe tinha pedido gentilmente que bailasse com ele.
Tinha-o visto antes em diversas ocasiões, embora nunca se dirigissem a palavra.
Mas nesta ocasião o homem parecia ter reparado especialmente nela, e a tinha observado com atenção, diria-se que com excessivo interesse, e o interesse de um homem tão atrativo a tinha deixado sem fôlego.
—Eu gostaria de vê-la sem a máscara.
As palavras, ditas com voz rouca e suave ao mesmo tempo, sobressaltaram-na até fazer que levantasse o olhar uma vez mais.
Com aquele espesso arbusto cabelo quase negro, um corpo alto e duro e uns olhos de um cinza azulado do mais cativantes, o homem resultava irresistivelmente atrativo.
Natalie ficou olhando o de marco em marco durante vários segundos, ao cabo dos quais respondeu em voz baixa:
—Eu gostaria de vê-lo sem a sua. — E depois de jogar uma prudente olhada ao redor, inclinou-se para ele e sussurrou audazmente. — Reúna-se comigo fora, no jardim de flores, debaixo da galeria sul, dentro de quinze minutos.
O homem inclinou ligeiramente a cabeça e entrecerrou os olhos depois da seda negra.
—Fala a sério, Natalie?
A inesperada utilização sem permissão de seu nome de batismo fez que ela recordasse, dito no sentido mais estrito da expressão, sua delicada situação.
—Se... acaba-me de ocorrer que seria um bom lugar para falar em privado.

Clique aqui o download do ebook

23 de abril de 2010

A Arte Da Sedução


A Parris Sutherland importam pouco as fofocas que giram a seu redor depois de que a deixaram plantada no altar. 

Está muito ocupada com um novo projeto: disfarçar-se de "lady Escrúpulos" para fazer justiça aos mulherengos que infestam a alta sociedade.
Mas ao mesmo tempo trata de resistir ao desejo que desperta nela o homem que a protegeu em sua infância, Dominick Carlisle, que retornou de novo a casa depois de oito anos.

Ao novo Duque do Wakefield não lhe interessam muito as aristocráticas obrigações que o hão endossado.
Preferiria desmascarar a lady Escrúpulos, sobre tudo se isso o distrai dos sentimentos que lhe inspira Parris e que leva tanto tempo sufocando, e dos sonhos que o acossam de uma calorosa noite que passou com uma jovem misteriosa muito tempo atrás.
Mas quando Dominick descobre que todas as mulheres que ocupam sua mente é apenas uma, Parris, jura lhe ensinar a essa descarada uma lição sobre sedução que a levará até o altar.

Comentário da Revisora Waléria: Bem, o livro conta a história de Parris, uma jovem que foi abandonada no altar por ter confessado a seu noivo que não era mais virgem. Contou inclusive como perdeu a virgindade e com quem. Tornou-se uma dama que buscava mostrar a sociedade londrina que os homens eram hipócritas. Mas seu amor retorna e ela se vê atraída para ele. O livro é interessante e as tramas são envolventes. É uma leitura muito agradável.
Ps. tem umas cenas bem quentes. Boa leitura a todos.

Kent, 1842.

A mulher foi a ele com o amparo da escuridão, só um raio de luz de lua guiava seu caminho. O ar era sufocante e quente, perfumado com a fragrância do jasmim que floresce durante a noite; os sons dos compassos quase imperceptíveis da orquestra chegavam com a brisa.
A mulher permaneceu ali, olhando-o, com a expressão inescrutável, todo seu aspecto era um mistério sob a máscara que cobria boa parte de seu rosto, a peruca empoeirada que ocultava seu cabelo e o disfarce de cortesã, com seu atrevido decote que apenas lhe cobria os mamilos.
Caminhou para ele, a sensualidade de seus movimentos fixou a atenção masculina em seus quadris.
Ela não disse nada e a língua dele tampouco pôde articular som algum.
Quando se deteve frente a ele, o pulso que pulsava na base de seu pescoço e o rápido agitar de seus seios lhe disse que não estava tão serena como queria lhe fazer acreditar.
Bem. Tampouco ele estava, e ao dar-se conta sofreu um abalo.
Quem era aquela mulher?
Queria perguntar. Deveria ter perguntado, mas temia romper o feitiço.
Tinha-a visto dentro? Assistira alguma vez ao baile anual de máscaras de sua mãe?
Importava em realidade? Estava ali, ponto.
Dominick abriu a boca para dizer algo, mas a mulher apoiou um dedo esbelto em seus lábios e o silenciou.
Depois, esses mesmos dedos cruzaram sua mandíbula como um sussurro, deslizaram-se por seu cabelo, cobriram-lhe a nuca e atraiu sua boca para a dela.
O contato foi explosivo.
As grandes mãos masculinas se fecharam ao redor da diminuta cintura da jovem, atraindo-a para si, precisando rodeá-la contra seu corpo tanto quanto pudesse.
As capas de roupa que se interpunham entre eles os confinavam e restringiam.
Que absurda inconveniência.
Dominick queria ir pouco a pouco, ser doce, mas a jovem trocou o jogo do amor, sua necessidade era urgente, incitava os sentidos masculinos, e o calor das peles, lá onde os corpos se tocavam, estendia-se e ascendia fora de seu controle.

Maldição de Amor

Série Regência Histórica
Philip Whitmore, Visconde de Greybourne,
sobreviveu a tempestades de areia,
desenterrou tesouros ocultos de antigas civilizações e venceu a múltiplos e perigosos ladrões de tumbas. 


Mas uma estranha maldição pesa sobre ele: não é capaz de encontrar a uma mulher que queira casar-se com ele.
É como se todo seu encanto, seu título e sua fortuna desaparecessem ante o altar. 

Depois do último fiasco, Philip recorre à formosa Meredith Chilton-Grizedale para lhe encarregar da difícil tarefa de encontrar a esposa perfeita.
Mas do momento em que conhece o misterioso visconde, Meredith se apaixona perdidamente por ele e, apesar da maldição e o risco de sua vida, decidirá dar rédea solta a uma paixão que poderia conduzir à loucura...
Será o amor capaz de vencer a uma estranha maldição?

Capitulo Um

Meredith Chilton-Grizedale franziu os lábios e acariciou a nuca enquanto dava voltas lentamente ao redor de lady Sarah Markham, quem estava de pé sobre a plataforma de seu provador. Meredith observou com atenção a esbelta figura embutida no elegante vestido de noiva de cor azul pálida, tomando nota de cada detalhe, da nua linha reta da nuca até os elaborados franzidos dos babados. Um sorriso de satisfação começou a esboçar-se em seus lábios, mas o reteve com firmeza. Não podia ser muito efusiva quando se estava negociando com madame Renée, a costureira mais exclusiva de Oxford Street. Por cada serviço que recebia, via-se claramente impelida a aumentar seus já exagerados preços.
—Está muito formosa lady Sarah - disse Meredith. Lorde Greybourne ficará encantado assim que a veja.
Um suave bater de asas de algo que se parecia suspeito à inveja estremeceu Meredith, surpreendendo-a e irritando-a.
Afastou esse sentimento a um lado, como se fosse um inseto que a incomodasse, e olhou à formosa jovem que estava de pé frente a ela. O orgulho substituiu imediatamente a pontada de inveja.
A verdade era que havia levado ao final os preparativos em nome de lorde Greybourne de uma maneira brilhante.
Lady Sarah era um diamante de primeira qualidade. Doce, inocente, responsável, com um temperamento amável, uma conversação alegre e uma voz de cantora que podia rivalizar com os anjos, e um formidável talento para o piano.
As negociações que Meredith tinha levado a cabo entre o pai de lady Sarah, o duque do Hedington, e lorde Greybourne, o conde do Ravensly, tinham sido difíceis e complicadas, inclusive para uma casamenteira de sua experiência.
Apesar do escândalo provocado pelo fato de que, três anos atrás, Lorde Greybourne não houvesse retornado a Inglaterra, abandonando suas viagens pelas agrestes paisagens de países exóticos — para fazer as honras ao casamento disposto por seu pai em seu nome.
Unido ao feito de que incompreensivelmente tivesse decidido afastar-se das comodidades da alta sociedade para viver em condições «incivilizadas» —onde abundavam os costumes bárbaros— para estudar restos antigos, o título e as relações familiares de lorde Greybourne lhe tinham salvado de converter-se em um solteirão sem esperanças.
Mesmo assim, tinham sido necessária grande quantidade de tempo, adulações e diplomacia por parte de Meredith para convencer ao duque de que lorde Greybourne era o par perfeito para lady Sarah.
Um trabalho que se fazia muito mais difícil se considerava as hordas de jovens pretendentes com título, não manchados por nenhum escândalo, que revoavam ao redor de lady Sarah.


Série Regência Histórica
1 - Maldição de Amor
2 - Um Amor Escondido
3 - Quase um Cavalheiro
4 - Um Romance Impossível
Série Concluída

Um Amor Escondido

Série Regência Histórica
Para escandalizar à rigorosa, 
dissimulada e puritana sociedade em que vive,
Catherine Ashfield, viscondessa Bickley,
acaba de ajudar uma amiga na publicação de um manual para as damas que perverte todas as normas do decoro.
Nunca pensou que esta diversão fosse prejudicá-la, obrigando-a abandonar Londres em companhia de um atraente protetor.

Seu guardião é Andrew Stanton, o melhor amigo de seu irmão, um plebeu.
Mas sem saber, ele está obrigando à formosa e independente Catherine, que renega ao amor, a reconsiderar sua posição.
Assim os segredos, paixões e um amor escondido estão convertendo o homem que prometeu proteger à viscondessa, no mais doce dos perigos...

Capítulo Um

A mulher moderna atual deveria lutar pela iluminação pessoal, a independência e a franqueza. O lugar próprio para dar começo a esta luta pela igualdade é a cama...
—Um escândalo, isso é o que é – ouviu-se o ultrajado sussurro de uma voz masculina— Minha esposa apareceu não sei como, com um exemplar desse maldito Guia feminino.
—Como sabe? —ouviu-se dizer outro resmungo masculino.
—É mais que óbvio. A julgar por sua forma de agir. Não faz mais que vomitar estupidez sobre a mulher moderna atual e sobre a independência como um bule fervendo. Ontem mesmo entrou no meu quarto e me perguntou sobre meus resultados no jogo e sobre a quantidade de tempo que passo no White's!
Seguiram agudas inspirações.
—Mas que ultraje - sussurrou o outro irritado.
—Precisamente o que eu disse.
—O que fez?
—Naturalmente, mandei que ela saísse do quarto, chamei uma carruagem e a enviei ao Asprey's para que comprasse uma roupa nova para se distrair.
—Excelente. Devo entender que sua estratégia surtiu efeito?
—Infelizmente não como eu teria desejado.
Ontem à noite a encontrei me esperando no quarto. Deu-me um bom susto, te garanto. Sobre tudo porque havia acabado de me despedir da minha amante e estava muito esgotado.
Maldita seja uma esposa não deve dizer tais barbaridades nem se tornar tão exigente.
—Minha esposa fez exatamente o mesmo na semana passada – ouviu-se um terceiro sussurro ofendido— Entrou no meu quarto com todo o descaramento que possam imaginar, empurrou-me contra o colchão e logo...
bom, o único modo em que me atrevo a descrevê-lo é dizer que saltou sobre mim. Deixou meus pulmões sem uma gota de ar e esteve a ponto de me esmagar.
Ali permaneci imóvel debaixo dela em estado de choque, lutando para recuperar o fôlego, e ainda por cima ela me diz com o mais impaciente dos tons: “Move um pouco o traseiro”.
Conseguem imaginar atos e palavras mais indignos? E, então, justo quando acreditei que não podia me causar maior espanto, exigiu saber por que eu nunca...
A voz se apagou ainda mais e lady Catherine Ashfield, viscondessa de Bickley, inclinou-se mais sobre o biombo oriental que ocultava sua presença dos homens que falavam do outro lado.


Série Regência Histórica
1 - Maldição de Amor
2 - Um Amor Escondido
3 - Quase um Cavalheiro
4 - Um Romance Impossível
Série Concluída

Quase um Cavalheiro

Série Regência Histórica
Por insistência de seu pai, 
Lady Vitória Wexhall se vê forçada a viajar de Londres ao imóvel rural do visconde Sutton, na Cornualha, onde não se interessa tanto pelo nobre como por seu irmão menor, o Dr. Nathan Oliver, um antigo espião.
O destino tornou a unir Vitória com o primeiro homem a quem beijou, faz três anos, antes de que se apagasse do mapa depois do fim turvo de uma de suas missões.
Mas o reencontro na Cornualha não está livre de dificuldades.
Nathan deve recuperar umas jóias roubadas, para o que Vitória resulta ser uma pista involuntária.
Esporeada pela busca das jóias e do misterioso ladrão, e por causa de uma atração intelectual e física, a relação entre Vitória e Nathan avança a chamas por uma novela onde abundam os pretendentes de linhagem, os diálogos faiscantes e a sensualidade de toda uma época.

Nota da Revisora Roberta: Gostei muito do livro e adorei fazê-lo.

Prólogo

Cornwall, 1817
Nathan Oliver protegeu contra seu peito a valise de couro gasto cheio de jóias roubadas e se recostou contra a áspera casca do imenso olmo em na tentativa de recuperar o fôlego.
Uma bota de cano longo em toda regra... Já quase cheguei.
Já quase o obtive, pensou. Só tinha que cruzar o claro iluminado pela luz da lua, entregar o bota de cano longo ao homem que esperava do outro lado do bosque e tudo teria terminado.
Por fim desfrutaria de segurança econômica durante o resto de seus dias.
Inspirou lenta e profundamente, até que o ar chegou ao fundo de seus ardentes pulmões, acalmando assim seu pulso acelerado.
O coração lhe retumbava no peito, e não lhe custou perceber seus batimentos do coração nos ouvidos e na boca do estômago.
Apesar de que todas eram reações já conhecidas, experimentadas durante as dúzias de vezes que tinha agido assim anteriormente, nesta ocasião as sensações foram mais acusadas... por motivos que Nathan não duvidou em deixar sem piedade a um lado.
Maldição, sua consciência escolhia sem dúvida o momento menos conveniente para lhe censurar. Mesmo assim, e apesar de todos seus esforços por impedir sua intrusão, as dúvidas e a culpa que lhe tinham acusado desde que tinha aceitado levar ao final
este encargo em particular, sua consciência continuava lhe perseguindo.
Esquece-o. Assunto encerrado. Te limite a terminar com isto, disse-se.
Com maior cautela, jogou uma olhada atrás da árvore, com todos os sentidos alerta.
A lua se ocultou depois de uma nuvem, lhe sumindo na escuridão.
Uma brisa fresca, prenhe de aromas marinhos, sacudiu as folhas, mesclando-se com o canto noturno dos grilos e com o de uma coruja próxima.
Embora tudo parecesse em calma, Nathan notou que lhe fechava o estômago, alerta; um instinto que muito bom serviço lhe tinha feito no passado.
Ficou totalmente quieto durante dois minutos mais, esquadrinhando, aguçando o ouvido, mas não detectou nada estranho.
Colocou-se o vulto sob o braço, assegurando-o melhor contra o corpo, inspirou fundo uma vez mais e pôs-se a correr.
Quando quase tinha alcançado já o amparo do bosque do outro lado, ouviu-se um disparo. Nathan se jogou ao chão, dando um doloroso golpe no flanco. ouviu-se um segundo disparo de pistola em rápida sucessão, seguido por um surpreso grito de dor.
- Cuidado! - exclamou alguém.
Gelou-lhe o sangue nas veias. Demônios tinha reconhecido essa voz.
Levantou-se, apoiando-se nas mãos, e correu para o lugar de onde lhe pareceu que procedia o grito.
Depois de uma curva do atalho, viu no chão uma figura masculina.
Com toda sua atenção posta no homem derrubado, não ouviu o ruído a suas costas até que foi muito tarde, antes de poder reagir, viu-se empurrado e a mercê de um golpe que impactou diretamente entre suas omoplatas e lhe fez perder o equilíbrio.
A valise que continha as jóias saiu disparada de suas mãos, mas outra mão, embainhada em uma luva negra, a pegou.
Logo a escura figura se desvaneceu na escuridão, agarrando firmemente o que segundos antes tinha pertencido a Nathan.
Sem apenas denúncia, esporeado pelas afiadas garras do medo, levantou-se e correu até o homem que jazia no chão.
Caiu de joelhos junto a ele e olhou os olhos consumidos pela dor de seu melhor amigo.
- Maldito seja, Gordon, que demônios está fazendo aqui?


Série Regência Histórica
1 - Maldição de Amor
2 - Um Amor Escondido
3 - Quase um Cavalheiro
4 - Um Romance Impossível
Série Concluída

Um Romance Impossível

Série Regência Histórica

Colin Oliver, o visconde Sutton, deixa sua amada casa rural para procurar uma esposa em Londres.

Sem dúvida alguém bastante diferente de Madame Alexandra Larchmont: ela não está entre os da nobreza , mas é bela como poucas, e também é uma cartomante que se dedica a jogar cartas nos salões da alta sociedade.
Entretanto, Colin tem boas razões para não tirar o olhar de cima dela...
Durante anos, as cartas preveniram Alexandra contra o desconhecido de cabelos escuros, que causará estragos na sua vida, na noite em que o conheceu o seu primeiro pensamento foi fugir.
Por desgraça, também acerta ao ouvir a trama de um assassinato e, a única pessoa a quem pode recorrer é ao homem, que sabe que deveria afastar-se, um homem que a observa com um olhar francamente ávido.
O que acontece quando um olhar apaixonado começa a brilhar no rosto de um homem perigoso?

Capítulo Um

A festa anual de lorde e lady Malloran, promete ser este ano mais emocionante que nunca, já que contrataram para entretenimento os serviços da misteriosa e solicitada cartomante, madame Larchmont.
Dado que as previsões da madame são estranhamente precisas, sua presença em qualquer festa garante o êxito da mesma.
Também estará presente o visconde Sutton, um bom partido, que acaba de retornar a Londres, depois de uma prolongada estadia em sua propriedade na Cornualha e quem, segundo rumores, procura por uma esposa.
Não seria delicioso que madame Larchmont dissesse com quem, profetizam as cartas que vai casar-se?
Da Página da Sociedade do London Times.
Alexandra Larchmont cravou em lady Miranda um olhar intenso que contribuía para dar maior credibilidade às suas previsões.
Dado que lady Miranda era a segunda prima da anfitriã de Alex, lady Malloran, queria assegurar-se de que a jovem ficasse contente com a leitura de suas cartas.
—Embora adivinho pelas cartas e sua aura que sofreu no passado, seu presente está cheio de grandes promessas, festas, jóias e fabulosos vestidos.
Os olhos de lady Miranda brilharam de alegria.
—Excelente. E meu futuro? —sussurrou, inclinando-se para Alex.
A moça estava a ponto de baixar o olhar para consultar as cartas, quando a apinhada multidão de convidados da festa, se separou um pouco e sua atenção se viu atraída, pela visão de um homem alto e moreno.
O pânico percorreu suas terminações nervosas, e seus músculos se retesaram, porque face aos quatro anos transcorridos desde a última vez que o viu, o reconheceu imediatamente.
Nas melhores circunstâncias não seria um homem fácil de esquecer, e as circunstâncias de seu último encontro jamais poderiam descrever-se como «melhores». Embora ignorasse seu nome, sua imagem estava gravada a fogo em sua memória.


Série Regência Histórica
1 - Maldição de Amor
2 - Um Amor Escondido
3 - Quase um Cavalheiro
4 - Um Romance Impossível
Série Concluída